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FUNDAMENTOS DE

PRODUÇÃO
CULTURAL,
EDITAIS E
COMUNICAÇÃO
_________________

PARA ARTISTAS E AGENTES CULTURAIS

_________________

Material desenvolvido por Antonio Ribeiro & Yuri Amaral para a Fundação
Cultural de Foz do Iguaçu, PR, em 2021
Agradecimentos

Queremos agradecer à Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, PR, pela oportunidade


e espaço criado para incentivar, fomentar e aprimorar a cena cultural e artística local; a
todas as equipes que compõem o corpo técnico da Fundação, que de uma forma ou de
outra, participaram desse processo de construção coletiva; a todas e todos que participaram
dos encontros, presenciais e online, e que somaram junto a nós, conhecimento,
experiências, vivências e saberes.

Antonio & Yuri


Foz do Iguaçu, PR
2021
Índice

Parte I _________________
O que são arte e cultura?
Página 04
Identidades Parte II __________________
Página 10
O que é um projeto?
Quem sou para mim mesmo? Página 17
Página 11
Leis de incentivo, editais e
Como me vejo?
seleção de projetos
Página 12
Página 18
Linguagem e Processos
Como costuma acontecer aqui
Página 13
em Foz
Quem sou para o mundo?
Página 20
Página 14
Inscrevendo sua proposta ou
Como me veem?
projeto
Página 15
Página 22
Comunicação e autodivulgação
Página 28
Como escolher meus canais de
divulgação
Página 30
Portfólio, clipagem e conceitos
básicos de diagramação e design
Página 35
Curadoria comentada de
conteúdo complementar
Página 41
Olá!
A vida de artistas e agentes culturais, e de quem está ligado à arte e à cultura de
alguma forma, toma rumos inesperados e demanda, todos os dias, força, criatividade e um
gingado todo brasileiro para lidar com o acaso e desafios de muitos tamanhos, não é
mesmo?

Felizmente, os editais seguem, em sua maioria, um padrão, que após compreendido


e aprendido, torna-se uma trilha bem menos árdua de se adentrar, evitando dores de cabeça
com prazos, burocracias e detalhes que podem, eventualmente, deixar sua proposta de fora
da seleção, caso não sejam feitos corretamente.

O “Cultura Legal” é uma das ações formativas que visa estimular artistas e agentes
culturais para a formalização, o empreendedorismo, a regularização e a qualificação do
setor. Desde 2018, uma série de palestras com a participação das Secretarias Municipal da
Fazenda e da Administração, da Casa do Empreendedor e do Sebrae, além de oficinas de
Produção, Gestão e Criação e Elaboração de Projetos Culturais, promovem a qualificação
de produtores, técnicos e artistas locais. A proposta desta ação é seguir com atividades e
conteúdos que contribuam com o preparo dos agentes culturais e os fortaleçam para
acessar fontes de financiamento públicas e privadas da cultura.

Longe de se posicionar como um guia de “verdades absolutas e incontestáveis”, este


material apresenta, além de alguns fundamentos e contornos burocráticos, dicas
importantes de como se reconhecer e se organizar enquanto profissional artista ou
profissional ligado à arte de alguma maneira, compreendendo a relação entre fazer, divulgar,
captar e transformar, seja em relação a documentação jurídica até portfólio digital bem
organizado.

A presente ação da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, PR, tem a intenção de


contribuir para a formação basilar de artistas e agentes culturais, cujas produções, para
seguir existindo, precisam não só de visibilidade e apoio da comunidade e economia local,
mas também do aporte técnico e financeiro do Estado.

Talvez você veja coisas que já sabe, vivenciou ou faz, mas convidamos a ler todo o
guia e se permitir conhecer outras formas de ser, falar e fazer. Sinta-se à vontade para
compartilhar esse material, assistir aos vídeos disponíveis no canal da Fundação e se
debruçar sobre todo conteúdo complementar sugerido, encontrado ao final deste PDF.
Nossa classe precisa estar unida, consciente e criativa, afinal, é da arte e da cultura
que as pessoas, muitas vezes, tiram forças para seguirem com suas rotinas, sonhos e
vontades, vivendo com intensidade e se reinventando todo dia!

Com afeto, Antonio & Yuri

Fundação Cultural de Foz do Iguaçu


Quem é

Antonio?

Sou facilitador-consultor no campo do impacto social e socioambiental, músico, mestre em


psicologia social, pai e um ser inquieto. Trabalho há uns bons anos ajudando pessoas,
grupos e organizações de diferentes lugares do país a planejarem, qualificarem e avaliarem
projetos, programas e qualquer iniciativa que vise mudar o mundo para melhor, para que
sejam potentes e relevantes coletivamente. Acredito na cultura como um vasto campo de
conexão e expressão de identidades e visões de mundo, portanto, algo vivo, diverso, valioso
e que gera transformações positivas nas pessoas e no mundo. Atuei como elaborador de
projetos por mais de 8 anos, especialmente focado em cultura e suas leis de incentivo.

Quem é

Yuri Amaral?

Sou artista, pessoa não-binária, professor, vegana, artesã gráfica, comunicólogo, drag
queen, quadrinista e escritora, formada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda
e Mestre em Estudos Interdisciplinares Latino-Americanos. Publiquei alguns livros via
financiamento coletivo. Todos compõem um multiverso próprio, do Menino que não sabia
voar, com narrativas paralelas ou em tempos diferentes. Acredito na arte como forma de
expressar nossas vivências e afetos, uma revolução subjetiva conectando pessoas umas às
outras.
PARTE I

Nesta primeira parte, veremos alguns temas mais subjetivos, que


competem à formação de nós como pessoas, antes de “sermos
artistas”. Onde vivemos? O que nos afeta? Quem nos tornamos?
Quem somos no e para o mundo?

O objetivo, aqui, é instigar questionamentos que afetam, diretamente,


nossa produção artística e maneiras de ser e existir.

_______________________
O que são arte e cultura?
Arte e Cultura são manifestações humanas, mas podemos resumir da seguinte
forma:

● Cultura como sendo tudo aquilo que caracteriza um grupo, um povo, uma nação.
Suas religiões, costumes regionais, gastronomia, roupas e danças, festas típicas, a
arquitetura, política, economia, tradições, maneiras de ser e agir.

● Arte não apenas faz parte da cultura, como também pode ser tudo aquilo que é
manifestação subjetiva do ser e provoca, clama por existir, se expressa, manifesta,
transforma a cultura através das gerações. Podemos até dizer que é pela arte que a
cultura se adapta aos tempos atuais, sob os olhares de gerações que já não
concordam ou se identificam com antigos costumes.

Há várias maneiras de se definir arte e cultura, muitos debates e correntes teóricas


que ora concordam, ora discordam entre si. Caso tenha interesse, incluímos uma bibliografia
recheada, ao final deste PDF, com algumas indicações de vídeos e leituras para expandir
seus horizontes.

Em nosso curso, vamos nos guiar muito pelo o que o Governo Federal tem produzido
e definido no campo de cultura e arte, mas é importante sabermos que existem várias
normativas e conteúdos de referência para a área de cultura, patrimônio cultural e as
manifestações artísticas. Diferentes referências em diferentes esferas, nacional, estadual,
municipal.

No nosso país temos algumas boas referências, dentre as quais, principalmente o


Plano Nacional de Cultura (PNC) e o Programa Nacional de Apoio à Cultura são
fundamentais (veja o link para estes materiais no capítulo de Curadoria Comentada, ao final
deste documento).

O PNC, que será uma referência bem comentada aqui no curso, foi construído de
maneira bastante horizontal, levando em torno de 4 anos para ser elaborado a partir de
seminários, câmaras setoriais, construção de diretrizes, entre outros movimentos, sendo
aprovado em 2009. Ele traz um conjunto de princípios, objetivos, diretrizes, estratégias,
ações e metas que orientam o poder público na formulação de políticas culturais, definindo
cultura como uma expressão simbólica; direito de cidadania; potencial para o
desenvolvimento econômico. Tem como principal objetivo garantir a valorização, o
reconhecimento, a promoção e a preservação da diversidade cultural existente no Brasil.
No nível estadual, as referências e normativas são oferecidas pela Secretaria da
Comunicação Social e da Cultura do Estado do Paraná e aqui em Foz do Iguaçu, no nível
municipal portanto, temos a Fundação Cultural como órgão de referência, possuindo
importantes documentos orientadores no que tange, principalmente, o patrimônio cultural, o
Sistema Municipal de Cultura e a Fundo Municipal de Incentivo à Cultura.

