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I.
RESUMO DO PROCESSO
1. Trata-se de ação ajuizada sob a alegação de que o AUTOR realizou, via AIRBNB,
a locação do imóvel, situado na Rua Rego de Freitas, 454, São Paulo/SP (“IMÓVEL”), e
cuja vigência se daria entre 25 de agosto de 2023 a 27 de agosto de 2023.
1
Ainda a inversão do ônus da prova no Código de Defesa do Consumidor, Revista dos Tribunais, v. 807, Jan. 2003,
p. 69.
2
Notas sobre a inversão do ônus da prova em benefício do consumidor, RePro nº 86, São Paulo, p. 303.
2
afirmação precisa ser verossímil, quanto o consumidor precisa ser
hipossuficiente.”.
3
1 9:3
8. A jurisprudência também é firme ao limitar a inversão do ônus24da prova aos ,
.20
aspectos sobre os quais o consumidor não disponha de meios probatórios, 6 .03 impedindo
2
que abranja todos os fatos constitutivos do direito da parte: P e m
0/S
5 .76
30
APELAÇÃO. CONSUMIDOR. INDENIZATÓRIA. A B: FATO DO SERVIÇO. ONUS
O,O
PROBANDI. AUSÊNCIA DEOZVEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES
RD
AUTORAIS. MANUTENÇÃO CA DO DECISUM. Afigura-se na hipótese,
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L impondo-se, portanto, ao fornecedor de serviços
relação de consumo, DE
A
a responsabilidade AN civil objetiva, estando o consumidor desonerado
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do ônus A
or de provar a culpa da parte ré no evento danoso, nos termos
s il p
do
br inciso II, do § 2º do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, que
a
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o traz a responsabilidade pelo serviço defeituoso. Nada obstante,
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ixa incumbe ao demandante demonstrar minimamente os fatos
o ba
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e n constitutivos do seu direito, ex vi do art. 373, inciso I, do NCPC, bem
c um
Do como a verossimilhança das suas alegações, a fim de viabilizar a
inversão do ônus probandi. Nesse sentido, o enunciado nº 330 dessa
Corte: "Os princípios facilitadores da defesa do consumidor em juízo,
notadamente o da inversão do ônus da prova, não exoneram o autor
do ônus de fazer, a seu encargo, prova mínima do fato constitutivo do
alegado direito". Com efeito, como se sabe, em regra, cumpre: (i) ao
autor demonstrar o fato constitutivo de seu direito (art. 333, I do
CPC/73, atual art. 373, I do NCPC); (ii) ao réu provar o fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 333, II, do CPC/73,
atual art. 373, II do NCPC). A norma que distribui o ônus da prova tem
uma dupla finalidade no processo civil brasileiro contemporâneo.
Serve como guia para as partes, funcionando assim como uma regra
de instrução, com o que visa estimular as partes à prova de suas
alegações e adverti-las dos riscos que correm ao não prová-las. (...).3
3
TJ-RJ, Apelação nº 0028095-31.2016.8.19.0210, Rel. Des. Renata Machado Cotta, Terceira Câmara Cível, julg.
em 13.02.2019
3
9. Ora, não há dificuldade alguma para que o AUTOR comprove a
excepcionalidade da situação que justifica a configuração de danos morais (os quais
não são, no presente caso, in re ipsa, conforme se verá a seguir). 3 :3
, 19
0 24
10. Assim, de rigor que seja indeferida a inversão do ônus da 3.2
.0prova, na medida
2 6
em que não há hipossuficiência técnica para que o AUTOR m
e comprove os fatos
0 /SP
constitutivos de seu direito. Contudo, à luz do princípio 6
5.7 da eventualidade, caso se
: 30
entenda que é o caso de se deferir a inversão do ônus B da prova, requer a TABAS que tal
, OA
ZO oportunizando a dilação probatória,
inversão seja feita quando da decisão saneadora,
R DO
CA de Justiça no REsp nº 802.832 4.
conforme decidido pelo C. Superior Tribunal
A
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I AN III.
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rAo DO DANO MORAL:
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raDA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DA TABAS
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do
a ixa A TABAS
11. é uma empresa jovem e inovadora especializada em locações
b
nto
imobiliárias, cujo modelo de negócio consiste na gestão de imóveis no âmbito de
me
o cu
D locação residencial, por meio de parcerias com proprietários de apartamentos.
13. Pois bem. Feitos esses esclarecimentos, é preciso pontuar que a TABAS deixa
bastante claro, na plataforma AIRBNB, que a reserva somente será aceita após a
aprovação do formulário devidamente preenchido.
4
Superior Tribunal de Justiça, 2ª Seção, Min. Relator Paulo de Tarso Sanseverino, Julgado em 13.04.2011.
4
3
1 9:3
24,
3.20
2 6.0
m
Pe
0/S
.76
305
A B:
O
Z O,
RDO
CA
15. Considerando essa informação A (passada anteriormente ao AUTOR), tão logo
E LIM
recebeu o formulário, a TABAS D
A tomou as providências para aprovar o formulário
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enviado com a maior brevidade
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R possível.
