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Ipona

Instrumento do tipo buzina, encontrado entre o povo Umutina, usadas durante as


danças tradicionais e antigamente eram usadas para sinalização no fim das
cerimônias de saudação.

Ipona. Instrumento do tipo buzina, descrito por Helza Cameu (1979: 49) como
“constituído por um chifre de boi adaptado a um pequeno tubo de taquara por meio de
fios e cerol. O chifre apresenta-se desbastado”. Maria Alice de Souza Cupudunepá
(2002: 23) apresenta também o material do buriti e o casco de tatu como
possibilidade de construção do instrumento.

Sua produção sonora diferencia, quanto ao material utilizado. Cupudunepá (id.)


explica: “O som da flauta de taquara é produzido por uma taquara fina encaixada em
uma grossa. A flauta de buriti produz som através de um pequeno orifício
transversal.”
Apesar da omissão em bibliografia consultada, imagina-se que sua produção sonora
provavelmente se dá pela vibração dos lábios, portanto entraria na classificação de
trompete natural, de formato tubular e de embocadura lateral retilínea, seguindo
então a classificação 423.122.1.
Este instrumento foi encontrado entre o povo Umutina, grupo isolado, localizado às
margens do Rio São Lourenço, Mato Grosso, área cultural Tocantins, Xingu,
integrado. (Cameu, 1979: 48)
Harald Schultz, citado por Cameu, atribui a este instrumento “qualidades mágicas”.
Cupudunepá (id.) especifica o contexto de uso do instrumento: “As flautas são
usadas durante as danças tradicionais e antigamente eram usadas para sinalização no
fim das cerimônias de saudação”. Ele é tocado em contexto festivo, conforme atesta
Mônica Cidele da Cruz, em sua tese de doutorado (2012: 14): “O ritual do culto aos
mortos, chamado adoé era a maior manifestação religiosa entre os Umutína. Os
festejos, que começavam durante a estação chuvosa e por ocasião da colheita do
milho verde, duravam de cinco a seis semanas constituídos de 17 danças rituais”.

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