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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

HOSPITAL DE CLÍNICAS
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1. OBJETIVOS
Padronizar entre a equipe de fisioterapia que atua no Hospital de Clínicas (HC) da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares , a assistência ao paciente após Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): abordagem
hospitalar.

2. MATERIAL
 Lista de pacientes do Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) para
identificação dos pacientes internados;
 Prontuário da paciente para coletar informações referentes à identificação, motivo da
internação, sinais e sintomas, antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida;
 Monitores multiparamétricos para verificação de sinais vitais;
 Luvas, máscara, avental e óculos de proteção.

3. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Unidade de Terapia Intensiva Adulta (UTIAD), de perfil coronariano, Pronto-Socorro Adulto e Clínica
Médica.

4. INFORMAÇÕES GERAIS

4.1. Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são atualmente a principal causa de morte no mundo
e na população brasileira, com maior taxa de mortalidade em homens do que em mulheres. As
principais causas de morte por doenças não transmissíveis, na América do Sul, foram atribuídas
a doenças cardiovasculares (31,1%), câncer (30,6%) e doenças respiratórias (8,6%) (LOPEZ-
JARAMILLO et al., 2022).
A doença cardíaca isquêmica é responsável pela maioria das mortes por DCV bem como
por mortes prematuras e incapacidade. Uma de suas principais manifestações é o infarto do
miocárdio (IAM), uma situação comum de emergência, potencialmente fatal (ALVES et al., 2022).
Segundo pesquisa de Mendes et al (2002) o IAM tem ganhado mais importância no
contexto das DCV no Brasil, evidenciado pelo crescente aumento na última década, apesar de o
conhecimento sobre os cuidados acerca dos riscos cardiovasculares serem bem consolidados na
comunidade científica. Os dados registrados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS,
segundo os pesquisadores no artigo de 2022, demonstram grande concentração do número total
de internações por IAM na região sudeste do Brasil, ao passo que as regiões Nordeste e Sul se
apresentam equivalentes. No geral, houve grande predomínio de internação na população
sexagenária, seguida por indivíduos que vivem os entre 50 e 69 anos, respectivamente. Ademais,
chamou a atenção dos pesquisadores o elevado e crescente custo financeiro associado às
internações por IAM (MENDES et al., 2022).

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4.2. Reabilitação Cardiovascular (RCV)


Até os anos 1960-1970, recomendava-se repouso de 3 semanas aos pacientes que se
recuperavam de IAM baseando-se no pressuposto de que o repouso facilitaria a cicatrização do
miocárdio (PIEGAS et al., 2015). Entretanto, observou-se que o repouso prolongado no leito
resultava em alguns efeitos deletérios, sendo que os principais estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 Principais efeitos deletérios do repouso pós-infarto agudo do miocárdio (PIEGAS et al., 2015)

Tradicionalmente, a RCV é dividida em fases temporais, sendo a fase 1 intra-hospitalar


e as fases 2 a 4 ambulatoriais. Nos primórdios, a fase 1 foi destinada à recuperação após infarto
agudo do miocárdio (IAM) ou cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM). Posteriormente,
em contexto atualmente denominado reabilitação cardiopulmonar e metabólica, foram incluídos
os pacientes internados submetidos a intervenções coronárias percutâneas (ICP), cirurgias
valvares, cirurgias para cardiopatias congênitas e transplante cardíaco (TxC), além dos portadores
de insuficiência cardíaca (IC), doença arterial coronariana (DAC), diabéticos, hipertensos,
pneumopatas e nefropatas crônicos, assim que estabilizados clinicamente. Portanto, a RCV deve
ser iniciada imediatamente após o paciente ter sido considerado clinicamente compensado,
como decorrência do tratamento clínico e/ou intervencionista (CARVALHO et al., 2020).
A RCV tem por objetivo restaurar a melhor condição clínica, fisiológica, social e
laborativa do paciente (“I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular”, 1997). Em todas
as fases devem ser consideradas as limitações e comorbidades dos pacientes para prescrição de
exercícios(HERDY et al., 2014a)
A RCV está indicada em todos os casos de DAC, sendo considerada útil e efetiva, tanto
quando é centrada somente no exercício físico como quando é acompanhada de conteúdo
educacional, manejo de fatores de risco e aconselhamento psicológico. Apesar de tratamentos
intervencionistas cada vez mais precoces e diminuição no tempo de permanência hospitalar após
síndrome coronariana aguda, não é incomum o paciente iniciar a reabilitação apenas após seu
retorno ambulatorial com médico assistente, o que pode significar 15 dias ou mais após o evento.
O início precoce é possível e pode interferir direta e positivamente na aderência e nos benefícios
clínicos alcançados após o evento agudo (CARVALHO et al., 2020).

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Tabela 2. Indicação de reabilitação cardiovascular na doença arterial coronariana(CARVALHO et al., 2020)

O exercício físico reduz a aterogênese, promove ação anti-inflamatória, melhora a


função endotelial, diminui o tônus simpático, aumenta o HDL, reduz a pressão arterial (PA) e a
resistência à insulina, dentre outros efeitos benéficos, não devendo ser negado ao paciente após
SCA. Nos programas de reabilitação cardiovascular, a atividade física está inserida no contexto
terapêutico. (NICOLAU et al., 2021).
O treinamento físico tem efeitos benéficos em vários níveis em pacientes na reabilitação
cardíaca e é recomendado pelas principais diretrizes das sociedades como a European Society of
Cardiology (ESC) (PIEPOLI et al., 2016), a American Heart Association/American College of
Cardiology (AHA/ACC) (O’GARA et al., 2013), a Diretriz Sul-Americana de Prevenção e
Reabilitação Cardiovascular (HERDY et al., 2014b) e a Diretriz Brasileira de Reabilitação
Cardiovascular (CARVALHO et al., 2020)
Na fase 1 da RCV objetiva-se que o paciente tenha alta hospitalar com as melhores
condições físicas e psicológicas possíveis, municiado de informações referentes ao estilo
saudável de vida, em especial no que diz respeito ao exercício físico. Propõe-se a combinação de
exercícios físicos de baixa intensidade, técnicas para o controle do estresse e programas de
educação em relação aos fatores de risco e à cardiopatia. A equipe de atendimento deve ser
composta por, pelo menos, médico, fisioterapeuta e enfermeiro, capacitados para atuar em RCV
(CARVALHO et al., 2020).

Tabela 3: – Competência do Especialista em exercício (Fisioterapeuta e educador físico) em um programa de


reabilitação cardiovascular (HERDY et al., 2014b).

O processo de reabilitação cardiovascular do paciente acometido por SCA inicia-se ainda


durante a internação, na fisioterapia hospitalar, com o processo de deambulação precoce e a
realização de movimentos passivos e ativos dos principais grupos musculares. Ainda durante o

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período da internação, o paciente deve ser orientado sobre escalas de percepção do esforço (p.
ex., escala de BORG), que será útil na sua orientação após a alta (NICOLAU et al., 2021).
O primeiro passo na avaliação do paciente para programa de reabilitação cardiovascular,
após avaliação clínica e dos exames complementares disponíveis, será o de verificar se existe
alguma contraindicação absoluta à prática de atividade física (NICOLAU et al., 2021). A Tabela 4
enumera as contraindicações para a prática de atividade física regular.

Tabela 4 - Classificação de risco para exercício em pacientes cardiopatas (NICOLAU et al., 2021)

De posse dos dados clínicos com foco na ocorrência de angina, classificação funcional,
função ventricular, presença de lesões coronárias residuais e de arritmias, segue-se com a
classificação do risco para a prática de atividade física no cardiopata. Esta classificação é útil na
determinação do nível de suporte a ser ofertado durante o programa e a necessidade de
monitoramento durante as sessões de exercícios (NICOLAU et al., 2021)
O programa de exercícios deve ser individualizado em termos de intensidade, duração,
frequência, modalidade de treinamento e progressão, de acordo com os testes funcionais
realizados inicialmente e no seguimento. Sempre devem ser adotados recursos para a correta
determinação da Frequência Cardíaca (FC) e verificação da PA, em repouso e em esforço, além
da possibilidade de verificação de saturação de oxigênio, determinação da glicemia capilar e
monitoramento eletrocardiográfico (CARVALHO et al., 2020; PIEGAS et al., 2015).
Numerosas investigações têm demonstrado a importância da atividade física precoce e
progressiva dentro de um programa de RCV, depois de um IAM ou procedimento de
revascularização miocárdica. O programa consiste de 3 a 4 fases (Tabela 7), segundo as diferentes
escolas (HERDY et al., 2014b)

4.4. Avaliação Inicial do Paciente


A avaliação inicial do paciente, ao ingressar em um programa de reabilitação, deve
incluir uma coleta de dados mediante uma exaustiva e minuciosa história clínica, que deve conter
antecedentes do paciente que incluam cirurgias e comorbidades, tais como: doenças
cardiovasculares, renais, pulmonares, musculoesqueléticas, depressão e outras. Caráter
primordial na valoração inicial é a identificação de fatores de risco cardiovasculares: tabagismo,
hábitos alimentares, pressão arterial, DM, dislipidemia, obesidade, sedentarismo e estresse.
Além das informações sobre uso de medicamentos, é importante conhecer a situação
econômica, educativa e social do paciente (HERDY et al., 2014b).

