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UNIVERSIDADE FEDERAL DO

TRIÂNGULO MINEIRO
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1. OBJETIVO
Padronizar a atuação do Profissional de Educação Física juntamente com a equipe da
unidade multiprofissional os procedimentos da RCV Fase IV relacionada à saúde dos pacientes do
Centro de Reabilitação “Prof. Dr. Fausto da Cunha Oliveira”, do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM).

2. MATERIAL
Serão usados para avaliação e tratamento os seguintes materiais:
• Informações gerais sociodemográficas: Papel, caneta, folhas, notebooks e computadores para
organização, planejamento e tabulação dos dados;
• Aptidão cardiovascular: aparelho de pressão arterial, cronômetro, cadeira, frequencímetro,
oxímetro, cones e trena;
• Composição corporal: balança analítica e/ou digital, estadiômetro, fita métrica (flexível e
inelástica), adipômetro, paquímetro e tetrapolar (Biodynamics 450®);
• Flexibilidade: banco de Wells;
• Força, Resistência Muscular Localizada (RML) e equilíbrio: dinamômetro, halteres, cadeira,
cronômetro, colchonetes e roteiro (papel ou digital) para testes de equilíbrio;
• Sessões dos exercícios físicos: bicicleta, esteira, cicloergômetros, theraband, Bola SuÍça, espaldar,
step, jump, halteres, caneleiras, bastão, colchonetes;
• Equipamentos de musculação;
• Medidas funcionais e psicoemocionais: questionários impressos e em versão on-line e escala de
silhuetas de Kakeshita (2009).

3. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Centro de Reabilitação (CR) “Prof. Dr. Fausto da Cunha Oliveira” do HC-UFTM.

4. SIGLÁRIO
1RM: Teste de 1 repetição máxima
ACSM: American College of Sports Medicine
AMPARO: Avaliação Multidimensional, Planejamento, Atuação, Reavaliação e Orientação
CR: Centro de Reabilitação
DAC: Doença arterial coronariana
DASS-21: Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse
DCV: Doença Cardiovascular
DRC: Doença renal crônica
EBE: Escala de Bem-Estar
EBSERH: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
EMAP: Espessura do Músculo Adutor do Polegar
FC: Frequência cardíaca
FITT-VP: Frequência, Intensidade, Tempo de duração, Tipo de Exercício, Volume e Planejamento

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HAS: Hipertensão arterial sistêmica


HC-UFTM: Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
IAM: Infarto agudo do miocárdio
IC: Insuficiência cardíaca
IMC: Índice de Massa Corporal
IPAQ: Questionário Internacional de Atividade Física
MMII: Membros inferiores
MMSS: Membros superiores
OMS - Organização Mundial da Saúde
PA: Pressão arterial
PAD: Pressão arterial diastólica
PAS: Pressão arterial sistólica
PB: Perímetro do braço
PEF: Profissional de Educação Física
POP: Procedimento Operacional Padrão
PP: Perímetro do pescoço
PRF: Programa de Recondicionamento Físico
PRG: Programa RCE: Relação cintura/estatura
RCV: Reabilitação cardiovascular
RML: Resistência Muscular Localizada
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SpO2: Saturação O2
TC6M: Teste de caminhada de 6 minutos
TCPE: Teste cardiopulmonar de exercício
TE: Teste ergométrico
UMULTI - Unidade Multiprofissional
VO2: Consumo de oxigênio

