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Brazilian Journal of Development


Avaliação da composição corporal e parâmetros bioquímicos de mulheres
com sobrepeso ou obesidade suplementadas com canela (Cinnamomum
verum) durante a pós-menopausa.

Assessment of body composition and biochemical parameters of


overweight or obese women supplemented with cinnamon (Cinnamomum
verum) during post menopause.

DOI:10.34117/bjdv6n4-438

Recebimento dos originais: 30/03/2020


Aceitação para publicação: 30/04/2020

Luciana do Nascimento Pereira


Mestre em Saúde Materno-Infantil pela Universidade Federal Fluminense
Instituição: Hospital Universitário Antônio Pedro - Universidade Federal Fluminense
Endereço: Av. Marquês do Paraná, 303 - Niterói, RJ - Brasil.
E-mail: pereiralun@gmail.com

Ana Luíza Sant´Anna da Costa e Silva


Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas pela Universidade
Federal Fluminense
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Professor Hernani Melo, 101, Laboratório de Fisiologia Endócrina e
Metabologia, São Domingos - Niterói, RJ - Brasil
E-mail: analuizascs@hotmail.com

Karen de Jesus Oliveira


Doutora em Ciências Biológicas (Fisiologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Professor Hernani Melo, 101, Laboratório de Fisiologia Endócrina e
Metabologia, São Domingos - Niterói, RJ - Brasil
E-mail: karoliver@hotmail.com

Thalita Vicente Brandão


Graduanda em Nutrição pela Universidade Federal Fluminense
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Mário Santos Braga, nº 30 – Centro, Niterói-RJ, Brasil.
E-mail: thalita_vicente@id.uff.br

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Marselly Ramos de Souza Pires
Mestre em Ciências Biomédicas pela Universidade Federal Fluminense
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Professor Hernani Melo, 101, Laboratório de Fisiologia Endócrina e
Metabologia, São Domingos - Niterói, RJ - Brasil
E-mail: marsellyrsouzapires@gmail.com

Pedro Ribeiro de Souza


Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Cardiovasculares pela Universidade
Federal Fluminense
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Alameda Barros Terra, s/n – Bloco E – Sala 110 – Instituto Biomédico
E-mail: pedrosouza@id.uff.br

Gabrielle de Souza Rocha


Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Mário Santos Braga, nº 30 – Centro, Niterói-RJ, Brasil.
E-mail: gabriellerocha@id.uff.br

Manuela Dolinsky
Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
Instituição: Universidade Federal Fluminense
Endereço: Rua Mário Santos Braga, nº 30 – Centro, Niterói-RJ, Brasil.
E-mail: manudolinsky@gmail.com

RESUMO
Introdução: A canela (Cinnamomum verum) tem sido investigada por seus efeitos anti-
inflamatório, antibacteriano e antioxidante. No entanto, seus efeitos sobre as doenças crônicas
não transmissíveis em humanos são escassos, sobretudo com mulheres na pós menopausa.
Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com canela na composição corporal e parâmetros
bioquímicos de mulheres com sobrepeso ou obesidade na pós-menopausa.
Métodos: Foi realizado um estudo longitudinal randomizado, duplo-cego, controlado por
placebo com mulheres na pós-menopausa com sobrepeso ou obesidade. As voluntárias foram
suplementadas com 2g por dia de canela (n = 15) ou placebo (n = 15), durante oito semanas.
Medidas antropométricas, de composição corporal, glicemia e perfil lipídico foram avaliadas
antes e após a intervenção.
Resultados: Após a intervenção, o grupo placebo (GP) apresentou aumento significativo da
glicemia de jejum (p = 0,006), do peso (p = 0,001), do índice de massa corporal (IMC) (p =
0,001), da massa magra (p = 0,017) e da massa gorda (p = 0,006), alterações não observadas
no grupo canela (GC). Quanto ao perfil lipídico, ambos os grupos apresentaram aumento de
CT (GC p = 0,005 e GP p < 0,001) e do LDL-c (GC p = 0,003 e GP p < 0,001), e somente o
GC demonstrou redução do HDL-c (p = 0,003).
Conclusão: Conclui-se que a canela proporcionou um efeito protetor quanto ao ganho de peso
e massa corporal, além de prevenir o aumento da glicemia de jejum das mulheres na pós-
menopausa estudadas, sem, no entanto, alterar o perfil lipídico.

