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PUC MINAS SÃO GABRIEL


História e Formação do Direito 13 de novembro de 2023
Professora Aline Nunes Viana 25,0 pontos
Carolina de Oliveira Gonçalves Ferreira
Aluno: __________________________________________________ Nota: ___________

Instruções: Ø A duração da prova é de 1h20min.


Ø A interpretação dos enunciados integra o processo avaliativo;
Ø É permitido o uso de corretivo ou a realização de rasuras, bem como se permite que as respostas sejam
assinaladas a lápis. No entanto, em qualquer dessas hipóteses, não haverá direito à revisão. Boa prova!

01. Marque (V) para Verdadeiro e (F) para Falso.

( ~ ) O Código Civil alemão - BGB possui uma parte geral e uma especial, apresentando grande rigor
sistemático e abstracionista.
( ~ ) A Escola da Exegese defende que o Direito resume-se à lei. A lei é obra da Ciência do Direito e
expressão suprema e definitiva do direito natural, que a fundamenta. O juiz deve ater-se às leis de forma
a garantir a segurança jurídica.
( V ) A Escola da Exegese defende o apego ao texto da lei. Com isso, o intérprete deve se utilizar dos
métodos de interpretação gramatical e lógico na busca pela mens legislatoris (intenção do legislador). A
interpretação lógica tem a tarefa de identificar o elemento racional explicitado na mens legislatoris.
( F) Na Baixa Idade Média ressurge a tendência técnico-formal do estudo jurídico, a partir da elaboração
e confiança no texto do “Corpus Iuris Civilis”, tomado como cânones máximos do pensamento jurídico.
( v ) O jusnaturalismo foi o resultado de transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças
na concepção de poder do Estado, que passou a ser compreendido como uma instituição criada pelo
consentimento dos indivíduos através do contrato social.
( F) Mais ou menos contemporânea à Escola da Exegese, a Escola Histórica surgiu na Alemanha e tem
em Savigny seu grande expoente. A lei é considerada expressão do espírito do povo (Volksrecht) e da
doutrina (Juristenrecht). O Direito é produto mutável da vida social O doutrinador elaborará o direito
integrando as fontes romanas (usus modernus pandectarum).
( F ) Desde a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, as Ordenações Afonsinas e as leis
régias continuaram vigentes por autorização do Imperador, mas, aos poucos, foram sendo substituídas
por leis brasileiras.
( v ) Em fins da Baixa Idade Média, inaugura-se um processo de crise e de ruptura do Feudalismo que
irá desencadear profundas transformações na vida produtiva, substituindo a economia agrícola de
servidão e de subsistência pela atividade mercantil, financeira e lucrativa.
( V ) Na Idade Moderna, quanto à formação da estrutura cultural social, cabe destacar o aparecimento de
um novo segmento social que se distancia do clero e da nobreza, adquirindo a propriedade dos meios
produtivos e impondo uma hegemonia política, construída por meio de processos revolucionários
(Inglaterra, Estados Unidos e França). Assim, a burguesia detentora do capital suplanta a nobreza e
adquire o poder graças à força de seu prestígio e de sua riqueza acumulada.
( V) A vigência das Ordenações Filipinas, mesmo que com várias alterações, perdurou até 1º de janeiro
de 1917, quando a vigência do Código Civil as revogou expressamente.
( F) O Direito brasileiro tem origem nas instituições portuguesas, até porque nos três séculos de colônia,
aqui vigoraram toda a legislação da metrópole, apesar de os costumes indígenas terem grande influência
sobre o nosso direito.
( V ) A colonização brasileira não se orienta no sentido de constituir uma base econômica sólida e
orgânica, isto é, a exploração racional e coerente dos recursos do território para a satisfação das
necessidades materiais da população que nela habita. Daí a sua instabilidade, com seus reflexos no
povoamento, determinando nele uma mobilidade superior ainda à normal dos países novos.
(V ) A produção de açúcar apresentava-se como uma prodigiosa ideia: oferecia perspectiva comercial e
uma base territorial onde realizá-la. O instrumento legal para a distribuição das terras foi a Lei das
Sesmarias. Contrariando as determinações régias e o modelo adotado por Portugal, que limitava o tempo
de concessão da terra, desde o início as sesmarias no Brasil foram concedidas a título perpétuo.
( # ) Algumas características da Idade Moderna, como a racionalização, a coletivização e o teocentrismo,
marcam a passagem para a construção e consolidação de um novo mundo que legitima também uma
nova forma de produzir, pensar e praticar o Direito. Assim, a “nova consciência jurídica europeia” nasce
da convergência histórica do naturalismo e da centralização política burocrática.
( v) O Renascimento se orienta e ordena, como assinala Giusti Tavares, todas as dimensões da existência
humana no sentido antropocêntrico, terreno, ao mesmo tempo naturalista e humanista, mas, sobretudo,
profundamente individualista e racionalista.
( V ) Apesar do autoritarismo de Napoleão ter sido essencial à promulgação do Código Civil francês, a lei
civil se mostrou excelente mediadora entre o direito antigo e os ideais burgueses da Revolução Francesa.
( V ) Codificação, no sentido moderno, significa a sistematização pela reunião de várias leis vigentes em
um corpo único, dando continuidade ao Direito existente, mas de forma organizada e acessível.
( F ) Os glosadores pregaram a utilização do “mos italicus iuris docendi” como método de análise do
“Corpus Iuris Civilis”, integrando a ele costumes regionais.
( v ) Os glosadores surgiram com a necessidade de manejo e interpretação dos dispositivos jurídicos
herdados de Roma.
( F) A corrente jusnaturalista defende que o Direito é dependente da vontade humana, ele existe porque
o homem o fez e, portanto, não está acima das leis do Estado.
02. Discorra sobre Decolonialismo, a partir da sua compreensão (5 pontos).