5. INFORMAÇÕES GERAIS
As doenças cardiovasculares se referem a diferentes problemas que afligem o coração
e os vasos sanguíneos e que propulsionam transformações na circulação do sangue, as quais geram
doença coronariana, cerebrovascular e vascular periférica (BARBOSA et al., 2021). Essas são
compreendidas como transtornos que afetam os vasos sanguíneos, podendo englobar as
enfermidades coronarianas, cerebrovascular, hipertensão arterial e arterial periférica, havendo
diferentes etiologias (REMARTINES et al., 2018). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
em 2017 as Doenças Cardiovasculares (DCVs) causaram a morte de 17,8 milhões de pessoas, tendo
cerca de 120 mil casos no ano, o que representa 31% das mortes ao nível mundial.
Neste contexto, a doença arterial coronariana (DAC) aparece com maior frequência,
sendo considerada uma das principais doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), assumindo
assim, um papel importante de saúde pública (LOPES et al., 2022). No entanto, ainda hoje, é
demonstrado que a DAC continua sendo a principal causa de mortalidade global e uma das
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principais causas de morbidade do século XXI, com exceção ao ano de 2020, quando a doença
causada pelo coronavírus (Covid-19) foi à primeira causa de morte (MARINHO, 2022).
O sedentarismo, que apresenta elevada prevalência no Brasil e no mundo, está
fortemente relacionado às DCVs e à mortalidade precoce (GUTHOLD ET AL., 2018). Em
contrapartida, maiores volumes de atividade física são positivamente associados à melhor
qualidade e à maior expectativa de vida, (POWELL ET AL., 2011) existindo uma forte e inversa
associação dos diferentes componentes da aptidão física com a mortalidade por todas as causas e
com a ocorrência de eventos cardiovasculares desfavoráveis. Ou seja, quanto menor o nível de
aptidão física, maior tende de ser a taxa de mortalidade.
O exercício físico, desde que planejado, supervisionado e orientado adequadamente é
considerado como fator preventivo de DCVs, mas deve ser utilizado como tratamento, de acordo
com o nível de agravamento da doença. Dessa forma é necessário compreender a diferença entre
atividade física e exercício físico. A atividade física é definida como qualquer movimento corporal
produzido por contrações musculares que resulta num acréscimo do gasto energético além dos
níveis de repouso (CARVALHO 2019). Exemplos são os movimentos de varrer, lavar louça, caminhar
de um local para outro, andar de bicicleta, subir escadas, realizar afazeres domésticos, entre outras.
Enquanto o exercício físico entende-se como um conjunto de movimentos planejados e
estruturados para um determinado objetivo, como o de melhorar ou manter alguma capacidade
física ou aumentar o desempenho (CARVALHO 2021).
Para que haja benefícios em um programa de reabilitação os exercícios físicos devem
seguir critérios corretos que incluem fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos (CAMPOS ET
AL., 2018). Segundo a OMS, a reabilitação cardíaca é uma soma das atividades essenciais para
proporcionar as pessoas com cardiopatia melhora nas condições físicas, mentais e sociais, que com
seu próprio esforço possam ter uma vida mais ativa e produtiva. Segundo a Diretriz Brasileira de
Reabilitação Cardiovascular de 2020 (CARVALHO et al., 2020), o Profissional de Educação Física atua
diretamente na prescrição e na supervisão dos exercícios físicos, dentro das metas e dos limites
definidos na orientação médica, após a avaliação pré-participação e subsequentes reavaliações.
Devem ter conhecimentos específicos sobre as DCV e fisiologia do exercício, além de receberem
periodicamente treinamento de suporte básico de vida, incluindo o uso de desfibrilador automático
externo. Além da atuação nas sessões de exercícios físicos, podem contribuir para as orientações e
demais medidas, visando a adoção de hábitos saudáveis (CARVALHO et al., 2020).
Portanto, o principal objetivo da Reabilitação Cardiovascular (RCV) com ênfase nos
exercícios físicos planejados, orientados e supervisionados é propiciar uma melhora dos
componentes da aptidão física, tanto aeróbico quanto não aeróbicos (força/ potência muscular,
flexibilidade, equilíbrio), algo que exige a combinação de diferentes modalidades de treinamento.
Assim, a RCV deve proporcionar os mais elevados níveis de aptidão física passíveis de obtenção, de
modo a reduzir o risco de eventos cardiovasculares e promover todos os outros benefícios a serem
auferidos pela prática regular de exercícios físicos, culminando com a redução da mortalidade geral.
Tradicionalmente, a RCV é dividida em fases temporais, sendo a fase I intra-hospitalar e
as fases II a IV ambulatoriais. Na fase I da RCV objetiva-se que o paciente tenha alta hospitalar com
as melhores condições físicas e psicológicas possíveis, municiado de informações referentes ao
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estilo saudável de vida, em especial no que diz respeito ao exercício físico. A fase II começa
imediatamente após a alta hospitalar e tem duração média de 3 meses. Por sua vez, a fase III
costuma ter duração de 3 a 6 meses. Por fim, a fase IV tem duração prolongada, sendo esta realizada
preferencialmente sob acompanhamento do Profissional de Educação Física. Em todas as fases
objetiva-se progressão dos benefícios da RCV ou, pelo menos, a manutenção dos ganhos obtidos.
Recomenda-se uma estratificação do risco clínico que possibilite o uso mais racional das
fases dos programas, com direcionamento individualizado às modalidades de RCV. Nesse contexto,
os pacientes de alto risco, com menor capacidade física e mais sintomáticos, devem participar de
sessões supervisionadas por tempo indeterminado, enquanto os de menor risco, com maior
capacidade física e menos sintomáticos precocemente podem realizar exercícios sem a supervisão
direta (DIRETRIZ SUL-AMERICANA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR 2014).
A estratificação de risco clínico do paciente em alto, intermediário ou baixo é pautada
em recomendações prévias, como por exemplo, a Diretriz Sul-americana de Reabilitação
Cardiovascular (2014). As notas de corte para o enquadramento são baseadas na opinião de
especialistas, o que possibilita modificações regionais de acordo com a experiência da equipe da
RCV e com o julgamento clínico realizado na avaliação médica pré-participação e subsequentes
reavaliações.
De acordo com as Diretrizes Sul-Americanas de Reabilitação Cardiovascular (2014), as
características clínicas dos pacientes que se enquadrariam inicialmente no risco clínico alto
(presença de, pelo menos, uma delas) são:
• Internação por descompensação cardiovascular recente (menos de 8 a 12 semanas) devido
a quadros de: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ou angina instável; revascularização cirúrgica ou
percutânea; arritmias complexas; morte súbita revertida; descompensação de Insuficiência
Cardíaca;
• Pacientes cardiopatas, com presença ou ausência de evento cardiovascular e/ou
intervenções, mas com importantes alterações funcionais ao esforço físico, ou seja:
1. Baixa capacidade funcional no Teste Ergométrico – TE (menor que 5 equivalentes
metabólicos [MET]) ou no Teste Cardiopulmonar de Exercício – TCPE (classificação de Weber C e D
ou consumo de oxigênio [VO 2] abaixo de 60% do predito para idade e sexo);
2. Sinais e sintomas de isquemia miocárdica em baixa carga (abaixo de 6 MET ou de VO 2 de 15
ml.kg -1.min -1);
3. Sintomatologia exacerbada (Insuficiência Cardíaca com classe funcional III e IV ou angina
classe funcional III e IV);
• Outras características clínicas de pacientes com risco aumentado aos exercícios físicos:
doença renal crônica (DRC) dialítica, dessaturação de oxigênio em esforço e arritmia ventricular
complexa em repouso ou esforço.
Já as características clínicas dos pacientes com risco intermediário (presença de, pelo
menos, uma característica) são:
• Evento cardiovascular ou intervenções com intervalo superior a 12 semanas, com
estabilidade do quadro clínico;

