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APT-001/2022

APOSTILA DE TREINAMENTO DE PINTOR


Rev: 0
INDUSTRIAL NÍVEL 1
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CONTROLE DE REVISÃO
Data elaboração Revisão Descrição Data aprovação

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PROCEDIMENTO DE TREINAMENTO DE
PINTOR INDUSTRIAL NÍVEL 1

Elaborado por Rafael Gonçalves Pereira da Silva


Verificado por Marcos Carvalho Medeiros
Aprovado por Damaris Medeiros

As informações deste documento são propriedade do Colégio Oceantec sendo proibida a utilização fora da sua finalidade.
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Sumário
1. OBJETIVO ........................................................................................................................................................................ 4
2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS ............................................................................................................................................ 4
3. TERMOS E DEFINIÇÕES .................................................................................................................................................... 4
4. TREINAMENTO BÁSICO PARA PINTOR INDUSTRIAL ....................................................................................................... 15
4.1 MATEMÁTICA APLICADA À PINTURA ........................................................................................................................... 15
4.1.1 CÁLCULO DE PROPORÇÃO DE MISTURA DE TINTAS .................................................................................................. 15
4.1.2 CÁLCULO PARA TRANSFORMAÇÃO DE ESPESSURA DE PELÍCULA ÚMIDA PARA SECA ............................................... 16
4.2 QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO (QSMS) ............................................................ 16
4.2.1 CUIDADOS BÁSICOS COM A SEGURANÇA ................................................................................................................. 17
4.2.2 EPI’S BÁSICOS PARA PINTURA INDUSTRIAL .............................................................................................................. 17
4.2.3 MEIO AMBIENTE ....................................................................................................................................................... 17
4.2.4 SAÚDE ...................................................................................................................................................................... 18
4.3 CORROSÃO .................................................................................................................................................................. 18
4.3.1 IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA DA CORROSÃO ......................................................................................................... 19
4.3.2 TIPOS DE CORROSÃO ................................................................................................................................................ 19
4.3.3 CORROSÃO GENERALIZADA / UNIFORME ................................................................................................................. 19
4.3.4 CORROSÃO LOCALIZADA / POR PLACAS ................................................................................................................... 19
4.3.5 CORROSÃO ALVEOLAR.............................................................................................................................................. 20
4.3.6 CORROSÃO POR PITES OU PUNTIFORMES ................................................................................................................ 20
4.3.7 CORROSÃO EM FRESTAS ........................................................................................................................................... 20
4.3.8 GRAUS DE INTEMPERISMO DO AÇO SEM PINTURA – ISO 8501-1 .............................................................................. 21
4.3.9 MEIOS CORROSIVOS MAIS COMUNS ........................................................................................................................ 22
4.3.10 FORMAS DE PROTEÇÃO À CORROSÃO .................................................................................................................... 22
4.3.11 PRINCIPAIS MÉTODOS DE PROTEÇÃO ANTICORROSIVA .......................................................................................... 22
4.4 FUNDAMENTOS DA PINTURA INDUSTRIAL .................................................................................................................. 24
4.5 COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL – PINTOR INDUSTRIAL NÍVEL 1 ............................................................................. 25
4.6 TINTAS ......................................................................................................................................................................... 25
4.6.1 CONSTITUINTES PRINCIPAIS DAS TINTAS: ................................................................................................................. 25
4.6.2 INTERPRETAÇÃO DE RÓTULOS DOS PRODUTOS ....................................................................................................... 27
4.7 PELÍCULA ..................................................................................................................................................................... 27
4.7.1 TIPOS DE PELÍCULA ................................................................................................................................................... 27
4.7.2 PRINCIPAIS PROPRIEDADES FÍSICAS DA PELÍCULA .................................................................................................... 28
4.7.3 MECANISMOS DE FORMAÇÃO DA PELÍCULA............................................................................................................. 28
4.8 ESQUEMAS DE PINTURA ............................................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

