Você está na página 1de 8

AUTARQUIA EDUCACIONAL DO ARARIPE –

AEDA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E
SOCIAIS DE ARARIPINA – FACISA
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

LÍVIA LIBERALINA ALENCAR SANTOS

CONSUMO, LOGO EXISTO: A SOCIEDADE DO CONSUMO

ARARIPINA
2023
1

LÍVIA LIBERALINA ALENCAR SANTOS

CONSUMO, LOGO EXISTO: A SOCIEDADE DO CONSUMO

Projeto de pesquisa para o relatório de bolsista


vinculado ao PROUNI-PE, apresentado a
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de
Araripina – FACISA, no curso de Bacharelado
em Direito.

Orientação: Prof. Talinny Lacerda.

ARARIPINA
2023
2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................. 3

JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 3

OBJETIVOS................................................................................................................. 4
3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................. 4
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................4

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 4

METODOLOGIA......................................................................................................... 5

RESULTADOS ESPERADOS.................................................................................... 6

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 6
3

1 INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea, a qual muitos definem como pós-moderna, é uma


sociedade caracterizada por um discurso polissêmico, dito de outra forma, não há um sentido
próprio ao ser, tampouco à vida. Desse modo, cabe ao indivíduo a busca por aquilo que lhe
defina e, conseguintemente, lhe sirva de norte, da sua extrema liberdade. Apesar de toda essa
liberdade, existe uma lei, a qual todos ainda devem seguir e saber, a lei do mercado. O
mercado, assim, se apresenta como uma forma de sentindo à vida, moldando a
"personalidade" dos indivíduos e construindo os seus valores. Entretanto, na sociedade de
consumo, as mercadorias não possuem apenas o valor de uso e de troca (visão marxista), mas,
sobretudo, o valor simbólico. Isto é, os objetos passam a determinar um referencial para as
pessoas.
Essa ideia é proposta pelo francês Jean Baudrillard, que aduz que os objetos possuem
signos, os quais são impostos pelo sistema hegemônico. Ou seja, a sociedade por meio do
sistema hegemônico, como a mídia, determina o valor que os produtos possuem, como
slogans. Dessa forma somos definidos segundo o que consumimos, já que não é minha
personalidade que me define, mas sim, o que eu consumo. É nesse ponto que o mercado age,
associando o consumo de determinados produtos com vidas bem-sucedidas e felizes. Ao
passo que aqueles que não consomem, ou consumem produtos "chinfrins" são tristes, infelizes
e perdidos na vida. O mercado utiliza-se, portanto, do consumismo para definir aquilo que
devemos ser (e ninguém projeta uma vida feliz). As mercadorias, nesse contexto, são
analisadas pelo signo que comunicam - como uma vida bem-sucedida - deixando de
considerar a sua utilidade. Sendo assim, pouco importa se precisa ou não de determinado
produto, essa relação está obsoleta, devo considerar seu valor sígnico, ou seja, qual a
mensagem que possuo ao consumir tal produto.

2 JUSTIFICATIVA

Aceitando o "consumo, logo existo", como brinde ganhamos a lei do mercado, e nela
você não é apenas consumidor, é também mercadoria. Sendo mercadorias, como qualquer
outra, somos analisados pelos signos que possuímos perante a sociedade. Nesse contexto, de
extrema liberdade, ser livre é poder consumir o que se deseja.
Assim, à luz de Zygmunt Bauman,, busca-se pelo consumo aumentar o nosso valor
sígnico, pois: "Na sociedade de consumidores, todos nós somos consumidores de
mercadorias, e estas são destinadas ao consumo; uma vez que somos mercadorias, nos vemos
obrigados a criar uma demanda de nós mesmos.". Essa demanda de nós mesmos, como dito, é
construída pelo que consumismos, posto que, em uma sociedade em que os valores são
determinados por aquilo que se consome, faz-se necessário consumir para possuir valor,
inclusive, enquanto indivíduos socialmente e sexualmente atrativos para o mercado. E não se
esqueça de que há sempre outras oportunidades no mercado acenando com valores maiores.
Desse modo, quando não consumimos e, sobretudo, os produtos com valores sígnicos
4