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• Pacientes cardiopatas que ainda apresentam algumas alterações funcionais em esforço


físico:
1. Moderada capacidade funcional no Teste Ergométrico (entre 5 e 7 MET) ou no Teste
Cardiopulmonar de Exercício (classificação de Weber B ou VO 2 entre 60 e 85% do predito para idade
e sexo);
2. Sinais e sintomas de isquemia em carga acima de 6 MET ou com VO 2 acima de 15 ml.kg -
1.min -1;

3. Sintomatologia de menor magnitude (Insuficiência Cardíaca com classe funcional I e II ou


angina classe funcional I e II).
• Outras características clínicas que o médico responsável pela avaliação pré-participação
julgue como de risco intermediário aos exercícios físicos.
As características clínicas dos pacientes com Baixo Risco (presença de todas as
características a seguir) são:
• Evento cardiovascular ou intervenções com intervalo superior a 6 meses e estabilidade
clínica;
• Pacientes cardiopatas que não apresentam alterações funcionais em esforço físico ou que
estas sejam muito discretas quando presentes;
• Os pacientes nessa classificação costumam apresentar as seguintes características:
1. Boa capacidade funcional no Teste Ergométrico (superior a 7 MET) ou no Teste
Cardiopulmonar de Exercício (classificação de Weber A ou VO 2 acima de 85% do predito para idade
e sexo);
2. Ausência de sinais e sintomas de isquemia miocárdica ou de outra sintomatologia anormal
ao esforço físico.

5.1 Reabilitação Cardiovascular Fase IV


Independente do estágio de desenvolvimento das doenças cardiovasculares e da fase
da RCV, o acompanhamento médico e a orientação profissional evitam que a patologia se agrave.
O Profissional de Educação Física atua diretamente na prescrição e na supervisão dos exercícios
físicos, dentro das metas e dos limites definidos na orientação médica, após a avaliação pré-
participação e subsequentes reavaliações.
Nesta fase são realizados programas de exercício físico a longo prazo na recuperação,
adaptação e manutenção do sistema cardiovascular de forma preventiva controlando os fatores
precipitantes e agravantes de doenças cardiovasculares como: estresse, tabagismo, Hipertensão
arterial sistêmica (HAS), sedentarismo, dislipidemia, Diabetes Mellitus e obesidade. Atua
também na recuperação e adaptação das funções dos sistemas cardiovascular, respiratório,
metabólico, humoral e muscular: após evento de doença cardíaca, após IAM e após cirurgia
cardíaca.
• Objetivos da RCV Fase IV:
✓ Melhorar a condição física e endurance;
✓ Produzir reduções a longo prazo dos fatores de risco coronarianos;