Em um nível internacional também temos muita coisa interessante e importante, mas


podemos citar a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) como uma das principais referências, especialmente no debate e proposição de
iniciativas e convenções relativas ao patrimônio material e imaterial.

Como vimos, a arte faz parte do grande guarda-chuva que é a cultura e suas
manifestações e mecanismos, que são pensados e orientados também por referências,
políticas e outras normativas em âmbito internacional, nacional, estadual e municipal. Mas,
antes de falarmos mais sobre tais orientações, elaboração, gestão de projetos
artísticos-culturais e suas estratégias de comunicação, parece válido falarmos um pouco
sobre elementos que constituem e moldam o fazer artístico e o fazer cultural, estejamos
conscientes disso ou não.

Provocação

Busque outras definições sobre cultura e arte, entenda como se conectam e se


há divergências. Depois, tente responder à pergunta: “Como você definiria, nas
suas palavras, o que é cultura e o que é a arte ou as manifestações artísticas e
culturais?”
Identidades
Como nos vemos? Como nos veem? De que maneira nos comunicamos e como
nossas produções artísticas e culturais afetam o mundo (e ele nos afeta de volta)? Esse
ciclo está diretamente ligado a nossas identidades. Sim, no plural, pois não somos apenas
uma coisa, mas sim a mistura complexa de vários processos, (trans)formados ao longo de
nossa vida. Somos artistas, filhos e filhas, irmãos e irmãs, amigos e amigas, estudantes e
educadores, consumidores, criadores e criadoras, crianças, chefes, empregados, somos
uma infinidade de “rótulos” que mudam conforme ambientes e pessoas, e nossas
identidades fluem por tudo isso.

Para não nos perdermos por aí, podemos buscar um “ponto de equilíbrio”, para nos
ajudar a se comportar, a criar, inventar, pedir, doar, vender, se envolver. Por isso, separamos
algumas perguntas para refletirmos e nos auxiliar nesse processo de autoconhecimento.

Saber quem somos, o que queremos (e o que não queremos) influencia diretamente
processos criativos e na confiança em se autodivulgar e se assumir como fazedor de cultura,
agente cultural e/ou artista, pedir verba/patrocínio ou mesmo ajuda para participar de um
edital ou, simplesmente, postar algo criado por nós, na internet.
Quem sou para mim mesmo?
Você sabe como chegou onde está? Por qual razão gosta das coisas que gosta e faz
o que faz, do jeito que faz? Reconhece suas qualidades e tem autocrítica? O processo de
“saber quem somos” é árduo, às vezes, doloroso, mas também pode ser um alívio entender
certos processos internos e bastante pessoais. Autoconhecimento é um instrumento
poderoso na jornada pessoal e profissional, pois, reconhecendo limites e potências próprias,
conseguimos escolher melhor os caminhos que vamos seguir. Por exemplo: uma pessoa
que pinta quadros pode adorar desenhar, mas ao invés de tinta a óleo, ela sempre quis
testar aquarela, porém nunca teve a oportunidade, ou sempre teve medo. Essa pessoa
escolheu a tinta a óleo por ser o que tinha acesso na época, ou era o que tinha como
referência de arte ou mesmo alguém que pudesse ensiná-la. Depois de muito tempo, ela
resolve testar aquarela e se descobre tanto quanto ou mais criativa e potente, por se permitir
testar uma técnica, experimentar um caminho novo. Essa pessoa se permitiu conhecer e
aprender coisas novas. A mesma coisa com artistas da música, que muitas vezes, por
inúmeras questões, podem não alcançar toda sua potencialidade, por medo, falta de
oportunidade e incentivo, falta de verba e espaço para exercer sua arte remunerada.

Entender o que é “seu” (gostar de desenhar, cantar, tocar um instrumento) e


entender o que é do “mundo” (o que a vida trouxe de oportunidades, as políticas públicas de
acesso) ajuda a se libertar de expectativas e traçar metas palpáveis, sem peso, sem culpa.
Escolhemos o que somos ou nos tornamos o que nos era possível, dentro de nossos
contextos? É preciso reconhecer como e de onde somos e falamos e, consequentemente,
nossas capacidades e limitações temporárias, nossa história, que é única em meio a tantas
outras.
Como me vejo?
Seria incrível se todo mundo pudesse, desde cedo, ter suas potencialidades
incentivadas e cultivadas. O aprendizado, a longo prazo, seria incomparável, não é mesmo?
No entanto, tudo que é relacionado a arte, geralmente, é tido como diversão, hobby,
“brincadeira de criança”, não é, comumente, visto como trabalho, mesmo que as pessoas
consumam cinema, rádio, tv, jornais, livros…

Como podemos nos convencer de que o que fazemos merece ser remunerado e tem
seu valor, se desde cedo nos ensinam que arte não é trabalho? Compreender esse
pensamento generalista da sociedade, impregnado em nosso imaginário coletivo, nos ajuda
a pensar de formas diferentes sobre nós mesmos, acreditar mais em nossa arte, vendo-a
como trabalho que merece e deve ser remunerado, seja pela cena local, por editais e
políticas públicas, parcerias ou mesmo eventos particulares.

Nos unir e nos profissionalizar é um passo importante desse processo, entendendo


que arte e cultura são fundamentais para a sociedade e, portanto, nós, produtores e
fazedores de cultura e arte, também somos.
Linguagem e Processos
(e consequentemente por quê/pra quê eu faço?)

Que tipo de arte e/ou manifestação cultural você faz? Com qual área de cultura e
arte você trabalha? Consegue fazer só, ou precisa de mais gente para apoiar? Domina
todos os saberes, ou requer contratar terceiros? Quais as técnicas necessárias para
executar sua arte? É, por exemplo, um show musical, que precisa de microfone,
equipamento, fiação, suporte técnico, acústica, mesa de som, luz, palco, banda, etc?

Precisa estudar e aprender algo para determinadas músicas? Há questões jurídicas


a serem resolvidas para a realização do evento? Ou, outro exemplo, você faz pinturas
digitais e vende pôsteres em feiras e pela internet: tem o equipamento necessário para
criar? Sabe os custos de impressão? Custos de envio como frete e embalagem? Aceita
diversas formas de pagamento? Quando falamos em “saber o que faço”, falamos de todo o
processo criativo e de produção, passando por logística, questões legais, custos, valores, e
podemos ir além, somando questões de quão importante é nossa arte para a comunidade e
cena locais.

O que fazemos não termina nem começa em nós, portanto conhecer todo o
processo, de ponta a ponta, contribui para a potencialização de nossas criações,
reconhecimento de nossos próprios limites e, principalmente, de nossas maiores qualidades
(e, consequentemente, saber pedir ajuda e apoio para complementar e otimizar nossas
obras).
Quem sou para o mundo?
Não há nada de errado em querer e buscar reconhecimento, boa remuneração e
meios de aprimorar o próprio fazer artístico e cultural e, consequentemente, nossa qualidade
de vida. De forma simples, geralmente as pessoas valorizam o mainstream (o que é
popular), o cinema, as novelas, mas dificilmente apoiam arte local/regional. Essa
desvalorização mexe com a autoestima e crenças pessoais, dificultando a tarefa de se
promover. Afinal, se minha cidade não me valoriza, não paga meus honorários e o fazer
cultural e artístico não é vista como trabalho, quem sou para o mundo, de fato? Sempre
vamos interagir, ser afetadas(os) e afetar as representações sociais e um imaginário
coletivo.

