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HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do POP.UMULTI.084 - Página 1/10
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Documento
Título do FISIOTERAPIA NO INFARTO AGUDO DO Emissão: 31/1/2024 Próxima revisão:
Documento MIOCÁRDIO: ABORDAGEM HOSPITALAR Versão: 3 31/1/2026
1. OBJETIVOS
Padronizar entre a equipe de fisioterapia que atua no Hospital de Clínicas (HC) da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares , a assistência ao paciente após Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): abordagem
hospitalar.
2. MATERIAL
Lista de pacientes do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) para
identificação dos pacientes internados;
Prontuário da paciente para coletar informações referentes à identificação, motivo da
internação, sinais e sintomas, antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida;
Monitores multiparamétricos para verificação de sinais vitais;
Luvas, máscara, avental e óculos de proteção.
3. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Unidade de Terapia Intensiva Adulta (UTIAD), de perfil coronariano, Pronto-Socorro Adulto e Clínica
Médica.
4. INFORMAÇÕES GERAIS
4.1. Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente a principal causa de morte no mundo
e na população brasileira, com maior taxa de mortalidade em homens do que em mulheres. As
principais causas de morte por doenças não transmissíveis, na América do Sul, foram atribuídas
a doenças cardiovasculares (31,1%), câncer (30,6%) e doenças respiratórias (8,6%) (LOPEZ-
JARAMILLO et al., 2022).
A doença cardíaca isquêmica é responsável pela maioria das mortes por DCV bem como
por mortes prematuras e incapacidade. Uma de suas principais manifestações é o infarto do
miocárdio (IAM), uma situação comum de emergência, potencialmente fatal (ALVES et al., 2022).
Segundo pesquisa de Mendes et al (2002) o IAM tem ganhado mais importância no
contexto das DCV no Brasil, evidenciado pelo crescente aumento na última década, apesar de o
conhecimento sobre os cuidados acerca dos riscos cardiovasculares serem bem consolidados na
comunidade científica. Os dados registrados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS,
segundo os pesquisadores no artigo de 2022, demonstram grande concentração do número total
de internações por IAM na região sudeste do Brasil, ao passo que as regiões Nordeste e Sul se
apresentam equivalentes. No geral, houve grande predomínio de internação na população
sexagenária, seguida por indivíduos que vivem os entre 50 e 69 anos, respectivamente. Ademais,
chamou a atenção dos pesquisadores o elevado e crescente custo financeiro associado às
internações por IAM (MENDES et al., 2022).
Tabela 1 Principais efeitos deletérios do repouso pós-infarto agudo do miocárdio (PIEGAS et al., 2015)
período da internação, o paciente deve ser orientado sobre escalas de percepção do esforço (p.
ex., escala de BORG), que será útil na sua orientação após a alta (NICOLAU et al., 2021).
O primeiro passo na avaliação do paciente para programa de reabilitação cardiovascular,
após avaliação clínica e dos exames complementares disponíveis, será o de verificar se existe
alguma contraindicação absoluta à prática de atividade física (NICOLAU et al., 2021). A Tabela 4
enumera as contraindicações para a prática de atividade física regular.
Tabela 4 - Classificação de risco para exercício em pacientes cardiopatas (NICOLAU et al., 2021)
De posse dos dados clínicos com foco na ocorrência de angina, classificação funcional,
função ventricular, presença de lesões coronárias residuais e de arritmias, segue-se com a
classificação do risco para a prática de atividade física no cardiopata. Esta classificação é útil na
determinação do nível de suporte a ser ofertado durante o programa e a necessidade de
monitoramento durante as sessões de exercícios (NICOLAU et al., 2021)
O programa de exercícios deve ser individualizado em termos de intensidade, duração,
frequência, modalidade de treinamento e progressão, de acordo com os testes funcionais
realizados inicialmente e no seguimento. Sempre devem ser adotados recursos para a correta
determinação da Frequência Cardíaca (FC) e verificação da PA, em repouso e em esforço, além
da possibilidade de verificação de saturação de oxigênio, determinação da glicemia capilar e
monitoramento eletrocardiográfico (CARVALHO et al., 2020; PIEGAS et al., 2015).
Numerosas investigações têm demonstrado a importância da atividade física precoce e
progressiva dentro de um programa de RCV, depois de um IAM ou procedimento de
revascularização miocárdica. O programa consiste de 3 a 4 fases (Tabela 7), segundo as diferentes
escolas (HERDY et al., 2014b)
Tabela 8: Programa hospitalar progressivo de atividades fisicas (fase 1): Regenga, 2012
situação, isto é, deve-se conhecer o que é uma via aérea artificial, os modos de assistência
ventilatória e os tipos de técnicas que podem ser usadas nestes pacientes.
Quando o paciente estiver em VM, cabe ao fisioterapeuta coletar os dados como modo
ventilatório, parâmetros fornecidos pelo aparelho, dados que são gerados pelo paciente como
volume corrente e frequência respiratória; checar e ajustar a pressão do balonete, local de
fixação do tubo orotraqueal e umidificação das vias aéreas. Após coletados todos esses dados o
fisioterapeuta deve anotar na ficha de avaliação diária.
5. REFERÊNCIAS
ALVES, L. et al. Mortalidade Hospitalar Por Infarto do Miocárdio na América Latina e no Caribe: Revisão
Sistemática e Metanálise. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 119, n. 6, p. 970–978, 23 nov. 2022.
HERDY, A. et al. South American Guidelines for Cardiovascular Disease Prevention and Rehabilitation.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 103, n. 2, 2014a.
HERDY, A. et al. South American Guidelines for Cardiovascular Disease Prevention and Rehabilitation.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 103, n. 2, 2014b.
LOPEZ-JARAMILLO, P. et al. Risk factors, cardiovascular disease, and mortality in South America: a PURE
substudy. European Heart Journal, v. 43, n. 30, p. 2841–2851, 7 ago. 2022.
MENDES, L. F. DA S. et al. Análise epidemiológica das internações por infarto agudo do miocárdio no território
brasileiro entre 2012 e 2021. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e55611528533, 15 abr. 2022.
NICOLAU, J. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo
do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, n. 1, p.
181–264, 15 jul. 2021.
O’GARA, P. T. et al. 2013 ACCF/AHA Guideline for the Management of ST-Elevation Myocardial Infarction.
Journal of the American College of Cardiology, v. 61, n. 4, p. e78–e140, jan. 2013.
PIEPOLI, M. F. et al. 2016 European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice.
European Heart Journal, v. 37, n. 29, p. 2315–2381, 1 ago. 2016.
REGENGA, M.M. Fisioterapia em Cardiologia da UTI à Reabilitação. 2ª Ed. São Paulo: ROCA, 2012.
UMEDA, Iracema Ioco K. Manual de fisioterapia na reabilitação cardiovascular 2a ed.: Editora Manole, 2014.
6. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
3 29/12/2023 Atualização do POP