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Editora
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Título original
The Beatitudes
Por Thomas Watson
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IMPORTANTE!
A obra supracitada, The Beatitudes, será publicada em português como uma série de eBooks. O presente eBook contém o quinto
livro da série Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça (e não íntegra da obra supracitada). Os outros eBooks da
série serão publicados nos próximos dias, se nosso Deus quiser. Para mais informações, veja o título Sobre a Série, no sumário.
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Copyright © 2024 Editora O Estandarte de Cristo | Francisco Morato, SP, Brasil
1ª Edição em português: 2024.
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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora
O Estandarte de Cristo.
Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte.
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Salvo indicação em contrário e leves modificações, as citações usadas nesta tradução são da versão Nova Almeida Atualizada© |
NAA — Copyright © 2017 Sociedade Bíblica do Brasil.
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Tradução edição: William Teixeira
Revisão: Camila Rebeca Teixeira
Capista: William Teixeira
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Watson, Thomas.
W342b As bem-aventuranças [livro eletrônico] : Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça / Thomas Watson; tradução William Teixeira. –
Francisco Morato, SP: O Estandarte de Cristo, 2024. – (As Bem-Aventuranças; v. 5).
Formato: Mobi
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
Título original: The Beatitudes
ISBN 978-65-00-96670-1
1. Bem-aventuranças. 2. Jesus Cristo – Ensinamentos. 3. Bíblia. I. Teixeira, William. II. Título. III. Série.
CDD 226.93
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Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
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Conheça os outros livros da Série As Bem-Aventuranças
Sumário
Sobre a Série As Bem-Aventuranças
1. Um dever implícito.
1.1. Veja aqui quão baixo é o preço pelo qual Deus concede as coisas celestiais: basta apenas ter fome e sede.
1.2. Isso nos mostra o verdadeiro caráter de um uma pessoa piedosa.
2. Uma repreensão aos que não têm fome espiritual.
2.1. As pessoas não têm fome de justiça porque nunca sentiram seu vazio.
2.2. As pessoas não têm fome de justiça porque pensam que podem se sair bem o suficiente sem ela.
2.3. As pessoas que desejam mais o sono do que a comida não têm fome espiritual.
2.4. As pessoas que recusam a comida não têm fome espiritual.
2.5. Quando as pessoas se deleitam mais com a beleza do prato do que com a comida, isso é um sinal de que elas não
têm fome espiritual.
2.6. As pessoas que preferem outras coisas em vez da justiça, a saber, seus lucros e recreações, demonstram ter pouca
fome de justiça.
2.7. As pessoas que estão mais interessadas em disputas religiosas do que na prática da piedade dão um sinal de que
elas não têm fome espiritual.
3. Uma repreensão aos que têm fome e sede de injustiça.
3.1. Isso repreende aquelas pessoas que têm sede das terras e possessões alheias. A Escritura chama isso de “pecados
graves” (Amós 5:12).
3.2. Isso repreende aquelas pessoas que têm fome e sede de vingança.
3.3. Isso repreende aquelas pessoas que têm fome e sede de satisfazer suas luxúrias impuras.
4. Como saber se temos essa fome espiritual.
4.1. A fome é uma coisa dolorosa.
4.2. A fome não se satisfaz com nada além de comida.
4. Uma pessoa com fome vai até sua comida com um grande apetite.
4.5. Uma pessoa com fome experimenta o sabor de sua comida.
5. A fome espiritual verdadeira e a fome hipócrita.
5.1. O hipócrita não deseja a graça por ela mesma.
5.2. Os desejos do hipócrita são condicionais.
5.3. Os desejos do hipócrita são apenas desejos.
5.4. Os desejos do hipócrita são baratos.
5.5. Os desejos do hipócrita são efêmeros e passageiros.
5.6. Os desejos do hipócrita são insensatos.
6. Persuasão a termos fome e sede de justiça.
6.1. A menos que tenhamos fome de justiça, não podemos obtê-la.
6.2. Se não tivermos sede aqui, teremos sede quando for tarde demais.
7. Alguns auxílios para a fome espiritual.
7.1. Evite aquelas coisas que impedirão o seu apetite.
7.2. Faça tudo o que possa aumentar o apetite espiritual.
8. A fome espiritual será saciada.
8.1. Deus pode saciar a alma faminta.
8.2. Por que Deus sacia a alma faminta.
8.3. Como Deus sacia a alma faminta.
O presente eBook contém o livro 5, Bem-Aventurados os que Têm Fome e Sede de Justiça.