Mais uma vez, é necessário reconhecer o pensamento predominante, e encontrar, no


meio disso tudo, os ecos, aqueles e aquelas que pensam como nós, unir forças e provocar
mudanças. Existem vários “mundos” dentro do Mundo, e pode ser que para alguns, arte e
cultura local não tenham o mesmo valor que a novela nacional, mas para muita gente, é
importante. Precisamos buscar esses ecos que nos vêem como somos, reconhecem nosso
valor e nos incentivam.

Como diz o ditado, “separar o joio do trigo” pode ser difícil, mas não é impossível.
Arte e cultura importam, artistas e agentes culturais são fundamentais para o bom
funcionamento da sociedade, e é encontrando nossos pares que nos fortalecemos e
conseguimos nos posicionar para os mundos.
Como me vêem?
O que falam de você e suas produções artísticas e culturais, por aí? Qual sua
marca? Qual imagem você passa, como artista e profissional? Frente a todas as
subjetividades que já proseamos até aqui, vem, inevitavelmente, a dúvida: como transformar
tudo isso em algo “palpável e vendável”? Como construir minha imagem, me organizar
profissionalmente, conquistar respeito e prestígio, poder viver do que amo e sei fazer de
melhor?

O mercado profissional reconhece algumas características essenciais, dentre elas:


organização, pontualidade, asseio, lucidez nos diálogos, coragem de lidar com imprevistos e
adversidades, planejamento e, talvez, uma qualidade pouco comentada: reconhecer o que
não sabemos fazer, pedir ajuda, estudar para aprender, se for possível. Essas
características são aspectos subjetivos, que podem ser traduzidos em imagens, textos,
comportamento, formas de conversar e negociar, lidar com público.

A forma que as pessoas nos vêem pode ser construída, nossa imagem pode ser
trabalhada de forma honesta, e não há nada de errado nisso. Se profissionalizar e se
autopromover é sadio e necessário. Se tiver dúvida de como começar a fazer isso, converse
com pessoas próximas (amizades e contatos profissionais) e pergunte quais os pontos
fortes que enxergam em você, características que podem ser melhoradas e se proponha
uma autoavaliação. Nas próximas páginas deste guia, vamos dar algumas dicas sobre
esses processos.
PARTE II

Um dos focos deste guia, além de auxiliar o preparo para participação


de editais, é, também, se organizar enquanto artista ou agente cultural,
visto que ambas situações se conectam diretamente. Vimos bastante
sobre subjetividades e identidades, mas, daqui em diante, focaremos
cada vez mais em teorias e técnicas práticas, para que esse caminho
de aperfeiçoamento que estamos trilhando possa se tornar real, e que
as ideias se materializem. Se posicionar, no mundo, se torna mais fácil
quando sabemos quem somos, de onde viemos e por quê somos.
Reconhecer limites e qualidades, analisar os caminhos que precisamos
trilhar para alcançar nossos objetivos e se munir de técnicas e artifícios
para enfrentar, confrontar e realizar.

_______________________
O que é um projeto?
Há muito já dito e escrito sobre o que é um projeto mas há uma noção bastante
comum de que um projeto é uma ideia/intenção minimamente estruturada (já em
operação ou não) que tem início, meio e fim pré determinados. Podemos notar que é
um termo usado em diferentes situações, na maioria das vezes para representar ou falar de
fazer e alcançar algo, seja de juntar dinheiro, de viajar, de construir uma casa, de sair de
casa, de casar, de receber apoio para fazer um show… A maioria das pessoas possuem
ideias e intenções, as quais passam a ser um projeto formalmente falando na medida
conseguem expressar basicamente:

1. um ou mais objetivos definidos


2. qual o motivo ou justificativa para existirem
3. quando pretendem serem postas em prática, serem realizadas
4. quais os passos/atividades previstos para sua realização
5. de quais e quanto de diferentes recursos precisarão
6. quem deve ser envolvido

Estes são, portanto, os 6 campos mínimos de reflexão e escrita para que uma
intenção ou ideia seja chamada de um projeto.

Então, quando falamos de escrever ou elaborar um projeto estamos simplesmente


falando de “colocar no papel”, de maneira estruturada, uma ideia ou intenção que sempre há
de nascer em nossas mentes e/ou corações.

Falamos aqui bastante de intenção porque, sim, saber o que queremos fazer e
alcançar é a base para escrevermos/elaborarmos bem um projeto.
Leis de incentivo, editais e seleção de
projetos
Há sempre alguma razão para elaborarmos um projeto cultural-artístico, seja buscar
apoio material, técnico, financeiro, um prêmio, conseguir parcerias, orientar outras pessoas
que trabalharão conosco, ajudar na gestão ou na avaliação de resultados...Enfim, há várias
razões para escrever um projeto, contudo, na esfera pública, quase sempre a porta de
entrada ou seleção será via editais.

Os editais sempre terão uma finalidade (seleção de projetos, de artistas, premiação,


etc.) e estarão amparados e à serviço de alguma lei, municipal, estadual ou federal. Em
geral definem práticas, oportunidades, deveres, orientam fazeres, meios de apoio e outros
aspectos a fim de fortalecer e promover a arte, os/as artistas e ou qualquer manifestação
cultural. Assim, cada edital/chamamento/lei vai trazer contornos e exigências específicas.
Eles são os guias para a elaboração do projeto ou da inscrição que precisa ser feita, são um
guia a ser seguido do começo ao fim.

Embora visem democratizar e diversificar o acesso, pelo fato de muitas/os de nós


não sabermos bem como escrever e organizar nossas ideias e intenções, muitas vezes
ficamos pelo caminho e não conseguimos sequer finalizar uma inscrição em algum edital ou
chamamento. A exigência de conhecimentos básicos sobre a estrutura e noção de projetos,
bem como uma mínima capacidade de escrita, acaba por já servir como uma peneira na
qual muitos e muitas de nós ficam, mesmo tendo ideias/intenções incríveis.

Para de fato as políticas de acesso e apoio via editais e outros mecanismos de


seleção funcionarem é preciso que entendamos como escrever nossas ideias/intenções,
respeitando e cumprindo exigências do edital ou qualquer mecanismo/processo de seleção
ao qual vamos concorrer. Hoje se vê que este domínio ainda está nas mãos e mentes de
poucos/poucas, o que cria um cenário de repetições e “mesmice” artística em muitas
ocasiões.

Todo bom edital, chamamento ou processo que opere sob a lógica de seleção no
poder público deve estar conectado às diretrizes macro do Plano Nacional de Cultura e a
outras leis de referência, seja nacional, estadual e municipal, e deve ainda apresentar de
modo compreensível:

1. o que espera que seja cumprido/entregue em termos de conteúdo (elementos


do projeto), documentações formais/legais, anexos;
2. quais são os critérios de seleção, ou seja, o que será avaliado no projeto
inscrito;
3. prazos e meios de inscrição/submissão do projeto.
4. direitos e deveres de quem for selecionado/a.
Como costuma acontecer aqui em Foz do
Iguaçu
Como vocês sabem, quem executa as ações de política pública em cultura aqui em
Foz é a Fundação Cultural. Ela possui a finalidade de fomentar e difundir a produção e o
intercâmbio cultural, buscando dar maior visibilidade aos artistas e fazedores de cultura,
estimulando em suas ações de forma prática as dimensões simbólica, cidadã e econômica
da cultura.

Hoje a Fundação tem basicamente dois modelos de editais: os de prêmio/concurso e


os de credenciamento. Os editais de prêmios ou concursos buscam em geral selecionar
projetos artísticos que culminem em apresentações e participações em eventos,
festividades, ou em produções artísticas, permanentes ou não. Os de credenciamento, por
sua vez, buscam cadastrar artistas ou agentes culturais para comporem um grupo
pré-aprovado de opções para futuras contratações. É um modo muito comum de já manter
atualizados os cadastros de quem faz cultura e arte na cidade e assim facilitar processos de
monitoramento, seleção, contratação e apoio futuros.

