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Os efeitos da globalização
No século XXI, apresenta-se o Marketing 3.0, uma evolução cultural, comercial e sistêmica
para acompanhar o movimento do mundo.
Veja, a seguir, o quadro comparativo que demonstra a evolução do marketing
acompanhando a globalização do mercado e as necessidades do consumidor.
Aja localmente
Pensar globalmente e agir localmente é a orientação mais assertiva para quem quer expor
sua marca, produtos ou serviços a um novo ambiente, cuja capilaridade e alcance são
infinitos.
A estratégia de marketing para o ambiente da globalização não é buscar manter a
padronização nas diferentes praças de atuação, mas observar as particularidades de cada
sociedade e da disponibilidade dos recursos locais, o que pode afetar a continuidade do
produto, distribuição, entre outros ofensores.
Em 2003, a KFC retomou suas atividades no Brasil, sem alarde, especialmente no Rio,
uma vez que o fracasso da rede se sucedeu em São Paulo, deixando lembranças na
cabeça do consumidor. Em 2005, a empresa contava com cinco unidades, todas no Rio.
Até o ano de 2020, as classes médias do Brasil, Índia e China vão mover o
consumo global. Um em cada cinco habitantes do planeta será da classe C
desses países. O grupo responderá por um mercado de R$ 37 trilhões.
Estímulo ao espírito empreendedor para aliviar a pobreza
A pobreza continua sendo um dos problemas mais urgentes que a humanidade enfrenta. Em muitas
sociedades, a distribuição de renda assume a forma de uma pirâmide, e não de um losango, com
enorme número de pobres em sua base. Entretanto, como observa Prahalad (2006), e outros autores,
há riqueza na base da pirâmide. A China e a Índia, em especial, estão se mobilizando e tomando
iniciativas para transformar as pirâmides em losangos.
No cenário econômico mundial, o Brasil figura entre as dez maiores economias, tendo ocupado,
inclusive, a sexta posição por um breve período, em 2012. Este destaque deve-se ao crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto). O título de país emergente atrai investimentos estrangeiros, e a
instalação e aliança comercial com grandes empresas, como montadoras de automóveis, refinarias e
indústrias do varejo.
O Brasil conquistou uma estabilidade econômica que proporcionou o crescimento nacional, mas a
estabilidade da moeda (real) é um desafio que passa por outro desafio ainda maior: a reforma
tributária. Outras moedas emergentes como o rublo (Rússia) e a rupia (Índia) também são afetadas
pela variação cambial frente ao dólar.
A força do consumo nacional vem atraindo empresas estrangeiras de diversos segmentos, com
ampliação da oferta de serviços de companhias de aviação civil, esportes de aventura, investidores
em educação, entre outros ramos até então disputados somente no mercado interno.
Este movimento tem sido crescente em cidades como Miami, por exemplo. Segundo artigo da revista
Forbes Brasil, a fabricante de móveis Artefacto conta com três lojas, uma das quais em um shopping
de luxo, o Village of Merrick Park e outra na cidade de Doral, que fica na região metropolitana. O
superintendente de marketing da Artefacto, Pedro Torres, afirma que “lojas no exterior rendem toda
uma gama de experiências, em especial sobre novos mercados, e divulgação da marca. Hoje somos
conhecidos na Flórida, onde trabalhamos com excelentes produtos e o melhor prazo de entrega”.
Neste caso específico, o foco é o consumidor brasileiro que mora no exterior, mas há outras
empresas que têm como alvo os consumidores dos países que as recebem. Ainda segundo o artigo da
Forbes Brasil, a marca Trousseau, vendedora de artigos de cama, mesa e banho, é uma delas. Sandro
Oberhammer é um designer italiano que responde pela internacionalização da companhia – e conta
que a “marca Brasil” é um trunfo mundo afora. “Nossa visão dessa questão pode ser resumida na
ideia do think global, act local”, afirma Sandro. Dona de 25 lojas próprias no Brasil, a rede abrirá em
janeiro um espaço para vendas em Miami e negocia, ainda para 2013, sua chegada a Milão e outras
cidades da Europa.
