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21/03/2024, 13:46 IR - ISENÇÃO - Normas

Informativo 42 - Página 0 - Ano 2017

ORIENTAÇÃO
ISENÇÃO – Hipóteses

Confira as situações de isenção do PIS e da Cofins

Como regra, observadas as disposições especiais, estão sujeitas às contribuições para o PIS/Pasep e a
Cofins as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de
Renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas subsidiárias, as entidades
submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações efetuadas
durante o período e que perdurarem os procedimentos para a realização do seu ativo e o pagamento do
passivo, e as sociedades em conta de participação.
Nesta Orientação, examinamos as situações de isenção ou não incidência dessas contribuições sobre
determinadas receitas ou atividades.

1. ISENÇÃO OU NÃO INCIDÊNCIA DO PIS E DA COFINS


Não incidem ou são isentas do PIS/Pasep e da Cofins as receitas:
a) dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista;
b) da exportação de mercadorias para o exterior;
c) dos serviços prestados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, cujo
pagamento represente ingresso de divisas;
d) do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e
aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
e) do transporte internacional de cargas ou passageiros;
f) auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização,
conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no REB (Registro Especial Brasileiro),
instituído pela Lei 9.432/97;
g) de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior, na importação e exportação, pelas
embarcações registradas no REB;
h) de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do
Decreto-Lei 1.248/72, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o
exterior;
i) de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na
Secretaria de Comércio Exterior;
j) de vendas de materiais e equipamentos, bem assim da prestação de serviços decorrentes dessas
operações, efetuadas diretamente a Itaipu Binacional;
k) de venda de querosene de aviação, quando auferida por pessoa jurídica não enquadrada na condição de
importadora ou produtora;
l) vendas de querosene de aviação a distribuidora, efetuada por importador ou produtor, quando o produto
for destinado a consumo por aeronave em tráfego internacional;
m) da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos
sequenciais de formação específica, pelas instituições privadas de ensino superior, com fins lucrativos ou
sem fins lucrativos não beneficente, que aderirem ao Programa Universidade para Todos (Prouni), no
período de vigência do termo de adesão;
n) auferida nas operações de venda de biodiesel por pessoa jurídica não enquadrada na condição de
industrial ou importador;
o) auferidas até 31-12-2018 com serviços de telecomunicações prestados por meio das subfaixas de
radiofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a 468 MHz, assim como por meio de estações
terrenas satelitais de pequeno porte que contribuam com os objetivos de implantação do Plano Nacional de
Banda Larga (PNBL);
p) auferidas até 31-12-2018 com a venda a varejo dos componentes e equipamentos de rede, terminais e
transceptores definidos em regulamento que sejam dedicados aos serviços de telecomunicações prestados
por meio das subfaixas de radiofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a 468 MHz, assim como
por meio de estações terrenas satelitais de pequeno porte que contribuam com os objetivos de implantação
do PNBL;
q) da venda de energia elétrica pela Itaipu Binacional;
r) auferidas pelo Comitê Olímpico Internacional – CIO e pelas empresas vinculadas ao CIO, domiciliadas no
Brasil, decorrentes das atividades próprias e diretamente vinculadas à organização ou realização dos
eventos relacionados à realização das Olimpíadas de 2016, de acordo com a Lei 12.780/2013.

1.1. VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO


A venda com fim específico de exportação é a venda de produtos ou mercadorias destinados à exportação
para o exterior, exclusivamente, não comportando assim qualquer outra destinação.
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Neste caso, consideram-se adquiridos com o fim específico de exportação os produtos remetidos
diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por
conta e ordem da empresa comercial exportadora.

1.2. RESTRIÇÃO ÀS ISENÇÕES


As isenções de que tratam as letras “a” a “i” do item 1 não alcançam as receitas de vendas efetuadas a
empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio, bem como a estabelecimento
industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do artigo 3º da Lei
8.402/92.