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4.9 INSPEÇÃO VISUAL DA SUPERFÍCIE, ANTES E APÓS O SEU PREPARO ........................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.9.1 INSPEÇÃO VISUAL DA SUPERFÍCIE ANTES DO SEU PREPARO ................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.9.2 GRAUS DE INTEMPERISMO DE SUPERFÍCIE SEM PINTURA ...................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.9.3 GRAUS DE INTEMPERISMO DO AÇO PINTADO ........................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.9.4 PADRÃO DE TRATAMENTO – INSPEÇÃO VISUAL DO AÇO APÓS PREPARAÇÃO ....... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.9.5 FLASH RUST ............................................................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.10 PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES (LIMPEZA QUÍMICA, MANUAL E MECÂNICA) ........... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.10.1 LIMPEZA DE SUPERFÍCIES DE AÇO POR COMPOSTO QUÍMICO - ABNT NBR 15158-2004 ...... ERROR! BOOKMARK NOT
DEFINED.
4.10.2 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE AÇO COM FERRAMENTAS MANUAIS – ABNT NBR 15239 . ERROR! BOOKMARK NOT
DEFINED.
4.10.3 TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE AÇO COM FERRAMENTAS MECÂNICAS ABNT NBR 15239 ERROR! BOOKMARK NOT
DEFINED.
4.11 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PARA PINTURA INDUSTRIAL ............................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.12 NORMAS TÉCNICAS PARA PINTURA INDUSTRIAL ..................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.13 PREPARAÇÃO DAS TINTAS ....................................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.13.1 PROPRIEDADES ESPECÍFICAS................................................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.14 APLICAÇÃO DE ESQUEMA DE PINTURA – NORMAS TÉCNICAS ................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.15 APLICAÇÃO DA TINTA PELO MÉTODO DE ROLO E TRINCHA ..................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.15.1 APLICAÇÃO POR TRINCHA .................................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.15.2 APLICAÇÃO POR ROLO .......................................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.15.3 OUTRAS FORMAS DE APLICAÇÃO DE TINTAS ........................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.16 MEDIÇÃO DE ESPESSURA DE PELÍCULA ÚMIDA ........................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.17 RETOQUE NO ESQUEMA DE PINTURA...................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.18 CONTROLE DE QUALIDADE DA APLICAÇÃO DO ESQUEMA DE PINTURA – PONTOS DE RETENÇÃO .. ERROR! BOOKMARK
NOT DEFINED.
4.18.1 INSPEÇÕES E INSTRUMENTOS............................................................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.19 FALHAS E DEFEITOS NA APLICAÇÃO COM ROLO E TRINCHA..................................... ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.20 NOÇÕES DO TESTE DE ADERENCIA DA PELÍCULA E DO TESTE DE DESCONTINUIDADE NO ESQUEMA DE PINTURA
........................................................................................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.20.1 TESTE DE ADERÊNCIA ............................................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.20.2 TESTE EM “X” - ABNT-NBR-11003 ........................................................................ ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.20.3 PULL OFF - ABNT NBR 15877 ................................................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
4.20.4 TESTE DE DESCONTINUIDADE – ABNT NBR 16172 ................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
5. REGISTROS .................................................................................................................. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

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1. OBJETIVO
Esta instrução de exame é destinada ao treinamento para Qualificação e Certificação do profissional da área
de pintura industrial como pintor industrial nível 1.

2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
ABNT NBR 16378 - critérios para qualificação e certificação de pintores industriais, jatistas e hidrojatistas.

3. TERMOS E DEFINIÇÕES
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
Abrasão - Desgaste decorrente do atrito entre superfícies.
Abrasivo - Material granulométrico utilizado na preparação de superfícies, com a finalidade de limpeza
e/ou de abrir perfil de rugosidade.
Absorção - Propriedade que alguns materiais possuem de incorporar substâncias.
Aço-carbono - Liga de ferro e carbono com até 2 % de carbono.
Aço galvanizado - Aço submetido ao processo de galvanização.
Aderência - Propriedade de união entre o revestimento e o substrato ou entre demãos de revestimento.
Aditivo - Substância integrante da composição que confere à tinta, ou a película formada, melhorias nas
propriedades específicas e/ou desejadas.
Adsorção - Processo pelo qual uma camada ultrafina de uma substância se forma sobre a superfície de
outra substância.
Aduto - Agente de cura combinado com uma porção da resina epóxi.
Agente de cura - Endurecedor.
Substância, também chamada de endurecedor, que promove a cura da película de tinta por meio de
reações químicas.
Air spray - Método de aplicação de tinta que utiliza uma pistola de pintura a ar comprimido para atomizar
o fluxo de tinta.
Airless spray - Método de aplicação de tinta que utiliza pressão hidráulica em vez de ar comprimido para
atomizar a tinta por meio de um bico de pistola com orifício de pequeno diâmetro às pressões de 14 mpa
a 21 mpa.
Alastramento - Nivelamento.
Característica da tinta em que a película, durante a aplicação, nivela-se uniformemente sobre a superfície.
Alta espessura - High build hb.
Elevada espessura da película de tinta, caracterizada pelo tipo de resina.
Alvéolo - Resultado de corrosão em forma de cavidade, no substrato metálico, com fundo arredondado e
geralmente, profundidade menor que o seu diâmetro.
Amarelecimento - Mudança de coloração para amarelo, observada em algumas pinturas de cores claras
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Anti-fouling - Ver tinta anti-incrustante.