Agora pense no seguinte: Por que a marca “Brasil” é um trunfo mundo afora?
O ciclo de vida de um produto está diretamente ligado à sua estratégia de posicionamento. A
atuação do mercado é volátil, por isso há de se ter uma análise flexível e adaptativa a mudança das
condições comerciais, da tecnologia e até mesmo do interesse do consumidor.
Saiba como Kotler destaca pontos de atenção no ciclo de vida do produto e compare como todos
eles têm ligação direta com o planejamento estratégico. O estudo do mercado aumenta a percepção
sobre os próximos passos, as mudanças de rumo e apura a tomada de decisão.
A análise SWOT, acrônimo
de strengths (Forças), weaknesses (Fraquezas), opportunities (Oportunidades)
e threats (Ameaças) é uma ferramenta bastante conhecida no planejamento empresarial.
Ela consiste em cruzar dados, com referência aos quatro cenários citados acima e, com isso,
orientar o planejamento estratégico sob o ponto de vista do mercado para aquela marca ou
produto. A metodologia é simples, dinâmica e promove um retrato real com dados que caracterizam
o ambiente interno.
Strengths (forças) – mapeamento das vantagens internas da empresa em relação às concorrentes.
Weaknesses (fraquezas) – identificação das desvantagens internas da empresa em relação às
concorrentes.
Opportunities (oportunidades) – relação dos aspectos externos positivos que podem potencializar a
vantagem competitiva da empresa.
Threats (ameaças) – identificação dos aspectos externos negativos que podem pôr em risco a vantagem
competitiva da empresa.
O objetivo desta aula é reconhecer as variáveis que afetam o comércio internacional e identificar a
forma mais assertiva de controlá-las.
Para se alcançar a gestão da informação de modo efetivo, é necessário ter total afinidade com o
macro ambiente no qual está inserida a empresa ou a marca que será comercializada. Há inúmeros
ofensores globais e locais que podem afetar o desempenho do negócio, mas há um risco eminente ao
mundo globalizado: o etnocentrismo.
O etnocentrismo é um comportamento que nos leva a interpretar os outros a partir da perspectiva de
nossos próprios grupos. Rejeitar aqueles que são culturalmente dessemelhantes é uma das causas de
intolerância internacional e da xenofobia (preconceito contra estrangeiros ou pessoas de outras
origens). O etnocentrismo tende a rotular de forma preconceituosa a produção e a atividade
econômica de outros mercados, baseando-se apenas em um conjunto de valores culturais.
O consumidor escolhe um produto a partir de diversos atributos como cor, cheiro, embalagem e
reputação da marca. A força do etnocentrismo na decisão de compra sofre o efeito da influência que
as marcas nacionais podem exercer sobre as marcas estrangeiras.
Em todos os mercados, há consumidores que compram determinada marca pelo preço, outros que
compram por crer que esta seja a opção mais acertada, e há aquele grupo que compra por ter criado
uma relação com a marca, quando, por exemplo, enxergam mais valor se uma marca é da própria
região onde mora ou onde nasceu e dá preferência a ela por conta disso. Essa atitude é chamada de
“consumo etnocêntrico”. (Veja: BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul W.; ENGEL, James
F. Comportamento do consumidor. São Paulo: Thomson Learning, 2002).
Não importa o quanto o homem tente, é impossível para ele despojar-se de sua própria cultura, pois
ela penetrou nas raízes de seu sistema nervoso e determina a forma como ele percebe o mundo. As
pessoas não podem agir ou interagir absolutamente de nenhuma forma significativa exceto através
do agente cultura.
Hall and Hall (1987). Hidden Differences: Doing Business With the Japanese. New York: Anchor
Press/Doubleday, p. 188.
O efeito “Made in”
O fenômeno da globalização influencia diretamente as escolhas do consumidor. Há mercados que
exercitam culturalmente o etnocentrismo, valorizando e prestigiando sua produção local, fazendo
associações e pré-julgamentos imediatos com referência à localidade de produção de produto.
