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UNVERSIDADE POLITECNCA - ISEUNA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA INFORMATICA E DE


TELECOMUNICAÇOES

Gestão de Redes & Gestão SNMP: modelo de informação e modelo de comunicação

NAMPULA
2023
UNVERSIDADE POLITECNCA - ISEUNA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA INFORMATICA E DE


TELECOMUNICAÇOES

Gestão de Redes & Gestão SNMP: modelo de informação e modelo de comunicação

Elementos do Grupo:

Genésio Henriques da Silva

Ivanildo Daniel Soares

Ivanov de Sandra Nelson

Eduardo Nova Júnior

Ivan Anselmo
Trabalho de Avaliativo da cadeira de
Redes II, 3º Ano do Curso de
Licenciatura em Engenharia
Informática e de Telecomunicações
Docente: Adulay Talaquichande

NAMPULA
2023
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 2
Objetivos .................................................................................................................................... 2
Geral ....................................................................................................................................... 2
Específicos ............................................................................................................................. 2
Metodologia ............................................................................................................................... 2
Gestão de Rede .......................................................................................................................... 3
Primórdios da Gerência de Rede................................................................................................ 3
Gerência de Redes OSI .............................................................................................................. 4
Recomendações da Série X.700 e as Áreas Funcionais da Gerência de Redes ......................... 4
Arquitetura Clássica da Gerência de Redes X.700 .................................................................... 6
Gestão de redes de Telecomunicação –TMN ............................................................................ 8
Modelo de Comunicação na Gestão SNMP............................................................................. 10
Equipamentos Geridos ......................................................................................................... 12
Agentes ................................................................................................................................. 12
Gerente ................................................................................................................................. 12
Sistema NMS........................................................................................................................ 12
Operações do Protocolo SNMP ............................................................................................... 12
Modelo de Informação na Gestão SNMP ................................................................................ 13
Mensagens do protocolo SNMP .............................................................................................. 14
Limitações ............................................................................................................................ 15
Segurança ............................................................................................................................. 15
Conclusão ............................................................................................................................. 16
Bibliografia .............................................................................................................................. 17
Introdução
A Gestão de Redes e a Gestão do Protocolo SNMP (Simple Network Management Protocol)
desempenham um papel crucial na administração eficiente das redes de computadores
modernas. Em um mundo onde a conectividade é essencial para a maioria das organizações e
indivíduos, o gerenciamento adequado das redes torna-se uma prioridade. Neste contexto, é
fundamental compreender os conceitos de "modelo de informação" e "modelo de
comunicação" para uma gestão eficaz.

Objetivos
Geral
• Analisar e compreender os modelos de informação e comunicação na Gestão de
Redes e na Gestão SNMP.

Específicos
• Compreender o modelo de comunicação na Gestão de Redes.
• Analisar os protocolos de comunicação, como o SNMP, na Gestão SNMP.
• Definir o conceito de modelo de informação na Gestão de Redes.
• Explorar a importância da MIB (Management Information Base) como modelo de
informação na Gestão SNMP.

Metodologia
O presente trabalho é de carácter pesquisa bibliográfica, foi concebido mediante busca de
vários manuais em formatos físicos e virtuais para a sua realização.

Feito com distintas bibliografias, na esperança de enriquecer o conteúdo do mesmo,


baseando-se na discussão dos conteúdos achados, foi possível chegar aos objetivos da
pesquisa e a posterior dactilografia do trabalho através da máquina de processamento de
dados (computador), onde nele também constavam as bibliografias virtuais adquiridas pela
internet no ato da pesquisa.

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Gestão de Rede
Segundo Tanenbaum e Wetherall A gestão de rede é um conjunto de atividades que inclui a
configuração, monitoramento e controle de hardware, software e serviços de rede, a fim de
assegurar a operação contínua, segura e eficiente de uma rede de computadores.

Segundo a definição do documento ITU-T X700/OSI-IS 7498-4 “A gerência é desempenhada


de diversas maneiras. Gerência está relacionada com atividades que controlam e monitoram o
uso de recursos”.

