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CREATININA

INDICAÇÃO MÉDICA DO EXAME

O conjunto é um sistema que se destina à determinação da creatinina no soro, plasma sanguíneo, urina e
líquido amniótico, para a avaliação da função renal, refletindo a filtração glomerular, sendo mais sensível e
específica que o nível de ureia.

EXAMES CORRELATOS

São exames correlatos: Ureia, BUN, Clearence de creatinina, Ácido úrico, Osmolaridade, Ácido láctico, Ânion
gap, Cistatina C e Urina tipo I.

MÉTODO E PRINCÍPIO

Método: Colorimétrico - Jaffé.


Principio: A creatinina e outros cromogênios do soro reagem com o ácido pícrico em meio alcalino formando
complexos corados com um máximo de absorção em 510 nm. Numa variação especialmente útil em
sistemas de automação, mede-se a velocidade de formação do picrato alcalino, constituindo-se, portanto em
método cinético, sem a necessidade de acidificação e de obtenção de duas leituras espectrofotométricas. As
leituras são obtidas nos minutos iniciais da reação, quando ainda não houve formação dos complexos
cromogênios-picrato.

AMOSTRA

Tipo: Soro / plasma / urina e líquido amniótico.


Volume ideal: Definir o volume mínimo a ser encaminhado para análise.
Volume mínimo: Definir o volume mínimo a ser encaminhado para análise.
Critérios para rejeição: Fazer referência ao manual ou POP de coleta, separação e distribuição de material.
Acondicionamento: Sob refrigeração (2 - 8ºC), a creatinina no soro, plasma e líquido amniótico, é estável por
07 dias. Em caso de coleta de urina de 24 horas, esta deve ser mantida refrigerada (2 - 8ºC) durante o
período.
Precauções de segurança: Conforme Manual de Biossegurança.
Preparo do Paciente: Para creatinina sérica recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. Para a realização da
depuração da creatinina recomenda-se, se possível, a interrupção do uso de medicamentos, particularmente
as cefalosporinas, ou Conforme Manual de Coleta.

PRODUTO UTILIZADO

Creatinina
Katal Biotecnológica Ind. Com. Ltda.
Rua: Leiria, 1.160 - CEP 31255-100.
Belo Horizonte - MG. Brasil.
Registro ANVISA – 10377390189

Composição:

1. Tampão: Solução aquosa contendo hidróxido de sódio 125 mmol/L e tetraborato de sódio 24 mmol/L.
Conservar entre 15 e 25ºC.
2. Ácido Pícrico: Solução aquosa de ácido pícrico 44 mmol/L. Conservar entre 15 e 25ºC.
3. Padrão: Solução aquosa de creatinina 3,0 mg/dL. Conservar entre 15 e 25ºC.

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Apresentação:

- 250 mL (código 1728): 1 x 200 mL Tampão


1 x 50 mL Ácido Pícrico
1 x 10 mL Padrão

Precauções e cuidados especiais


1. Os cuidados habituais de segurança devem ser aplicados na manipulação do reagente. Fazer referência
ao FISPQ ou POP de segurança.
2. Os reagentes não abertos, quando armazenados nas condições indicadas são estáveis até a data de
expiração impressa no rótulo. Durante o manuseio, os reagentes estão sujeitos à contaminação de
natureza química e microbiana que podem provocar redução da estabilidade. O laboratório deve
estabelecer a estabilidade em suas condições operacionais.
3. O Tampão pode apresentar precipitação em temperaturas inferiores a 15ºC. Neste caso, aquecer a 37ºC
e agitar até a dissolução.

EQUIPAMENTOS

Procedimento manual
1. Fotômetro capaz de medir com exatidão a absorbância em 510 nm ou filtro verde (500 a 540 nm).
2. Banho-maria mantido à temperatura constante (37ºC).
3. Pipetas para medir amostras e reagentes.
4. Cronômetro.

Procedimento automatizado
Indicar o nome, modelo e o local onde se encontra o equipamento analítico; fazer referência ao manual ou
POP para utilização do mesmo.

INSTRUMENTOS ESPECIAIS

Se realizado por procedimento manual ou automatizado é necessário o uso de:


Centrífuga
Banho-maria
Vidraria
Pipetas manuais ou automáticas
Destilador ou Deionizador
Equipamento compatível

PROCEDIMENTO DE CALIBRAÇÃO

Para técnica manual:


A cada teste ou se utilizado método do Fator de calibração realizar a cada mudança de lote do reagente,
quando os controles estiverem inadequados.
Para automação:
A cada mudança de lote do reagente, quando os controles estiverem inadequados, após qualquer
manutenção corretiva do equipamento e quando a curva de calibração estiver vencida.

CONTROLE DE QUALIDADE

O laboratório deve ter como prática de rotina o uso de soros controle comerciais.
Preferivelmente deve participar de programas de controle externo de qualidade, a exemplo daqueles
oferecidos pela SBAC e SBPC, para isso devem-se adotar os seguintes critérios:
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Materiais
Identificar os materiais para controle interno e externo da qualidade (fabricante, número de catálogo),
instruções de preparo e frequência da utilização dos mesmos.