Etiquetas “Made in Taiwan”, “Made in Indonesia” remetem à mão de obra barata, além de matéria-
prima e acabamento de baixa qualidade. O mesmo não vale para os produtos que trazem em seus
rótulos países europeus. Por exemplo, o produto com etiqueta “Made in Germany” ou “Made in
France” carrega um reconhecimento de controle de qualidade e responsabilidade associado
naturalmente devido à reputação desses países. Há um valor intrínseco ao que está sendo oferecido
ao consumidor.
O etnocentrismo invertido
“Deu no New York Times, a feira de Acari é um sucesso”, a música de Jorge Ben Jor, executada em
qualquer festa com animação garantida, exemplifica um comportamento comum aos países em
desenvolvimento: se saiu no New York Times, é um sucesso, ou seja, o que vem de fora é
considerado superior, privilegiado e tem reconhecimento imediato.
Esse é o “etnocentrismo invertido”, uma tendência a depreciar a produção local e perceber o produto
importado como algo que pode ser adquirido por grupos de maior poder aquisitivo e nível social.
Com preços mais elevados devido à logística, além da notoriedade de marcas consagradas, como
Louis Vuitton, Apple, entre outras, estes importados se consolidaram como globais a partir da
interação com o consumidor em viagens e ações de publicidade.
Os negócios que se propõem a entrar em ambiente globalizado precisam ter um olhar flexível e
adaptativo, já que crenças enraizadas podem influenciar diretamente o sucesso e a aceitação do novo.
As empresas que investiram em mercados adversos perceberam oportunidades de adequar seus
produtos aos gostos e expectativas do consumidor local.
Cristãos russos exigem mudança do logo da Apple para cruz, maçã é “ofensiva”
Os cristãos da comunidade ortodoxa da Rússia estão exigindo que a divisão da Apple do país
remova o famoso logotipo da maçã meia-mordida de seus produtos e substitua por uma cruz,
porque eles acham que a imagem de maçã é ofensiva para as suas crenças.
Na cultura popular, uma maçã é usada frequentemente para representar a fruta que Adão e
Eva comeram da Árvore do Conhecimento, quando tentados pelo diabo, como se encontra em
Gênesis 3 na Bíblia – embora o tipo exato de fruta não seja mencionado nas Escrituras.
Ainda assim, os cristãos conservadores na Rússia têm insistido que o logotipo deve ser
removido e substituído por uma cruz, a Xbitlabs.com relatou a partir de um artigo traduzido
de agência de notícias Interfax.
Os conservadores russos podem encontrar uma maneira e forçar a Apple a mudar seu logotipo
por causa de novas leis que estão sendo propostas no parlamento do país sobre a blasfêmia e
insultos com foco aos valores religiosos, espirituais, ou nacionais. Espera-se que o presidente
Vladimir Putin apoie as leis, especialmente porque a Igreja Ortodoxa Russa o apoiou
fortemente durante sua campanha eleitoral em 2012. Além de substituir o logotipo, os
conservadores podem até interromper as vendas de produtos da Apple na Rússia, se eles
conseguirem convencer a empresa de cometer atos antirreligiosos. (sic)
Pesquisa de marketing
Esta aula apresentará a ferramenta de mapeamento e gestão mais eficiente que o profissional de
marketing deve utilizar: a pesquisa de mercado.
Vale ressaltar que conhecer o mercado é importante para fundamentar o processo decisório da
empresa em nível estratégico e operacional, e a pesquisa busca uma “aproximação”, seja por meio
de métodos formalizados ou observação do comportamento do mercado.
Há diversas formas de pesquisar o ambiente de negócios no qual se pretende investir, mas o mais
importante é “dar ouvidos” à pesquisa e saber interpretar os resultados. Eles trazem a tendência do
mercado, os gostos e valores que o consumidor preserva. Uma pesquisa bem realizada norteia todo o
processo de compra para que não haja surpresas na chegada do produto ao novo mercado.
