Corumbá, 20 de março de 2023 Aluna:Yasmin Meireles Rocha De Souza
-Biografia:Clarice Lispector, apesar de ter nascido na Ucrânia, em 1920,
considerava-se brasileira. A autora mudou-se com a família para o Brasil quando tinha apenas dois anos. Segundo a própria Clarice, ela nunca havia, de fato, pisado na Ucrânia, pois ainda era um bebê de colo quando saiu do país. A migração da família, que fugia da pobreza causada pela Guerra Civil Russa e da perseguição religiosa (eles eram judeus), trouxe Lispector para Maceió e, pouco depois, para o Recife. Na capital pernambucana, a escritora viveu até os quatorze anos, quando passou a viver no Rio de Janeiro, lugar que permaneceu o maior período da vida. Clarice Lispector atrela-se ao movimento modernista ao lado de outros grandes escritores, como Cecília Meireles, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius de Moraes. Seu estilo é conhecido como intimista, pois tematiza o psicológico das personagens, que, em alguns casos, passam por processos de epifania – uma espécie de reconhecimento de alguma verdade sobre si ou sobre o mundo. -Estilo:Clarice Lispector atrela-se ao movimento modernista ao lado de outros grandes escritores, como Cecília Meireles, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius de Moraes. Seu estilo é conhecido como intimista, pois tematiza o psicológico das personagens, que, em alguns casos, passam por processos de epifania – uma espécie de reconhecimento de alguma verdade sobre si ou sobre o mundo. -Prosa Intimista: A prosa de Clarice Lispector inaugurou uma nova estética literária ao propor uma viagem ao consciente individual de suas personagens. “Se tivesse a tolice de se perguntar 'quem sou eu?' cairia estatelada e em cheio no chão. É que 'quem sou eu?' provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto”. (Clarice Lispector, fragmento extraído de “A hora da estrela”, 1977)
•Entre os anos de 1930 e 1945 as artes no Brasil, inclusive a Literatura,
estavam voltadas para a discussão dos problemas brasileiros, sob influência das temáticas ideológicas. O contexto histórico da época explicava esse panorama, pois no mundo perdurava a Segunda Guerra Mundial e o Brasil experimentava a Era Vargas. Sendo assim, as artes plásticas e a literatura não poderiam manter-se indiferentes e fazer outra coisa senão se engajar socialmente, conferindo não só um caráter estético às obras produzidas, mas também um quê de utilidade onde antes reinava apenas o espírito contemplativo. Findada a Segunda Guerra Mundial e, no Brasil, a Era Vargas, alguns aspectos ganharam novos contornos, vivia-se uma aparente euforia com o período democrático e, dessa maneira, influenciada por esse novo estado de coisas, a Literatura pôde caminhar em direção à experimentação, e os autores, que já vislumbravam outros temas além dos políticos e sociais, puderam entregar-se a uma pesquisa estética, especialmente à pesquisa em torno da própria linguagem literária. Nesse cenário, várias obras significativas foram publicadas e nelas o espaço urbano ganhou uma posição de destaque. O Brasil conheceu vários nomes que seriam expoentes literários, dentre eles, ganhou visibilidade a prosa intimista de Clarice Lispector. Principal nome de uma tendência intimista na literatura brasileira, Clarice propôs uma viagem ao consciente individual: a experiência interior passa para o primeiro plano da criação literária, deixando em segundo plano o meio externo, o homem e sua condição social. Para Clarice, o ponto de partida foram as experiências pessoais, o universo feminino - apesar de jamais ter aceitado o rótulo de escritora feminista - e seu ambiente familiar. Experimentou inovações como o fluxo de consciência, indefinindo as fronteiras entre a voz do narrador e das personagens, denotando uma estrutura sintática caótica, porém verossímil, ao representar com espontaneidade o pensamento, por vezes descontínuo e desarticulado, de suas personagens. -Obras: •Perto do Coração Selvagem (1943); •O Lustre (1946); •A Cidade Sitiada (1949); •Laços de Família (1960); •A Maçã no Escuro (1961); •A Legião Estrangeira (1964); •A Paixão segundo G.H. (1964); •O mistério do coelho pensante (1967); •A mulher que matou os peixes (1968); •Uma Aprendizagem ou O Livro dos •Prazeres (1969); •Água Viva (1973); •A vida íntima de Laura (1974); •O Ovo e a Galinha (1977); •A Hora da Estrela (1977); •Um Sopro de Vida (1978); •Quase de verdade (1978); •A Bela e a Fera (1979); •Como nasceram as estrelas (1987).