2. RECEITAS PRÓPRIAS DE ENTIDADES


Para fins de isenção das contribuições, deve ser observado:

2.1. ISENÇÃO DA COFINS


São isentas da Cofins as receitas relativas às atividades próprias das seguintes entidades:
a) templos de qualquer culto;
b) partidos políticos;
c) instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do artigo 12 da
Lei 9.532/97;
d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações que preencham as
condições e requisitos do artigo 15 da Lei 9.532/97;
e) sindicatos, federações e confederações;
f) serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
g) conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h) fundações de direito privado;
i) fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
j) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
k) Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas
no artigo 105 e seu § 1º da Lei 5.764/71;
l) a Academia Brasileira de Letras, a Associação Brasileira de Imprensa e o Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro.
Quanto às condições e requisitos de que tratam as letras “c” e “d” anteriores, ver trabalho específico
divulgado no volume 2 do Curso Prático do IRPJ 2017.

2.1.1. Receitas das Atividades Próprias


Entende-se como atividades próprias aquelas que não ultrapassam os objetivos sociais das respectivas
entidades. Estas normalmente alcançam as receitas auferidas que são típicas das entidades sem fins
lucrativos, tais como doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembleia ou estatuto, recebidas
de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e ao
desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

2.1.2. Receitas não Alcançadas pela Isenção


As entidades mencionadas no item 2 que auferirem receitas que ultrapassem os objetivos sociais ficam
sujeitas à incidência da Cofins. Sendo assim, incidirá a Cofins sobre as receitas que são próprias de
atividades de natureza econômico-financeira ou empresarial, como, por exemplo, as receitas:
a) decorrentes da prestação de serviços e/ou venda de mercadorias, mesmo que exclusivamente para seus
associados;
b) auferidas com exploração de estacionamento de veículos;
c) de aluguel de imóveis;
d) de sorteio e exploração do jogo de bingo;
e) de comissões sobre prêmios de seguros;
f) aluguel ou taxa cobrada pela utilização de salões, auditórios, quadras, piscinas, campos esportivos,
dependências e instalações;
g) venda de ingressos para eventos promovidos pelas entidades;
h) financeiras.

2.1.3. Entidade Beneficente de Assistência Social


De acordo com o § 7º do artigo 195 da Constituição Federal, são isentas de contribuição para a seguridade
social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Assim, para efeito de fruição da isenção da Cofins, as entidades de educação e de assistência social e as
instituições de caráter filantrópico, mencionadas nas letras “c” e “d” do item 2, devidamente certificadas na
forma da Lei 12.101/2009, devem atender, cumulativamente, aos requisitos a seguir:
a) não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens
ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou
atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;
b) aplique suas rendas, seus recursos e eventual superavit integralmente no território nacional, na
manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
c) apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço);
d) mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em
gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de
Contabilidade;
e) não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob
qualquer forma ou pretexto;

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f) conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 anos, contado da data da emissão, os documentos que
comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que
impliquem modificação da situação patrimonial;
g) cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
h) mantenha em boa ordem, e à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil, as demonstrações
contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos
Conselhos Regionais de Contabilidade, quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite máximo
estabelecido pelo inciso II do artigo 3º da Lei Complementar nº 123/2006, cujo valor é de R$ 3.600.000,00
até 31-12-2017, e de R$ 4.800.000,00 a partir de 1-1-2018, de acordo com a redação dada pelas Leis
Complementares 139/2011 e 155/2016.
A isenção não se estende a entidade com personalidade jurídica própria constituída e mantida pela entidade
à qual a isenção foi concedida.

Possibilidade de Remuneração de Dirigentes


A exigência mencionada na letra “a” do subitem 2.1.3 não impede a remuneração:
a) aos diretores não estatutários que tenham vínculo empregatício;
b) aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo federal, observadas as seguintes
condições:
– nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até 3º grau, inclusive afim, de instituidores,
sócios, diretores, conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição certificada; e
– o total pago a título de remuneração para dirigentes, pelo exercício das atribuições estatutárias, deve ser
inferior a 5 vezes o valor correspondente ao limite individual estabelecido nesta letra.
O disposto nas letras “a” e “b” anteriores não impede a remuneração da pessoa do dirigente estatutário ou
diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário e empregatício, exceto se houver incompatibilidade
de jornadas de trabalho.