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✓ Alterar o perfil lipídico do paciente e outras variáveis, como a sensibilidade à insulina e


glicemia;
✓ Proporcionar ao paciente a oportunidade de alcançar um nível mais alto de função física,
mental e social;
✓ Preparar e orientar os pacientes para que possam realizar a atividade física domiciliar (Fase
IV).
• Benefícios para o Paciente:
✓ Controle da ansiedade e depressão;
✓ Controle do peso;
✓ Melhora da maioria dos parâmetros hemodinâmicos e metabólicos;
✓ Melhora na funcionalidade do sistema músculo esquelético;
✓ Melhor socialização que contribui para a continuidade da atividade;

6. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

6.1 Admissão
O programa de RCV Fase IV do Centro de Reabilitação do HC-UFTM é dividido em 2
etapas: etapa ambulatorial e etapa não supervisionada presencialmente.
Para ser admitido na RCV Fase IV, o paciente deve cumprir obrigatoriamente os
seguintes critérios:
• ser encaminhado pelo médico cardiologista do Centro de Reabilitação “Prof. Dr. Fausto da
Cunha Oliveira”, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-
UFTM);
• passar pelo procedimento de avaliação do Programa de Recondicionamento Físico, proposto
pela Educação Física do HC-UFTM, link nas referências. Principalmente, os resultados do Teste
de Caminhada de 6 Minutos.
• estar elegivel segundo a Diretriz Sul-Americana de Reabilitação Cardiovascular (2014).
Os pacientes elegíveis, segundo a Diretriz Sul-Americana de Reabilitação Cardiovascular
(2014), para RCV em um contexto de prevenção secundária são aqueles que apresentaram pelo
menos um dos seguintes quadros cardiovasculares no último ano:
✓ IAM/Síndrome coronariana aguda (SCA);
✓ Cirurgia de revascularização miocárdica;
✓ Angioplastia coronária;
✓ Angina estável;
✓ Reparação ou troca valvular;
✓ Transplante cardíaco ou cardiopulmonar;
✓ Insuficiência cardíaca crônica;
✓ Doença vascular periférica;
✓ Doença coronária assintomática;
✓ Pacientes com alto risco de doença cardiovascular.

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6.2 Avaliação
Todos os pacientes são avaliados pré e pós etapa ambulatorial e após 6 meses e 1 ano
(meio e fim) na etapa sem supervisão da RCV Fase IV do HC-UFTM.
Para determinação dos procedimentos da avaliação foi realizada uma busca das
informações em materiais específicos por métodos validados para seleção dos atributos físicos
analisados. Além disso, foram realizados testes prévios feitos pela equipe (Profissional de
Educação Física - PEF e residentes da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde) para a
definição da logística de organização da avaliação. Desta forma, a avaliação poderá ser realizada
no CR do HC-UFTM e/ou Academia da UFTM com duração média de 90 minutos, de maneira
individual. Todas as avaliações serão registradas no prontuário eletrônico HC-UFTM do
colaborador, disponível no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU). A
organização das avaliações do condicionamento físico, aptidão funcional e saúde física e
psicoemocional (multidimensional) será de acordo com o “Formulário de Avaliação”. Este foi
desenvolvido seguindo informações científicas de testes validados para avaliação das
capacidades físicas relacionadas à saúde da população adulta. Serão propostas as seguintes
avaliações:

❖ Informações sociodemográficas
Informações coletadas serão: nome, data, e-mail e/ou WhatsApp, prontuário, data de
nascimento, sexo, idade, cidade/residência, ocupação, tempo de trabalho, etnia, diagnóstico de
Covid-19, tempo de internação, sintomas pós-Covid-19, enfermidades, medicamentos, doenças
cardiovasculares na família, uso de tabaco, dislipidemia e glicemia.
Visando garantir a segurança de todos os colaboradores será realizado questionário de
Triagem pré-exercício para prevenção contra a contaminação da Covid-19, proposta por Neto et
al.,2020.

❖ Medidas fisiológicas
Serão analisados os seguintes critérios:
✓ Família fator de risco de DCV: possui pai ou irmãos com DCV < 40mg/dL; LDL ≥130 mg/dL e
TGL ≥150 mg/dL;
✓ Glicemia: glicemia de jejum ≥100mg/dL (ACSM, 2010).