Pesquisa de segmentação - Perfil dos segmentos (classe social, faixa etária, estado civil, atitudes, estilo de
vida). Tamanho dos segmentos Intensidade de consumo, Necessidades e expectativas, Potencial de mercado
(usuários, não-usuários e ex-usuários).
Pesquisa de distribuição - Preferências por canais de distribuição, Identificação de canais alternativos, Análise do
desempenho da distribuição, Avaliação de vendas e pós-vendas pelo canal, Análise de conflito de canais
Pesquisa de análise de vendas - Auditoria de varejo (pesquisas Nielsen). Auditoria domiciliar (painel Ibope).
Estabelecimento de território de vendas. Fatores motivacionais para a equipe de vendas. Estudos de previsão de
vendas.
Pesquisa em propaganda - Pré e pós-teste de campanha publicitária. Pesquisa de recall. Teste de copy. Análise de
investimento promocional. Pesquisa de mídia.
Para Refletir
Confira o caso da entrada da água Perrier, de origem francesa, nos Estados Unidos, e
perceba como uma releitura do composto de marketing pôde contribuir para o
reposicionamento do produto e a superação de barreiras e tradições enraizadas no
mercado.
ESTRATÉGIA DA ÁGUA PERRIER PARA ENTRAR NOS EUA
A entrada de engarrafadores de água no mercado de bebidas dos Estados Unidos é outro excelente
exemplo do impacto da eficácia de uma estratégia criativa para enfrentar uma tradição cultural
firmemente enraizada. Antes da década de 80, beber água engarrafada não era uma parte importante
da cultura dos Estados Unidos. A atitude geral era: “Por que pagar por algo que é de graça?”. A
Souce Perrier AS, empresa francesa de água mineral, decidiu voltar-se para o mercado americano.
Ela contratou Bruce Nevin, experiente executivo americano de marketing, e deu-lhe carta-branca
para formular uma estratégia criativa.
Nevin decidiu reposicionar a Perrier. Em vez de água importada cara (que nenhum americano
normal tocaria), preferiu uma bebida com preço competitivo, de baixo valor calórico, no mercado de
refrigerantes. Para apoiar esse posicionamento, Nevin lançou uma grande campanha de propaganda
ao consumidor, baixou os preços e mudou o produto do setor de produtos sofisticados nos
supermercados para o de refrigerantes. A estratégia exigiu ajustes importantes de três elementos do
composto de marketing: preço, promoção e ponto de venda. Só o produto ficou inalterado.
O sucesso da campanha superou as expectativas mais otimistas, criando um novo mercado. Em
meados da década de 80, a categoria de água engarrafada gerava 2,2 bilhões de dólares por ano e
havia se tornado o segmento de crescimento mais rápido da indústria de bebidas nos Estados Unidos.
O sucesso dessa estratégia fundamentou-se em dois fatos indiscutíveis: os americanos estavam
prontos para beber água mineral e as táticas foram executadas de maneira brilhante. Os resultados
ilustram como um fator cultural restritivo pode ser alterado por uma estratégia criativa de marketing
fundamentada em oportunidades de mercado.
Michael Porter (2004) defende que há três principais tipos de estratégias para desenvolver um
planejamento ofensivo e, com isso, entrar no mercado com potencial para marcar sua posição. São
elas: Custo, Diferenciação e Foco. A estratégia de Custo é com certeza a prioritária, pois busca pela
eficiência e maximização de produção e de volume de uma empresa, o que se reflete em custo
enxuto e preço final adequado, além do controle eficiente da distribuição da renda publicitária,
pesquisa e assistência técnica. Dentro deste segmento, pode-se destacar ainda a importância do
preço, como o principal diferencial para o consumidor. A outra estratégia trata da Diferenciação, e
tem como foco o investimento na imagem, nos canais de distribuição, na capacitação técnica dos
empregados, na pesquisa de mercado e assistência técnica. A tônica desta estratégia é dar
diferenciação aos serviços e produtos com o intuito de oferecer as melhores opções do mercado ao
consumidor.