Receitas Abrangidas
O artigo 29 da Lei 12.101/2009 concede isenção de Cofins às entidades e não às receitas.
Assim, as entidades certificadas e que atendam aos requisitos daquela Lei farão jus à isenção da
contribuição sobre a totalidade das receitas, inclusive receitas não derivadas da atividade própria.

Certificação
A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a
seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços
nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto na Lei 12.101/2009 e no
Decreto 8.242/2014.

2.2. ISENÇÃO DO PIS


Conforme já mencionado, são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Assim, as entidades de educação e de
assistência social e as instituições de caráter filantrópico, mencionadas nas letras “c” e “d” do item 2, para
fins de isenção do PIS, devem atender, cumulativamente, aos requisitos constantes no subitem 2.1.3.

2.2.1. PIS COM BASE NA FOLHA DE SALÁRIOS


As entidades relacionadas nas letras “a” a “l” do item 2 estão sujeitas ao pagamento do PIS/Pasep incidente
sobre a folha de salários. Sobre o assunto, ver Orientação divulgada no Fascículo 41/2011 do Colecionador
de LTPS.

Entidades Beneficentes de Assistência Social


As entidades relacionadas nas letras “c” e “d” do item 2 que desatenderem aos requisitos exigidos ficam
obrigadas ao pagamento do PIS incidente sobre a receita, deixando de apurar a contribuição sobre a folha
de pagamento.

3. EXCLUSÕES
No regime não cumulativo, podem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da Cofins os seguintes valores:
a) decorrentes do crédito presumido do IPI, concedido através do programa Inovar-Auto, nos termos dos
artigos 40 a 44 da Lei 12.715/2012;
b) de subvenções governamentais recebidas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, das
ICT (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) e de suas agências de fomento mediante a
concessão de recursos financeiros, humanos, materiais ou de infraestruturas destinadas a apoiar atividades
de pesquisa, desenvolvimento e inovação de produtos, serviços e processos, para atender às prioridades
das políticas industrial e tecnológica nacional, desde que atendidos os requisitos estabelecidos na legislação
específica e realizadas as contrapartidas assumidas pela empresa beneficiária, conforme o artigo 30 da Lei
12.350/2010 e o artigo 19 da Lei 10.973/2004;
c) recebidos da União, por intermédio de suas agências de fomento de ciências e tecnologia, para
subvencionar o valor da remuneração de pesquisadores, titulados como mestres e doutores, empregados
em atividades de inovação tecnológica em empresas localizadas no território brasileiro, desde que atendidos
os requisitos estabelecidos na legislação específica e realizadas as contrapartidas assumidas pela empresa
beneficiária, segundo prevê os artigos 30 da Lei 12.350/2010 e 21 da Lei 11.196/2005.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Lei 9.715, de 25-11-98; Lei 9.718, de 27-11-98 – artigos 2º e 3º; Lei 10.560, de
13-11-2002 – artigo 2º; Lei 10.637, de 30-12-2002 – artigos 1º e 5º; Lei 10.833, de 29-12-2003 – artigos 1º e
6º; Lei 10.925, de 23-7-2004 – artigo 14; Lei 10.865, de 30-4-2004 – artigos 21 e 37; Lei 11.196, de 13-1-

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2005 – artigo 8º; Lei 11.116, de 18-5-2005 – artigo 3º; Lei 12.101, de 27-11-2009 – artigos 1º e 29; Lei
12.350, de 20-12-2010; Lei 12.715, de 17-9-2012 – artigos 35, 37 e 41; Lei 12.780, de 9-1-2013 – artigos 9º,
10 e 23; Lei 12.868, de 15-10-2013 – artigo 6º; Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 – artigos 13, 14 e
17; Decreto 4.524, de 17-12-2002 – artigos 43 a 46; Decreto 8.242, de 23-5-2014 – artigos 1º a 3º e 46;
Instrução Normativa 247 SRF, de 21-1-2002; Instrução Normativa 404 SRF, de 12-3-2004; Instrução
Normativa 594 SRF, de 26-12-2005; Ato Declaratório 74 SRF, de 10-8-99; Parecer Normativo 5 CST, de 22-
4-92; Perguntas e Respostas IRPJ 2017 – RFB.

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