Limites de tolerância
Descrever o procedimento para definição dos limites de tolerância, o sistema adotado para utilização do
mapa de Levey-Jennings e das regras de controle e as providências a serem tomadas diante de valores que
ultrapassem tais limites. Fazer referência ao manual ou POP para utilização dos materiais de controle.

Verificação de novo lote de controles e/ou reagentes


Descrever o procedimento de verificação de novos lotes de controles e de reagentes.

Gerenciamento dos dados


Definir como os dados relativos ao controle da qualidade são arquivados e gerenciados.
Fazer referência ao manual ou POP de garantia da qualidade.

PROCEDIMENTO

1. PROCEDIMENTO SEM DESPROTEINIZAÇÃO

Dosagem pelo método cinético:


Preparo do Reagente de Trabalho: Misturar 04 volumes de Tampão com 01 volume de Ácido Pícrico. Estável
por 24 horas na temperatura ambiente.

Realizar a reação na temperatura de 37ºC (cubetas termostatizadas).


Zerar o espectrofotômetro em 510 nm com água destilada.
Adicionar 0,1 mL de amostra (soro, padrão ou urina diluída) a 1,0 mL do Reagente de Trabalho, misturar e
transferir imediatamente para a cubeta. Disparar o cronômetro e medir as absorbâncias aos 30 e 90
segundos, respectivamente A1 e A2. A diferença entre as duas leituras é proporcional à concentração de
creatinina na amostra.

2. PROCEDIMENTO COM DESPROTEINIZAÇÃO

Dosagem pelo método cinético:


Adicionar 0,5 mL de soro a 1,0 mL de Ácido Pícrico (2). Agitar bem e centrifugar a 3000 RPM durante 10
minutos. Tomar 0,3 mL de sobrenadante e adicionar 0,8 mL de Tampão (1). Misturar e transferir para a
cubeta termostatizada a 37ºC. Proceder como descrito para o método cinético sem desproteinização,
inclusive quanto aos cálculos.

CÁLCULOS

1. PROCEDIMENTOS SEM DESPROTEINIZAÇÃO E COM DESPROTEINIZAÇÃO

Método cinético:
Creatinina (mg/dL) = [ Amostra (A2 – A1) ¸ Padrão (A2 – A1) ] x 3

Depuração da creatinina endógena:


Depuração (mL/min.) = (U ¸ S) x VM, onde:
U = Concentração da creatinina na urina (mg/dL)
S = Concentração de creatinina no soro (mg/dL)
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VM = Volume minuto, que corresponde ao volume urinário de 24 h, em mL, dividido pelo tempo de coleta em
minutos (24 horas = 1440 min).
A correção para a superfície corporal ideal deve ser feita multiplicando-se o valor encontrado da depuração
por 1,73 e dividindo-se pela superfície corporal do paciente. A superfície corporal do paciente é calculada
através de nomograma que correlaciona peso com altura.

Método de ponto final:

Creatinina (mg/dL) = [Amostra (A2 – A1) ÷ Padrão (A2 – A1)] x 3

Cálculo do Fator de calibração


Fator de calibração = 3 ÷ absorbância do Padrão

Cálculo creatinina utilizando fator


Creatinina (mg/dL) = (A1 - A2) x Fator

Cálculo creatinina urinária


Urina (mg/24h) = ( mg/dL x volume de 24h em mL) ÷ 100

Conversão de unidade
Creatinina (mol/L) = mg/dL x 88,40

INTERFERENTES

Resultados falsamente elevados: Ácido ascórbico em concentrações extremamente elevadas (acima de 20


mg/dL). Hiperlipemia acentuada (triglicérides acima de 450 mg/dL, com turvação intensa), hemoglobina
acima de 250 mg/dL (hemólise intensa).

Resultados falsamente diminuídos: Bilirrubina acima de 12 mg/dL.


Nota: A desproteinização elimina a ação dos interferentes descritos, à exceção de amostras extremamente
turvas (leitosas).

RESULTADOS

Recomenda-se que cada laboratório estabeleça sua própria faixa de referência na sua população atendida.
Os valores abaixo são fornecidos como orientação.

Soro ou Plasma: 0,4 a 1,3 mg/dL

Urina: Homens: 21 a 26 mg/kg de peso/24 horas


Mulheres: 16 a 22 mg/kg de peso/24 horas
Nota: Para se calcular a excreção em mg/kg de peso, dividir a excreção em mg/24 horas pelo peso corporal.

Depuração da creatinina endógena: Homens: 97 a 137 mL/minuto/1,73 m2


Mulheres: 88 a 128 mL/minuto/1,73 m2
Nota: As faixas de referência apresentadas abaixo são baseadas no Guia Clínico para Testes Laboratoriais
de N.W.Tietz.