Vejamos abaixo um exemplo de objeto (foco) de um edital de credenciamento:

OBJETO de credenciamento - Abertura de inscrições para o processo de


credenciamento, para fins de eventual e futura contratação, de artistas,
profissionais e fazedores de cultura, com residência ou sede na cidade de Foz do
Iguaçu - PR, para efetuarem atividades de apresentações, exposições,
intervenções, acervo, geração de conteúdos físicos ou digitais e oficinas, que
poderão ser efetuadas de forma virtual ou não virtual, digital ou virtual e ou
presencial para compor o “Corredor Cultural de Foz do Iguaçu”, conforme a
demanda da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu. Serão credenciados artistas e
profissionais ligados à área artística de acordo com as categorias do item 8.

Observem que ele, como muitos outros editais, têm um foco bastante definido, o
serve para facilitar uma primeira identificação de interesse das/dos proponentes (quem pode
propor um projeto ou inscrição). Caso o foco seja atraente e de interesse, damos o segundo
passo que é estudar o que se pede, o que é preciso informar, preparar, enviar.
Mas existem e já existiram na Fundação editais com diferentes focos, o que mostra
uma complementaridade cuidadosa no fazer gestão cultural. Como exemplo, citamos alguns
outros editais já abertos pela Fundação Cultural:
ex. Edital de chamamento público para o oferecimento de subsídio mensal para
espaços artísticos e culturais, microempresas e pequenas empresas culturais,
cooperativas, instituições e organizações culturais comunitárias que tiveram as suas
atividades interrompidas por força das medidas de isolamento social.

ex. Edital de chamamento público para habilitação de apresentações on-line de


profissionais da cultura para o festival do isolamento social
Inscrevendo sua proposta ou projeto:
dimensões comuns em editais e fases do
planejamento à inscrição
De modo geral, os editais com foco em seleção de propostas para apoio, prêmios ou
concursos/eventos costumam ter algumas dimensões ou partes comuns que se bem
entendidas nos ajudam muito a ter sucesso na seleção ou no mínimo não termos nosso
projeto desclassificado.

1) O projeto em si

Quem somos? O que estamos querendo fazer ou propor? Por que queremos fazer
isso, quais nossos objetivos? Por que seria importante que isso fosse feito? Para quem
pretendemos fazer? Quanto vai custar? Perguntas como essas precisam ser respondidas
por nós mesmos, artistas ou agentes de cultura que representam artistas, antes de
começarmos a inscrição em um edital. São perguntas que nos levam a preencher partes
bem comuns de um projeto, conforme mostra a tabela abaixo.

Perguntas para refletirmos Partes de um projeto que se relacionam

Quem somos? Apresentação de quem está propondo ou do/a


artista

O que estamos propondo? Objeto - O que queremos


entregar/realizar/produzir no fim

Por que queremos fazer isso? Nossos objetivos, intenções

Por que seria importante que isso fosse feito? Justificativa

Como iremos fazer nos detalhes? Atividades ou etapas-chave para realização

Quem vai fazer/realizar? Equipe/Artistas no projeto

Para quem pretendemos fazer? Público

Quais custos teremos para fazer/realizar o Orçamento


que queremos?

O que podemos oferecer em troca do apoio Contrapartida


solicitado?

Em que momento/quanto tempo realizaremos Cronograma de execução


as atividades e entregar o que propomos?
Essas partes variam em certos editais, podendo aparecer ou não ou até estarem
com outros nomes. Ainda assim, valem como referência para nossas reflexões e para
entendermos que escrever bem um projeto é responder bem a perguntas como essas. É,
assim, descrever muito bem a nossa intenção!

Há bastante materiais sobre elaboração de projetos em si, e aqui não iremos dedicar
muito espaço a isso, mas indicamos fortemente que assistam aos vídeos e materiais sobre o
assunto listados no capítulo final deste documento.

2) As exigências legais

Uma segunda dimensão ou parte comum em editais se refere ao que precisa ser
cumprido para permitir a participação da/do proponente. É assim FUNDAMENTAL estudar
direitinho essa parte para sabermos se temos mesmo condição e direito de participar do
edital e só a partir daí começar a escrevermos nosso projeto ou inscrição.

Essa parte costuma ter dois blocos comuns:

● Exigências para PARTICIPAÇÃO - que indica aspectos como idade mínima, local de
moradia, focos possíveis e outras limitações para participação.
● DOCUMENTOS necessários - onde encontramos a lista do que é preciso enviar
como comprovação ou complemento de informação seja da situação jurídica,
contábil ou referente a outro aspecto da pessoa ou empresa que propõe o projeto.
Aqui falamos por exemplo, de documentos oficiais de identificação, comprovante de
residência, Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, certidões negativas
de débitos no município, estado ou na receita federal, entre outras.

3) Os anexos ou materiais complementares

Essa parte do edital descreve o que precisa ser anexado à inscrição ou como parte
do projeto, de modo a apresentar conteúdos complementares que enriqueçam ou atestem a
veracidade do que foi escrito. Incluem-se aqui, em geral, materiais de comunicação,
portfólio, formulários ou declarações específicas, vídeos, áudios ou links para acesso a sites
ou plataformas que contenham vídeos ou áudios, etc.

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Em suma, podemos entender que o processo de elaborar e inscrever um projeto ou


proposta em um edital, considerando as três dimensões acima, tem diferentes fases que
precisam estar bem evidentes para todos e todas, pois facilita o planejamento da escrita,
preparo de documentos e envio/inscrição. A imagem abaixo traz as 4 grandes fases que
costumam ser parte do processo de engajamento em um edital.

Vejam aqui a importância do PLANEJAMENTO e o uso de recursos ferramentas como


montar um checklist de coisas a fazer ou preparar para elaborar e enviar/submeter um bom
projeto no prazo e com todos os requisitos. Esse check-list pode ser basicamente uma lista
com o item a ser preparado, a data limite para o preparo e o status de como está o preparo,
o que falta, que ajuda ainda é necessária, etc. Algo como sugerido na imagem de exemplo
abaixo.
Principais erros
Como dissemos aqui neste material, não entraremos em detalhes de como escrever
cada parte de um projeto já que existem ótimos materiais já produzidos sobre isso. Por isso
vamos avançar agora tratando de alguns erros bastante comuns na hora de escrevermos
nosso projeto e/ou fazermos nossa inscrição em editais de seleção.

1) Não estudar o Edital


● Muita gente não é bem sucedida em uma seleção pois não estuda o edital e
compreende o que se pede, o que é permitido.
● Ao estudar o edital, faça um checklist do que o edital pede em suas partes. Isso vai
ajudar ver se estamos aptos/aptas ou não para participar, a fazermos uma escrita
prévia, a fazermos um bom preparo dos documentos e materiais anexos, entre
outras coisas.

2) Não compreender bem os critérios de seleção


● No estudo do edital precisamos buscar compreender o que será considerado,
avaliado para selecionar as propostas de projetos ou cadastramento.
● Saber o que contará pontos ou o que será melhor considerado por quem avaliará e
fará a seleção é fundamental pois podemos assim escrever nosso projeto e/ou fazer
nossa inscrição com mais precisão, tentando focar ou dar mais evidências a estes
aspectos.
● Se o edital deixar dúvidas sobre tais critérios, busque informações junto a quem
lançou o edital. É seu direito saber exatamente como a seleção será feita!

3) Achar que todo mundo nos conhece e não explicar bem o que propomos
● Lembre-se que a banca de avaliadores não conseguirá acessar o que se passa em
sua mente para saber o que de fato quer dizer ou o que está pensando e porque sua
intenção e proposta é realmente boa.
● Parte do pressuposto que ninguém conhece a/o artista, banda ou iniciativa à qual
deseja aprovação/apoio via o edital. Apresente bons detalhes, descreva qualidades
que muitas vezes são óbvias, traga informações que julgue valiosas para que
avaliadores/as consigam conhecer e compreender ao máximo o que está propondo.
● Evite, contudo, repetição e saturação de informações. Isso não ajuda e cria um
excesso desnecessário de leitura para quem avalia, o que às vezes tira o foco e a
força do que realmente importa e é valioso.

4) Não pedir ajuda


● Muitas vezes, mesmo estudando e tentando, temos dificuldade para escrever nossas
ideias ou fazer nossa inscrição. Troque ideias e peça ajuda.
● Tem muito/a agente de cultura capacitado/a para apoiar artistas nesse processo. E
se você é um ou uma artista e tem tido facilidade e sucesso com suas inscrições,
possivelmente está apto ou apta a ajudar demais artistas, podendo se colocar como
agente ou representante se quiser.
● Não hesite em entrar em contato com a organização ou órgão que lançou o edital, no
nosso caso a Fundação Cultural. É dever do/da responsável pelo edital dirimir
dúvidas sobre o mesmo.

5) Não ter foco definido


● Fazer muitas inscrições e apresentar muitas propostas, em muitas linguagens ou
categorias dentro de um mesmo edital pode parecer que você “está atirando para
qualquer lado” e que não há uma identidade no que faz/propõe. Nem sempre é o
caso, mas fique atento/a e avalie se é mesmo necessária mais de uma inscrição.
● Muitas inscrições de um/a mesmo/a proponente pode ainda tirar a força daquilo que
realmente ele/ela quer mesmo ter aprovado e fazer.

6) Falta ou problemas nos documentos e anexos


● Muitos/as proponentes costumam ter projetos e inscrições desclassificadas por falta
ou erro no envio de anexos com complementação das informações ou documentos;
● Como dissemos, faça uma lista com todos os documentos e anexos pedidos e
certifique-se de entender o que é, do que se trata e como se prepara ou obtém cada
um deles.
● Não exite em entrar em contato com a organização ou órgão que lançou o edital, no
nosso caso a Fundação Cultural. É dever do/da responsável pelo edital dirimir
dúvidas sobre o mesmo.
● Cuide para não apresentar/enviar documentos ou anexos mal digitalizados,
incompletos, com má formatação que dificulte leitura ou comprovações.
● Peça ajuda a contadores/as ou pessoas mais experientes se precisar emitir certidões
ou outros documentos legais ou contábeis.
7) Problemas quanto a contrapartida
● Muitas vezes notamos que há uma incompreensão do que é uma contrapartida. Por
isso é preciso lembrar que a contrapartida é sempre algo não
remunerado/custeado pelo edital, como o próprio nome já diz, sendo uma proposta
adicional (uma retribuição) arcada pelo proponente.
● Muitas vezes a contrapartida é mal dimensionada, sendo mais extensa do que o
necessário – o que termina por gerar despesas para a/o agente cultural ou artista
proponente.
● Na maior parte das vezes a contrapartida não é objeto de avaliação nos editais e
assim não conta pontos para o projeto/inscrição. Atente-se a isso para saber quanto
precisa se dedicar a planejar e escrever sobre ela.

8) Erros no orçamento e na gestão financeira


● Muitos/as de nós temos dificuldades em realizar o dimensionamento financeiro da
nossa ideia, do nosso projeto e erramos nos cálculos, na apresentação da quantia de
recursos que pedimos ou na faixa orçamentária que escolhemos concorrer. Não é
raro vermos projetos que não se pagam ou que pagam despesas de produção mas
deixam os/as artistas de mãos abanando.
● Fazer uma planilha básica com os custos fixos e variáveis das atividades entregas
previstas é fundamental. Ela pode ser feita em programas como Excel ou em uma
tabela simples, cuidando com as somas e multiplicações necessárias.
● Não esqueça de considerar custos com impostos caso precise emitir notas, e guarde
comprovantes dos pagamentos que fizer durante a execução do projeto para seu
controle financeiro e prestação de contas posterior.
Comunicação e autodivulgação
Há, hoje em dia, uma série de técnicas e categorias, maneiras de se organizar e se
divulgar, acessíveis e simples, que com um pouco de organização pessoal, tempo e
dedicação, é possível aprender a usar e conciliar com a rotina.

Lá no começo, comentamos da importância de sabermos quem somos, porque


somos, o que fazemos, como e porque fazemos, Conhecer nossa própria história nos situa,
mapeia características, pontos altos e baixos, nos mostra os caminhos pelos quais
passamos. Registrar memórias, individuais e coletivas, é uma forma de comprovar, validar
nossa existência, saberes e realizações. E isso ajuda demais na nossa vida profissional,
seja para nosso cotidiano, conseguindo novos trabalhos e contratos, seja para participar de
editais.

Com as ferramentas certas, a internet nos permite acessar e organizar tudo isso,
seja por meio de sites, blogs e vídeos ou por meio de perfis em determinadas redes sociais
como facebook, instagram e twitter. Contudo, entender certas relações, bem como
funcionalidades dessas plataformas, nos permite tirar o máximo de proveito delas.

Por exemplo, mídias sociais são temporais, seu fluxo e importância muda com o
tempo e com o tipo de pessoa que as utiliza, bem como o formato de conteúdo, e recebe um
volume altíssimo de atualização todo dia. Como se destacar no meio disso tudo?

Ter um site ou blog ainda é a melhor forma de manter uma “vitrine fixa” de sua arte, e
usar as mídias sociais para divulgar e interagir com as pessoas seria o mais adequado, pois
são canais de comunicação práticos e muito interativos.

Você também pode usar instagram e youtube como portfólios, desde que os organize
para isso, com muito cuidado para não misturar sua vida íntima e pessoal neles. Você até
pode compartilhar sua vida pessoal neles, mas na dosagem correta, afinal, as pessoas
adoram conhecer nossas particularidades, em um processo de humanização da pessoa
artista, da arte e do processo para criá-la.

Antes de começar, você precisa ter muito claro seu nome (artístico, oficial, nome
fantasia) pois é por ele que as pessoas vão te encontrar. Além disso, quais os tipos de
serviço e produto final você oferece e para que tipo de lugar, pessoa e empresa você pode
vender sua arte?
Alguns perfis em diferentes redes sociais permitem que você coloque profissão/área
de atuação na descrição da sua mini-biografia, e-mail e telefone para contato, dados
importantes para se conectar com seu público e, por que não, possíveis contratantes?
Como escolher meus canais de
comunicação?
A primeira questão a ser respondida é: Que tipo de arte você faz? Se é imagem
(fotografia, desenho, pintura), ou som (música, efeitos sonoros, trilha sonora), ou vídeo (de
opinião, videoclipe, humor, teatro) há canais específicos para isso, como:

● Flickr: uma rede social já antiga, onde você pode criar um perfil e postar suas fotos e
desenhos em forma de álbuns. Acesse: https://www.flickr.com/
● Instagram: uma rede social, talvez a mais importante neste momento, na qual você
pode postar vídeos longos e curtos, fotos, conteúdo em tempo real (os stories, que
desaparecem em 24h). Acesse: https://www.instagram.com/
● Behance: uma rede social de portfólios, para desenhistas, ilustradores, fotógrafos,
designers, organizada por projetos que podem receber curtidas de qualquer um que
visite seu perfil. Acesse: https://www.behance.net/
● Facebook: uma rede social cada vez mais em desuso, porém ainda funcionando.
Você pode criar páginas, conquistar curtidas e audiência e assim divulgar seus
trabalhos. Acesse: https://www.facebook.com/
● Youtube: uma plataforma onde é possível você criar um canal (ou seguir e
acompanhar os canais de outras pessoas), publicar seus vídeos de opinião, de
cunho educacional, revisão de livros e filmes, jornalísticos, enfim, o limite é sua
criatividade. Inclusive, é muito comum o conteúdo principal ser postado nessa rede
para, então, se divulgar nas outras redes, num processo de converter usuários,
visualizações, curtidas e compartilhamentos. Acesse: https://www.youtube.com/
● TikTok: uma rede social de vídeos rápidos de humor, memes, tendências, na qual
você mesmo pode editar o vídeo pelo seu celular, no aplicativo. Acesse:
https://www.tiktok.com/pt-BR/
● Twitter: uma das primeiras e mais importantes redes sociais já criadas, de conteúdo
rápido e com limite: 280 caracteres para formular um comentário, uma ideia, com a
chance de ser compartilhado indefinidamente por quem te acompanha ou sequer te
conhece. Acesse: https://twitter.com/
● Médium: uma rede social de textos de opinião, científicos, com possibilidade de
receber comentários de quem lê em trechos específicos da publicação. Também há
possibilidade de receber dinheiro dependendo da quantidade de acessos, mas é
preciso consultar as diretrizes do site. Acesse: https://medium.com/
● Tapas: uma rede social de histórias em quadrinhos. Também é possível receber
doações das pessoas que leem sua obra. Acesse: https://tapas.io/
● Wattpad: uma rede social de literatura, na qual você pode publicar contos, romances
e livros. Acesse: https://www.wattpad.com/
● Link Tree: é um site, em inglês, com recursos básicos gratuitos essenciais para você
criar, como o nome sugere, uma árvore de links. Lá, você pode centralizar tudo que é
importante para conhecer você e seu trabalho. Acesse: https://linktr.ee/

Há inúmeras redes sociais, dos mais variados temas, e é imprescindível que você
realize uma boa pesquisa, no google mesmo, sobre os temas que te agradam e tem a ver
com seu trabalho, sua arte. Além de pesquisar, filtrar bem as informações e estudar, seja
pelas diretrizes do site, seja usando no dia a dia, a funcionalidade, limites e condições de
cada rede. O que ela pode trazer de bom pra você?

Há, também, sites que oferecem a possibilidade de se criar um espaço, um perfil ou


uma “lojinha virtual”, para divulgar e vender suas criações:

● Elo7: https://www.elo7.com.br/
● Mercado Livre: https://www.mercadolivre.com.br/
● Shutterstock: https://www.shutterstock.com/
● Iluria: https://www.iluria.com.br/
● Shopee: https://shopee.com.br/

Todos esses canais possuem, cada um, características que podem ser
personalizadas (como nome, foto de perfil, mini-biografia, categorias para separar vídeos,
textos e imagens), e essa organização reflete questões importantes sobre você (como
asseio, autoimagem, autopromoção, comprometimento com publicação frequente,
capacidade de se comunicar claramente pelas conversas com pessoas que interagem com
seu conteúdo, etc). Esses mesmos canais podem ser utilizados como portfólios e serem
enviados em editais, caso estejam bem organizados e com as informações corretas.

Atenção! É altamente recomendável a criação de um portfólio em PDF, com um

currículo resumido de sua trajetória artística e profissional, com seus dez melhores
trabalhos, filtrando conteúdo e facilitando a avaliação em editais. Um não anula o
outro, e ambos são importantes para diferentes fins. Mais adiante, falaremos
especificamente sobre portfólios.
Para criar conteúdo de forma independente para seus canais, se auto divulgando,
saiba, antes, o que pode usar de matéria prima. Seu conteúdo não é apenas sua arte final:
tudo pode virar conteúdo, basta falar do jeito certo. Veja os exemplos a seguir:

● Compra de novos materiais pode virar uma foto, por exemplo, comentando que está
se preparando para criar coisas novas, ou para uma encomenda

● Foi ao estúdio gravar uma nova música, ensaiar para um show? Uma foto do
instrumento, ou você tocando um instrumento, comentando como se sente nesse
espaço

● Está em um show? Que tal mostrar para quem te segue alguns lances rápidos, pelo
Instagram, de como está a noite, o público, a banda?

● Vai aos Correios levar uma encomenda? Foto da embalagem pode mostrar que você
não atende somente pessoas da sua cidade, mas graças a internet, de diversos
outros lugares

● Está criando um novo desenho, ou vai realizar um ensaio fotográfico seu, ou de


alguém, em algum lugar? O famoso “backstage” (por trás do palco) encanta as
pessoas. Todo mundo gosta de ver o processo para se chegar no resultado final, e
isso humaniza, mostra que é feito por pessoas, que não é dom, não é talento, nem
mágica: é trabalho, e como tal, tem suas dificuldades, processos e demandas

Para criar efetivamente o conteúdo a ser postado (com foto, imagem, desenho, texto,
vídeo, edição) você pode usar um computador ou seu próprio celular. Há bancos de imagens
gratuitos, você pode tirar as próprias fotos também, além de usar imagens autorais de suas
criações, e editar tudo em programas e aplicativos gratuitos ou pagos (geralmente, plano de
anuidade, por cartão de crédito). A seguir, separamos uma breve seleção deles, mas
sugerimos fortemente uma rápida pesquisa no google com, por exemplo, “editor de vídeo
gratuito”, ou “editor de som gratuito”, para que você encontre um que responda a suas
necessidades. Há vários, de diferentes desenvolvedores, com potenciais distintos, ora
limitado, ora específico. Inclusive, qualquer coisa que precise com direitos livres de uso,
basta digitar, por exemplo, “banco de imagem gratuito”, ou ainda “efeitos sonoros gratuitos”
e o google nos fornece uma infinidade de arquivos com direitos livres para uso. Mas,
consulte antes o tipo de uso que é liberado, okei?
Programa Função Gratuito ou Pago? Plataforma

Snapseed Edição de imagens Gratuito Celular

Canvas Edição de imagens Gratuito, mas tem Celular e


recursos pagos computador

Open BR Office Editor de texto, Gratuito Computador


apresentações e
planilhas,
semelhante ao
Microsoft Office

DaVinci Resolve Editor de Vídeo Gratuito, mas tem Computador


recursos pagos

Kinemaster Editor de vídeo Pago, mas com Celular


recursos gratuitos

Anchor Editor de som para Gratuito Celular


podcast

Audacity Editor de som Gratuito Computador

I love pdf Editor de PDF Gratuito Online

A internet provê muita coisa legal, fácil, boa e gratuita, e a dificuldade reside,
geralmente, em como encontrar tudo isso. Um caminho interessante para entender alguns
mecanismos é assimilar que muito do que existe na internet, hoje, foi construído com base
em comunidades cujo objetivo é tornar acessível não apenas conteúdos, mas formas de
pensar e fazer. Recomendamos o estudo e compreensão dos seguintes conceitos e
práticas:

● Creative commons: traduzindo, “atribuições criativas comuns”. No site


creativecommons.org, que já celebra 20 anos de existência, há uma série de
sugestões de qual forma pode ser a mais apropriada para você divulgar sua obra. É
uma proposta que vai na contramão do Direito Autoral, e dá todo poder a quem cria
de como quer que sua obra seja usada pelas pessoas. Você quer que todo mundo
compartilhe e crie sobre sua obra, apenas citando que o original é seu? Você quer
que seja de compartilhamento livre desde que cite você, mas sem qualquer
modificação? Quer que quem use e/ou altere, possa se sentir livre para usar com fins
comerciais, citando ou não sua pessoa? Acesse o site do Creative Commons, leia as
possibilidades, veja se combina contigo essa forma de criar conteúdo, além de
aprender a encontrar conteúdos na internet que respeitem a essas características.
Acesse: https://creativecommons.org/
● Copyleft: como o nome sugere, ironicamente, também vai na contramão do
“copyright”. De acordo com o site Wikipédia, Richard Stallman foi um dos
responsáveis pela popularização inicial do termo copyleft, ao associá-lo, em 1988, à
licença GPL. De acordo com Stallman[1], o termo foi-lhe sugerido pelo artista e
programador Don Hopkins, que incluiu a expressão "Copyleft – all rights reversed"
numa carta que lhe enviou. A frase é um trocadilho com a expressão "Copyright – all
rights reserved" usada para afirmar os direitos de autor”. Consulte o artigo completo
da Wikipédia sobre Copyleft e Creative Commons, e entenda um pouco mais sobre a
cultura da participação! As intenções dessas duas frentes são justamente
produzirmos mais e mais conteúdo, livre das amarras do capital, para que a arte
possa circular livremente, sem precisar, literalmente, coibir, censurar e impedir as
pessoas de criarem, usarem, difundirem. Acesse:
https://www.gnu.org/licenses/copyleft.pt-br
● Domínio Público: sabia que existe uma biblioteca digital, chamada de Domínio
Público, justamente por conter um acervo gigantesco de filmes, músicas, obras de
arte, entre tantas coisas. Quando a pessoa que criou algo morre, um determinado
período de tempo depois os direitos de suas criações se tornam públicos. Acesse o
site: dominiopublico.gov.br e descubra muita matéria prima para criar, se inspirar e
transformar. Acesse: http://www.dominiopublico.gov.br