Palavras-chave: canela, dislipidemia, obesidade, pós-menopausa.


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ABSTRACT
Introduction: The Cinnamon (Cinnamomum verum) has been investigated for its anti-
inflammatory, antibacterial and antioxidant effects. However, its effects on chronic non-
communicable diseases in humans are scarce, overallin post-menopausal women.
Objective: To evaluate the effect of cinnamon supplementation on body composition and
biochemical parameters of post-menopausal women with overweight or obesity.
Methods: A randomized, double-blind, placebo-controlled longitudinal study was madewith
post-menopausal women with overweight or obesity. The volunteers were supplemented with
2g of cinnamon (n = 15) or placebo (n = 15) per day during eight weeks. Anthropometric
measurements, body composition, blood glucose and lipid profile were evaluated before and
after the intervention.
Results: After the intervention, the placebo group (PG) showed a significant increase in fasting
glucose (p = 0.006), weight (p = 0.001), body mass index (BMI) (p = 0.001), lean mass (p =
0.017) and fat mass (p = 0.006), changes not observed in the cinnamon group (CG). When it
comes to the lipid profile, both groups showed an increase in TC (CG p = 0.005 and GP p
<0.001) and LDL-c (CG p = 0.003 and GP p <0.001), and only the CG showed a reduction in
HDL-c (p = 0.003).
Conclusion: It can be concluded that cinnamon provided a protective effect in terms of weight
gain and body mass, in addition to preventing the increase in fasting glucose of post-
menopausal women studied, without, however, altering the lipid profile.]

Keywords: cinnamon, dyslipidemia, obesity, post-menopause.

1 INTRODUÇÃO
A partir da última metade do século 20, modificações demográficas e tecnológicas
determinaram alterações no consumo alimentar e no estilo de vida das populações de diversos
países, em especial naqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Essas transformações
caracterizam o processo da transição nutricional retratada por distúrbios de excesso de peso,
concomitantemente ao aumento da prevalência de obesidade1.
Nas mulheres, o período da pós-menopausa é caracterizado pelo declínio da produção
de estrogênio, fato determinado como uma das principais causas da obesidade feminina
durante este período2, tornando este grupo mais vulnerável às doenças coronarianas, devido às
alterações que ocorrem no perfil lipídico3. Além disso, a chance de ocorrência da diabetes
mellitus tipo 2 (DM2) cresce com o envelhecimento da mulher, sendo esse fato fortemente
4,5
correlacionado a obesidade e ao sedentarismo . A obesidade predispõe a várias doenças,
como o DM2, hipertensão arterial sistêmica e alguns tipos de câncer, além das doenças
cardiovasculares (DCV) 6.
A canela (Cinnamomum verum) tem sido investigada por seus efeitos antimicrobiano,
anti-inflamatório, antibacteriano e antioxidante. Vários estudos têm correlacionado a

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suplementação com canela a melhora na glicemia, perfil lipídico, redução da gordura corporal
e melhora da sensibilidade à insulina em animais experimentais e indivíduos com DM2 7, 8, 9,
10, 11
. No entanto, ainda são muito escassos os ensaios clínicos controlados e randomizados
sobre os efeitos da canela em mulheres na pós menopausa9.
Neste sentido, este estudo tem como objetivo analisar os efeitos da suplementação com
canela na composição corporal, perfil lipídico e glicemia de jejum em mulheres no período da
pós-menopausa com sobrepeso ou obesidade.

2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 DESENHO DE ESTUDO
Foi realizado um estudo longitudinal randomizado, duplo-cego, controlado com
placebo com 41 mulheres no período da pós-menopausa com sobrepeso ou obesidade. Para
caracterizar o período da pós-menopausa as mulheres deveriam apresentar amenorréia por no
mínimo um ano (12 meses). Os critérios de inclusão foram: idade entre 45 e 59 anos, com, no
mínimo, 12 meses de amenorréia e que apresentasse sobrepeso ou obesidade. Foram excluídas
as mulheres que faziam o uso de anticoagulantes, hipolipemiantes, anti-hipertensivos,
hipoglicemiantes orais e insulina, portadores de disfunção hepática, que faziam reposição
hormonal, que tinham realizado quimioterapia e que tinham alergia ou hipersensibilidade à
canela. Após esclarecimentos sobre a pesquisa, as voluntárias que concordaram em participar
do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
O estudo foi aprovado comitê de ética e pesquisa da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal Fluminense, sob o número de protocolo 51976015.2.0000.5243 no ano
de 2015, de acordo com a Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e publicado
no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (Número de registro RBR-3cr9jh) no ano de 2018.