Para a finalidade deste trabalho é aceito que Gerência de Redes é o conjunto de técnicas e
práticas que visa investigar, monitorar, controlar, planejar e organizar os recursos e serviços
de uma rede de telecomunicações, visando um grau adequado de seu funcionamento, segundo
parâmetros de qualidade de serviço previamente estabelecidos. Em última instância, a
Gerência de Redes procura estabelecer o equilíbrio entre as necessidades do usuário, as
características do serviço prestado e o melhor aproveitamento técnico e econômico dos
recursos de uma rede.

Primórdios da Gerência de Rede


A prática da Gerência de Redes é quase tão antiga quanto a própria operação das Redes de
Telecomunicações. No princípio, as tarefas relacionadas à manutenção da rede e seus
elementos eram o principal objetivo a ser alcançado. Com o passar do tempo, as exigências
impostas pela administração de um negócio baseado na oferta de serviços de
telecomunicações levaram à necessidade de coleta e análise mais detalhadas de informações.

Em função de sua história, da grande abrangência física e do grande número de usuário, a


operação das redes de telegrafia e de telefonia foram sendo discutidas, formalizadas e
documentadas. Esses documentos passaram a constituir uma biblioteca de conceitos,
especificações e melhores práticas, posteriormente organizados em Recomendações. Em
1865 uma entidade internacional, formada pelos maiores interessados pelo assunto
(provedores de serviços, fabricantes e pesquisadores), foi organizada para gerenciar o
processo e garantir sua atualização permanente. Hoje esse organismo é conhecido como
International Telecommunication Union (ITU) e suas Recomendações sobre
telecomunicações são organizadas, especificadas e detalhadas por grupos de trabalho
abrigados dentro da divisão de padronização conhecida pela sigla ITU-T.

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Inicialmente, as Recomendações do ITU-T eram organizadas por tecnologia, abrangendo
aspectos desde a implantação até a operação e gerenciamento dos serviços prestados.
Posteriormente, uma série específica de Recomendações (Série M) foi criada para a Gerência
de Redes, diminuindo a repetição de informação e propondo um framework (estrutura)
comum para a Gerência de Redes de Telecomunicação, independente da tecnologia.

Atualmente, a ITU é uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo
primário é organizar e compartilhar informações sobre as tecnologias da informação e
comunicação.

Gerência de Redes OSI


Um dos principais marcos históricos para as Telecomunicações e para a Gerência de Redes
(depois das redes de telegrafia e telefonia) foi o crescimento das Redes de Comunicação de
Dados. O Projeto ARPANET (SOARES, 1997), na década de 70 (que culminou no fenômeno
mundial conhecido como Internet), e as Redes Locais de Computadores, na década de 80,
foram alguns dos principais responsáveis por esse crescimento.

O potencial dos novos serviços oferecidos e a diversidade de tecnologias e protocolos


proprietários desencadeou esforços no sentido de se disciplinar a área.

Reconhecendo a importância do tema, a International Organization of Standardization (ISO),


através de seu comitê Open System Interconnection (OSI) apresentou uma relevante
contribuição para a formalização do tema, o Modelo OSI de Referência (TANENBAUM,
1994). A arquitetura abstrata publicada no padrão ISO/IEC 7498-1 (BLACK, 1995) pretendia
servir de modelo para comunicação entre sistemas abertos. Prontamente aceito pela ITU-T,
através de sua Recomendação X.200 (BLACK, 1995), a arquitetura proposta abordava de
maneira tímida a questão da Gerência de Redes apontando algumas diretrizes como as de
criação de um protocolo de gerência e um conjunto de serviços de gerência.

Recomendações da Série X.700 e as Áreas Funcionais da Gerência de Redes


O grupo de trabalho OSI estabeleceu, através do documento ISO IS 7498-4, a divisão da
gerência de redes em cinco áreas funcionais: Gerência de Falhas, Gerência de Configurações,
Gerência de Segurança, Gerência de Contas e Gerência de Desempenho (FCAPS - Fault,
Configuration, Accounting, Performance, Security).

