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MANUAL DE APOIO
MARKETING INTERNACIONAL
LUANDA, 2022
Unidade 1: Introdução ao marketing internacional
A dinâmica evolutiva das relações entre os consumidores (aqueles que demandam algo)
e as empresas (aquelas que oferecem algo) desejosas de atendê-los tem experimentado
mudanças tanto de carácter qualitativo quanto quantitativo.
Pode-se dizer, então, que o que os profissionais de marketing fazem é buscar reconhecer
quais são os desejos e as necessidades que as pessoas têm e, de posse dessa informação,
passam a agir de maneira a transformar a oferta de suas empresas em plena satisfação
desses desejos ou necessidades.
globalização primeiramente se refere à rede de produção e troca de mercadorias que se
estabelece em nível mundial. Também designa o fenómeno do intercâmbio político,
social e cultural entre as diversas nações, actualmente intensificado pelas profundas
transformações decorrentes da aplicação das inovações científicas e tecnológicas na área
da comunicação. Ela é concebida, por muitos de seus ideólogos, como um novo
patamar civilizatório e como um processo inexorável. Representaria também uma nova
forma de organização das sociedades, capaz de superar as identidades nacionais
e os particularismos, religiosos, étnicos e regionais.
O que se observa é que alguns factores contribuíram para a aceleração da globalização,
como, por exemplo, as facilidades de comunicação, o aumento do nível de educação de
alguns povos, a derrubada de fronteiras entre países, a disseminação da internet e a
ampliação da oferta de meios de transporte. Todos esses factores, além de outros
aqui não enumerados, evocam o surgimento de uma espécie de aldeia global, em que
todos têm aspirações semelhantes, o que leva a uma ideia de homogeneização de
preferências e gostos.
Vistos os conceitos de marketing e globalização, agora procure compreender porque as
empresas precisam do marketing para poder chegar a novos consumidores, de outras
praças, e o porquê da necessidade de entenderem mais sobre o que ocorre nestes
tempos de globalização.
Para Kotler e Keller (2006, p. 682) “alguns tipos de produtos atravessam melhor as
fronteiras do que outros...” A entrada de produtos de um país em outro envolve algumas
determinações:
quais produtos serão introduzidos em quais mercados;
quais modificações (caso necessárias) devem ser feitas nos produtos;
quais produtos devem ser adicionados e/ou eliminados;
com que marcas, embalagens e quais os serviços
que deverão estar disponíveis para os consumidores
estrangeiros.
4.1 – Alternativas para entrar no mercado internacional
Segundo Kuazaqui (2007), existem três alternativas básicas para introduzir um produto
no mercado internacional, isso é claro, dependendo da estratégia da empresa e das
características do mercado em questão. Veja que alternativas são essas:
Essa alternativa é tentadora porque provavelmente não vai exigir custos adicionais de
pesquisa e desenvolvimento; adaptação das fábricas; ou modificação das promoções.
3) Adaptação do produto/serviço ao mercado-alvo
Envolve a modificação do produto para atender às condições ou às preferências locais.
Deve-se levar em conta as variáveis controláveis (produtos, preço, praça e promoção),
as incontroláveis (legislação vigente, governo, economia, etc.) e as semi-controláveis
(religião, cultura, etc.). Factores tais como embalagem, cor, formato, instruções na
língua estrangeira e assistência técnica são também factores essenciais.
Kotler e Keller (2006) salientam que há diversos níveis de adaptação, por exemplo:
a empresa pode produzir uma versão regional do seu produto (a Nokia aumentou
o volume do toque de seus aparelhos para que o telefone fosse ouvido nas
barulhentas ruas asiáticas);
a empresa pode produzir uma versão para o país (No Japão, a xícara de café do
Mister Donut é menor e mais leve, para se ajustar à mão do consumidor
japonês);
a empresa pode produzir uma versão municipal de seu produto (por exemplo,
uma cerveja para satisfazer o gosto dos habitantes de Munique ou de São Paulo);
a empresa pode produzir diferentes versões para revendedores de seu produto.
