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RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NA COMERCIALIZAÇÃO DE LÁCTEOS

EM FEIRAS LIVRES DE GOIÂNIA-GO

SEGUNDO, Charla Basílio Schinaider 1; COELHO, Lara. Bueno2; THOMÉ DA CRUZ, Fabiana3,
CORCIOLI, Graciella4*

Resumo: As feiras livres são canais curtos de comercialização presentes na maioria dos
municípios do país e são permeadas por relações diretas e de proximidade entre consumidores
e vendedores. Essas relações interpessoais são harmônicas e em sua maioria baseadas na
confiança. Ao realizar a aplicação de um questionário estruturado direcionado aos feirantes de
produtos lácteos que comercializam nas feiras livres do município de Goiânia-Goiás,
observou-se, das situações que emergiram espontaneamente durante a coleta de dados, a
necessidade de um aprofundamento observacional para explorar mais detalhadamente as
relações que se estabelecem entre feirantes e consumidores, visto que essa relação está para
além de mera transação comercial. A capital do estado, Goiânia, conta com 132 feiras livres
cadastradas na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e
Tecnologia (SEDETEC) 185 feirantes que comercializam produtos lácteos. Deste total, a
equipe de pesquisa aplicou o questionário elaborado para a pesquisa a 163 feirantes. Durante a
coleta, enquanto o pesquisador aguardava o momento oportuno para aplicação do
instrumento, o processo de venda foi observado e, portanto, transformado neste relato de caso.
Não houve identificação dos clientes nem mesmo dos feirantes, sem registros e possibilidade
de identificação individual dos envolvidos. O momento da venda consistia, em sua grande
maioria, não exclusivamente de maneira formal, sendo permeado por assuntos correlatos e
muitas vezes de cunho pessoal. Observou-se que os clientes e feirantes se conheciam pelo
nome ou apelidos e possuíam algum grau de intimidade. Os produtos a serem vendidos muitas
vezes já haviam sido reservados aos clientes ou os feirantes conheciam previamente os
produtos que seriam comprados. Em alguns casos, o pagamento não foi feito de forma
imediata, admitindo-se a compra “fiada” e um compromisso a pagar. Esses eventos, por não
apresentarem singularidade ou raridade, foram identificados pelos entrevistadores como
pontos salutares que sugerem que o processo de compra de produtos lácteos artesanais ou
tradicionais vendidos nas feiras livres de Goiânia são permeados de proximidade e de
confiança entre os agentes envolvidos. Essa observação, ainda incipiente diante do universo a
ser estudado, coaduna com literatura sobre o tema que aponta que feiras-livres são ambientes
em que existem relações de confiança entre comerciantes e consumidores.

Palavras-chave: comercialização; lácteos; artesanal; feira-livre; agricultura familiar.

1
Discente do Programa de Pós-Graduação em Agronegócio da Universidade Federal de Goiás (UFG).
2
Técnica administrativa em educação/IF Goiano, Engenheira de Alimentos/UFG, Mestre em Ciência e
Tecnologia de Alimentos/UFG e doutoranda em Agronegócio/UFG.
3
Docente da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG).
4
Docente da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

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