Rogamos ao nosso “Deus que possui toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança”
(CFB16892.2) que use esta exposição da sua Palavra para conduzir muitos dos seus eleitos a
Jesus Cristo, por meio do seu Espírito Santo.
Ao único Deus verdadeiro,
Pai, Filho e Espírito,
Seja a glória para sempre,
Amém e amém!
Bem-Aventurados os que Têm
Fome e Sede de Justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.” (Mateus 5:6)
1. Um dever implícito.
O texto diz: “Bem-aventurados os que têm fome”. A fome espiritual é uma fome
abençoada.
O que significa fome? A fome é usada para representar desejo (Isaías 26:9). A fome
espiritual é o apetite racional pelo qual a alma anseia por aquilo que ela percebe como mais
adequado e proporcional a si mesma.
De onde vem essa fome? A fome surge do sentimento de necessidade. Aquele que tem
fome espiritual tem uma sensação real de sua própria necessidade. Ele carece de justiça.
O que significa justiça? Há uma justiça dupla: uma justiça de imputação ou justiça de
implantação.
Uma justiça de imputação, ou seja, a justiça de Cristo. Como diz o profeta: “Esse é o nome
pelo qual será chamado: ‘Senhor, Justiça Nossa’” (Jeremias 23:6). Essa justiça é tão
verdadeiramente nossa para nos justificar quanto ela é de Cristo para nos conceder. Por meio
dessa justiça, Deus olha para nós como se nunca tivéssemos pecado (Números 23:21). Esta é
uma justiça perfeita: “Também, nele, vocês receberam a plenitude” (Colossenses 2:10).
Tal justiça não apenas cobre, mas adorna. Aquele que possui essa justiça é igual aos santos
mais ilustres. O crente mais fraco é justificado tanto quanto o mais forte. Essa é uma vitória
cristã. Mesmo quando ele está manchado em si mesmo, ele é imaculado em seu Cabeça. Nesta
justiça bendita, nós brilhamos mais do que os anjos. Vale a pena ansiar por essa justiça.
Uma justiça de implantação, ou seja, uma justiça inerente, a saber, as graças do Espírito, a
santidade de coração e vida, que Caetano[1] chama de “justiça universal”. Isso é o que uma alma
piedosa deseja. Essa é uma fome abençoada. A fome corporal não pode tornar um homem tão
miserável quanto a fome espiritual o torna abençoado. Tal fome é uma evidência de vida. Um
morto não pode ter fome. A fome vem da vida. A primeira coisa que a criança faz ao nascer é ter
fome do leite materno. A fome espiritual segue o novo nascimento (1 Pedro 2:2). Bernardo se
consola com o fato de que certamente ele tinha a verdade da graça nele, porque tinha em seu
coração um forte desejo por Deus. É algo feliz quando, embora não tenhamos o que deveríamos
ter, desejamos o que ainda não temos. O apetite é tão dado por Deus quando a própria comida.
1.1. Veja aqui quão baixo é o preço pelo qual Deus concede as coisas celestiais:
basta apenas ter fome e sede.
Deus declarou através do profeta: “Ah! Todos vocês que têm sede, venham às águas; e
vocês que não têm dinheiro, venham, comprem” (Isaías 55:1). Não somos instruídos a trazer
méritos, como os papistas fariam, nem a trazer uma quantia em dinheiro para comprar a justiça.
Tudo o que é necessário é trazer um apetite. Cristo “cumpriu toda justiça” (Mateus 3:15). Só
precisamos “ter fome e sede de justiça”. Isso é justo e razoável. Deus não exige rios de azeite,
mas suspiros e lágrimas.
O convite do Evangelho é gratuito. Se um amigo convida pessoas para sua mesa, ele não
espera que tragam dinheiro para pagar pelo jantar, mas apenas que venham com apetite. Assim,
Deus diz: “Não exijo penitência, peregrinação ou justiça própria. Apenas traga o apetite. Tenha
fome e sede de justiça”.