Por exemplo uma fábrica de jeans pode produzir uma tipo de roupa para a cadeia
de lojas C&A e outro para a boutique Daslu, ambas no Brasil.
Sendo assim, você pode perceber que a selecção de uma estratégia ou de um conjunto
delas dependerá das características estratégicas e situacionais da empresa e do mercado
a ser abordado, tais como: os recursos da empresa, as tendências do mercado em
questão, o tipo e o nível da concorrência, entre outros.
4.2 – O nome de marca no mercado internacional
Kuazaqui (1999) ressalta que nos dias actuais a marca é um diferencial de percepção
para o consumidor e que uma marca de prestígio é uma porta de entrada para novos
mercados. Segundo este autor, marcas famosas como McDonald´s, Ferrero Rocher,
Pizza Hut, entre outras, conseguiram facilmente desenvolver um novo mercado
rapidamente pela força da marca. Por trás desse sucesso, no entanto, há um produto ou
serviços de qualidade, que é percebido pelo consumidor final e transmitido pela marca
que alicerça este produto ou serviço.
Quais as dicas para que a marca atravesse as fronteiras sem problemas?
O nome da marca (seja no mercado interno ou externo) normalmente deve ser de fácil
leitura, de pronúncia agradável em qualquer idioma e de preferência não muito longo.
Deve-se observar também se o nome pode ser pronunciado em todos os lugares. Por
exemplo, o espanhol e alguns outros idiomas não têm o “k” em seus alfabetos, que é a
primeira letra em muitos nomes de marcas americanas populares. E ainda, as empresas,
para evitar maiores problemas e evitar que o consumidor faça confusão, devem
pesquisar se o nome é parecido com outra marca já existente no mercado.
Como você já estudou, o preço é o único elemento do composto de marketing que gera
receita. Todos os demais envolvem custos... No Marketing Internacional não é diferente.
No entanto Kotabe e Helsen (2000) afirmam que a determinação de preço é um dos
aspectos mais críticos e complexos enfrentados pelas empresas globais. Segundo os
autores, as multinacionais enfrentam o grande desafio de saber coordenar sua política de
preço em diferentes países; e essa coordenação envolve variáveis tais como:
consumidores, concorrentes, metas e custos da empresa, canais de distribuição, políticas
governamentais, entre outras. Pipkin (2000) apresenta uma classificação desses factores
– que podem influenciar a tomada de decisão quanto ao preço do produto – da seguinte
maneira:
1 – Factores internos da empresa
Custos de desenvolvimento, produção, pesquisa e desenvolvimento (P&D):
esses são afectados pela tecnologia necessária, pela escala de produção, pela
localização da fábrica, etc.;
A fixação de preços também depende dos direitos de importação incidentes
sobre insumos e componentes importados e outras taxas (taxas portuárias, por
exemplo...);
Custos de distribuição e promoção: dependerão do grau de controle que a
empresa assumir nessas operações e do nível de complexidade desses processos.
2 – Factores de mercado
De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 687), há uma outra questão importante sobre
preço a ser observada: “quando as empresas vendem seus produtos fora do país
enfrentam o problema da “escalada de preços”.
Uma bolsa Gucci pode ser vendida por 120 dólares na Itália e por 240 dólares nos
Estados Unidos. Por quê? A Gucci tem de acrescentar ao preço de fábrica o custo do
transporte, dos impostos, da margem do importador, da margem do atacadista
e da margem do lojista. Dependendo desses custos adicionais, além do risco da
flutuação do câmbio, o produto pode ter de ser vendido com preço duas a cinco vezes
maior do que em outro país para proporcionar o mesmo lucro ao fabricante. Como
os custos variam de um país para outro, a questão é como estabelecer preços em
diferentes países.”
Esses autores então afirmam que as empresas nesse caso têm três opções para
estabelecer seus preços nos diversos países em que resolver actuar: