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Porto Alegre
2020
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 02
2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 05
3 OBJETIVOS.......................................................................................................... 06
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 06
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 06
4 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 07
5 METODOLOGIA................................................................................................... 09
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO
Trocas desiguais:
Considero essa aproximação um fenômeno de extrema importância pelo
impacto social e econômico que gera e por seu significado cultural.
Tenho sido uma de suas ardorosas defensoras, propagando-a aos
quatro ventos, como jornalista, como palestrante, como curadora de
exposições, e também na minha passagem de quatro anos pela direção
do Museu da Casa Brasileira.
No entanto, precisamos pôr o dedo na ferida: nessa onda, têm ocorrido
também muitos equívocos, muitas experiências ruins. Elas decorrem das
visitas episódicas, consultorias de até uma semana que rendem muita
mídia para os designers que vão até as comunidades, mas que não
deixam nenhum saldo positivo nas comunidades, a não ser expectativas
enormes quase sempre destinadas a se tornarem frustrações.
No Brasil, esse movimento sistemático de olhar para dentro teve seus primeiros
passos e maior visibilidade em âmbito nacional a partir de iniciativas idealizadas pela
Antropóloga Sra. Ruth Cardoso que, de 1995 a 2002, presidiu o Conselho do Programa
Comunidade Solidária. Ela também foi fundadora do Programa Artesanato Solidário
(atualmente ArteSol) que nasceu dentro das ações de emergência que na época
constituíam o Programa Federal de combate aos efeitos da Seca de 1998. Estas ações
tiveram diversos desdobramentos positivos e colocaram luz em um profundo problema
social do Brasil, olhando para uma população até então esquecida, ignorada,
obscurecida.
O que importa para o design estratégico é algo que se encontra em um
nível obscuro, aquilo que não está aparente, foi sobre isso que Hill
(2012) se referiu como matéria sombria, algo tipo uma bagunça política
que envolve “[...] cultura organizacional, políticas públicas, mecanismos
de mercado, legislações, modelos financeiros e outros incentivos,
estruturas governamentais, tradições e hábitos, cultura local e identidade
nacional, os hábitos, situações e eventos nos quais as decisões são
tomadas”. (MEYER, 2019, p. 3, tradução nossa)
2 JUSTIFICATIVA
A presente pesquisa visa estudar, aprofundar e propor alguns conceitos para que
o papel do designer seja cada vez mais forte na contribuição para a transformação do
mundo em uma sociedade mais igualitária e sustentável na mesma proporção. Não
apenas igualitária, pois sem a sustentabilidade (ecológica) não haverá futuro. E se for
apenas sustentável e milhões de pessoas seguirem vivendo em condições desumanas,
não será justo ética e moralmente, portanto não terá valido a pena o esforço para atingir
a sustentabilidade. Segundo Manzini (2008, p. 25): “A transição rumo à sustentabilidade
requer uma descontinuidade”. Para quebrar a lógica capitalista atual que estimula o
crescimento contínuo dos níveis de produção e seus materiais é preciso haver um
processo reverso que estimule o crescimento a partir da redução dos níveis de
produção e principalmente de consumo.
Victor Papanek no seu livro “Arquitectura e Design: ecologia e ética” fala que no
Design é necessário haver responsabilidade, ética e valores espirituais que nos ajudem
a encontrar um modo de vida sustentável e harmonioso e descreve perfeitamente
algumas das principais capacidades e talentos de um designer, tais como: o dom de
descobrir respostas adequadas aos novos problemas; aptidão para investigar, organizar
e inovar; saber combinar considerações técnicas da forma criada com a preocupação
dos fatores sociais e humanos e da harmonia estética; saber prever consequências
ambientais, ecológicas, econômicas e políticas provocadas pelo design; capacidade de
trabalhar com pessoas de muitas culturas e áreas diferentes.
Ao iniciar a pesquisa sobre o corpo docente e os principais autores das linhas de
pesquisa em Design Estratégico, um mundo de conhecimentos e possibilidades se
abriu. Porém alguns conceitos importantes dentro do Design estratégico, além da
cultura de projeto saltaram aos olhos indicando uma urgência em serem trazidos para
as ações e projetos do Setor artesanal para que haja uma melhoria e atualização
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necessária para o mundo de hoje. Conceitos esses que são: Alteridade, Decolonidade e
Descontinuidade, que serão explorados na seção do Referencial Teórico.
Portanto, atuando subjetivamente através de ações do Design em médio a longo
prazo, talvez seja possível mudar a lógica do pensamento coletivo em relação aos
hábitos de consumo capitalistas e sociedade extrativista tanto a nível local quanto
global, para que a sociedade crie uma nova relação com seu entorno, de
sustentabilidade e regeneração, respeitando, valorizando e se beneficiando dos
conhecimentos originários das culturas identitárias territoriais.
Assim sendo, essa pesquisa possui a seguinte problemática: Quais seriam os
possíveis impactos na sociedade, se os designers atuassem assumindo uma
perspectiva subjetiva que partisse dos conceitos de Alteridade, Decolonidade e
Descontinuidade?
3 OBJETIVOS
4 REFERENCIAL TEÓRICO
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MAURI, Francesco. Progettare progettando strategia. Milano: Masson, 1996.
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“Eu não posso falar sobre Design Estratégico em geral, eu preciso falar
de Design Estratégico para a sustentabilidade” [...] “Nós descobrimos
que um sistema complexo pode mudar, radicalmente” [...] “muda porque
algo aconteceu internamente, que em certo momento provoca um
estresse no sistema dado, que gera uma transformação” [...]
“descobrimos que a única maneira de fazer uma mudança complexa no
sistema é tendo inúmeras pequenas mudanças” [...] “Pequenas
mudanças radicais dentro do sistema são as que todas juntas criam as
condições para a transição, para a mudança de um sistema para outro”
[...] “Nós sabemos agora, que precisamos mudar nossos valores e o
designer pode ser parte dessa mudança da qual estamos falando”.
Para que seja possível nos movermos em direção à uma sociedade mais
humana, igualitária e sustentável, será necessário romper com diversos padrões e
tendências em relação a estilo de vida, produção e consumo em que vivemos, através
de pequenas ações de descontinuidade.
5 METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
CASTRO, Eduardo Viveiros de. O medo dos outros. Revista de Antropologia, São
Paulo, v. 54, n. 2, 2011. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/39650.
Acesso em: 31 out. 2020.
MANZINI, Ezio. Emerging design in the transition phase: the new design culture. São
Leopoldo, 20 mar. 2018. Facebook: Mestrado e Doutorado em Design Unisinos.
Disponível em: https://www.facebook.com/watch/?v=734047344099840. Acesso em: 31
out. 2020.
PAPANEK, Victor. Arquitectura e Design: ecologia e ética. Lisboa: Edição 70, 2007.