Deus poderia ter estabelecido um preço mais alto para que alguém recebesse a Cristo e a
salvação, mas ele reduziu muito o preço. Ora, assim como isso mostra a doçura da natureza de
Deus, que ele não é um mestre severo; assim também isso mostra a indescupabilidade daquelas
pessoas que perecem sob o Evangelho. Que desculpa qualquer pessoa pode apresentar no dia do
julgamento, quando Deus fizer esta pergunta: “Amigo, por que você não recebeu a Cristo? Eu
coloquei Cristo e a graça a um preço baixo. Se você apenas tivesse tido fome de justiça, você
teria obtido Cristo, mas você o desprezou. Você tinha pensamentos tão baixos sobre a justiça que
não quis ter fome dela”. Como você espera escapar, se continua a negligenciar “uma tão grande
salvação”? Quanto mais fáceis são os termos do Evangelho, mais severa será considerada a
punição daqueles que indignamente recusam tal oferta!
2.1. As pessoas não têm fome de justiça porque nunca sentiram seu vazio.
Elas estão cheias de sua própria justiça (Romanos 10:3). “Quem está farto pisa o favo de
mel” (Provérbios 27:7). Essa foi a doença de Laodiceia. Ela estava cheia e não tinha desejo nem
pelo ouro e nem pelo colírio de Cristo (Apocalipse 3:17). Quando os homens estão cheios de
orgulho, esse distúrbio os incha e os impede de terem anelos santos. Assim como quando o
estômago está cheio de gases, o apetite se vai. Ninguém está tão destituído da graça quanto
aquele que pensa estar cheio. A pessoa que tem mais necessidade de justiça é aquela que menos
sente a necessidade dela.
2.2. As pessoas não têm fome de justiça porque pensam que podem se sair bem
o suficiente sem ela.
Se eles têm azeite na botija e bem-estar no mundo, então ficam muito contentes. A graça é
aquilo que menos lhes faz falta. Você ouvirá as pessoas se queixarem de falta de saúde, falta de
emprego, mas nunca se queixam de falta de justiça. Se as pessoas perdem uma ou duas refeições,
então acham que estão quase perdidas, mas podem ficar longe das ordenanças que são os canais
da graça. Será que as pessoas que têm fome de justiça ficariam satisfeitas sem ela? Não, pois elas
desejam se alimentar no banquete do Evangelho (Lucas 14:18). Certamente a pessoa que pede
para não comer é porque não tem apetite.
2.3. As pessoas que desejam mais o sono do que a comida não têm fome
espiritual.
Eles estão mais sonolentos do que famintos. Alguns vêm à Palavra para tirar uma soneca, a
respeito das quais posso dizer como Cristo disse a Pedro: “Não conseguiu vigiar nem uma hora?”
(Marcos 14:37). É estranho ver um homem dormindo à mesa de jantar. Outros há que são
tomados de um “sono profundo”. Eles estão adormecidos em segurança e odeiam um ministro
que desperta a alma. Enquanto dormem, sua “condenação decretada há muito tempo não tarda”
(2 Pedro 2:3).
2.5. Quando as pessoas se deleitam mais com a beleza do prato do que com a
comida, isso é um sinal de que elas não têm fome espiritual.
Essas são as pessoas que buscam mais a elegância e a sofisticação na pregação do que um
conteúdo sólido. Alimentar-se de doces e negligenciar alimentos saudáveis são uma indicação ou
de um paladar mimado ou de um estômago enfastiado. Contra isso o apóstolo nos adverte: “Se
alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e
com o ensino segundo a piedade, esse é orgulhoso e não entende nada, mas tem um desejo
doentio por discussões e brigas a respeito de palavras” (1 Timóteo 6:3-4).
Até mesmo a verdade mais simples tem a sua beleza. As pessoas que desejam se alimentar
de fantasias não possuem fome espiritual. Sobre esses, o profeta diz: “Para eles você não passa
de alguém que canta canções de amor, tem uma bela voz e é um bom músico” (Ezequiel 33:32).
Se uma pessoa fosse convidada para um banquete em que havia música e ela se dedicasse tanto à
música que não prestasse atenção à comida, você diria: “Certamente ela não está com fome”. Da
mesma forma, quando as pessoas estão mais interessadas em palavras bonitas e discursos
floreados do que na espiritualidade do conteúdo, isso é um sinal de que têm estômagos
enfastiados e “ouvidos com comichão”.
2.6. As pessoas que preferem outras coisas em vez da justiça, a saber, seus
lucros e recreações, demonstram ter pouca fome de justiça.
Se um menino está brincando na rua quando deveria estar almoçando, isso é sinal de que
ele não tem apetite pela comida. Se ele estivesse com fome, não preferiria brincar em vez de
comer. Então, quando as pessoas preferem “coisas vãs, que nada aproveitam” (1 Samuel 12:21),
em vez do sangue de Cristo e da graça do Espírito, isso é sinal de que elas não têm paladar ou
estômago para coisas celestiais.