• Aptidão cardiovascular (aeróbia)


✓ Teste ergométrico: com objetivos de avaliar a aptidão cardiorrespiratória, auxiliar o
planejamento das ações, e acompanhar a evolução dos pacientes, o teste ergométrico será
realizado pelo médico responsável pela equipe do programa de RCV do HC-UFTM, quando
identificado a necessidade;
• Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6M): Especificamente, o TC6M seguirá as
recomendações do Procedimento Operacional Padrão (POP) “Teste de Caminhada de Seis
Minutos na Avaliação do Recondicionamento Físico”, link nas referências. Avaliação de
funcionalidade, agilidade, coordenação e risco de sarcopenia
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✓ Teste de Sentar e Levantar 5 Vezes - O paciente é instruído a sentar-se em uma cadeira


apoiando as costas, cruzando os braços à frente do peitoral. Logo em seguida é feita a explicação,
no qual ele deverá levantar da cadeira, fazendo a extensão completa de joelhos e logo em
seguida, sentar novamente. O paciente deve realizar esse movimento cinco vezes o mais rápido
possível, sem apoiar as mãos no joelho para levantar ou sentar. Será cronometrado o tempo
gasto para realizar as cinco repetições (GURALNIK et al., 1994);
✓ Teste de Velocidade de Marcha de 4,6 metros - O paciente será instruído a se deslocar na
maior velocidade de caminhada possível ao longo dos 4,6 metros e o tempo gasto para
integralizar o percurso será registrado (RODRIGUES, 2009);
✓ SARC-F - Questionário de rastreio para o risco de sarcopenia em adultos composto por 5
perguntas. As perguntas se baseiam nos componentes afetados pela doença, sendo: força
muscular, marcha assistida, sentar e levantar da cadeira, subir escadas e quedas (MALMSTROM;
MORLEY, 2013).

❖ Composição corporal
As medidas cineantropométricas serão realizadas de acordo com a Sociedade
Internacional para o Avanço da Cineantropometria (SILVA; VIEIRA, 2020). Será utilizada a
bioimpedância tetrapolar, massa corporal total, altura, perímetros, diâmetros corporais e dobras
cutâneas. Cálculos de índices antropométricos serão realizados para avaliação completa da
composição corporal serão conforme descritos abaixo:

• Avaliação por bioimpedância tetrapolar


Para cálculo da massa magra, massa de gordura, água corporal total e taxa metabólica
basal o aparelho Biodynamics BIA 450 Bioimpedance Analyser. Ao ser convidado para a avaliação,
o avaliado receberá uma ficha com as seguintes orientações para fazer, de forma fidedigna, a
avaliação da bioimpedância, segundo as orientações propostas por Miranda (2017):
✓ Usar roupas leves;
✓ As mulheres não deverão estar no período menstrual;
✓ Jejum absoluto de 3 a 4 horas anteriores à realização do exame;
✓ Evitar o consumo de café 12h antes da avaliação;
✓ Não realizar exercícios ou atividades físicas extenuantes 12h antes do exame;
✓ Não estar fazendo uso de diuréticos pelo menos 7 dias antes do exame;
✓ Urinar 30 minutos antes da avaliação;
✓ Não utilizar acessórios metálicos durante o exame, como, brincos, cordões, pulseiras, anéis,
cintos, tornozeleiras, piercings, entre outros.

❖ Massa corporal total


• Peso
Será aferido descalço, vestindo roupas leves e sem adornos metálicos, segundo as
técnicas propostas pela WHO (1995) em balança mecânica digital eletrônica da marca Balmak

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Premium BK-F/FA (Balmak®, São Paulo, Brasil), com capacidade máxima de 200 kg e sensibilidade
de 50g, sendo verificada, semanalmente, a calibragem com peso padrão.

• Estatura
Será aferida com o indivíduo descalço, em duplicata, segundo as técnicas propostas pela
WHO (1995), utilizando-se estadiômetro acoplado à balança mecânica da marca Balmak
Premium BK-F/FA (Balmak®, São Paulo, Brasil), com extensão de 2,13 m e precisão de 0,1 cm. Foi
admitida variação máxima de 0,5 cm entre as duas medidas, utilizando-se a média como
resultado final. Caso a aferição das medidas ultrapasse a variação de 0,5 cm, foram realizadas
novas medidas até se obter medidas no intervalo aceitável.

• Índice de massa corporal (IMC)


O IMC será calculado por meio da razão entre o peso corporal (kg) e estatura (m²) (WHO,
1995). Os pontos de corte para a classificação do IMC foi baixo peso; menor que 18,00 kg/m2;
eutrofia, entre 18,00 e 24,99 kg/m2; sobrepeso, entre 25,00 e 29,99 kg/m2; obesidade, maior ou
igual a 30,00 kg/m2.

• Perímetro da cintura
Os perímetros da cintura e do quadril serão aferidos duas vezes (utilizando-se a média
dos valores), no plano horizontal, utilizando uma trena antropométrica com extensão de 2
metros, flexível e inelástica da marca Sanny TR4013 (Sanny®, São Paulo, Brasil), dividida em
centímetros e subdividida em milímetros. O perímetro da cintura será medido no ponto médio
entre a margem inferior da última costela e a crista ilíaca, no plano horizontal (WHO, 2008).

