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A Poesia Feminina

Cearense em Jarid
Arraes, Giselda
Medeiros e Auritha
Tabajara
por Wendel Oliveira
Alinhando expectativas
Objeto da Formação

O projeto visa explorar a história da poesia


cearense, com foco na participação das mulheres na
poesia, através de um estudo crítico sobre as obras
de três importantes escritoras: Giselda Medeiros,
Jarid Arraes e Auritha Tabajara.
Apresentação do
Projeto

O projeto visa promover uma formação literária


destacando a importância das mulheres na produção
poética do Ceará.

Aborda a história da poesia no estado, a participação das


mulheres e a vida e obra de três importantes escritoras
História da literatura e
participação feminina

Explora os principais marcos, movimentos e influências


da poesia cearense ao longo do tempo.

Analisa os desafios enfrentados pelas poetisas em um


meio predominantemente masculino e celebra o legado
das mulheres na literatura local.
Valorizar da Presença
Objetivos do 01
Feminina na Literatura
Projeto Cearense

02 Promover a Diversidade
Literária e Reconhecimento
Cultural

03 Promover a Inclusão e
Diversidade na Literatura
Nacional
Cronograma 01 História da poesia

02 GIselda Medeiros

03 Jarid Arraes

04 Auritha Tabajara
Metodologia

1. Aula Expositiva
2. Estudo de caso-obra
3. Discussão e reflexão
Aula 1 - História da Literatura no Ceará
Dominação masculina

Representa todas as formas de


opressão, exploração e subordinação
das mulheres pelos homens, tanto em
termos materiais (como na exploração
do trabalho das mulheres) quanto
simbólicos (como na definição de
imagens negativas da mulher e de suas
atividades) (Bourdieu, 1998)
Breve linha do tempo da
participação das mulheres na
literatura cearense
Século XIX

1862-1935: Francisca Clotilde Barbosa de Lima e Anna


Nogueira Baptista são algumas das poucas mulheres que
participam ativamente da literatura cearense,
publicando em periódicos e participando de agremiações
literárias (Padaria Espiritual).
Século XIX

1874-1962: Maria Rodrigues Peixe, usando o pseudônimo


Alba Valdez, é uma das primeiras mulheres a enfrentar
os preconceitos escrevendo sob pseudônimo.

1891: Emília Freitas publica "Canções do Lar" e em 1899 "A


Rainha do Ignoto" (Romance psicológico).

1894: Serafina Rosa Pontes publica "d’Alma", um livro de


poesias.
Século XX

1904: Alba Valdez funda a Liga Feminista Cearense,


demonstrando seu ativismo em prol dos direitos das
mulheres.

1922: Alba Valdez torna-se a primeira mulher a ingressar


na Academia Cearense de Letras.
Século XX

Diversas mulheres cearenses contribuem para a


literatura, embora muitas vezes sejam marginalizadas e
esquecidas pela crítica e pela história literária.

Inúmeras escritoras, como Abigail Sampaio, Adelaide


Correia do Amaral, Alice Linhares Pereira, Branca Bilhar,
Francisca Clotilde Barbosa Lima, Henriqueta Galeno,
Júlia Galeno, Rachel de Queiroz, entre outras, deixam
sua marca na literatura cearense.
Década de 1980 em diante

Os estudos sobre a literatura de autoria feminina


começam a ganhar mais destaque, resgatando e
valorizando o trabalho das escritoras cearenses.

Esforços contínuos são feitos para reconhecer e valorizar


a contribuição das mulheres na literatura cearense,
tanto no passado quanto no presente.
Mulheres na literatura cearense
Livro de História da
Autor Qtd. Homens Qtd. Mulheres Proporção
Literatura Cearense

Joaquim da Costa
Ceará Intellectual 18 6 33,33%
Nogueira (1910)

Mário Linhares (1938) Poetas Esquecidos >20 3 15%

História Literária do
Mário Linhares (1948) ~200 12 6%
Ceará

Augusto Linhares Coletânea de Poetas


>80 8 10%
(1952) Cearenses

Sânzio de Azevedo
Literatura Cearense ~200 5 2,5%
(1976)
Quem são essas
poetisas?
Dados importantes

Os autores destacam entre si, aproximadamente 24 mulheres.