3.1. Isso repreende aquelas pessoas que têm sede das terras e possessões alheias.
A Escritura chama isso de “pecados graves” (Amós 5:12).
Foi assim que Acabe desejou a vinha de Nabote. Nosso tempo é marcado por esse tipo de
fome. Existem pessoas que espoliaram outras para se enriquecerem. Quão magnífico foi aquele
desafio feito por Samuel: “Eis-me aqui. Testemunhem contra mim diante do Senhor e diante do
seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem enganei? A quem oprimi?
E das mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? Falem, e eu o
restituirei” (1 Samuel 12:3). Poucas pessoas que ocupam posições de poder podem dizer: “De
quem tomamos o boi? De quem saqueamos a casa? De quem confiscamos a propriedade?”. Não,
na verdade o que poderia ser perguntado é: “De quem eles não tomaram o boi?”. Como alguém
já disse: “Bens injustamente adquiridos raramente chegam ao terceiro herdeiro”. Leia a maldição
do destruidor traiçoeiro: “Ai de você, destruidor, que ainda não foi destruído! Ai de você, traidor,
que não foi traído! Quando você parar de destruir, será destruído; quando parar de trair, será
traído” (Isaías 33:1. NVI). Acabe pagou caro pela vinha quando o Diabo levou embora sua alma
e os “os cães lamberam o sangue” (1 Reis 21:19). Quem vive de rapina morre como tolo.
“Aquele que ajunta riquezas desonestamente; no meio da vida ficará sem elas e no seu fim
passará por tolo” (Jeremias 17:11).
3.2. Isso repreende aquelas pessoas que têm fome e sede de vingança.
Esta é uma sede diabólica. Embora seja mais cristão e seguro relevar uma injúria, nossa
natureza é propensa à doença da vingança. Temos o ferrão da abelha, mas não o mel. A malícia,
ao quebrar as correntes da razão, fica selvagem e evita aquilo que poderia curá-la. Pagãos que
controlaram a paixão da vingança servem de testemunhos contra cristãos que se entregam a ela.
Li sobre Fócion,[2] o qual que, ao ser injustamente condenado à morte, desejou que seu filho não
se lembrasse das injúrias que os atenienses lhe haviam feito, nem vingasse seu sangue.
3.3. Isso repreende aquelas pessoas que têm fome e sede de satisfazer suas
luxúrias impuras.
É desse modo que os pecadores pecam “com avidez” (Efésios 4:19). Assim Amnom ficou
doente até desonrar a castidade de Tamar (2 Samuel 13). Nunca uma pessoa com fome vem com
mais ânimo para a sua comida do que uma pessoa má vai ao ser pecado! Quando Satanás vê que
as pessoas têm tal apetite, ele providenciará o prato que elas amam. Ele colocará a “árvore
proibida” diante delas. Aquelas pessoas que têm sede de cometer pecado, terão sede como o rico
fez no Inferno, mas não terão uma gota de água para refrescar a língua!
Enquanto a alma estiver sem Cristo, ela está inquieta. Nada além das fontes de água do
sangue de Cristo podem saciar a sua sede.
4.3. A fome supera dificuldades e busca alimento.
Dizemos que a fome rompe muros de pedra (Gênesis 42:1-2). A alma que tem fome
espiritual está resolvida, ela deve obter a Cristo e a graça. Para usar uma expressão de Basílio, a
alma faminta fica quase louca até conseguir o que deseja.
4. Uma pessoa com fome vai até sua comida com um grande apetite.
Você não precisa fazer um discurso para uma pessoa faminta para persuadi-la a comer. Da
mesma forma, aquela pessoa que tem fome de justiça se alimenta avidamente de uma ordenança.
“Achadas as tuas palavras, logo as comi” (Jeremias 15:16). No sacramento, ela se alimenta com
apetite do corpo e do sangue do Senhor. Deus se agrada quando vê que estamos nos alimentando
avidamente com o pão da vida.