• Perímetro do quadril
O perímetro do quadril será verificado na região glútea, sendo circundado o maior
perímetro horizontal entre a cintura e os joelhos.

• Relação cintura/estatura (RCE)


Obtida pelo quociente da medida da cintura (cm), utilizando as quatro técnicas
descritas, pela medida da estatura (cm). Será considerado presença de obesidade abdominal
valores de RCE≥0,50, independentemente da idade e do sexo (ASHWELL, GIBSON, 2014). 7.4.7
Perímetro do pescoço O perímetro do pescoço (PP) será aferido no ponto médio da altura do
pescoço (NAFIU et al., 2010).

• Perímetro do braço (PB) e da panturrilha (PPant)


Serão aferidos nos pontos antropométricos padronizados pela International Standards
for Anthropometric Assessment (SILVA, VIEIRA, 2020). O PB será aferido no ponto médio entre o
acrômio e o olécrano, com braço relaxado. Já o PPant, será aferido com o joelho flexionado

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formando um ângulo de noventa graus com o chão (sendo considerado o ponto de maior
circunferência da panturrilha da perna direita).

• Espessura do músculo adutor do polegar – EMAP


Na posição em pé, o braço se mantém flexionado a aproximadamente 90º do antebraço.
Os pacientes são orientados a manter a mão relaxada, com o dedo polegar a 90º do dedo
indicador. Utilizando o adipômetro, é pinçado o músculo no centro de um triângulo imaginário
formado pelo indicador e polegar da mão (PEREIRA et al., 2013).

❖ Comportamentos de movimentos de 24h (nível de atividade física, comportamento


sedentário e sono)
Será aplicado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta,
juntamente com informações do tempo de tela e sono dos dias de semana e final de semana. O
IPAQ é um instrumento validado internacionalmente e nacionalmente para avaliar o nível de
atividade física, por meio do número de dias e duração semanal de atividades como caminhada,
atividades moderadas e vigorosas. Entende-se como atividades físicas moderadas aquelas que
aumentam de forma suportável a frequência cardíaca e respiratória. Já a vigorosa, seriam
atividades que elevam abruptamente o esforço cardiovascular, com aumento repentino da
sensação de esforço.
O IPAQ validado no Brasil por Matsudo et al. (2001) possui duas versões frequentemente
utilizadas, a curta e a longa, que avaliam em minutos, o tempo gasto em atividade física na última
semana. O questionário a ser aplicado será na versão curta, por ser mais rápido, prático e com
maior adesão. A versão curta, apresenta nove itens, que fornece informações sobre o tempo
gasto na caminhada, em atividade de intensidade vigorosa e moderada e em atividade
sedentária. Os participantes serão instruídos a se referir a todos os domínios de atividade física.

❖ Sintomas de desconfortos osteomusculares


O Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares que será aplicado, tem quatro
questões relacionadas a nove regiões anatômicas (pescoço, ombros, parte superior costas,
cotovelos, punhos/mãos, parte inferior das costas, quadril/coxas, joelhos, tornozelos/pés),
sendo. De acordo com o autor original e no sentido de facilitar a identificação das áreas corporais,
o questionário também inclui um diagrama destacando todas as áreas corporais envolvidas
(KUORINKA, 1987) (Figura 2). Assim sendo, o questionário que será utilizado é a versão brasileira,
que foi traduzida e validado por Pinheiro, Tróccoli e Carvalho (2002).

❖ Avaliação do bem-estar
Escala de Bem-Estar (EBE) de Hooper e Mackinnon (1995) será utilizada para avaliação
do bem-estar. A escala avalia à percepção da fadiga, dor muscular, qualidade do sono e estresse.
O questionário segue uma escala de 1-7, sendo que nas variáveis estresse, fadiga e dor muscular
o 1 é muito, muito baixo e o 7 é muito, muito alto e na variável qualidade do sono, o 1 é muito,
muito mal e o 7 é muito, muito bom.
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❖ Avaliação das medidas psicoemocionais


A saúde psicoemocional dos pacientes será avaliada por instrumentos validados que vão
mensurar adequadamente os distúrbios da imagem corporal, sintomas de ansiedade, depressão
e estresse.

• Escala de depressão, ansiedade e estresse


Para avaliar os sintomas de depressão, ansiedade e estresse, será aplicado a Escala de
Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), traduzido e validado por Vignola e Tucci (2014), este
instrumento contém 21 questões. As repostas são dadas em uma escala de quatro pontos, tipo
Likert, variando de 0 (não se aplicou de maneira alguma) a 3 (aplicou-se muito ou na maioria do
tempo). Os itens são divididos em três fatores, com sete questões cada, sendo somados as
respostas voltadas para os sintomas de depressão, ansiedade e estresse.