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16. NaJmedidaus em que não houve aprovação, a TABAS de imediato procurou o
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AUTOR, comunicando-lhe
do esse fato e providenciando a devolução/estorno de todos os
a ixa
b que haviam sido pagos.
valores
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n
u me
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Do
17. É evidente, portanto, que não há nenhuma ilicitude na postura adotada pela
TABAS: a reserva apenas não foi confirmada, após o envio do formulário de ocupação.
Repita-se que o AUTOR tinha conhecimento de que havia possibilidade de
cancelamento da reserva após envio do formulário.
18. Vale dizer que, não havendo ilicitude (por ser uma possibilidade
devidamente avisada ao AUTOR), não há que se falar em indenização de qualquer
espécie, principalmente danos morais.
20. Não há, porém, qualquer documento nos autos que comprove os supostos
prejuízos decorrentes dos fatos narrados, de modo que não há que se falar em danos
morais.
5
21. Ora, como se sabe, o dano moral é caracterizado quando há ofensa à honra,
privacidade, intimidade, imagem, nome ou até ao próprio corpo físico da pessoa. Não
há, no Brasil, punitive damages. 3 :3
, 19
0 24
22. Ao analisar a presente demanda, verificou-se que o que .2
6 .03 ocorreu foi no
2
máximo um dissabor (repita-se: avisado antecipadamente), Puma em vez que a situação
fática apresentada retrata apenas o cancelamento da reserva 0/S ante a não aprovação do
5 .76
0
formulário. :3
AB O
Z O,
DO R que a TABAS efetuou o procedimento de
23. Para além disso, cumpre ressaltar CA
A
estorno dos valores pagos pelo AUTOR E LIMimediatamente após o cancelamento da reserva,
D
salienta-se que após o requerimento A de reembolso junto a operadora de cartão de
I AN
D R
crédito Mastercard, após r A 48 (quarenta e oito) horas, o valor correspondente à
i l po
hospedagem haviabr
assido integralmente reembolsado ao AUTOR.
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24. do
a ixa Ora, é
óbvio que o ocorrido não passa, no máximo, da esfera do mero
b
e nto
aborrecimento e
não gera repercussão anímica extraordinária, encontrando-se na
c um
Do esfera de eventos possíveis de ocorrerem, não sendo indenizável, especialmente
quando a TABAS agiu de forma diligente, requerendo de imediato o estorno dos valores
despendidos pelo AUTOR na locação do imóvel.
28. Subsidiariamente, porém, caso assim não se entenda, de rigor que os danos
morais sejam arbitrados em consonância com os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, levando em conta os fatos que permeiam esta ação.
6
IV.
DA IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA
3
1 9:3
29. Por fim, apesar de pleitear a concessão do benefício da Justiça 24
, Gratuita, o
.20
AUTOR não apresentou nenhum documento apto a comprovar a sua .0 hipossuficiência
3
26
econômico-financeira de arcar com eventuais custas eP edespesas processuais m
0/S
decorrentes da propositura da presente ação – sendo 5que .76 as custas ficam suspensas
0
até a sentença nos termos do artigo 54 da Lei nºAB9.099/95 :3 - de modo que deve ser
O,O
indeferido o seu pedido de Justiça Gratuita. OZ
RD
CA
A
30. Pelo exposto, requer-se E LoIMindeferimento do pedido formulado pelo AUTOR
D
para concessão do benefício NAJustiça Gratuita.
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r as V.
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o CONCLUSÃO
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en 31. Por todo o exposto, requer a TABAS que os pedidos formulados pelo AUTOR
c um
Do sejam julgados improcedente, uma vez que:
(i) Não há que se falar em dano moral, haja vista que a. a TABAS agiu
diligentemente visando aprovar o formulário com a maior brevidade
possível; b. ante a não aprovação do formulário a TABAS comunicou de
imediato ao AUTOR; c. a TABAS procedeu de imediato com o requerimento
junto a operadora do cartão de crédito para estornar os valores
despendidos pelo AUTOR; e d. o AUTOR também não demonstrou os danos
morais sofridos; e
(ii) Ainda, requer a TABAS que seja indeferido o pedido de concessão de
benefício da Justiça Gratuita formulado pelo AUTOR, haja vista que não foi
comprovada a sua insuficiência econômica-financeira para arcar com as
despesas da demanda
32. Contudo, caso assim não se entenda, o que se admite apenas à luz da
eventualidade, requer a TABAS que o valor que venha a ser fixado a título de danos
morais leve em conta o contexto do caso.
7
33. Por fim, requer a TABAS a produção de todos os meios de prova admitidos,
bem como que todas as publicações e intimações que forem feitas pela Imprensa 3
1 9:3
sejam veiculadas exclusivamente em nome do advogado FLÁVIO DE24SOUZA SENRA
,
0
(OAB/SP nº 222.294), sob pena de nulidade. 3.2
6.0 2
m
Pe
6 0/S
São Paulo, 5 de outubro de 2023
5.7 0
B:3
, OA
OZO
DR
Felipe Rodrigues Tatiana CAMarcantonio Júlia Porto Jacyntho
A
OAB/SP nº 305.681 E LIM
OAB/SP nº 421.777 OAB/SP nº 482.274
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