relevantes, ficamos fora do mercado. Em outras palavras, não somos socialmente aceitos. No
entanto, não se vê sentido em adequar-se ou ser "socialmente aceito" por um sistema que cria
escravos de si mesmos. A tentativa de dar sentido á vida por meio do consumo parece uma
tentativa frustrante, dado que não se conseguiu estabelecer um sentido à vida das pessoas.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Dar ênfase a um tema pouco comentado e explanado, com foco no conhecimento a


respeito do tema, nas causas e consequências, uma vez que, a divulgação de informações a
respeito desse tema deixa a desejar em alguns pontos. Muitos casos são negligenciados, e é
de supra importância a disseminação de dados, para que em um futuro próximo possa haver
um maior interesse da comunidade como um todo.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo deste trabalho consiste em analisar artigos e documentários o consumo


desenfreado da sociedade hodierna, tendo como foco a compreensão de suas competências
gerenciais. Esta pesquisa permitirá compreender quais os principais contextos desse consumo,
entender os sentidos e significados atribuídos em seu processo, e discutir a importância desse
assunto na nossa sociedade moderna.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O termo "fetichismo mercadológico" é uma expressão cunhada por Karl Marx em sua
obra "O Capital", na qual ele descreve um fenômeno fundamental que ocorre no sistema
capitalista. Essa ideia é importante para entender a forma como as mercadorias são tratadas na
sociedade capitalista e como as relações sociais são obscurecidas por meio da mercadoria.
Em essência, o fetichismo mercadológico se refere ao processo pelo qual as
mercadorias são dotadas de características que não são inerentes a elas, mas que parecem ser.
Isso ocorre porque, no capitalismo, as relações sociais entre as pessoas assumem a forma de
relações entre mercadorias. Em outras palavras, em vez de os indivíduos trocarem diretamente
entre si, eles trocam mercadorias no mercado.
Marx argumenta que as mercadorias têm dois tipos de valor, o valor de uso (a utilidade
que elas têm para o consumidor) e o valor de troca (o valor relativo que é determinado pela
quantidade de trabalho incorporado na produção da mercadoria). No entanto, no capitalismo,
o valor de troca se torna a característica mais importante, obscurecendo o valor de uso. As
pessoas muitas vezes se concentram no valor de troca das mercadorias em vez de seu valor
intrínseco.
5

O fetichismo mercadológico oculta as relações sociais subjacentes entre os produtores.


As mercadorias parecem ser autônomas e independentes, como se tivessem um valor
intrínseco em vez de serem produtos do trabalho humano. Isso torna difícil para as pessoas
perceberem as explorações e desigualdades subjacentes que ocorrem no sistema capitalista.
Além disso, contribui para a alienação dos trabalhadores. Eles veem seu trabalho como um
meio de produzir mercadorias para o mercado, em vez de como uma expressão de sua
criatividade e habilidades. Isso cria uma sensação de separação entre o trabalhador e o
produto de seu trabalho.
Outrossim, se estende além das mercadorias e penetra na própria vida das pessoas. No
capitalismo, as relações sociais, a educação, a saúde e outros aspectos da vida são
frequentemente transformados em mercadorias, o que pode levar a uma perspectiva distorcida
e superficial sobre a vida.
Para Marx, o fetichismo mercadológico é uma característica essencial do capitalismo,
que aliena os indivíduos, obscurece as relações sociais reais e perpetua a exploração. Ele
acreditava que, ao compreender esse fenômeno, as pessoas poderiam se conscientizar das
injustiças do sistema capitalista e trabalhar para uma sociedade mais justa e equitativa. No
entanto, a crítica marxista ao fetichismo mercadológico continua sendo um tópico de debate e
análise na teoria social e econômica até os dias de hoje.