A América constitui-se como o primeiro espaço/tempo de um padrão de


poder de vocação mundial e, desse modo e por isso, como a primeira
identidade da modernidade. Dois processos históricos convergiram e se
associaram na produção do referido espaço/tempo e estabeleceram-se como
os dois eixos fundamentais do novo padrão de poder. Por um lado, a
codificação das diferenças entre conquistadores e conquistados na idéia de
raça, ou seja, uma supostamente distinta estrutura biológica que situava a
uns em situação natural de inferioridade em relação a outros. Essa idéia foi
assumida pelos conquistadores como o principal elemento constitutivo,
fundacional, das relações de dominação que a conquista exigia. Nessas
bases, conseqüentemente, foi classificada a população da América, e mais
tarde do mundo, nesse novo padrão de poder. Por outro lado, a articulação
de todas as formas históricas de controle do trabalho, de seus recursos e de
seus produtos, em torno do capital e do mercado mundial. (QUIJANO, 2005)

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4. O Corpus Iuris Civilis não foi ELABORADO na Idade Média, foi redescoberto. Pegadinha com palavras.

6. Não há ligação entre as fontes romanas e a escola histórica, vale lembrar que é uma escola bem
contemporânea que insistia no preceito de que o povo modificava o direito. Além disso, era uma escola na
Alemanha, baseada no espírito do povo ‘Volksgeist’ o que não condiz com a frase marcada.

7. As ordenações Afonsinas vigoraram apenas ate 1514. Foram as Filipinas que vigoraram até 1916, sendo
revogada quase que totalmente pela primeira Constituição de 1824.

11. Os costumes dos povos nativos do Brasil foram totalmente apagados pelos colonizadores. É por isso que
falamos de decolonialismo.

14. A coletividade não era uma característica da Idade Moderna e sim a individualidade.

18. Mos itálicos Iuris docendis era o método utilizado pelos comentadores.

20. O direito é INDEPENDENTE da vontade humana.

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