Mesmo que não venha a utilizar nenhum desses selos em suas obras, vale o tempo
dedicado a entendê-las, pois em algum momento pode ser que você precise de conteúdo
que esteja sob essas condições. Conhecimento sempre é bem vindo, não é mesmo? E
trabalharmos por um mundo onde todo e qualquer tipo de arte possa circular livremente,
para que as pessoas possam consumi-la, senti-la e transformar o mundo, pode deixar de ser
sonho, projeto, e virar realidade O que acha?
Portfólio, clipagem e conceitos básicos de
diagramação e design
Todas essas questões abordadas até o momento têm, como objetivo, contribuir com
sua formação e ações no dia a dia. Acreditamos que, antes de falar como organizar seus
materiais para apresentar em um edital, é preciso falar sobre como organizar suas coisas e
a forma como se apresenta para o mundo. Por mais que um edital preveja verba para a
execução de ideias e projetos, estes são, no geral, parte do todo que você é. Digamos que
“manter a casa em ordem” é difícil e requer dedicação, mas uma vez que temos isso feito,
fica muito mais fácil dar início - ou sequência - em projetos, ações, eventos e derivados.

Vamos citar como exemplo um portfólio online, requisito básico para participar de
editais de arte. Para organizar um, você precisa, antes, ter catalogado, selecionado e
hierarquizado seus trabalhos, seja em um acervo pessoal, seja em algum site próprio para
isso. Quais trabalhos que te representam melhor? Em qual plataforma vai dispô-los? Afinal,
vários editais aceitam links como parte dos documentos, às vezes, PDFs. Vamos supor que
você trabalhe com contação de histórias: se você organiza um canal no youtube com seus
melhores vídeos de contação, lá, além de existir um registro de acessos e visualizações, há,
também, a possibilidade de organizar listas e categorias, centralizando tudo em um único
lugar e facilitando o envio do material para um edital.

Ou, vamos supor que trabalhe com poesia visual: um perfil no instagram, com
imagens e legendas, bem organizados, também serve como portfólio virtual. A questão é
que você precisa “arrumar a casa” antes de sair por aí convidando as pessoas para
visitarem ela, não é mesmo? A mesma coisa acontece com a nossa imagem enquanto
artistas e agentes de cultura: o profissionalismo se apresenta em características como
organização pessoal, transparência, comprometimento, pontualidade, clareza nas falas e
ideias, capacidade de síntese, coisas que podemos aprender e aplicar no nosso cotidiano.

O que não pode ser feito: uma foto, música ou vídeo, “solto”, seja no seu instagram,
ou mesmo nos arquivos e documentos a serem enviados para o edital em questão, sem
contextualização, legenda, algo que explique o que aquele registro significa. Atenção aos
detalhes, simplicidade na forma de apresentar as ideias, são maneiras de facilitar a
compreensão de nossas propostas.
A seguir, vamos falar de alguns conceitos de diagramação e design que podem ser
utilizados tanto na criação de uma postagem simples como, principalmente, na elaboração
de seu portfólio.
Hierarquia da informação
Qual a coisa mais importante da sua arte, do seu trabalho, de você, do seu portfólio?
Chamamos de Hierarquia da Informação a maneira que organizamos o conteúdo, a
mensagem. O que queremos que as pessoas vejam primeiro? Essa “coisa” precisa ter mais
destaque. Vamos usar aqui a numeração 10, para designar o que é o mais importante, e 1,
para o que é menos importante. Em uma peça de teatro, a importância das coisas fluem
entre 1 e 10: a cada momento, uma coisa é 10, e outra é 4, ou 7, ou 1. Isso porque se tudo
for 10, ninguém presta atenção em nada. Ou seja: se você escreve um texto, monta um
layout, é preciso criar essa hierarquia, essa ordem, para que as pessoas tenham uma ordem
de leitura e entendam o que queremos passar.

Outro exemplo: em nosso portfólio, é importante escolhermos apenas 10 trabalhos,


nem mais, talvez um pouco menos caso ache pertinente. Ao colocarmos os trabalhos em
uma ordem de qualidade, sendo 1 para o que consideramos “bom” e 10 para o que é
“incrível”, teremos uma escala de 1 a 10. Mas, ao inserirmos esses trabalhos em nosso
portfólio propriamente dito, trazemos o 10 para a abertura dele, provocando um forte
impacto nos avaliadores, patrocinadores e afins. Sendo assim, teremos: 10, 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8, 9, construindo um crescente na experiência de quem vê nosso trabalho. Um impacto, e
logo na sequência, bons trabalhos que seguem melhorando cada vez mais. É uma técnica
simples, mas ajuda muito a organizar a leitura. Uma outra dica é pedir ajuda de colegas,
amigos e amigas, para te ajudarem na hierarquização de seus trabalhos.

Após essa seleção e organização, diagramar página a página não é um trabalho


impossível: você pode usar o próprio Word, ou pedir ajuda para alguém que tenha domínio
de ferramentas como Photoshop e programas de edição. Esse documento, por exemplo, foi
todo diagramado no Google Drive, para mostrar que com o entendimento básico de alguns
conhecimentos, podemos nos virar. A seguir, uma lista de algumas coisinhas importantes
para serem levadas em consideração na criação de seu portfólio:

● escolher até 10 trabalhos, e ordená-los de 1 a 10, sendo um “bom” e 10


“incrível”. Pode pedir ajuda para hierarquizar;
● criar um documento em um programa de edição, pode ser o Word, ou o
Google Drive, configurar a página no modo “paisagem”, pois telas de
computador são em modo paisagem. Dessa maneira, você aproveita melhor
o espaço da folha, além de facilitar a leitura. No modo “retrato”, é preciso usar
barra de rolagem, ou seja, a página não cabe inteira na tela e interfere na
leitura;
● para cada imagem e trabalho selecionado, lembre-se de inserir uma legenda
contendo: nome e ano da obra, técnica usada (é música, pintura, peça de
teatro, roteiro, livro, vídeo?), pessoas envolvidas, patrocinadores e, muito
importante: links externos, caso tenha;
● uma capa é essencial, também, com uma folha de rosto contendo seus dados
básicos como e-mail, telefone, endereço, páginas na internet e nas redes
sociais. Ou seja: ao final, você terá um documento com aproximadamente
doze páginas, bem organizado. A seguir, coloco algumas imagens de meu
próprio portfólio para ilustrar o que foi dito aqui.
Menos é mais
Muitas vezes, na expectativa de sermos selecionados e contemplados em editais,
conquistarmos patrocínio e sermos vistos e vistas, abarrotamos tudo com informação
demais, em excesso. Lembra ali na parte de “Hierarquia da Informação”, que falamos sobre
selecionar e hierarquizar nossos trabalhos? Pois bem, ao afirmarmos que “menos é mais”, é
justamente sobre isso: menos informação não quer dizer que ela seja ruim, mas sim,
relevante.
Ao escolher os trabalhos para compor um portfólio, analise a relevância deles para o
edital e/ou patrocínio em questão. Vamos supor que seja um edital de premiação de
trajetória artística: vale a variedade, o tempo de estrada, formações interdisciplinares, tudo
que compõe sua pessoa e áreas com as quais trabalha. Mas, se é um edital específico para
um evento de natal, que pede um tipo de performance ou oficina, arrume seu portfólio
apenas com trabalhos direcionados para isso. Foco na seleção, relevância e qualidade para
potencializar as chances de avaliadores.
Aqui também é preciso reforçar a necessidade de não criar malabarismos visuais:
clareza na forma de apresentar as informações, uma fonte legível, espaçamento entre os
elementos que compõem a página (no caso do exemplo a seguir, título, legenda e foto).
Clipagem
Um dos requisitos de editais para artistas e que muitas vezes pode ser decisivo é a
clipagem de notícias, entrevistas, vídeos e tudo aquilo que foi falado sobre nós. Isso ajuda a
comprovar o alcance de nossa arte, de nossas produções. Você pode organizar isso de
duas maneiras:
● um PDF
● um website
Em ambas as formas, é preciso retomar os mesmos conceitos trabalhados para o
portfólio: filtrar as mais importantes, organizar por ano, veículo de comunicação (tv, jornal,
rádio, site), salvar printscreens (captura de tela), links, escanear matérias impressas… todas
as formas de armazenamento são válidas, para não correr riscos de perder as que
realmente importam.
Tanto em PDF quanto em um website, você pode organizar as imagens com
legendas, explicando de quando é a matéria, onde saiu, detalhes que de alguma forma
contextualizem e complementem a leitura para os avaliadores. Reforçamos isso pois muitas
vezes quem avalia não é de nossa cidade, e mesmo que sejam, podem não nos conhecer. E
mesmo que conheçam, precisam ser paritários em suas decisões, por isso quanto mais
completo os documentos enviados, respeitando os pedidos do edital em questão, mais
chances de sermos contemplados.
Para criar sua clipagem em PDF, você pode pedir ajuda para alguém que manuseie
programas de edição, ou usar o mesmo procedimento que citamos na criação de um
portfólio, usando o Word ou Google Drive. Você pode até usar o Powerpoint, ou similares, se
quiser.
Já, para criar um website como clipagem, pode usar o Medium, ou o Wordpress, ou
alguma outra plataforma de sua preferência, e criar uma postagem única, reunindo capturas
de tela (printscreen) de sites com notícias sobre você e seu trabalho, links para vídeos, lives,
matérias e afins. Independente da forma que escolher, esteja ciente que é preciso organizar
a clipagem seguindo as mesmas orientações do portfólio: selecionar as mais importantes,
contextualizar e organizar visualmente com clareza.
Curadoria comentada de conteúdo
complementar
Após essa jornada, acreditamos que a busca pelo aprendizado e aperfeiçoamento
siga firme, cada um em sua área, fortalecendo contatos, parcerias e saberes. Para tanto, a
seguir, separamos conteúdos complementares especialmente para você. Bom proveito!