6.2. Se não tivermos sede aqui, teremos sede quando for tarde demais.
Se não tivermos sede como Davi tinha, “a minha alma tem sede de Deus” (Salmos 42:2),
então teremos sede como o rico teve por uma gota de água (Lucas 16:24). Aquelas pessoas que
não têm sede de justiça estarão perpetuamente com fome e sede. Elas terão sede de misericórdia,
mas nenhuma misericórdia será recebida. O calor aumenta a sede. Quando as pessoas estiverem
queimando no Inferno e estiverem sendo abrasadas pelas chamas da ira de Deus, esse calor
aumentará a sede delas pela misericórdia dele, mas não haverá o que sacia tal sede. Oh, não é
melhor ter sede de justiça enquanto ela está disponível, do que ter sede de misericórdia quando
ela já não puder ser obtida? Pecadores, o tempo está chegando quando a ponte levadiça da
misericórdia será completamente erguida!
7. Alguns auxílios para a fome espiritual.
A seguir, descreverei brevemente alguns auxílios para a fome espiritual.
D. Deus saciará os famintos porque eles são seus filhos. Não podemos negar algo a nossos
filhos quando eles têm fome.
Preferimos que nós mesmos fiquemos sem o que desejamos do que eles (Lucas 11:13).
Quando aquele que é nascido de Deus vier e disser: “Pai, tenho fome, dá-me Cristo! Pai, tenho
sede, refresca-me com as correntes vivas do teu Espírito!”. Será que Deus pode negar tais
desejos? Deus ouve o corvo quando ele clama, será que ele não ouvirá os justos quando eles
clamam? Quando a terra abre a boca e tem sede, Deus a satisfaz (Salmos 65:9-10). O Senhor
satisfaz a terra sedenta com chuvas e não satisfaria a alma sedenta com graça?
E. Deus satisfará o faminto porque a alma faminta é mais grata pela misericórdia.
Quando o desejo inquietante é dirigido a Deus, e Deus o satisfaz, como o cristão é grato! O
Senhor ama conceder sua misericórdia para aqueles que mais o louvarão. Alegramo-nos em
presentear aquelas pessoas que são mais agradecidas. Os músicos amam tocar onde são melhor
reconhecidos. Deus ama conceder as suas misericórdias para aqueles que as reconhecem através
do louvor. A alma faminta coloca a coroa de louvor sobre a cabeça da livre graça! Como diz o
salmista: “Aquele que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará” (Salmos
50:23).
Vale a pena não somente desejar as misericórdias espirituais, mas também esperá-las.
Se Deus não o saciar seu povo até a satisfação aqui na Terra, contudo, eles satisfeitos
cheios no Céu. Os vasos dos seus desejos serão preenchidos como aqueles potes de água:
“totalmente” (João 2:7).
Quem Foi
Thomas Watson
Thomas Watson foi um proeminente puritano inglês do século XVII, conhecido por suas
habilidades como pregador e escritor. Embora sua vida pessoal seja relativamente pouco
documentada, suas obras e sermões deixaram um impacto duradouro no movimento puritano e
na teologia cristã reformada.
Juventude e Educação
Não há muitos registros sobre a juventude e a educação de Thomas Watson.
Provavelmente ele nasceu em 1620. Sabe-se que ele foi educado em Emanuel College, em
Cambridge, onde obteve o título de Bacharel em Artes (A.B.) e posteriormente de Mestre em
Artes (A.M.). Como muitos puritanos da época, é provável que Watson tenha sido influenciado
por professores e teólogos reformados durante seus estudos em Cambridge.
Ministério em St. Stephen’s Church, Walbrook
Após concluir sua educação, Watson foi ordenado ao ministério e tornou-se ministro da
Palavra na Igreja de St. Stephen’s, localizada em Walbrook, uma área da cidade de Londres. Ele
serviu nessa posição durante cerca de 16 anos, ganhando reputação como um pregador eloquente
e um pastor dedicado.
Atividade Ministerial e Escrita
Durante seu tempo como ministro em St. Stephen’s, Watson ganhou destaque como um
dos principais pregadores puritanos de sua época. Ele era conhecido por sua profunda piedade,
habilidade retórica e sólido compromisso com as doutrinas da fé reformada. Watson pregava
regularmente para sua congregação, além de envolver-se em atividades pastorais e escrita.
Obras Literárias
Thomas Watson é mais conhecido por suas numerosas obras literárias, muitas das quais se
tornaram clássicos da literatura puritana. Entre suas obras mais famosas estão “A Body of
Divinity” [Um Compêndio de Teologia], “The Godly Man’s Picture” [O Perfil da Pessoa
Piedosa], “The Ten Commandments” [Os Dez Mandamentos], “The Art of Divine Contentment”
[A Arte da Contentamento Piedoso], entre outros.