2.2 DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO


No primeiro momento, as mulheres foram atendidas no Ambulatório de Nutrição
Funcional da Universidade Federal Fluminense (UFF) onde preencheram uma ficha cadastral
com dados socioeconômicos, anamnese clínica e histórico familiar. A avaliação da ingestão
dietética foi feita por recordatório de 24 horas. Foram coletados dados de peso e altura, para
posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC), determinado pela divisão da massa (Kg)
pelo quadrado de sua altura (m) e foi aferida circunferência da cintura (CC). As mulheres
foram randomizadas no grupo canela (GC) ou no grupo placebo (GP). No decorrer da
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pesquisa, 11 mulheres desistiram de participar, sendo o estudo concluído com 30 voluntárias,
15 mulheres no GC e 15 mulheres do GP.
Para realização da avaliação da composição corporal e análises bioquímicas, as
voluntárias foram atendidas no Laboratório de Avaliação Nutricional e Funcional da UFF. Foi
realizada a coleta de sangue das voluntárias em jejum de 12 horas, para avaliação da glicemia
e perfil lipídico, e a absorciometria com raios-X de dupla energia (DXA) para avaliação da
composição corporal.
As mulheres foram suplementadas diariamente com cápsulas contendo 2g de canela
(Cinnamomum verum) ou placebo, que totalizaram seis cápsulas diárias, por um período de
oito semanas, sendo orientadas a consumir duas cápsulas no desjejum, duas no almoço e duas
no jantar. Após as oito semanas, as mulheres retornaram ao laboratório para a realização das
mesmas medidas anteriores à suplementação. As cápsulas foram armazenadas em potes
plásticos com tampa, com a identificação de cada voluntária. Ao final do estudo, a adesão a
suplementação foi superior a 80%, demonstrando que as voluntárias apresentaram boa adesão
à intervenção12. Durante todo o período experimental, as mulheres foram orientadas a manter
dieta e atividade física de rotina, e que não incluíssem canela nas preparações dietéticas
consumidas.
O sangue venoso coletado (10 mL), após 12h de jejum noturno, foi centrifugado a 3000
rotações por minuto, a 4ºC por um período de 15 minutos para obtenção do soro, as alíquotas
obtidas foram congeladas para posterior análise. Para as análises bioquímicas foram utilizados
kits da marca Bioclin®, sendo seguidas as orientações do fabricante. Foi utilizado o método
colorimétrico enzimático para a dosagem da glicemia, Colesterol Total (CT), Triglicerídeo
(TG) e Lipoproteína de Alta Densidade (HDL). O valor da Lipoproteína de Baixa Densidade
(LDL) foi obtido pelo cálculo de Friedewald13.
A análise estatística foi realizada através do SPSS V. 20 e os resultados foram expressos
em média ± desvio padrão. Para testar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-
Wilk. Para a comparação dos dados entre os grupos antes e após a intervenção foi utilizado o
teste t de Student para amostras independentes (não pareado) para as variáveis cujos dados
seguiam distribuição normal e o teste de Mann-Whitney para aquelas cujos dados seguiam
distribuição não normal. Já para a comparação intragrupos antes e após a intervenção foi
realizado o teste t de Student pareado para as variáveis cujos dados seguiam distribuição
normal e o teste de Wilcoxon para aquelas cujos dados não apresentavam tal distribuição. O
nível de significância adotado para todos os testes foi de 5%.
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3 RESULTADOS
Nos dados basais (Tabela I) os grupos GC e GP não diferiram entre si, apresentando-se
homogêneos.

Tabela I – Características basais das mulheres na pós menopausa.