Para ressaltar as anteriores, a estratégia do foco direciona as ações em um alvo específico, de acordo
com a segmentação do mercado e demais atributos e características, para construir a imagem de que
o produto é exclusivo para aquele consumidor, conquistando o status de único e sendo eleito como
insubstituível por seu consumidor.
O preço do produto pode obedecer a uma variável que é a escassez, e esta é imbatível: faz o preço de
qualquer produto ir às alturas. Imagine, em um domingo de sol, na praia, quanto custará o último
picolé ou a última coca-cola do ambulante?
Reflita sobre o case da Drew Estates e veja como a empresa tirou proveito da reputação da marca na
composição do seu preço.
Estratégias de Precificação
O case da empresa americana Drew Estates
Na prática, a definição de preços de um produto ou serviço não depende mais apenas de fatores internos
da empresa relacionados a desejo de lucro, com a globalização é preciso confrontar estes fatores com a
situação que esse produto ou serviço encontrará no mercado.
Com a guerra de preços e competição cada vez mais latente, algumas empresas estão deixando o
mercado de massa, e atuando cada vez mais sobre públicos-alvo bem definidos. Este é o caso da Drew
Estates, empresa americana de charutos, que, tirando proveito da consistência da marca e utilizando-se
de boas estratégias de marketing e precificação, lançou uma linha de produtos com diferenciais pouco
notáveis para o mercado, no entanto, preços Premium até dez vezes maiores que os concorrentes.
Aromatizados com vinho e com embalagens bem apresentadas, os charutos da Drew Estates têm
produção limitada e venda em apenas 500 lojas dos EUA, causando, assim, uma impressão de escassez e
muita qualidade, o que pode justificar a boa aceitação do público classe A+, ao qual é direcionado. "Ao
entrar em uma loja, o cliente compra uma caixa de charutos de 150 dólares, pois não sabe se encontrará
outra igual nos próximos três meses", é o que diz o diretor da empresa.
A Drew Estates é um perfeito exemplo de que nem sempre é a qualidade que dita os preços. A força da
marca, a maneira da comercialização e as estratégias de marketing, entre outros fatores, também são
determinantes na hora de definir preços.
Esta aula vai abordar uma das chaves de sucesso da venda: o ponto de venda, ou seja, a Praça. O
produto no lugar certo, exposto da forma correta e na quantidade adequada, beneficia a sua venda e a
sua imagem.
A logística de distribuição do produto é determinante para sua consolidação no mercado. Ao
procurar pela mercadoria pela segunda vez e não encontrá-la no ponto de venda, o consumidor, além
de adquirir outra, vai substituí-la em seu rol de escolhas e preferência.
É a chamada “oportunidade da concorrência”. Oportunidade de se antecipar às falhas de
distribuição e, com isso, cobrir os pontos de venda estratégicos para se tornar a segunda escolha do
consumidor, caso o cliente esteja fidelizado à marca ausente.
A distribuição em mercados internacionais é influenciada pelo valor da mão de obra local e pelas
restrições de divulgação e compartilhamento da fórmula ou componentes do produto. Segredos de
produção impedem que o produto seja totalmente produzido fora da fábrica, sendo apenas finalizado
ou distribuído fora dela, o que acarreta custos e tempo investido no planejamento logístico.
A rede de fast food KFC (Kentucky Fried Chicken), por exemplo, guarda a receita do seu tempero a
“sete chaves” e, por isso, parte desta é feita em um local e segue para ser concluída em outro, não
dando sua visão completa para as equipes de produção.
A participação dos intermediários é fundamental no novo mercado, por meio de alianças e aberturas
de novos canais de distribuição. Por isso, é necessário verificar a disposição de comercializar o
produto, o mercado atendido por eles, as funções de distribuição, qual é o potencial local, assim
como a existência de ofertas de outros produtos.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Entender os canais de distribuição e suas peculiaridades é fundamental para produtos, assim como
para os serviços intangíveis.