A seguir, a descrição das atribuições de cada uma das Áreas em questão:

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➢ Gerência de Falhas: para que uma rede como um todo esteja funcionando
corretamente, cada um de seus elementos também deve estar funcionando
corretamente. Para Stallings (1999), a distinção entre uma condição de falha e uma
condição de erro é fundamental.
Na gerência de falhas, o administrador deve ser capaz de identificar e isolar o (s)
elemento (s) sob condição de falha, além de reconfigurar a rede para que essa
funcione enquanto os elementos atingidos são, o mais rapidamente possível,
reparados.
➢ Gerência de Configuração: é responsável pela obtenção, documentação e
armazenamento dos parâmetros mais adequados ao funcionamento de cada um dos
elementos de um sistema. Preocupa-se também com a manutenção da configuração
ideal de cada elemento de rede para um perfeito relacionamento entre eles. O startup e
o desligamento parcial ou total dos elementos de rede, garantindo sua operação com
os parâmetros mais adequados, é a atividade de maior impacto nessa área
(STALLINGS 1999).
➢ Gerência de Segurança: preocupa-se com a integridade, autenticidade,
disponibilidade e o caráter confidencial das informações e dos recursos de uma rede.
Além disso, promove o controlo e o registro de acessos aos recursos e informações
considerados importantes ou confidenciais em uma rede, estabelecendo parâmetros
para futuras auditorias (STALLINGS 1999).
➢ Gerência de Contas: responsável por contabilizar a carga de utilização dos recursos
da rede e associá-la a cada usuário ou grupo de usuários, atribuindo valores
pecuniários a essa utilização. Responde também pela imposição de limites de
utilização dos recursos, dependendo do perfil do usuário e tipo de serviço contratado.
Muitos de seus relatórios servem para auxiliar o planejamento do crescimento da rede
(STALLINGS 1999).
➢ Gerência de Desempenho: segundo Stallings (1999), as redes são um conjunto de
recursos compartilhados, demandando especial atenção quanto à relação limite da
capacidade versus exigências de utilização. A cada novo serviço ativado essa relação
é alterada. As duas atividades centrais da gerência de desempenho são o
monitoramento e o controle.
➢ Monitoramento: consiste em coletar informações tais como: utilização,tempo
de resposta, taxa de erros e perda de dados, comparando-os com os

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indicadores das condições normais e desejáveis de funcionamento dos
recursos compartilhados.
➢ Controle: são as ações no sentido de adequar as configurações e a capacidade
da rede aos parâmetros de desempenho necessários, segundo informações
obtidas do monitoramento.

Arquitetura Clássica da Gerência de Redes X.700


Após a aprovação do documento inicial da recomendação X.700, a ITU-T detalhou a
arquitetura pretendida para o gerenciamento de redes através da recomendação X.701 (OSI/IS
10040) (FEIT 1995). A arquitetura descrita é composta por seis entidades principais,
conforme descrição a seguir:

➢ Dispositivo Gerenciável: trata-se de um equipamento da rede que podedisponibilizar


informações úteis à gerência de rede. Por exemplo, um switch poderia armazenar a
quantidade de quadros processados por ele em um dado intervalo de tempo. Quando o
dispositivo tem essa capacidade de computar, armazenar e disponibilizar informações
relevantes para um Gerente de Rede, ele passa a ser chamado de dispositivo
gerenciável.
➢ Processo Agente: geralmente executado dentro do dispositivo gerenciável, é
responsável por administrar as informações armazenadas nos objetos gerenciáveis
desses dispositivos, informando seus diferentes estados e respectivos valores ao
Processo Gerente. Os Objetos Gerenciáveis são estruturas de dados responsáveis por
acumular as informações de gerência.
Um mesmo dispositivo gerenciável pode conter diversos objetos gerenciáveis, cada
qual guardando uma determinada informação ou grupo de informações.
➢ Processo Gerente: é, geralmente, um software que, ao ser executado em uma
máquina, requisita informações e dá ordens aos Processos Agentes. A máquina onde
esse processo está sendo executado é chamada de Estação de Gerência. Um único
Processo Gerente pode controlar vários Processos Agente, que, por sua vez, podem
controlar diversos Objetos Gerenciáveis em seus respectivos Dispositivos
Gerenciáveis.
➢ Base de Informações de Gerência (MIB - Management Information Base): é o
conjunto de dados, organizados segundo uma estrutura padrão, onde estão todos os
possíveis Objetos Gerenciáveis de uma rede. Esse conjunto de dados e seu padrão de
organização devem ser amplamente conhecidos por agentes e gerentes, permitindo a