6.3 Etapas do Tratamento


O programa de RCV Fase IV do Centro de Reabilitação do HC-UFTM é dividido em 2
etapas: etapa ambulatorial e etapa não supervisionada presencialmente.

❖ Etapa ambulatorial
A etapa ambulatorial tem duração de 6 meses podendo ser ampliado de acordo com as
necessidades do paciente.
Cada sessão tem duração aproximada de 60 minutos, com frequência de 2 vezes por
semana, em dias alternados, e realizadas na academia da UFTM em horário pré-definido.
Num primeiro momento o paciente é atendido individualmente e após a evolução no
tratamento o paciente passa a fazer parte de um grupo.
Tanto no início quanto no final dessas sessões, afere-se a frequência cardíaca (FC),
pressão arterial (PA) e saturação de oxigênio (SpO2) do paciente.
Nas situações em que é identificado quadro de hipertensão arterial logo na chegada do
paciente ao setor de atendimento, é aplicado somente relaxamento por um período de 10 a 15
minutos.
Quando o quadro persiste, o paciente é informado sobre a necessidade de procurar uma
Unidade de Pronto Atendimento.
Por outro lado, sempre que algum paciente apresentar alguma manifestação de
intolerância ao exercício físico durante as sessões de recondicionamento este é monitorizado e,
dependendo da condição, o treinamento é interrompido.
Em caso de quadro hipertensivo agudo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) será acionado.
Cada sessão é adaptada às limitações de cada participante sendo dividida em 3 partes:
Parte 1 – Aquecimento (5 minutos); Parte 2 - Parte Principal (50 minutos) subdivida em exercícios
aeróbicos e exercícios resistidos; Parte 3 – Desaquecimento/Alongamento (5 minutos).

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• Parte 1 - Aquecimento (5 minutos)


Utilizando a esteira ergométrica ou o cicloergômetro, o paciente é submetido a um
exercício de baixa intensidade (50 a 65% FCM).

• Parte 2 - Parte principal (50 minutos)


✓ Exercícios aeróbicos - esteira ou cicloergômetro (25 minutos)
Os equipamentos mais usados são esteiras rolantes e cicloergômetros de membros
inferiores (MMII), mas também podem ser utilizados cicloergômetros de membros superiores
(MMSS), remoergômetros, ergômetros de esqui, elípticos, entre outros (CARVALHO et al., 2020)
Utilizando esses aparelhos, o paciente é submetido a um exercício de intensidade moderada/alta
(a Frequência Cardíaca de Treino é indicada pelo teste Ergométrico).
✓ Exercícios contra a resistência - força estática ou dinâmica (25 minutos)
Serão usados para o fortalecimento muscular. Porém, é possível realizar vários
exercícios utilizando somente o peso corporal, que representa um esforço, em geral, suficiente
nos pacientes mais debilitados. Um exemplo prático é o exercício de sentar e levantar, cuja
realização requer tão somente uma cadeira ou um banco. O uso de cordas ou faixas suspensas,
bem fixadas ao teto ou alto da parede, podem permitir uma ampla variedade de exercícios com
a utilização do peso do próprio corpo.
Pesos livres, halteres ou caneleiras com pesos variados são frequentemente adotados
em programas de RCV e possibilitam uma ampla variedade de movimentos e estímulos
adequados de diferentes grupos musculares. Podem ser também utilizados aparelhos
específicos, com pesos ligados a cabos e polias. Outros equipamentos que também podem ser
usados: barras, bastões, bolas com peso (medicine balls), “bolas suíças” e faixas ou bandas
elásticas com diferentes graus de resistência (CARVALHO et al., 2020).
Em todos os exercícios deve haver atenção para a correta execução dos movimentos e
adequada postura, a fim de evitar lesões osteomusculares. Atenção ao manuseio dos
equipamentos também é necessária, com o intuito de evitar acidentes com o material e
eventuais lesões corporais.
Organização das séries dos exercícios de força:
o 30 a 60% de 1 RM ou cargas de baixa a moderada intensidade;
o 12 a 15 repetições;
o 1 a 3 séries;
o + ou – 30 segundos de intervalo entre as séries
o 6 a 12 exercícios, alternado por segmentos MMSS e MMII;
o Realizada após fase aeróbica (deve ser priorizada);
o Sobrecarga: intensidade ou volume são alterados uma vez que o paciente consiga fazer as
repetições confortavelmente ou demonstre incapacidade na execução;
o Os principais grupos musculares são priorizados;
o Os grandes grupos musculares são exercitados antes dos pequenos grupos.