É importante estabelecer uma relação de proximidade com o cliente, revelando que tem o canal
adequado e o bem de consumo adaptado às necessidades do público, como oferecer seus serviços ou
ideias aos grupos interessados. A partir daí, surgem modelos de negócio que agregam maior
conveniência ao cliente, levando o produto ou serviço onde ele está e da forma que ele deseja
receber.
Os postos de gasolina têm investido cada vez no formato “all in one”, tão comum no mercado
americano. No mesmo local, o cliente abastece o carro, higieniza, saca dinheiro no caixa eletrônico,
consome na lanchonete, faz compras de itens de supermercado, tem entretenimento, além de muitas
outras oportunidades de ofertas de serviços que ainda virão por aí...
7-Eleven é conhecida nos Estados Unidos como uma cadeia de lojas de conveniência, onde os clientes
podem saborear lanches, bebidas e outros produtos de uso diário em qualquer lugar. Em muitas partes do
mundo, é uma loja de bom gosto com pouca ênfase na decoração. Mas, na Indonésia, a 7-Eleven foi
posicionada como um local moderno, onde os jovens passam o tempo navegando na internet e
encontrando os amigos. Este estudo de caso da 7-Eleven ilustra como uma marca precisa e pode se
beneficiar da adaptação a um mercado local.
Compreender como atua o canal de distribuição é decisivo para que o produto alcance seus objetivos
de venda junto ao público-alvo. Segundo Kotler (2003, p.308), são diversas as funções dos canais de
distribuição:
O canal de distribuição transfere mercadorias e serviços dos fabricantes para os
consumidores. Ele supera as grandes lacunas de tempo, espaço e posse que separam as
mercadorias e os serviços daqueles que eventualmente o utilizarão. Os membros do canal
de marketing desempenham muitas funções-chave. Alguns ajudam a finalizar as
transações:
Informação – coletar e distribuir dados de pesquisa e de mercado sobre agentes e forças presentes no
ambiente de marketing, necessários para planejar e ajudar a permuta.
Promoção – desenvolver e disseminar mensagens persuasivas sobre uma oferta.
Contato – descobrir compradores potenciais e comunicar-se com eles.
Ajuste – modelar e adaptar a oferta às necessidades do comprador, inclusive atividades como fabricação,
classificação, montagem e embalagem.
Negociação – chegar a um acordo sobre preço e outras condições, de modo que a propriedade ou posse
da oferta possa ser transferida.
Distribuição física – transportar e armazenar mercadorias.
Financiamento – obter e utilizar recursos para cobrir os custos do trabalho do canal.
Riscos – assumir os riscos de executar o trabalho do canal.
A questão é que essas funções têm que ser desempenhas e, na medida em que o fabricante
as assume, seus custos sobem e os preços tendem a ser mais altos.
Para Refletir
Um caso típico é o do New York Times. No começo dos anos 1990, quando o jornal
tentava superar um platô na circulação, uma equipe de executivos seniores decidiu
determinar o que seria preciso fazer para conquistar uma fatia maior do mercado. Os
primeiros resultados das pesquisas foram preocupantes: indicavam que o único caminho
para uma maior circulação seria a popularização dos artigos, alterando radicalmente a
sua abordagem editorial. Era patente que tais providências não se encaixavam nos
valores tradicionais do New York Times, e, dessa forma, a empresa autorizou mais
pesquisas direcionadas a clientes potenciais.
Descobriu-se que, em todas as grandes cidades dos Estados Unidos, havia um grupo de
leitores do mesmo porte dos de Nova York e que esses assinantes em potencial queriam
entregas domiciliares matinais e pontos de venda mais bem localizados. Imediatamente,
a empresa procurou atender a essa demanda instalando redes de alta velocidade para
interligar 18 gráficas espalhadas pelo país. Além de aumentar a capacidade de
distribuição, implantou sistemas telefônicos automatizados para que, a qualquer hora do
dia ou da noite, os clientes pudessem alterar as assinaturas ou reagendar as entregas. As
edições do jornal na Nova Inglaterra e em Washington passaram a oferecer até mesmo a
previsão do tempo e a programação das TVs locais.
Essas iniciativas provaram ser uma conquista importante. Os clientes puderam ter seu
jornal favorito direcionado às suas necessidades, com uma entrega confiável pela manhã.
Os editores continuaram a estimular a qualidade e a integridade do produto, e o New
York Times tornou-se um dos poucos jornais no mundo com circulação em alta (em 2000,
sua circulação cresceu 2%, enquanto a de dos outros jornais americanos caiu, em média,
0,4%). E mais: a taxa de retenção de clientes aumentou para 94%, numa indústria que
beira a média de 60%.
A abordagem do New York Times é um exemplo importante de como planejar um CRM. A
empresa não estava considerando nenhum aplicativo de software quando procurou
transpor seu nível de circulação. Estava simplesmente tentando resolver problemas
relacionados a clientes da forma mais inteligente possível. Somente agora, quase uma
década depois, o New York Times está começando a instalar a tecnologia CRM – inclusive
com um banco de dados nacional – para dar suporte à sua estratégia. O CRM tornou-se
parte da solução, mas não direcionou a estratégia ou o processo.
Nesta aula, vamos tratar dos esforços de marketing. Entenda que o conceito de esforço se refere a
algo a mais, a uma contribuição maior que temos que empregar para que o objetivo seja atingido.
Quando se trata de marca ou produto novo no mercado, não é diferente. Os esforços de marketing
são necessários para colher as evidências do mercado, as reações da concorrência e o comportamento
do consumidor, com o objetivo de ajustar a estratégia, sempre que for necessário.
Nos esforços de marketing são usadas quatro funções da administração de marketing:
Todas são etapas fundamentais para visualizar o mercado e pensar o produto de acordo
com as reações desse mercado.
O consumidor responde a estímulos recebidos por meio do programa de marketing e cabe
aos esforços de marketing considerar todas as informações pertinentes ao negócio na
hora do planejamento.
A tomada de decisão por investir ou não no mercado internacional passa por etapas
importantes antes da elaboração do programa de marketing. Confira:
Como conhecer o comportamento de compra do consumidor?
Os pesquisadores da agência de publicidade da Sega of America aprenderam muita coisa sobre o
comportamento de compra relacionado a videogames entrevistando 150 garotos no quarto deles e
fazendo compras com eles no shopping. Eles aprenderam que, acima de tudo, é preciso fazer as
coisas de maneira rápida. Como resultado, nos recentes comerciais de 15 segundos da Sega, algumas
imagens aparecem tão rapidamente que os adultos não conseguem percebê-las, mesmo depois de ver
os comerciais repetidas vezes. As crianças, viciadas em MTV, captam as imagens facilmente.
Alguns profissionais de marketing veem as pesquisas motivacionais como algo completamente sem
sentido, já que apresentam alguns problemas: utilizam amostras pequenas e as interpretações que o
pesquisador faz dos resultados geralmente são muito subjetivas, o que leva muitas vezes a
explicações exóticas de comportamentos de compras bastante comuns. Entretanto, outros acreditam
que elas podem oferecer interessantes insights sobre o relacionamento entre consumidores e as
marcas que eles compram. Para os profissionais de marketing que as utilizam, elas oferecem meios
flexíveis e variados de obter insights relacionados a profundas e, muitas vezes, misteriosas
motivações escondidas por trás do comportamento de compra do consumidor.
Como vimos, os esforços de marketing contemplam a análise, o planejamento, a implementação e o
controle de ações para se atingir objetivos estratégicos. Vejamos cada uma dessas etapas.
Análise mercadológica
A empresa requer uma análise completa da sua situação, abrangendo seus mercados e ambientes de
marketing, a fim de descobrir oportunidades atraentes e evitar ameaças ambientais. A análise de
SWOT contempla as forças e fraquezas, assim como as ameaças e ações de mercados atuais e
potenciais para determinar que oportunidades devem ser o alvo do planejamento. Esta etapa fornece
informações e outros subsídios às outras funções de administração de marketing.