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troca de informações entre eles. O estabelecimento de um padrão para a MIB garante
a proteção contra erros de nterpretação ou falta de compatibilidade entre os dados
trocados.
A Figura 1 apresenta a arquitetura física de distribuição da MIB (cilindro que
epresenta uma base de informações de gerência) entre a Estação de Gerência (onde se
encontra o processo gerente) e os dispositivos gerenciáveis (onde se encontram os
diversos processos agentes - representados pela letra A).

Figura 1: Arquitetura Física da MIB

➢ Funções Primitivas de Gerência: São funções utilizadas por agentes e gerentes para
promover a atividade de gerência. São típicas em qualquer padrão ou sistema de
gerência as primitivas, por parte do Gerente:
• GET: Requisita uma informação de gerência ao agente;
• SET: Requisita ao agente a alteração do valor de um objeto gerenciável;
• DELETE: Apaga uma instância de um Objeto Gerenciável;
• CREATE: Cria uma instância de um Objeto Gerenciável;

Por parte do Agente:

• RESPONSE: responde a uma requisição de informação feita pelo gerente.


• REPORT_EVENT: Reporta a ocorrência de um evento prédeterminado.
➢ Protocolo de Gerência: é o responsável por encapsular as primitivas de gerência e
seus respectivos parâmetros, transformando-os em Protocol Data Units (PDUs)
padronizados. Isso garante a perfeita comunicação entre agente e gerente. Tudo que se

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refere à codificação, interpretação e apresentação dos dados de gerência, é
proporcionado pelo protocolo de gerência.

A dinâmica operacional da gerência de uma rede se resume a duas ações: requisições


sucessivas, feitas pelo processo gerente em direção aos processos agentes (conhecida como
Polling), e Notificação de evento relevantes, feitas pelo processo agente em direção ao
processo gerente.

Mesmo com todas as suas contribuições, o documento OSI/IS 7498-4 não contemplava
informações suficientes para a construção de um framework funcional de gerência. O
desenvolvimento do padrão se deu na segunda metade da década de 90, através das
recomendações X.710/711/712 (Commom Management Information Protocol),
X.720/721/722 (Management Information Model) X.730/731/732/733/734/735/736 (Object
Management Function and Alarms) e X.740 (Security Audit Trail Function) que
complementam o documento X.701 (System Management Overview).

Gestão de redes de Telecomunicação –TMN


O conjunto de recomendações conhecidas como Telecommunication Management Network
(TMN) (ITU-T M.3000) aproveitou todo o esforço de construção do framework OSI de
Gerência, visando padronizar os serviços de gerenciamento de uma rede de
telecomunicações.

Figura 2: Arquitetura Física de Gerência TMN

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Essa foi uma maneira de reorganizar diversas iniciativas, muitas delas dependentes da
tecnologia alvo, que haviam sido estabelecidas em diversas recomendações da ITU-T,
especialmente da série E. Os conceitos básicos do TMN foram documentados na
recomendação M.3000. Já a arquitetura física e lógica, as interfaces de comunicação e a
descrição das principais características estruturais foram abordadas nos documentos M.3010
e M.3020.