Antifungo - Aditivo da tinta que tem a propriedade de prevenir o desenvolvimento de fungos
Antioxidante - Ver antipele.
Antipele - Antioxidante.
Aditivo da tinta que tem a propriedade de prevenir ou retardar o processo de formação de pele (oxidação
ou polimerização) na superfície das tintas nas embalagens antes do uso.
Antissedimentante - Aditivo da tinta que tem a propriedade de retardar a decantação dos pigmentos em
suspensão na tinta líquida.
Bleeding - Ver sangramento.
Blushing - Formação de opalescência leitosa, em acabamentos claros, causado pela deposição de
umidade e/ou precipitação de um ou mais componentes sólidos do acabamento.
Bolha - Ver empolamento.
Brilho - Grau de reflexão da luz em uma superfície pintada.
Brilhômetro - Gloss meter.
Aparelho para medir a intensidade do brilho de uma superfície.
Bubling - Ver fervura.
Calcinação - Ver empoamento.
Camada - Película ou conjunto de películas secas ou úmidas de tintas.
Carepa de laminação - Camada superficial de óxidos de ferro, dura e aderente ao metal-base, oriunda do
processo de laminação a quente.
Carga - Pigmento inerte utilizado na formulação de tintas, com finalidade de conferir propriedades
específicas à película.
Casca de laranja - Orange peel.
Defeito estético e superficial de uma película, onde o aspecto é rugoso e similar à casca de laranja.
Catalisador - Substância que induz, altera ou acelera uma reação química.
Certificado - Documento emitido pelo CEBRAPI, sob as disposições da abnt iso/iec 17024 indicando que a
pessoa identificada atendeu aos requisitos de certificação.
Chalking - Ver empoamento.
Checking - Ver craqueamento.
Coalescência - Mecanismo de formação de películas de tintas à base de água onde ocorre a agregação
das partículas sólidas após a evaporação da água.
Coesão - Força que mantém unidos entre si os constituintes de uma película, promovendo sua
integridade e propriedades mecânicas.
Compatibilidade - Propriedade da tinta poder ser aplicada sobre a película de outro tipo de tinta ou da
própria sem que ocorram defeitos e sem a perda da integridade do sistema de pintura aplicado.