Variáveis GP GC P (<0,05)

Peso (Kg) 76,4±11,5 73,6±9,1 0,604

Altura (m) 1,60±0,04 1,59±0,05 0,406

CC (cm) 86,5±9,0 85,7±7,2 0,790

IMC (Kg/m2) 29,6±3,7 29,0±3,7 0,548

Glicemia (mg/dL) 118,6±12,7 132,1±37,2 0,309

CT (mg/dL) 158,8±25,9 185,2±44,7 0,058

HDL (mg/dL) 22,1±6,1 23,6±5,1 0,478

LDL (mg/dL) 115,2±25,8 137,0±44,0 0,110

TG (mg/dL) 107,2±34,9 122,7±71,3 1,0


Legenda: CC: circunferência da cintura; IMC: índice de massa corporal; CT: colesterol total; LDL: Low Density
Lipoproteins; HDL: High Density Lipoproteins; TG: triglicerídeos. Os resultados desta tabela foram expressos
em média e desvio padrão (±DP). p > 0,05 indicam que não há diferença estatística na linha de base.

Após a intervenção de oito semanas (Tabela II), o GP apresentou aumento de peso


corporal (p = 0,001), com consequente aumento de IMC (p = 0,001), além de aumento de
massa magra (p = 0,017) e da massa gorda (p = 0,006). O GP também apresentou aumento da
glicemia de jejum (p = 0,006), do Colesterol Total (p < 0,001) e do LDL (p < 0,001). Nos
demais parâmetros não foram encontrados diferenças significativas.

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Tabela II – Comparação dos dados antropométricos, de composição corporal e avaliação bioquímica das
mulheres do GC e do GP antes e após a intervenção.

Variáveis GP (n= 15) GC (n= 15)

Pré Pós P Pré Pós p

Peso (Kg) 76,4±11,5 77,5±11,7 0,001 73,6±9,1 74,2±8,8 0,088

Estatura (cm) 1,60±0,04 1,60±0,04 1,0 1,59±0,05 1,59±0,05 1,0

IMC (Kg/m²) 29,6±3,7 30,0±3,8 0,001 29,05±3,7 29,2±3,6 0,088

CC (cm) 86,5±9,0 88,2±10,2 0,078 85,7±7,2 86,8±7,3 0,126

% gordura 44,3±3,9 44,5±3,9 0,361 44,8±3,7 45,0±3,6 0,085

% gordura andróide 47,6±5,7 48,2±5,7 0,162 48,1±5,5 48,3±5,7 0,502

% gordura ginecóide 48,3±5,7 48,5±5,9 0,618 48,4±4,3 49,1±3,8 0,441

Razão A/G 0,99±0,1 1,0±0,1 0,347 0,99±0,1 0,98±0,1 0,826

Massa magra 40,7±4,9 41,2±4,9 0,017 38,9±3,9 38,6±3,0 0,300

Massa gorda 32,8±7,4 33,4±7,5 0,006 31,9±6,1 32,0±6,1 0,109

Glicemia (mg/dL) 118,6±12,7 133,0±12,9 0,006 132,1±37,2 147,3±31,2 0,074

CT (mg/dL) 158,8±25,9 206,4±29,9 <0,001 185,2±44,7 221,4±39,8 0,005

HDL-c (mg/dL) 22,1±6,1 20,6±5,7 0,313 23,6±5,1 19,6±5,0 0,003

LDL-c (mg/dL) 115,2±25,8 165,2±30,2 <0,001 137,0±44,0 178,1±36,2 0,003

TG (mg/dL) 107,2±34,9 102,6±52,5 0,460 122,7±71,3 118,0±55,0 0,397

Legenda: GP: grupo placebo; GC: grupo canela; IMC: índice de massa corporal; CC: circunferência da cintura;
CT: colesterol total; LDL: Low Density Lipoproteins; HDL: High Density Lipoproteins; TG: triglicerídeos.
Valores de p > 0,05indicam que não há diferença estatística intragrupo antes e após oito semanas de
suplementação.

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Os resultados desta tabela foram expressos em média e desvio padrão (±DP). *test t – dados paramétricos **Mann
Whitney – dados não paramétricos.

No GC não foram observadas alterações nos parâmetros antropométricos e de


composição corporal e na glicemia de jejum. Mas as voluntárias desse grupo apresentaram
aumento de colesterol total (p = 0,005) e LDL-c (p = 0,003) e redução do HDL-c (p = 0,003)
(Tabela II).
A Tabela III apresenta a comparação do delta médio (Δ) dos grupos GC e GP antes e
após a intervenção de oito semanas. Os valores de p > 0,05 mostram que não houve diferença
significativa nas variáveis estudadas.