A arquitetura da TMN, apresentada na Figura 2, identifica alguns elementos funcionais que


podem ser aproximados aos da arquitetura OSI original. São eles:

➢ DCN (Data Communication Network): rede de dados exclusivos para a execução


das atividades de gerência;
➢ WSF (Workstation Function): estação de trabalho para que o ser humano tenha
acesso às funções e informações de gerência;
➢ OSF (Operational System Function): sistema operacional que suporta a execução
de todos os processos de gerência, bem como a troca de informações entre os
elementos funcionais;
➢ MF (Mediation Function): interface mediadora que converte os dados recebidos dos
elementos de rede para o padrão de comunicação do sistema operacional (socket,
mailslot, named pipe.);
➢ NEF (Network Element Function): representam os Elementos de Rede que serão
gerenciados pelo TMN. São equivalentes aos agentes dos elementos gerenciáveis,
sendo capazes de se comunicar diretamente com o OSF ou com o MF escolhidos;
➢ QAF (Q Adapter Function): adaptadores de interface, responsáveis por compatibilizar
padrões de gerência proprietários (ou não-TMN) com o padrão de interface TMN.
Como exemplo tem-se as interfaces: q3 – comunicação entre OSF e NEF ou QAF; e x
- comunicação entre OSFs de domínios diferentes;

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Figura 3: Camadas de Gerenciamento TMN

A TMN ainda propõe dividir as ações e serviços de gerência em camadas, de forma a


organizar os níveis de visão e de interesse de cada uma delas. A Figura 3 mostra a Pirâmide
TMN, onde cada uma dessas camadas é devidamente apresentada, conforme sua relação com
a rede e com o negócio (business) suportado. Abaixo segue o detalhamento de cada nível de
visão:

➢ Network Element Layer (NEL): camada onde estão os elementos de rede;


➢ Element Management Layer (EML): gerencia cada elemento de rede,individualmente
ou em grupos, e suporta uma abstração das funções demandadas pela camada
superior;
➢ Network Management Layer (NML): tem a responsabilidade de gerenciar rede
através da abstração fornecida pela Gerência do Elemento de Rede;
➢ Service Management Layer (SML): é responsável pelos aspectos contratuais dos
serviços que são prestados aos clientes ou apresentados aos potenciais clientes, tendo
como principais funções: pedido de implantação de serviço, gerenciamento da
qualidade do serviço prestado, ativação e desativação de serviço.
➢ Business Management Layer (BML): camada que têm como objetivo a gestão do
negócio, onde os serviços oferecidos influenciam no desempenho de toda a empresa.

Modelo de Comunicação na Gestão SNMP


Protocolo SNMP (do inglês Simple Network Management Protocol – Protocolo Simples de
Gerência de Rede) é um protocolo usado para gerenciar redes TCP/IP complexas. Com o

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SNMP, os administradores podem gerenciar e configurar computadores de rede de um
computador localizado centralmente em vez de ter que executar o software de gerenciamento
de rede. Também é possível usar o SNMP para monitorar o desempenho da rede, detectar
problemas de rede e acompanhar quem usa a rede e como ela é usada. Sua especificação está
contida no RFC 1157.

O gerenciamento da rede através do SNMP permite o acompanhamento simples e fácil do


estado, em tempo real, da rede, podendo ser utilizado para gerenciar diferentes tipos de
sistemas.

Este gerenciamento é conhecido como modelo de gerenciamento SNMP, ou simplesmente,


gerenciamento SNMP. Por tanto, o SNMP é o nome do protocolo no qual as informações são
trocadas entre a MIB e a aplicação de gerência como também é o nome deste modelo de
gerência.

Os comandos são limitados e baseados no mecanismo de busca/alteração. No mecanismo de


busca/alteração estão disponíveis as operações de alteração de um valor de um objeto, de
obtenção dos valores de um objeto e suas variações.

A utilização de um número limitado de operações, baseadas em um mecanismo de


busca/alteração, torna o protocolo de fácil implementação, simples, estável e flexível. Como
consequência reduz o tráfego de mensagens de gerenciamento através da rede e permite a
introdução de novas características.

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Equipamentos Geridos
São elementos da rede (pontes, hubs, routers ou servidores), contendo “objectos geridos”
(managed objects) que podem ser informações sobre o material, elementos de configuração
ou informações estatísticas. Estes dispositivos colectam e armazenam informações de gestão
e mantém estas informações disponíveis para sistemas NMS através do protocolo SNMP.