Planejamento
O planejamento é a etapa que vai elencar as estratégias de marketing que devem ser aplicadas para a
empresa atingir seus objetivos estratégicos gerais.
Implementação
Nesta etapa entra em ação a operacionalização das estratégias e dos planos, para que os objetivos
estratégicos sejam atingidos. A implementação conta com atividades diárias e mensais que
efetivamente põem o plano de marketing em funcionamento.
Controle
É o momento de acompanhar a efetividade das ações. O controle mercadológico avalia os resultados
das estratégias e dos planos de marketing e, quando há necessidade, define novos rumos no
planejamento e elabora ações corretivas.
Qual a estratégia de uma multinacional para entrar em mercado em que há
resistência?
Confira como a PepsiCo implementou ações estratégicas para penetrar no mercado indiano.
Depois que a Coca-Cola deixou a Índia, a Pepsi começou a traçar planos para entrar nesse imenso
mercado. Ela trabalhou em conjunto com um grupo empresarial indiano para ter sua entrada
aprovada pelo governo – apesar das objeções das empresas de refrigerantes locais e da oposição dos
parlamentares às multinacionais. A Pepsi ofereceu-se para ajudar nas exportações de alguns produtos
agrícolas da Índia, cujo volume era mais do que suficiente para cobrir os custos de importação dos
refrigerantes. Ela também se comprometeu a penetrar nas áreas rurais, para fomentar seu
desenvolvimento econômico, e ofereceu transferir para a Índia tecnologia de processamento de
alimentos, de embalagem e de tratamento de água, além de um conjunto de benefícios que
conquistou e apoio de vários grupos de interesse locais. Uma vez no mercado, a multinacional deve
se comportar da melhor maneira possível. É o chamado “posicionamento cívico”.
As redes sociais têm funcionado como uma aliada do controle de resultados, de forma instantânea.
Além da grande penetração, a mídia social tem baixo custo e retorno imediato. É importante estar
atento para esta ação, pois o retorno rápido do consumidor também exige pronta reação por parte da
empresa.
Confira nos dois exemplos a seguir como as redes sociais podem mensurar a resposta e interesse do
público:
Eventos antecipados
Um crescente número de organizações se prepara para eventos em tempo real que são previstos
antecipadamente. Objetivos de negócio, estratégias, equipes e aprovações estão prontos, o conteúdo
é bloqueado e carregado.
A HBO não poderia saber quantos dos seus shows ganhariam o Emmy e em quais categorias. Então,
ela preparou um conteúdo antecipado e previu os possíveis resultados. O conteúdo “correto” foi ao
ar em tempo real.
A Starbucks promoveu o café Via quando a nevasca Nemo chegou em fevereiro. Ela preparou tuítes
promocionais e localizados que sugeriam degustar uma bebida quente, com frases como “Agarre o
seu Via e curta a neve!”.
Interação de consumidores
Interações com os clientes podem assumir inúmeras formas, incluindo programas de relacionamento,
atendimento ao cliente, resolução de reclamações e interações com a comunidade. O público, o
visível e, até mesmo, a natureza viral dessas interações em canais sociais, no entanto, significam que
elas se tornam cada vez mais uma função de marketing. Isto é particularmente certo agora que os
clientes têm esperado que as marcas respondam às suas dúvidas e reclamações em tempo quase real.
A marca de biscoitos Pretzel Crisps monitora tuítes de pessoas que dizem estar com fome. A
empresa, então, responde com uma oferta para enviar amostras de produtos.
Planejar a entrada de um produto no cenário internacional é uma tarefa que requer análise comercial
e política do referido país. A disponibilidade da empresa pode esbarrar em relacionamentos
conflituosos entre os países, assim como movimentos econômicos que gerem recessão no mercado,
desvalorização cambial e baixo retorno no investimento.
Algumas empresas nacionais, motivadas pelo crescimento econômico e pela ascensão da classe C,
que trouxe mais consumidores ávidos em adquirir novos produtos, partiram para o exterior em busca
de um novo mercado. O consumidor internacional pode até não falar sua língua, mas pode gostar do
seu produto.