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PRA ONDE ARACAJU-SE ESTÁ

CRESCENDO?
"CONDOMINIZAÇÃO", REGULAÇÃO URBANÍ STI CA E
CONFLITOS AMBI ENTAI S. UM OLHAR PARA O
BAI RRO JABOTI ANA
Profa. Dra. Sarah Lúcia Alves França e
Viviane Luise de Jesus Almeida

CEPUR
OBJETI VO
Analisar entraves da produção urbana capitalista no bairro Jabotiana
em Aracaju, nos últimos 43 anos, como materialização da atuação do
Estado e do capital imobiliário.

Levantamento bibliográfico, documental e de informações em órgãos


públicos dos empreendimentos implantados e construção de
cartografia para espacialização dos dados.
O BAI RRO
JABOTI ANA
Criado em 1982;
Porção oeste;
3° maior: 7,324 km²;
17.157 hab (2010);
C. D. de 76,64%
(2000-2010);
No século XX,
marcado pelo “Sítio
Quirino”, e Largo da
Aparecida.
A PRODUÇÃO
HABITACIONAL
A partir da década de 1970:
atuação do Estado
Construção de 3 conjuntos habitacionais pelo BNH;
1978: Residencial Presidente JK (862 unidades);
1979: Conjunto Sol Nascente, 579 unidades, para
famílias de 5 a 10 salários mínimos;
1993: Conjunto Santa Lúcia em (738 unidades) para
famílias de 3 a 6 salários mínimos.

ÁREA DE VAZIO URBANO E DISTANCI AMENTO DAS


OPORTUNIDADES DA CIDADE
EXPANSÃO PERI FÉRI CA DE ARACAJU
Fonte:França, 2019
A PRODUÇÃO
HABITACIONAL
A partir da década de 2000 - atuação do Estado

Construção de 8 condomínios pelo


PAR (2002 - 2008):
2° maior produção em Aracaju (39
empreendimentos), atrás da Aruana (17);
1.591 apartamentos, distribuídos em vários
blocos de quatro pavimentos sem elevador.
A PRODUÇÃO
HABITACIONAL
A partir da década de 2000 - atuação do Estado
Construção de 22 condomínios verticais pelo
PMCMV (2009 - 2016): 4.136 apartamentos
30,13% da produção total na capital;
Formação de áreas de segregação;
Transformação do espaço rural;
Distante de oportunidades urbanas;
Efeito de conurbação com São Cristóvão (10
empreendimentos);
"Condominização da moradia social;
Reconfiguração no desenho urbano: muros.
A PRODUÇÃO
HABITACIONAL
A partir da década de 2000 - atuação do Mercado
Construção de 24 condomínios verticais para a
classe média (a partir de 2007): 4.203
apartamentos
Financiados por bancos locais ou pela própria
construtora;
Consolidação dos núcleos iniciados através do
PAR e PMCMV;
Racionalização da construção, redução de
custos através da multiplicação da unidade
habitacional com menor área útil.
A PRODUÇÃO
HABITACIONAL
1978 - 2021
59 empreendimentos e 12.231 unidades
habitacionais
64,6% pelo Estado;
No modelo horizontal (a partir do BNH): 2.179
moradias;
No modelo vertical: 9.945 moradias;
Não supre o déficit: presença de dois
aglomerados (Invasão do Jabotiana e Largo da
Aparecida) (IBGE, 2019).
O PAPEL DO PLANO DIRETOR NA
“REGULAÇÃO” DA EXPANSÃO DO JABOTIANA
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju (2000);
Os índices abrem caminhos para a expansão urbana desenfreada:
Coeficiente de aproveitamento até 3;
Taxa de permeabilidade mínima de 5%;
Possibilidade de verticalização em até 16 pavimentos (desde 2008).
Zona de Adensamento Básico 2 (Macrozoneamento):
zona de interesse do mercado imobiliário, com áreas privilegiadas, próximo à
amenidades naturais.
AGRAVAMENTO DE QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS, DISTANCI AMENTO DO DI REI TO À CI DADE
E O CRESCI MENTO URBANO SEM EFETIVO CONTROLE.
GRÁFICO DE PRODUÇÃO HABITACIONAL

2016: bloqueio de
licenciamentos
proveniente da Ação
Civil do Ministério
Público Federal, face às
denúncias de enchentes
e alagamentos.
CONDIÇÕES
AMBIENTAIS
Áreas de Preservação Permanente
Rio Poxim, principal curso d’águ, lagoas,
córregos e riachos, como a Lagoa Doce
(artificial);
Agressivas atividades de degradação: perda
do ecossistema local;
Condições precárias do saneamento
ambiental:
29,41% dos domicílios sem esgotamento
sanitário.
JUDIALIZAÇÃO
Episódios Frequentes de Alagamento
2011: transbordamento do Rio Poxim no entorno dos
conjuntos Santa Lúcia e JK;
2015: 100 desabrigados, famílias residentes do Largo
da Aparecida;
2019: 76 famílias atingidas pelas enchentes;
abril de 2016: a Justiça Federal determinou medidas
contra a União, Estado de Sergipe, Município de
Aracaju, ADEMA, DESO e EMURB.
Medidas: Paralisação de todos os licenciamentos
ambientais (ADEMA) e alvarás deconstrução
(EMURB), e implantação de uma rede adequada de
esgotamento sanitário (DESO).
Imagens: Alagamento no Largo
em maio de 2015. Fonte:G1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A legislação contraditória permitiu a transformação do espaço através do
adensamento imobiliário sem controle adequado;
Expansão urbana gerando grandes deslocamentos e custos de sobrevivência;
Agravamento da relação entre ocupação, infraestrutura, mobilidade e condições
ambientais em virtude dos índices urbanísticos;
Necessidade de volumosos recursos para infraestrutura de escoamento pluvial;
Necessária efetivação de um real planejamento contínuo, integrado através do
PDDU.
OBRI GADA!

CEPUR
@cepur.ufs
cepur.ufs@gmail.com

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