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Exercício 12.8.

Uma barra de seção transversal variável, com espessura e, suporta uma força P, como se vê
na figura. A largura da barra varia linearmente de b1, no suporte, até b2, na extremidade livre.
Estabelecer a fórmula para o cálculo do alongamento  da barra, devido à ação da força P.

Figura 12-6. Exercício 12.8.

Solução:

São criados elementos paramétricos na geometria da barra, conforme indicado na figura


abaixo, letra (a). Uma vista isométrica, letra (b), permite visualizar a seção com espessura
constante e na altura do elemento:

(a) Parâmetros da solução (b) Vista isométrica da barra

Por relação de triângulos:

b( y ) b1 b
  2 (I)
y h hL

Como um dos parâmetros da equação para o cálculo da deformação absoluta varia ao longo
do comprimento, nesse caso a área, a formulação é realizada para um elemento infinitesimal
dy na altura da barra, de forma que:

Pdy
d  , com A( y )  b( y )  e . (II)
EA( y)
Substituindo a equação (I), que representa a largura variável da barra no comprimento, na
equação (II), obtém-se a função da área em termos dos parâmetros definidos para a solução:

b1 y by
b( y )  → A( y )  1 e , (III)
h h

que sendo introduzida na equação (II) e integrando no domínio do problema de (h-L) a h,


tem-se:
h
Pdy Pdy
d  →  ,
 b1 y   b y 
E e h L E

1
e
 h   h 

que com os parâmetros constantes colocados fora da integral, obtém-se:


h
P dy P  h  h P  h 
 
Eb1e h  L y
→  ln  
Eb1e  h  L 
→ ln  .
b1 Ee  h  L 
(IV)

h h

É necessário, agora, colocar a expressão (IV) em termos dos parâmetros fornecidos no


problema, retirando os elementos criados como suporte da solução. Portanto, de (I) se obtém
a relação que está entre parêntesis na equação (IV):

b1 b h b
 2 →  1. (V)
h hL h  L b2

Desenvolvendo as relações da equação (V), tem-se que:

b1 L h L
b1h  b2 h  b1L → h(b1  b2 )  b1L → h  →  (VI)
b1  b2 b1 b1  b2

Substituindo-se (VI) em (IV), já com a relação obtida em (V), chega-se à equação final:

PL b 
 ln  1  .
Ee(b1  b2 )  b2 

Exercício 12.9.
Determinar as reações nas rótulas A, B e C, para a estrutura representada.
Figura 12-7. Exercício 12.9.
Dados:

AAA’= 10 cm²; ABB’= 15 cm²; ACC’= 20 cm².


EAA’ = EBB’ = ECC’ = 10 kgf/cm².

1) Diagrama de Corpo Livre:

É importante observar que em um sistema bi-rotulado só há forças axiais agindo nas barras.
A orientação adotada para os esforços internos, abaixo indicada, admite que essas sejam
forças de tração, ou seja, sua representação vetorial está saindo do nó (ou dá rótula).

DCL

2) Condições de equilíbrio:

 F  0 → Não se aplica.
x

 F  0 → R  R  R  50tf ,
y AA ' BB ' CC '

 M  0 → R  6  R  8  10  3  40  7  0
A BB ' CC ' → 6RBB '  8RCC '  310 .

Logo, pela Estática:

RAA'  RBB '  RCC '  50 ,


6RBB '  8RCC '  310 .

Portanto, pode ser observado que se trata de um sistema estaticamente indeterminado, pois
há 3 incógnitas, que são as reações nas rótulas, e apenas duas equações. Nesse caso, a
Resistência dos Materiais deverá fornecer a equação complementar. Isso será feito
analisando-se a deformação elástica de elemento que constitui o sistema, por meio das
relações de compatibilidade dos deslocamentos.

3) Compatibilidade:

Para elaborar a relação de compatibilidade, é preciso confeccionar um diagrama que


represente a configuração deformada do sistema. No presente caso, os elementos estão sob
esforço axial de tração, conforme estabelecido no DCL. Portanto, as deformações
apresentadas por cada elemento devem ser compatíveis com essa condição, ou seja, cada
elemento só poderá apresentar alongamento de seu eixo. Assim, o elemento AA’ apresentará
um alongamento lAA’, o elemento BB’ apresentará um alongamento lBB’ e o elemento CC’
apresentará um alongamento lCC’. No diagrama da direita da figura a seguir, é formada uma
relação de triângulos, por meio da subtração, nos demais alongamentos, da parcela lAA’.
Assim, é possível estabelecer a relação entre as deformações dos diversos elementos
considerando-se as proporções obtidas nos triângulos do diagrama, de forma que:

lBB '  l AA ' lCC '  l AA '


 ,
6 8

lBB '  l AA ' 3


 → 4  lBB '  l AA '   3  lCC '  l AA '  → l AA '  4lBB '  3lCC ' .
lCC '  l AA ' 4

RAA 'l AA '  R l   R l 


 4  BB ' BB '   3  CC ' CC '  .
E AA ' AAA '  EBB ' ABB '   ECC ' ACC ' 

Como l AA '  lBB '  lCC ' e E AA '  EBB '  ECC ' , a equação se reduz a:

RAA ' R  R 
 4  BB '   3  CC '  .
AAA '  ABB '   ACC ' 

Substituindo os valores das respectivas áreas:

RAA ' R R
 4  BB '  3  CC '  0 , multiplicando por 60 e simplificando a equação:
10 15 20

 RAA ' R R 
  4  BB '  3  CC '  0   60 , chaga-se à equação: 6 RAA '  16 RBB '  9 RCC '  0 .
 10 15 20 

Com isso, o sistema fica formado pelas seguintes equações:

RAA'  RBB '  RCC '  50 , (I)


6RBB '  8RCC '  310 , (II)
6RAA'  16 RBB '  9RCC '  0 . (III)

A solução do sistema pode ser obtida multiplicando a equação (I) por –6 e somando com a
equação (III). Assim, tem-se que:

6 RAA '  6RBB '  6 RCC '  300 (I) +


6RAA'  16 RBB '  9RCC '  0 (III) → 22 RBB '  3RCC '  300 (IV).
155  4 RCC '
Por (II), tem-se que: RBB '  , que sendo substituída em (IV), essa equação fica:
3

 155  4 RCC ' 


22    3RCC '  300 → 22 155  4 RCC '   9 RCC '  900 ⸫
 3 

22 155  88RCC '  9 RCC '  900 → 97 RCC '  900  22 155 → RCC '  25,88tf ⸫

155  4  25,88
RBB '  → RBB '  17,16tf ,
3

RAA '  50  17,16  25,88 → RAA '  6,96tf .

É importante ter em mente que a obtenção das forças internas nos elementos estruturais é
uma informação parcialmente desejada no processo de análise. Uma informação mais
completa e que permite a realização de algum julgamento sobre a condição de segurança do
sistema estrutural é que diz respeito às tensões a que os elementos estão submetidos. Para
obtê-la, é preciso dividir a força interna pela área da seção transversal correspondente a cada
elemento estrutural. Assim:

RAA ' 6960kgf kgf


 AA '   2
→  AA '  696 2 ,
AAA ' 10cm cm

RBB ' 17160kgf kgf


 BB '   2
→  BB '  1144 2 ,
ABB ' 15cm cm

RBB ' 25880kgf kgf


 CC '   2
→  CC '  1294 2 .
ACC ' 20cm cm

(Obs.: g  10m / s 2 )

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