Dessas, não foi possível encontrar informações de 7 mulheres

Além disso, 3 mulheres não eram cearenses e não há informações que


comprovem sua moradia no Ceará

Tendo isso em vista, obtiveram-se informações sobre 14 mulheres


Naturalidade

Icó - 2
Uma de cada município: Beberibe, Tauá, Itapajé,
Crato, Jaguaruana, Paracuru, Aracati, Russas
Fortaleza - 4
Profissão

professora - 10
jornalista - 6
exclusivamente à escrita - 1
Exercício da poesia

10 eram poetisas
4 se dedicavam a contos/crônicas/romances
Grau de instrução

Todas eram reconhecidamente bem instruídas (fazendo


o Curso Normal e, algumas, Graduando-se na UFC ou
outras universidades fora do Ceará)
Influências familiares e
maritais

Todas tinham famílias abastadas, sejam de origens


políticas ou juristas, casando-se com homens também
influentes e, no caso de algumas, também escritores,
jornalistas, juristas e acadêmicos
Racialidade

Todas as autoras eram mulheres brancas, no entanto, há


noticiado que 5 entre elas eram abolicionistas e grande
parte fez parte de movimentos feministas da época
Considerações acerca do
perfil das mulheres

Educação e Status Social:


As mulheres literatas muitas vezes vinham
de famílias abastadas e tinham acesso à
educação formal, o que lhes proporcionava
as habilidades necessárias para escrever e
publicar.
Considerações acerca do
perfil das mulheres

Ativismo e Engajamento:
Algumas escritoras participavam ativamente
de movimentos sociais e políticos, como o
feminismo e o abolicionismo, demonstrando
um compromisso com questões sociais
relevantes.
Considerações acerca do
perfil das mulheres

Diversidade de Gêneros e Temas:


As mulheres cearenses contribuíram com
uma variedade de gêneros literários,
incluindo poesia, prosa e jornalismo,
abordando temas que refletiam suas
experiências e preocupações.
Invisibilização

A história literária muitas vezes


invisibilizou o trabalho das mulheres,
focando principalmente em autores
masculinos, o que distorce nossa
compreensão da literatura cearense e
perpetua narrativas dominantes.
Marginalização de
Grupos Subalternos

Além disso, a literatura cearense também


negligenciou escritoras de grupos sociais
menos abastados e marginalizados,
incluindo mulheres negras e de classes
sociais menos privilegiadas, resultando
em uma visão limitada e distorcida da
produção literária local.
Ausência de Cordelistas

Isso levanta questões sobre quem é


considerado digno de reconhecimento na
literatura cearense e ressalta a necessidade
de valorizar todas as formas de expressão
literária, independentemente de sua origem
ou classe social.
Masculinidade
hegemônica

configuração de gênero que incorpora


a resposta aceita para o problema da
legitimidade do patriarcado,
garantindo a posição dominante dos
homens e a subordinação das
mulheres (Rodriguez, 2020)
Autoras

Giselda Medeiros:

Membro da Academia Cearense de Letras, sua trajetória


literária e obras premiadas serão examinadas,
destacando suas contribuições para a cultura cearense.
Autoras

Jarid Arraes:

Reconhecida cordelista e autora de "Heroínas Negras


Brasileiras em 15 cordéis", será apresentada aos
participantes, ressaltando seu trabalho em prol da
valorização da mulher negra e sua influência na
literatura de cordel.
Autoras

Auritha Tabajara:

Primeira cordelista indígena do Brasil, sua obra


"Magistério Indígena em Verso e Poesia" será discutida,
destacando sua contribuição literária e cultural, além de
seu papel na promoção da diversidade e
representatividade na literatura.

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