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✓ Outros exercícios
Visando a saúde global, considerando a cardiopatia e doenças associadas, pode ser
necessário acrescentar outros tipos de exercícios, como treinamento isométrico manual,
treinamento da musculatura inspiratória e exercícios para aprimorar o equilíbrio e a flexibilidade
(CARVALHO et al., 2020).

• Parte 3 – Desaquecimento (5 minutos)


Constituída por atividades leves e continua, 5 minutos antes do fim da sessão, o
desaquecimento acelera o retorno venoso, reduzindo assim, o potencial de hipotensão e
vertigem pós-exercício, facilita a dissipação do calor do corpo e favorece a remoção mais rápida
do ácido lático que a recuperação estática19. Nesta parte objetiva-se o retorno do organismo às
condições de repouso, com valores de FC e PA próximos aos basais.
Após 6 meses de tratamento, o paciente é reavaliado e se possível encaminhado para a
etapa sem supervisão.
São encaminhados os pacientes com menor risco, com maior capacidade física e menos
sintomáticos que podem realizar, sem supervisão direta, exercícios mais intensos e
diversificados.

❖ Etapa não supervisionada presencialmente


Na tentativa de estender o atendimento ao maior número de cardiopatas os benefícios
do treinamento físico, a reabilitação não supervisionada presencialmente surge como uma opção
bastante interessante para os pacientes, os quais após o treinamento supervisionado são
liberados para a prática de exercícios físicos em parque, ruas e domicílio.
Com duração de 1 ano, o objetivo dessa fase é conseguir que o paciente mantenha um
estilo de vida ativo, saudável, mantendo o controle adequando dos fatores de risco.
Nesta etapa o programa inclui:
• Plano de exercícios físicos - entregues ao final da etapa ambulatorial;
• Acompanhamento telefônico - no 1º, 2º, 3º, 6º, 9º e 12º mês para monitorar o nível de
comprometimento e cumprimento do plano de exercícios;
• Educação continuada – aproveitando o acompanhamento telefônico, propiciando ao
paciente um programa de educação relacionado ao adequado manejo dos fatores de risco,
abordando assuntos como sedentarismo, obesidade e sobrepeso, estresse e estados
depressivos, tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes melito, entre outros.

7. MONITORAMENTO E SEGURANÇA
Além de esfigmomanômetros e estetoscópios, há vários recursos disponíveis, como
cardiofrequencímetros e aplicativos de celulares que podem ser usados para monitoramento da FC,
glicosímetros e oxímetros digitais. Durante as sessões de exercícios e/ou avaliação o paciente que
manifestar qualquer tipo de desconforto, dor ou sensação de fadiga excessiva será liberado da
atividade. Caso haja a incidência de qualquer tipo de mal-estar e/ou adversidade cardiorrespiratória
o SAMU será acionado e o paciente será encaminhado para o Pronto de Socorro do HC-UFTM.
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Também, será solicitado junto à Unidade Multiprofissional (UMULTI) um desfibrilador, manual ou


automático, o qual, segundo Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular é equipamento de
segurança obrigatório (CARVALHO et al., 2020).

8. REFERÊNCIAS
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ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2014.
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floor as a predictor of all-cause mortality. Eur J Prev Cardiol. 2014;21(7):892-8.
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committee. World Health Organ Tech Rep Ser. 1964;270:3-46.
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• Carvalho AdS, Abdalla PP, Silva NGFd, Júnior JRG, Mantovani AM, Ramos NC. Exercício físico e
seus benefícios para a saúde das crianças: uma revisão narrativa. CPAQV. 2021;13(1):1-16.
• Carvalho AdS. Habilidades motoras fundamentais e nível de atividade física de crianças: um
estudo com escolares do ensino fundamental. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo - USP; 2019.
• Carvalho T et al. Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia, volume 114, n.5, pág: 943-987, 2020.
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• EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES. Hospital de Clínicas da Universidade Federal


do Triângulo Mineiro. Unidade Multiprofissional. Procedimento Operacional Padrão “Teste de
Caminhada de Seis Minutos na Avaliação do Recondicionamento Físico”. Disponível em:
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-
uftm/documentos/pops/TC6mrecondicionamentofsicofinal.pdf Acesso em 22/1/2023.

9. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
1 6/12/2022 Elaboração do POP

Elaboração Data: 20/1/2023


Thiago de Andrade, Profissional de Educação Física.
Valter Paulo Neves Miranda, Profissional de Educação Física.
Validação
Izabella Barberato Silva Antonelli, chefe da UMULTI
Raquel Bessa Ribeiro Rosalino, chefe da Unidade de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento, Gestão de Riscos e Controles Internos
Aprovação
Ivonete Helena Rocha, chefe da Divisão de Gestão do Cuidado

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