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História Medieval II
Prof. Robson Della Torre
Aluna: Victória Barbosa Magalhães - 5° período/ Licenciatura em História
1º Semestre de 2023 – 25/06/2023
Avaliação
A nova interpretação proposta por Barthélémy [para a paz de Deus], tal como
aquela que ele combate, baseia-se em interpretações, numa “visão das coisas”; ele
mesmo as expressa da seguinte maneira: “por exemplo, a convicção de que não há
barbárie especialmente feudal, e de que a violência desencadeada nos séculos X e
XI é em parte um mito, e de que grandes normas cristãs e feudais subjacentes
precedem e sustentam as legislações conciliares”. […] está claro que as violências
guerreiras não nasceram com a aproximação do ano 1000, e que não eram então
desenfreadas nem generalizadas. Pelo menos eram reais e, sobretudo, consideradas
pela Igreja, que, decerto, amplificou os seus excessos talvez exatamente porque
daquela vez estava sofrendo mais que antes com eles, tentando limitá-los e tirar
vantagem daquela ação pacificadora. […]
Da mesma maneira, parece-me, pode-se aceitar a ideia de que aquelas pazes dos
bispos não eram uma inovação radical: sabe-se há muito tempo que a legislação
carolíngia, tanto em seus capitulares quanto em seus concílios, preocupava-se com
esse tema […]. Pode-se aceitar também essa conclusão de que a paz de Deus não
foi “transcendente”, mas imanente à sociedade feudal. “Imersa em seu meio
ambiente, essa paz não pode revolucioná-lo”. Juramento de paz e aliança de paz,
ambas as coisas sob ameaça de anátema, com o atrativo de uma anistia, constituem
uma verdadeira novidade, mas “só visam levar o ‘inimigo público’, o
excomungado à penitência e ao compromisso”. Esse era realmente o objetivo
buscado, e não a revolução da sociedade e dos costumes.
Assim, mais bem situada em seu contexto local e ideológico, a paz de Deus aparece
como um conjunto limitado de respostas dadas pela hierarquia eclesiástica aos
problemas que lhe eram criados pelas exações dos milites. (FLORI, Jean. Guerra
Santa, p. 74-75, ligeiramente modificado)
No trecho acima, Jean Flori faz um resumo tanto de sua interpretação sobre a paz de
Deus quanto da de Dominique Barthélémy, ambas, por sua vez, contrárias à tese tradicional de
Georges Duby. A partir disso, responda:
Boa prova!! ☺