Agentes
É um processo executado na máquina gerenciada, responsável pela manutenção das
informações de gerência da máquina. As funções principais de um agente são:

➢ Atender as requisições enviadas pelo gerente;


➢ Enviar automaticamente informações de gerenciamento ao gerente, quando
previamente programado;

O agente utiliza as chamadas de sistema para realizar o monitoramento das informações da


máquina e utiliza as RPC (Remote Procedure Call) para o controle das informações da
máquina.

Gerente
É um programa executado em uma estação servidora que permite a obtenção e o envio de
informações de gerenciamento junto aos dispositivos gerenciados mediante a comunicação
com um ou mais agentes.

O gerente fica responsável pelo monitoramento, relatórios e decisões na ocorrência de


problemas enquanto o agente fica responsável pelas funções de envio e alteração das
informações e também pela notificação da ocorrência de eventos específicos ao gerente.

Sistema NMS
Um sistema NMS (Network Management System) é responsável pelas aplicações que
monitoram e controlam os Dispositivos Geridos. Normalmente é instalado num (ou mais que
um) servidor de rede dedicado a estas operações de gestão, que recebe informações (pacotes
SNMP) de todos os dispositivos geridos daquela rede.

Operações do Protocolo SNMP


Existem duas operações básicas (SET e GET) e suas derivações (GET-NEXT, TRAP).

➢ A operação SET é utilizada para alterar o valor da variável; o gerente solicita que o
agente faça uma alteração no valor da variável;

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➢ A operação GET é utilizada para ler o valor da variável; o gerente solicita que o
agente obtenha o valor da variável;
➢ A operação de GET-NEXT é utilizada para ler o valor da próxima variável; o gerente
fornece o nome de uma variável e o cliente obtém o valor e o nome da próxima
variável; também é utilizado para obter valores e nomes de variáveis de uma tabela de
tamanho desconhecido;
➢ A operação TRAP é utilizada para comunicar um evento; o agente comunica ao
gerente o acontecimento de um evento, previamente determinado. São sete tipos
básicos de trap determinados:
➢ coldStart: a entidade que a envia foi reinicializada, indicando que a
configuração do agente ou a implementação pode ter sido alterada;
➢ warmStart: a entidade que a envia foi reinicializada, porém a configuração do
agente e a implementação não foram alteradas;
➢ linkDown: o enlace de comunicação foi interrompido;
➢ linkUp: o enlace de comunicação foi estabelecido;
➢ authenticationFailure: o agente recebeu uma mensagem SNMP do gerente que
não foi autenticada;
➢ egpNeighborLoss: um par EGP parou;
➢ enterpriseSpecific: indica a ocorrência de uma operação TRAP não básica.

Modelo de Informação na Gestão SNMP


No contexto da Gestão SNMP, o modelo de informação é principalmente representado pela
MIB (Management Information Base).

Management Information Base – MIB

O conjunto de todos os objetos SNMP é coletivamente conhecido como MIB (do inglês:
Management Information Base). O standard SNMP não define o MIB, mas apenas o formato
e o tipo de codificação das mensagens. A especificação das variáveis MIB, assim como o
significado das operações GET e SET em cada variável, são especificados por um padrão
próprio.

A definição dos objetos do MIB é feita com o esquema de nomes do ASN.1, o qual atribui a
cada objeto um prefixo longo que garante a unicidade do nome, a cada nome é atribuído um
número inteiro. Também, o SNMP não especifica um conjunto de variáveis, e como a
definição de objetos é independente do protocolo de comunicação, permite criar novos

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conjuntos de variáveis MIB, definidos como standards, para novos dispositivos ou novos
protocolos. Por isso, foram criados muitos conjuntos de variáveis MIB que correspondem a
protocolos como UDP, IP, ARP, assim como variáveis MIB para hardware de rede como
Ethernet ou FDDI, ou para dispositivos tais como bridges, switches ou impressoras.