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Confiabilidade - Indicador da amplitude dentro da qual as pontuações do exame são consistentes por
meio de momentos e locais de exame, diferentes formas de exame e diferentes examinadores.
Cor - Propriedade conferida à película de tinta por certos pigmentos, com o objetivo de atender aos
requisitos de segurança, identificação, sinalização e estética.
Corpo de prova - Elemento confeccionado para a execução de ensaios de desempenho do esquema de
revestimento.
Corrosão - Processo de deterioração que sofrem os materiais, geralmente metálicos, causado pela reação
química e/ou eletroquímica com o meio, associado ou não a esforços mecânicos.
Corrosão branca - Corrosão caracterizada pela presença de produtos de oxidação na forma de pó branco
não aderente à superfície metálica, normalmente verificada em ligas de alumínio e de zinco.
Corrosão galvânica - Corrosão causada pela diferença de potenciais de metais em contato elétrico na
presença de um eletrólito.
Cracking - Ver craqueamento 4.
Craqueamento – Checking, Cracking, Fendilhamento, Fendimento, Pé de galinha, Trincas
Tipos de trincas na película seca da tinta com ou sem exposição do substrato, cuja nomenclatura pode
variar em função da forma e profundidade.
Cratera - Pequena depressão arredondada na película seca de tinta que não expõe a camada anterior ou
o substrato.
Cross linking - Ver reticulação.
Cura - Processo de mudança das propriedades de uma tinta para formação de uma película seca.
Cura total - Condição em que uma película apresenta propriedades que lhe permitem ser submetida a
ensaios de desempenho e/ou liberada para uso.
Decapagem - Remoção de óxidos por processo químico ou eletroquímico.
Defeito - Falha quaisquer alterações na pintura que ocorram durante a aplicação ou após a sua exposição
que, do ponto de vista técnico e/ou estético, sejam indesejáveis independentemente de suas causas.
Demão - Película de tinta aplicada na espessura especificada.
Desbotamento - Fading
Redução de brilho na tinta de acabamento.
Descaimento - Ver escorrimento.
Descascamento - Ver descolamento.
Descolamento - Descascamento.
Defeito causado pela perda de aderência da película seca.
Descoloração - Alteração da cor original.
Descontinuidade - Interrupção na estrutura física da película seca, expondo ou não o substrato.
Detector de descontinuidade - Holiday detector.
Aparelho destinado a detectar descontinuidades em película seca não condutora, aplicado sobre
superfície eletricamente condutora.
Diluente - Thinner

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Líquido volátil usado para ajustar a viscosidade de uma tinta, com o objetivo de facilitar sua aplicação.
Dry film thickness gauge - Ver medidor de espessura seca.
Empoamento – Calcinação, Chalking, Gizamento.
Degradação natural da película de tinta causada pela exposição aos raios ultravioleta, caracterizada pela
perda de brilho, cor e formação de pó na superfície da película.
Empolamento - Bolha.
Defeito caracterizado pelo aparecimento de bolhas na película que variam de tamanho e intensidade.
Empregador ou agência responsável - Organização para a qual o candidato trabalha regularmente.
Endurecedor - Ver agente de cura.
Enrugamento - Defeito superficial na película, caracterizado pelo aparecimento de rugas.
Escorrimento - Descaimento
Defeito ocorrido durante a aplicação do revestimento em forma de ondas ou lágrimas.
Esquema de certificação - Competência e outros requisitos relacionados a determinadas categorias
ocupacionais ou categorias de habilidades de pessoas.
Especificação de pintura - Documento técnico que contém os esquemas de pintura a serem utilizados,
assim como os critérios de inspeção de qualidade e aceitação.
Espessura irregular - Variação da espessura fora dos limites de tolerância especificados
Esquema de pintura - Detalhamento do preparo da superfície, sistemas de pintura, cores, espessura seca
e métodos de aplicação.
Estrias - Marcas em forma de sulcos deixadas por trincha ou pincel durante a aplicação.
Exame de qualificação - Exame gerido pelo cebrapi que avalia o conhecimento e a capacidade do
candidato em desenvolver as competências requeridas.
Exame prático - Testemunho prático documentado para avaliar a habilidade do candidato em realizar
atividades práticas requeridas.
Exame teórico - Testemunho escrito para avaliação do conhecimento teórico da função ao candidato.
Examinador - Pessoa competente para conduzir e pontuar um exame, quando o exme requer julgamento
profissional.
Exsudação - Fenômeno que ocorre durante a cura de tintas epóxi à base de amina de uma película de
tinta aplicada, principalmente quando esta ocorre a temperaturas abaixo dos valores especificados. Este
fenômeno se caracteriza pelo afloramento de matéria líquida, oriunda de camadas inferiores, sobre uma
película seca.
Fading - Ver desbotamento.
Falha - Ver defeito.
Fendilhamento - Ver craqueamento.
Fendimento - Ver craqueamento.
Fervura - Bubling

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Formação de pequenas bolhas decorrentes da aplicação.