Tabela III – Efeitos da canela nos indicadores antropométricos, de composição corporal, glicemia e perfil
lipídico dos grupos GC e GP após a intervenção.

Variáveis Média ( Δ ) ±DP p

GP GC

Peso (Kg) 0,56±1,2 1,14±0,9 0,155

IMC (Kg/m²) 0,22±0,4 0,44±0,3 0,176

CC (cm) 1,05±2,5 1,6±3,2 0,819

% gordura 0,04±0,9 0,18±0,7 0,651

% gordura andróide 0,25±1,3 0,62±1,6 0,521

% gordura ginecóide 0,27±1,3 0,15±1,1 0,787

Razão A/G - 0,01±0,04 0,361


0,001±0,0
2

Massa magra 0,33±0,8 0,49±0,6 0,585

Massa gorda 0,35±0,9 0,61±0,7 0,390

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Glicemia (mg/dL) 15,15±27, 14,42±15, 0,929


2 5

CT (mg/dL) 36,2±42,1 47,5±22,2 0,178

HDL-c (mg/dL) -3,98±4,2 -1,49±5,5 0,180

LDL-c (mg/dL) 41,1±45,2 49,9±23,3 0,468

TG (mg/dL) -4,77±51,8 -4,55±41,4 0,990

Legenda: GP: grupo placebo; GC: grupo canela; IMC: índice de massa corporal; CC: circunferência da cintura;
CT: colesterol total; Low Density Lipoproteins; HDL: High Density Lipoproteins; TG: triglicerídeos. Os valores
de p > 0,05 indicam que não há diferença entre os grupos.

4 DISCUSSÃO
As mulheres deste estudo foram representadas por 30 voluntárias no período de pós-
menopausa com sobrepeso ou obesidade e idade média de 53 ± 3,0 anos. A maioria das
mulheres era de cor branca, casada, apresentando nível superior completo e renda mensal
familiar ≥ 500 dólares. A amostra se mostrou homogênea, pois ao comparar as variáveis basais
estudadas entre GC e GP, observou-se que não houve nenhuma diferença significativa no
início do estudo.
Na presente pesquisa, grande parte das mulheres apresentou em suas características
basais alterações importantes como dislipidemia, pré-diabetes (resistência à insulina) ou DM2,
e risco ou risco aumentado para o desenvolvimento de DCV, resultados que podem ser
justificados por se tratarem de mulheres pós-menopausa com sobrepeso ou obesidade.
A quantidade de canela utilizada na presente pesquisa foi baseada no estudo de KHAN
et al.7 que suplementaram homens e mulheres portadores de DM2 e dislipidemia, utilizando
dosagens de 1, 3 e 6g por um período de 40 dias. Os pesquisadores verificaram alterações no
perfil lipídico, com redução do CT, TG e LDL-c, e também redução da glicemia nos grupos
suplementados com as diferentes doses de canela7.
Estudos com suplementação de canela em animais experimentais e em humanos
demonstraram seus efeitos nos marcadores antropométricos e na composição corporal 8,9,10,11,
14, 15,16
. Na presente pesquisa, quando analisados os dados antropométricos e de composição
corporal, observaram-se alterações significativas apenas no GP, o qual apresentou aumento do