Líquido amniótico: Superior a 37 semanas: > 2,0 mg/dL

VALORES POTENCIALMENTE CRÍTICOS


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Determinado pelo laboratório. Incluir o procedimento a ser adotado diante de um resultado crítico.

LINEARIDADE

A reação é linear entre 0,3 e 10 mg/dL.

SENSIBILIDADE

O limite de detecção do método é igual a 0,3 mg/dL.

ESPECIFICIDADE

Não aplicável.

INTERPRETAÇÃO TÉCNICA

Os níveis de creatinina se encontram elevados em:


 Quadros de insuficiência renal aguda e crônica de diferentes causas: pré-renal (insuficiência
cardíaca, choque, desidratação), renal e pós-renal (obstrução do trato urinário).

- Insuficiência renal: Com a redução do fluxo renal, os níveis séricos de creatinina se elevam mais
lentamente que os da ureia. Na insuficiência renal crônica, a creatinina se altera apenas quando
mais da metade dos nefrons param de funcionar, não sendo, portanto, um marcador precoce da
insuficiência renal. Para cada redução de 50% do ritmo de filtração glomerular, os níveis de
creatinina em média duplicam.

 Glomerulonefrite, nas pielonefrite, nas nefrites, na rabdomiólise (elevação desproporcional aos


níveis de ureia), na acromegalia, no gigantismo e no hipertireoidismo.

 Pós-operatório; o aumento dos níveis de creatinina denota um maior risco de evolução para falência
renal.

Os níveis séricos de creatinina estão diminuídos em:


 Situações de desidratação, diminuição da massa muscular (idade avançada, inanição, estados
debilitantes), baixa estatura e na insuficiência hepática.
- Outras situações com diminuição da massa muscular, também cursam com níveis diminuídos de
creatinina, como miopatias, distrofia muscular, paralisia, dermatomiosite, Polimiosite, miastenia
gravis.
 Durante a corticoterapia a creatininemia também está diminuída.
 Na gestação, especialmente nos primeiro e segundo trimestres, os níveis de creatinina acham-se
diminuídos, devido à maior taxa de filtração glomerular.

Nota: Como a creatinina é de produção hepática, em pacientes com cirrose hepática, a creatinina, assim
como o seu Clearence não é um bom método para a avaliação da função renal.

SIGNIFICADO CLÍNICO

A creatinina é um produto catabólico da creatina que participa da contração da musculatura esquelética. A


produção diária da creatinina depende da massa muscular, e por isso, varia muito pouco. A creatinina é
eliminada por filtração glomerular, não sendo absorvida pelos túbulos renais em grau significativo, sendo sua
velocidade de depuração mais rápida que a da ureia, uma vez que, cerca de 40% da ureia filtrada é
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reabsorvida. Além disso, quando os níveis de creatinina no plasma ultrapassam seu valor normal, o rim pode
eliminar essa substância por excreção tubular ativa. Sendo assim, na insuficiência renal, a elevação dos
níveis de creatinina é mais tardia que a dos níveis de ureia.
Com a diminuição do fluxo sanguíneo renal a creatinina eleva-se mais tardiamente que a ureia. A
concentração de creatinina somente se eleva quando pelo menos 50% dos nefrons param de funcionar, não
sendo, portanto, marcador precoce de doença renal. A insuficiência renal é subestimada pela creatinina
sérica, isoladamente ou no Clearence de creatinina, em pacientes com cirrose hepática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Foster-Swanson A, Swartzentruber M, Roberts P et al. Reference Interval Studies of the Rate-


Blanked Creatinine/Jaffé Method on Roche/Hitachi Systems in Six U. S. Laboratories. Clin Chem
1994; Abstract No 361.
 Guder WG. Niere und ableitende Harnwege. In: Greiling H, Gressner AM ed. Lehrbuch der Klinischen
Chemie und Pathobiochemie, 3ª ed. Stuttgart/New York: Schattauer Verlag; 1995.
 Whelton A. Nitrogen metabolites and renal function. In: Burtis CA, Ashwood ER ed. Tietz Textbook of
Clinical Chemistry, 2ª ed. Philadelphia, Pa: WB Saunders Company, 1994.
 Owen, J.A., et al. Biochem. J. 58:426,1954
 Slot, C. Scand. J. Clin. Lab. Invest. 17:381,1965
 Roscoe, M.H. J. Clin. Path. 6:201,1953
 Martinek, R.G. J. Amer. Med. Technol. 32(6):700,1970
 Newman DJ, Price CP. Renal function and Nitrogen Metabolites. In: Tietz Textbook of Clinical.
Chemistry. 3rd Ed. -Burtis CA, Ashwood ER. W. B. Saunders Company, 1999, 1241-1245.
 Tietz NW. Clinical Guide to Laboratory Tests. 3ª edição. W.B. Saunders Company. 1995.
 Wallach J. Interpretation of Diagnostic Tests. 2ª edição. Lippincott Williams & Wilkins. 2000.
 Katal: Dados de arquivo

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