5 METODOLOGIA

Para obter os resultados e respostas relacionados à questão abordada neste estudo,


foram conduzidas análises de documentários e reportagens sobre o tema em questão. Isso foi
realizado por meio de uma abordagem de pesquisa explicativa, que teve como objetivo
investigar tanto a origem quanto a natureza do fenômeno em estudo. Isso se tornou
especialmente relevante, dado o limite de literatura disponível que se concentra nas
implicações sobre o consumo desenfreado, especialmente dentro de um contexto histórico.
Este trabalho foi embasado em conceitos e princípios apresentados por teóricos que
desempenharam um papel significativo na definição e elaboração dos conceitos abordados
nesta análise. Foram escolhidos pensadores de diversas áreas, como Zygmunt Bauman, Karl
Marx e Jean Baudrillard, que exploraram o contexto histórico e antropológico dos indivíduos
de maneira coordenada e subjetiva. Essa abordagem possibilitou uma análise comparativa
abrangente. Para isso, essas fontes foram pesquisadas em fontes secundárias, como trabalhos
acadêmicos, artigos, livros e outras fontes relevantes.
Nesse contexto, o desenvolvimento deste trabalho se baseou no método conceitual-
analítico. Isso implica o uso de conceitos e ideias de outros autores, desde que se alinhem com
os objetivos estabelecidos, a fim de construir uma análise científica do tema central: o drama
das pessoas desaparecidas.
O método de pesquisa escolhido ofereceu flexibilidade na análise, permitindo uma
exploração de diversas perspectivas de conhecimento. Isso possibilitou considerar várias
abordagens ao longo do processo, sem a necessidade de chegar a uma resposta única e
universal em relação ao objeto de estudo.
6

É importante destacar que as referências aos documentários e pensadores abordados


neste estudo, sob as características a serem apresentadas neste trabalho, não resultam em
conclusões definitivas, uma vez que as possibilidades de análise são numerosas quando se
trata da expressão sociocultural de uma sociedade.

6 RESULTADOS ESPERADOS

Nesse sentido, é preciso considerar como a própria maneira como a organização social
tem levado a instauração e reprodução desses problemas, isto é, a como o modus operandi da
sociedade contemporânea afeta a condição humana. A forma como a sociedade está
organizada dificulta a reflexão, e consequentemente, o pensar político (coletivo) sobre as
coisas. Há de se considerar dessa forma as características de um mundo regido pela técnica,
que cria dificuldades para o aprimoramento para condição do homem enquanto um ser social.
De um lado um mundo moderno por meio de seus “avanços e “progressos”, produz
um encantamento muito grande em relação a tudo que é construído, de tal maneiro que os
indivíduos sentem dificuldade de pensar de forma crítica a cerca daquilo que está sendo feito
em função do encantamento produzido pela técnica. Por outro, na medida que todos possam
estar condicionados por uma configuração temporal, em que a velocidade é conditio sine qua
non da existência, ou como diz Milan Kundera em “A Lentidão” – “A forma de êxtase que a
revolução técnica deu ao homem” -, há também a perda da experiência, isto é, da capacidade
de se relacionar com o tempo de modo mais harmônico, possibilitando um enlace entre a
memória e a eternidade.
Diante disso, a condição humana passa a estar muito mais mecanizada, desalinhada
com a natureza e afastada do diálogo coletivo-social. Ou seja, automatizada e ensimesmada,
que, já que afastado de uma maior reflexão do seu eu individual e coletivo, o ser humano
passa a estar desumanizada, vivendo em uma constituição de um mundo individualista, em
que a existência se conjuga exclusivamente na primeira pessoa.
Dessa maneira, o espaço da política, da convivência, do diálogo com o outro, deixa de
existir, assim como, as experiências construídas e memorizadas entre indivíduos, grupos de
indivíduos e até mesmo populações. Um homem convertido em um autômato egoísta é um
“animal” incapaz de viver em sociedade, pois requisitos imprescindíveis para que isso ocorra
– como reflexão crítica sobre a realidade e consideração do outro como ser individual com o
qual é preciso dialogar – deixam de existir.

7 REFERÊNCIAS

SELLTIZ, C. ET AL. Métodos de pesquisas nas relações sociais. São Paulo: Herder, 1987.
7

The Story of Stuff. 2007. https://storyofstuff.org/

BARBOSA, Lívia. Sociedade de consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 68 p.

ZANIRATO, Silvia; ROTONDARO, Tatiana. “Consumo, um dos dilemas da


sustentabilidade”. 2016

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. São Paulo: Zahar, 2021.

Consumo x Consumismo, 2016. https://www.youtube.com/watch?v=DoEoAC3Fye4

REIS, Bruno Pinheiro W. Capital social e confiança: questões de teoria e método. 2003.

MARX, Karl. Capital Social. São Paulo: Veneta. 2014.

Você também pode gostar