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O exame físico incluirá uma avaliação do sistema cardiovascular completo: PA,


frequência cardíaca, ruídos e sopros cardíacos, palpação de pulsos periféricos, mudanças da
coloração da pele, além de descartar alterações musculoesqueléticas que impeçam seu ingresso
ao programa ou gerem restrições à execução de alguns exercícios. Exame do sistema respiratório
avaliará frequência respiratória, presença ou não de ruídos anormais, característicos de
patologias pulmonares (HERDY et al., 2014b).

Tabela 5 – Fase 1 de um programa de reabilitação cardiovascular (HERDY et al., 2014b).

4.5. Prescrição do Exercício


A prescrição do exercício sempre deve ser considerada individualmente de acordo com
cada etapa e levando em conta as limitações individuais ou comorbidades (ortopédicas,
neurológicas, respiratórias, nefrológicas, entre outras). Durante a Fase 1, ou seja, nos hospitais,
temos a oportunidade de ver o paciente em um momento muito receptivo. Na maioria dos casos,
as pessoas estão muito vulneráveis e contemplativas a novas propostas para a mudança do estilo
de vida. Além dos exercícios, que se realizam sempre em baixa intensidade com o objetivo da
movimentação precoce, também temos a oportunidade de trabalhar na educação, repassar
informação sobre a doença e sobre a importância de controlar os fatores de risco. Os exercícios
podem ser iniciados imediatamente depois da estabilização da doença. Nos casos de síndromes
coronarianas agudas, depois das primeiras 24 a 48 horas, com ausência de sintomas (HERDY et
al., 2014b).
Embora seja difícil generalizar a recomendação, no momento de começar os exercícios
no hospital, pode-se avaliar o paciente e determinar os melhores exercícios a serem realizados
naquele momento, desde exercícios passivos a ativos e caminhadas de intensidade leve, que
serão progredidos individualmente até a alta hospitalar (HERDY et al., 2014b).

4.6 Indicações e Contraindicações


O nível de limitação dos pacientes após IAM depende das complicações da fase aguda.
A reabilitação cardíaca é indicada em todas as situações clínicas com evolução estável (PIEGAS et
al., 2015). As contraindicações para a reabilitação cardíaca estão apresentadas na Tabela 6 e
Tabela 7.

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Tabela 6 – Contraindicações absolutas para reabilitação cardíaca (UMEDA, 2014)

Tabela 7 – Contraindicações relativas para o treinamento físico (UMEDA, 2014)

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Os benefícios da reabilitação nos grupos pós-IAM são: melhora da angina, atenuação de


isquemia induzida pelo esforço, melhora da capacidade funcional e do controle dos fatores de
risco e redução da mortalidade por todas as causas em 20% (PIEGAS et al., 2015).

4.7 Prescrição da Fase 1


O protocolo de reabilitação cardiovascular fase I se inicia com 12 a 24 horas do evento,
sem que o paciente tenha apresentado dor anginosa nas últimas 12 horas e sem complicações
como: insuficiência cardíaca, arritmias complexas, instabilidade pressórica, embolia pulmonar
e/ou sistêmica, processo infeccioso ou inflamatório em atividade e aneurismas ventriculares. A
fase se inicia na UTIAD, perfil coronariano ou semi-intensiva, com continuidade na enfermaria
até a alta hospitalar. (UMEDA, 2014).
O programa de exercícios estruturados e formalizados (Tabela 8), nem sempre são
possíveis de serem aplicados de forma completa, por causa da menor duração da permanência
hospitalar, mas são referência para prescrição do esforço da fase 1 da RCV (REGENGA, 2012).

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Tabela 8: Programa hospitalar progressivo de atividades fisicas (fase 1): Regenga, 2012

Os exercícios são protocolados com relação ao tipo, à intensidade e a repetição e seu


gasto calórico é estimado em MET. Como a prescrição é individualizada ela também dependerá
das condições do paciente, dos procedimentos realizados e das adaptações de cada etapa.
Recomendações para prescrição (REGENGA, 2012):
 Intensidade:
- FC < 120 bpm ou FC repouso + 20 bpm
- Indice de percepção de esforço de Borg:
 < 4 (escala de 0-10) modificada;
 < 13 ( escala de 6 – 20) convencional;
 Duração: no inicio do programa, de 5 a 10 min ate 20 a 30 min (aumentando
progressivamente com a evolução do protocolo);
 Frequência: inicio – duas a quatro vezes por dia (tempo menor) até uma a duas vezes ao dia
(duração maior).