A arte de pedir, por Amanda Palmer


Amanda Palmer é uma artista estadunidense que se tornou mundialmente conhecida após
financiar, com sucesso, seu álbum de músicas. Ela foi convidada a palestrar no famoso
evento TEDx, e após o sucesso e repercussão de sua fala, escreveu o livro “A Arte de
Pedir”. Esta sugestão abre nossa curadoria com a provocação de que ser artista é estar, o
tempo todo, buscando a conexão mais diversa com as pessoas tendo como base o afeto
criado e alimentado pela nossa arte. Se não tiver tempo ou como ler seu livro, assista ao
vídeo. Treze minutos que transformarão sua percepção, com toda certeza.
Assista em: https://bit.ly/3cIjXHF

Domestika
Uma organização com cursos incríveis e com valores acessíveis (sim, há cursos incríveis a
partir de 39 reais, promoções frequentes e combos e combinações incríveis). Lá você pode
encontrar cursos que ensinam a base da música, do desenho e até cursos que abordam
sobre logística, lojas online, programação simplificada para elaborar seu próprio site… basta
procurar na barra de pesquisa o tema de sua preferência e você encontrará opções incríveis
e acessíveis.
Conheça em: https://www.domestika.org/pt/

Udemy
Com uma pegada parecida com o Domestika, mas com um toque mais acadêmico, aqui
você também encontrará cursos incríveis a preços acessíveis, e pode até, seguindo as
diretrizes da plataforma, criar seus próprios cursos!
Conheça em: https://www.udemy.com/

Unsplash
Um site com belíssimas imagens gratuitas, porém com a condição de que, ao usar, você cite
quem a fez. Está em inglês, mas isso não é um impedimento. Lembre-se que pode usar o
google tradutor para traduzir palavras-chave que você tem interesse de pesquisar.
Acesse em: https://unsplash.com/

Freepik
Um gigantesco banco de imagens, desenhos, arquivos gratuitos. Há conteúdo pago? Sim,
mas na mesma proporção, há gratuitos. Verifique as condições de uso do site, sempre!
Acesse em: https://br.freepik.com/

Apache OpenOffice
Uma suíte de aplicativos iguais aos da Microsoft Office, porém gratuito! As mesmas
funcionalidades de editor de texto, apresentações, planilhas, mas sem precisar pagar ou
piratear nada.
Acesse: https://www.openoffice.org/

TEDx
Inúmeras palestras rápidas, de vários tipos de profissionais e pessoas, sobre projetos,
pensamentos, conquistas, questionamentos. Todos com legenda e intuitivo ao usar. Acesse
o site e explore os conteúdos de acordo com seus gostos.
Acesse em: https://www.ted.com/

Eduk
Uma plataforma brasileira de cursos, com preços variados, promoções frequentes, na área
de artesanato, criação de marcas, administração de finanças de pequenos negócios. Vale a
pena explorar e descobrir se tem algo que te cabe.
Conheça: https://www.eduk.com.br/

Cursos On-Line relativos à elaboração e gestão de projetos


● Curso de elaboração de projetos culturais - oferecido gratuitamente pela Escola
Aberta do Terceiro Setor e disponível ininterruptamente. Acesse em:
https://ead.escolaaberta3setor.org.br/courses/como-elaborar-projetos-culturais
● Curso de capacitação de Agentes Culturais - oferecido gratuitamente algumas vezes
por ano pela Fundação Demócrito Rocha. Mais informações em:
https://cursos.fdr.org.br/course/view.php?id=51
● Curso de elaboração de projetos culturais - oferecido pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa. É aberto uma vez ao ano, online e de forma gratuita: Mais
informações em: https://ead.uepg.br/site/moocs
Apostilas ou cartilhas sobre elaboração de projetos ou temas relacionados à cultura
● Cartilha “Projetos Culturais: como elaborar, executar e prestar contas”, criada pelo
Sebrae e pelo Instituto Alvorada Brasil, é disponibilizada gratuitamente e possui
amplo conteúdo sobre o tema.
Acesse em:
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/61942
d134ba32ed4c25a6439578715ce/$File/5443.pdf
● Cartilha “O Microempreendedor Individual e a Economia Criativa”, criada e
disponibilizada gratuitamente pelo Sebrae, traz boa explicação sobre economia
criativa e possibilidades de atuação para profissionais autônomos, incluindo agentes
de cultura ou artistas, por exemplo.
Acesse em:
https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/CE/Anexos/Cartilha_Econo
mia_criativa_2019_final.pdf

Plano Nacional de Cultura


Documento orientador para políticas públicas de cultura no país, trazendo conceitos,
diretrizes e metas para ações em diferentes esferas do poder público. Foi elaborado pelo
antigo Ministério da Cultura, atual Secretaria Especial de Cultura.
Conheça os conceitos e texto base:
http://pnc.cultura.gov.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/03_plano_nacional_de_cultura.
pdf
Conheça aqui as diretrizes:
​http://pnc.cultura.gov.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/Plano-Nacional-de-Cultura-Dire
trizes.pdf

Secretaria Especial de Cultura


Secretaria de nível federal que responde pelas estratégias, programas, leis e diretrizes
macro em cultura, também lançando editais próprios. Substituiu o Ministério da Cultura,
extinto em 2019.
Acesse por aqui: https://www.gov.br/turismo/pt-br/secretaria-especial-da-cultura

Secretaria da Comunicação Social e Cultura do Estado do Paraná


Secretaria responsável pelo desenho e execução de estratégias e atividades ligadas à
cultura e às manifestações artísticas no estado do Paraná.
Acesse aqui: https://www.comunicacao.pr.gov.br

Fundação Cultural de Foz do Iguaçu


Órgão responsável pelo desenho e execução de estratégias e atividades ligadas à cultura e
às manifestações artísticas em Foz do Iguaçu.
Acesse aqui:
http://culturafoz.pmfi.pr.gov.br/home?fbclid=IwAR2YaP1lqsZYpLEP-Nj7LQJLssZPSpZE5M53
J5X7eNzL2zo6BEtYbdCHA7k

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