Existem basicamente três tipos de MIBs:

• MIB II – Fornece informações gerais de gerenciamento sobre um determinado


equipamento gerenciado. Através deste, podemos obter informações como: número de
pacotes transmitidos, estado da interface, entre outras;
• MIB Experimental – É aquela em que seus componentes (objetos) estão em fase de
desenvolvimento e teste, em geral, eles fornecem características mais específicas
sobre a tecnologia dos meios de transmissão e equipamentos empregados;
• MIB Privada – É aquela em que seus componentes fornecem informações específicas
dos equipamentos gerenciados, como configuração, colisões e também é possível
reinicializar, desabilitar uma ou mais portas de um roteador;

Mensagens do protocolo SNMP


Uma mensagem SNMP deve definir o servidor do qual vai se obter ou alterar os atributos dos
objetos, e que será o responsável pela conversão das operações requisitadas em operações
sobre a MIB. Após verificar os campos de uma mensagem o servidor deve utilizar as
estruturas internas disponíveis para interpretar a mensagem e enviar a resposta da operação
ao cliente que a solicitou.

As mensagens no protocolo SNMP não possuem campos fixos e por isso são construídas de
trás para frente.

A mensagem possui três partes principais: version, community, SNMP PDU:

• A version contem a versão do SNMP. Tanto o gerente como o agente devem utilizar a
mesma versão. Mensagens contendo versões diferentes são descartadas.
• A community que identifica a comunidade. É utilizada para permitir acesso do
gerente as MIBs;
• A SNMP PDU é a parte dos dados, possui PDU (Protocol Data Units) que são
constituídas ou por um pedido ou por uma resposta a um pedido.

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Limitações
Algumas limitações do SNMP são:

• Não é apropriado para o gerenciamento de redes muito grandes, devido à limitação de


performance de pooling;
• Traps SNMP não são reconhecidos;
• O padrão SMNP básico provê somente autenticação trivial;
• O modelo SNMP MIB é limitado e não suporta aplicações que questionam o
gerenciamento, baseadas em valores ou tipos de objetos;
• Não suporta comunicação manager-to-manager.

Segurança
O SNMP, até a sua versão mais atual (v2), não suporta qualquer tipo de autenticação, o que o
torna vulnerável a uma série de ameaças de segurança. Tais ameaças incluem o acesso e
modificação não autorizada de dados nas MIBs dos dispositivos gerenciados.

Essa vulnerabilidade do protocolo faz com que diversos fabricantes não implementem a
operação Set, reduzindo o SNMP a uma ferramenta de monitoração apenas.

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Conclusão
Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia e das redes de computadores, a
Gestão de Redes e a Gestão SNMP desempenham um papel vital na garantia de que as redes
funcionem de maneira eficiente, segura e confiável. Este trabalho nos permitiu explorar os
conceitos fundamentais de "modelo de informação" e "modelo de comunicação" nesses
campos.

No contexto da Gestão de Redes, aprendemos como o modelo de informação, representado


pela MIB (Management Information Base), organiza as informações sobre os dispositivos de
rede, enquanto o modelo de comunicação, baseado em protocolos como SNMP, facilita a
troca de informações entre os sistemas de gerenciamento e os dispositivos.

Essa compreensão é essencial para profissionais de redes, administradores de sistemas e


aqueles que desejam manter redes de computadores confiáveis e funcionais. À medida que as
redes continuam a evoluir e crescer em complexidade, a aplicação desses modelos só se
tornará mais importante para garantir o bom funcionamento e a segurança das redes de hoje e
do futuro.

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Bibliografia
ELER, Esdras de Oliveira. Aplicação ao Gerenciamento de Redes de Telecomunicações.
Teleco Inteligência em Telecomunicações. Tutoriais - Operação e Gestão. Publicado em
21/1/2008. Disponível em:
<http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialmodelotmn/Default.asp>. Acesso em 10 de
Setembro 2023.

FALBO, R.A., Experiences in Using a Method for Building Domain Ontologies. Sixteenth
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(SEKE'2004). International Workshop on Ontology In Action, (OIA'2004), Banff, Alberta,
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FEIT, Sidnie. SNMP: A Guide to Network Management. New York: MacGraw-Hill, 1995.

GAGLIO, S. et al. A dynamic reasoning architecture for computer network management.


16th IEEE International Conference on Tools with Artificial Intelligence, 2004. (ICTAI
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<https://ieeexplore.ieee.org/document/7231448>. Acesso em: 10 setembro de 2023.

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