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peso, IMC, MM e MG. Estes resultados parecem sugerir um efeito protetor da canela quanto
ao aumento de peso e alteração da composição corporal em mulheres, uma vez que tais
variáveis mantiveram-se inalteradas no GC, e não foi observada diferença significativa no
consumo energético de ambos os grupos antes e após a intervenção. Embora o GP tenha
sofrido alterações na composição corporal, não foi possível verificar mudanças significativas
no percentual de gordura andróide e ginecóide.
Por outro lado, alguns estudos demonstraram a efetividade da canela em reduzir gordura
corporal e IMC. Estudo utilizando suplementação de 500 mg por dia de extrato de canela em
indivíduos com diagnóstico de SM, por um período de 12 semanas observou que a
suplementação com canela teve um impacto na redução da gordura corporal e aumento de
MM, quando comparado com o placebo8. Enquanto outro estudo com homens e mulheres,
portadores de DM2, utilizando o protocolo de 2g por dia de canela cássia durante 12 semanas,
relataram redução do IMC e da CC após o período de intervenção9. Quando o extrato de canela
foi administrado por 22 dias em animais experimentais com DM1, induzido pelo uso de
estreptozotocina, foi verificado redução do peso desses animais, quando comparado com os
demais grupos estudados16.
Uma das justificativas para nossos achados antropométricos e de composição corporal
pode ser as modificações metabólicas que ocorrem em mulheres pós-menopausadas advindas
do declínio de estrogênio e do aumento dos hormônios andrógenos, que ocasionam mudanças
principalmente na composição corporal, causando aumento de peso corpóreo, decorrente do
aumento de gordura ginecoide17.
Nesta pesquisa foi observado aumento significativo da glicemia do GP, diferentemente
do GC, que manteve seus níveis glicêmicos normais após a intervenção com canela. Estes
achados sugerem que a suplementação com canela pode ter exercido um papel protetor no
aumento da glicemia, já que o GP aumentou significativamente em 12% a glicemia após a
intervenção.
A canela tem demonstrado capacidade de aumentar a quantidade e atividade de
receptores de insulina e inibir fosfatase, uma vez que mecanismos de fosforilação e
defosforilação levam a um aumento da sensibilidade à insulina18. Estudos in vitro
demonstraram possíveis mecanismos de ação da canela, através da inativação da alfa amilase
pancreática e da alfa glicosidase, enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos 19.
Outros prováveis mecanismos para justificar o efeito da canela sobre a glicemia seriam a