A Perseguição e a Grande Ejeção
Quando o Ato de Uniformidade foi promulgado em 1662, Watson, como muitos outros
puritanos, enfrentou a escolha entre conformidade com as práticas da Igreja Anglicana
estabelecida ou renúncia ao seu ministério. Ele escolheu seguir sua consciência e foi expulso de
sua posição na igreja.
Na admirável coletânea de “Farewell Sermons” [“Sermões de Despedida”], há três do Sr.
Watson, nos quais ele exemplifica muito do espírito do Evangelho, recomendando o amor aos
inimigos. Em um dos discursos, ele insiste bastante sobre “as afeições fervorosas de um
verdadeiro ministro do Evangelho para com seu povo”.
Atividade Ministerial após a Grande Ejeção
Apesar de ter sido expulso de seu ofício pastoral, Watson continuou a ministrar sempre que
possível, frequentemente em locais secretos e com risco pessoal. Ele e outros ministros puritanos
não conformistas encontraram maneiras de pregar e ensinar fora das estruturas da igreja estatal.
Influência e Legado
O impacto de Thomas Watson na vida religiosa e intelectual da Inglaterra do século XVII
foi significativo. Suas obras foram amplamente lidas e apreciadas por puritanos e não puritanos,
influenciando gerações posteriores de cristãos reformados. Sua ênfase na piedade prática,
doutrina sólida e clareza de escrita o tornaram uma figura respeitada no movimento puritano e
além.
Morte
Thomas Watson faleceu em seu quarto enquanto orava, em Essex, Inglaterra, em uma data
não precisamente registrada, mas provavelmente na década de 1686. Apesar de sua morte, suas
obras continuaram a ser amplamente lidas e estudadas ao longo dos séculos, mantendo seu
legado como um dos mais proeminentes teólogos puritanos da história.
William Teixeira,
28 de fevereiro de 2024.
A editora O Estandarte de Cristo nasceu em 2013 com o propósito de publicar traduções de autores bíblicos
fiéis, para a glória de Deus. Fizemos as primeiras publicações no dia 2 de dezembro de 2013 (publicação de
4 eBooks). De lá para cá já são mais de 10 anos e centenas de traduções de autores bíblicos fiéis, sobre
diversos temas da fé cristã.
Somos uma editora de fé cristã batista reformada e confessional. Estamos firmemente comprometidos com
as verdades bíblicas fielmente expostas na Confissão de Fé Batista de 1689.
OEstandarteDeCristo.com
[1]
Nota de tradução: Tommaso De Vio, conhecido como Caetano (1469-1534) foi um frade dominicano, exegeta, filósofo,
teólogo e cardeal italiano.
[2]
Nota de tradução: Foción (c. 402-318 aC) foi um político e estratego (general) ateniense e protagonista de uma das
Vidas Paralelas compiladas por Plutarco.
[3]Nota de tradução: Cirilo de Alexandria (c. 375 ou 378-444) foi patriarca de Alexandria quando a cidade estava no auge
de sua influência e poder no Império Romano. Um dos pais gregos, Cirilo escreveu extensivamente e foi protagonista nas
controvérsias cristológicas do final do século IV e do século V. Foi uma figura central no Primeiro Concílio de Éfeso, em 431,
que levou à deposição do patriarca Nestório de Constantinopla. Ele é listado entre os Pais e os Doutores da Igreja e, por sua
reputação no mundo cristão, é conhecido como "Pilar da Fé" e "Selo de Todos os Pais".
[4]
Nota de tradução: Maria I (1516-1558) foi Rainha Reinante da Inglaterra e Irlanda de 1553 até sua morte, além de
Rainha Consorte da Espanha a partir de 1556. Sendo filha de Henrique VIII com sua primeira esposa, Catarina de Aragão, atuou
como o quarto e penúltimo monarca da Casa de Tudor. Maria é lembrada por seus vigorosos esforços para restaurar o catolicismo
na Inglaterra, cuja religião havia sido minimizada pelo curto reinado de seu meio-irmão, Eduardo VI. Os historiadores
protestantes criticam seus esforços, enfatizando que em apenas cinco anos atuando como rainha, ela condenou à morte na
fogueira centenas de protestantes, episódio que ficou marcado como perseguições marianas e lhe rendeu a alcunha de “Maria a
Sanguinária”.