4.9. Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI)


O termo VMNI refere-se à liberação de ventilação pulmonar mecânica utilizando
técnicas que não requerem uma via aérea artificial, à promoção de maior flexibilidade e remoção
da ventilação artificial, ou seja, dispensam o uso de um tubo endotraqueal ou cânula de
traqueostomia. Os modos mais utilizados são o CPAP (Pressão positiva continua nas vias aéreas)
o Bilevel/Bipap (Pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis).
É necessário conhecer os tipos de VMNI disponíveis para que sejam determinados que
efeitos benéficos cada uma delas pode proporcionar ao paciente.
O fisioterapeuta deve conhecer os efeitos da VMNI, seus objetivos, indicações,
contraindicações, complicações assim como as vantagens e desvantagens. Ele também deve
escolher o modo ventilatório e o tipo de interface ideal para cada paciente.
Todas as informações sobre a VMNI em uso devem ser colhidas e anotadas na avaliação
e evolução do fisioterapeuta.

4.10. Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)


A ventilação artificial consiste numa técnica bastante difundida e que visa à manutenção
das trocas gasosas. É usada em várias condições clínicas, quando o paciente desenvolve
insuficiência respiratória, não sendo, dessa forma, capaz de manter níveis adequados de
Oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) sanguíneos.
Uma situação comum para o profissional fisioterapeuta que atua em UTI é encontrar
pacientes sob suporte ventilatório; desta forma é muito importante o entendimento sobre esta
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situação, isto é, deve-se conhecer o que é uma via aérea artificial, os modos de assistência
ventilatória e os tipos de técnicas que podem ser usadas nestes pacientes.
Quando o paciente estiver em VM, cabe ao fisioterapeuta coletar os dados como modo
ventilatório, parâmetros fornecidos pelo aparelho, dados que são gerados pelo paciente como
volume corrente e frequência respiratória; checar e ajustar a pressão do balonete, local de
fixação do tubo orotraqueal e umidificação das vias aéreas. Após coletados todos esses dados o
fisioterapeuta deve anotar na ficha de avaliação diária.

5. REFERÊNCIAS
ALVES, L. et al. Mortalidade Hospitalar Por Infarto do Miocárdio na América Latina e no Caribe: Revisão
Sistemática e Metanálise. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 119, n. 6, p. 970–978, 23 nov. 2022.

CARVALHO, T. DE et al. Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Arquivos Brasileiros de


Cardiologia, v. 114, n. 5, p. 943–987, 22 maio 2020.

HERDY, A. et al. South American Guidelines for Cardiovascular Disease Prevention and Rehabilitation.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 103, n. 2, 2014a.

HERDY, A. et al. South American Guidelines for Cardiovascular Disease Prevention and Rehabilitation.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 103, n. 2, 2014b.

I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 69, n. 4, out.


1997.

LOPEZ-JARAMILLO, P. et al. Risk factors, cardiovascular disease, and mortality in South America: a PURE
substudy. European Heart Journal, v. 43, n. 30, p. 2841–2851, 7 ago. 2022.

MENDES, L. F. DA S. et al. Análise epidemiológica das internações por infarto agudo do miocárdio no território
brasileiro entre 2012 e 2021. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e55611528533, 15 abr. 2022.

NICOLAU, J. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo
do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 117, n. 1, p.
181–264, 15 jul. 2021.

O’GARA, P. T. et al. 2013 ACCF/AHA Guideline for the Management of ST-Elevation Myocardial Infarction.
Journal of the American College of Cardiology, v. 61, n. 4, p. e78–e140, jan. 2013.

PIEGAS, L. et al. V DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOBRE TRATAMENTO DO INFARTO


AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRADESNÍVEL DO SEGMENTO ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.
105, n. 2, 2015.

PIEPOLI, M. F. et al. 2016 European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice.
European Heart Journal, v. 37, n. 29, p. 2315–2381, 1 ago. 2016.

REGENGA, M.M. Fisioterapia em Cardiologia da UTI à Reabilitação. 2ª Ed. São Paulo: ROCA, 2012.

UMEDA, Iracema Ioco K. Manual de fisioterapia na reabilitação cardiovascular 2a ed.: Editora Manole, 2014.

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6. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
3 29/12/2023 Atualização do POP

Elaboração – versão 1 Data: 5/8/2016


Laís Sampaio Silveira, fisioterapeuta
Validação
Renata de Melo Batista, chefe da Unidade de Reabilitação
Adriano Jander Ferreira, chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (DADT)
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento

Revisão e atualização – versão 2 Data: 3/9/2018


Laís Sampaio Silveira, fisioterapeuta
Validação
Renata de Melo Batista, chefe da Unidade de Reabilitação
Rita de Cassia Rodrigues, chefe da DADT
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento
Aprovação
Colegiado Executivo

Revisão e atualização - elaboração da versão 3 Data: 31/1/2024


Noeme Madeira Moura Fé Soares, fisioterapeuta
Validação
Luana Pereira Cunha Barbosa, chefe da Unidade Multiprofissional (UMULTI)
Daniela Marques, chefe da Unidade de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente substituta
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento, Gestão de Riscos e Controles Internos
Aprovação
Ivonete Helena Rocha, chefe da Divisão de Gestão do Cuidado

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