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redução da absorção de glicose intestinal pós-prandial, inibição da gliconeogênese e o estímulo
da liberação de insulina20.
No presente estudo, observamos que, antes da intervenção, 86,6% das mulheres do GC
e 93,4% do GP possuíam algum tipo de alteração na glicemia de jejum ou eram diabéticas. Ao
final do estudo, embora no GP tenha-se observado aumento da frequência de alterações
glicêmicas e diabetes que alcançou 100% das voluntárias do grupo, esse aumento demonstrou
significância estatística apenas no GC. Estes resultados são corroborados por dados
epidemiológicos recentes, os quais apontam que atualmente a DM é responsável por um
milhão e meio de mortes no mundo21, além de ser um distúrbio metabólico recorrente do
período da pós-menopausa22. No Brasil, estima-se que nove milhões de brasileiros na idade
adulta são portadores de DM, dos quais 5,4 milhões são mulheres23.
Embora grande parte das mulheres pesquisadas apresentassem alterações de glicemia e
DM, as mesmas não faziam o uso de medicações por desconhecerem tais condições
patológicas, mesmo a sua maioria apresentando nível superior completo. Diferentemente do
nosso estudo, os voluntários do estudo de KHAN et al.(2013) portadores de DM2 e
dislipidêmicos, faziam o uso de medicamentos como as sulfoniluréias para controle da
homeostase glicêmica7. É provável que este medicamento, em associação com a canela, tenha
seu efeito potencializado na redução da glicemia, visto que a sulfoniluréia aumenta a secreção
de insulina e a canela aumenta a sensibilidade à mesma24.
Quanto ao perfil lipídico, no presente estudo, foi possível verificar que a maioria das
mulheres encontrava-se com alterações importantes no início da intervenção. Ao final do
estudo, as mulheres apresentaram um aumento de 53,3% do CT e 26,6% do LDL-c. Esses
dados mostram que, após o período de intervenção, todas as mulheres apresentavam
dislipidemia.
Quando realizada a comparação do perfil lipídico, percebeu-se que, no GC, houve
aumento do CT e LDL-c, redução do HDL-c, sem alteração no TG. No GP foi possível
observar aumento do CT e LDL-c, já o HDL-c e o TG não sofreram alterações.
Diferentemente da presente pesquisa, KHAN et al. (2003) 7 mostraram que três doses
diferentes de canela 1, 3 e 6g por dia por um período de 40 dias, foram eficazes na redução
dos níveis de CT, LDL-c e TG em indivíduos com DM2 e dislipidemia.
Em estudo experimental, modelos animais que receberam dieta com alto teor de gordura,
quando suplementados com canela por um período de 35 dias, tiveram redução dos níveis de
CT, LDL-c e TG, sem alteração do HDL-c. O que mostra que esta especiaria desempenha
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papel direto no metabolismo lipídico, podendo contribuir para a prevenção da
hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia25.
A inibição da enzima hepática HMG Co-A redutase é o principal mecanismo
hipolipidêmico da canela, mais especificamente dos cinamaldeídos,composto fenólico
encontrado em sua casca interna26. O extrato de canela parece atuar também como agonista de
PPARα (receptores ativados por proliferadores de peroxissoma), melhorando a homeostase
lipídica, através da regulação positiva da expressão de genes envolvidos no metabolismo de
glicose e lipídios27.
A literatura aponta que as alterações no perfil lipídico podem ser provenientes do
esgotamento ovariano ou decorrentes das modificações metabólicas causadas pelo aumento
da gordura visceral17. Além disso, os níveis séricos de CT, LDL-c e TG podem aumentar em
torno de 7 a 19% em mulheres, do período da pré-menopausa para a pós-menopausa28,29, além
da redução do HDL-c 30,31.
Sabe-se que os níveis sanguíneos de CT vão aumentando ao longo da vida,
independentemente do sexo32,33. No período pós-menopausa, com a perda da função ovariana
e consequentemente a natural depleção da produção de estrogênio, há um aumento fisiológico
dos lipídios sanguíneos 29,34,35. Por outro lado, as mudanças no perfil lipídico também podem
ser consequentes do sedentarismo e de dietas aterogênicas. De fato, quando verificado o nível
de atividade física das mulheres estudadas, 54% e 60% do GC e GP, respectivamente, eram
sedentárias, e a média de consumo de gordura saturada no GP foi superior a 10% do total de
energia consumida na dieta, apontando para uma dieta com potencial aterogênico36.
AKILEN et al. (2010)9 sugerem, em seu estudo com homens e mulheres, que o tipo de
canela utilizada para a suplementação deve ser considerada, por conta da possível diferença
em sua composição química ou ingredientes ativos9. Em muitos estudos, a suplementação com
canela mostrou resultados positivos, sobretudo quanto aos parâmetros bioquímicos, quando
foi utilizada a do gênero cássia7,9,18,37. Em contrapartida, outros estudos que suplementaram
com canela cássia mulheres38,39 ou homens e mulheres portadores de DM238, não encontraram
resultados positivos, o que demonstra a dificuldade em comparar estudos que suplementam
canela com populações diferentes e em doses diferentes. Quanto aos estudos que utilizaram a
canela da espécie verum, tanto em animais experimentais quanto em humanos, a maioria
observou alterações positivos no metabolismo de lipídios ou de glicídios após a intervenção
com canela desta espécie16,40,41.

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O tempo de intervenção deste estudo foi baseado em outras pesquisas que apresentaram
resultados positivos com a suplementação de canela 7,42,43,44. Além disso, um período superior
a oito semanas poderia reduzir a adesão à suplementação. Ademais, a literatura mostra que
estudos que administraram canela por 60 dias em 70 voluntários e 90 dias em 43 voluntários
não encontraram diferença na glicemia de jejum e no perfil lipídico após o período de
intervenção38,45,46.
Em razão da variabilidade das publicações, deve-se ter cuidado ao comparar os diversos
resultados, pois a maioria dos estudos que suplementaram canela foram realizados com
animais16,19,43,44,45.
Dentre as limitações do estudo, o tamanho amostral pode ter influenciado nos resultados,
já que apresentamos uma perda de 11 mulheres. A quantidade de canela administrada no
presente estudo (2g) também pode ter sido um fator limitante, já que outras pesquisas
encontraram resultados com doses superiores ou iguais a 3g 11,43.
Finalmente, para fundamentar ainda mais os benefícios da suplementação com canela,
mais investigações com mulheres no período da pós-menopausa se fazem necessárias, com
diferentes doses de canela, bem como em uma amostra maior e por um período mais longo,
do que o apresentado nesta pesquisa. Somando-se a estes fatos, todas as mulheres deste estudo
apresentavam sobrepeso ou obesidade, não podendo nossos resultados ser extrapolados para a
população eutrófica.

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