Filme seco - Ver película seca.
Filme úmido - Ver película úmida.
Fisheye - Ver olho de peixe.
Flash point - Ver ponto de fulgor.
Flash rust - Oxidação que ocorre imediatamente após o processo de hidrojateamento.
Flooding - Método de aplicação de tinta líquida por meio de esguicho em peças de geometria complexa.
Flutuação - Defeito da tinta ocasionado pela separação dos pigmentos coloridos na superfície por
incompatibilidade de matéria-prima.
Fosfatização - Revestimento obtido pela deposição de camada micro cristalina de fosfato sobre uma
superfície metálica.
Fosqueador - Aditivo que tem a propriedade de diminuir o brilho da película de tintas e vernizes.
Galvanização - Revestimento metálico obtido pela deposição de camada de zinco sobre uma superfície de
aço-carbono, por meio de imersão a quente ou eletrodeposição.
Gelatinização - Defeito da tinta em que ela se apresenta na consistência de um gel, devido a uma
desestabilização da resina.
Gizamento - Ver empoamento.
Gloss meter - Ver brilhômetro.
Grumo - Aglomerado indesejável na massa líquida de uma tinta que afeta suas propriedades.
Hidrojateamento - Processo que utiliza jato de água para limpeza e preparo de superfície metálica,
podendo ser de baixa, alta e ultra-alta pressões.
Hidrojateamento com abrasivo - Processo que utiliza jato de água com abrasivos para o preparo da
superfície metálica removendo a carepa de laminação e obtendo um perfil de rugosidade definido.
High build hb - Ver alta espessura.
High build paint - Ver tinta de alta espessura.
Higroscópico - Característica de absorver água.
Holding primer - Tinta de proteção temporária com espessura em torno de 40 μm tinta de proteção
temporária aplicada em espessura de película seca da ordem de 40 μm, aplicada por pulverização sobre a
superfície após o jateamento abrasivo, com a finalidade de proteger a superfície até o momento da
aplicação da pintura final.
Holiday detector - Ver detector de descontinuidade.
Homogeneização - Mistura dos constituintes de uma tinta, de forma a torná-la uniforme.
Imersão - Método de aplicação que consiste em mergulhar a peça em um recipiente com tinta.
Imparcialidade - Presença de objetividade.

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Nota 1: objetividade significa que os conflitos de interesse não existem ou estão resolvidos de modo a
não influenciar negativamente as atividades subsequentes do CEBRAPI.
Nota 2: outros termos que são úteis para transmitir o conceiro de imparcialidade são: independência, a
liberdade de conflito de interesses, inexistência de tendências, ausência de preconceito, neutralidade,
justiça, mente aberta, desprendimento, equilíbrio.
Impermeabilidade - Propriedade de uma película de impedir a passagem de gases, vapores e líquidos.
Impregnação - Defeito superficial na película da tinta caracterizado pela presença de materiais impróprios
(abrasivos, pelos, poeira e outros contaminantes).
Inibidor de corrosão - Composto químico ou mistura de compostos, capaz de retardar o processo
corrosivo.
Intemperismo - Condições climáticas naturais ou artificiais.
Intumescência - Propriedade das tintas e revestimentos, depois de aplicados, de aumentar o seu volume
quando expostos a fogo ou calor, com o objetivo de proporcionar isolamento térmico para retardar o
colapso da estrutura metálica.
Jateamento abrasivo - Método de preparação de superfícies para aplicação de pintura e revestimentos,
pelo emprego de materiais abrasivos, impelidos por meio de ar comprimido ou por meio de turbinas por
ação de força centrífuga.
Lamelar - Pigmento que possui o formato de pequenas lâminas, como o alumínio e o óxido de ferro
micáceo.
Leafing - Maior concentração de pigmentos lamelares, notadamente de alumínio, que recebem
tratamento para flutuar até a superfície na camada da tinta úmida.
Limpeza de superfície - Processo de descontaminação da superfície.
Lixamento - Método mecânico ou manual de remoção de impurezas aderidas à superfície, podendo ser
usado para “quebra de brilho”, com o objetivo de promover melhor ancoragem da demão subsequente.
Mancha - Defeito superficial da película no qual a cor ou tonalidade apresentam-se diferentes do restante
da superfície.
Massa - Tipo de revestimento de alta consistência, próprio para proteger, preencher frestas e nivelar
superfícies.
Medidor de espessura seca - Dry film thickness gauge aparelho para medir a espessura da película seca
de pintura.
Medidor de espessura úmida - Wet film thickness gauge aparelho para medir a espessura da película
úmida da pintura.
Meio corrosivo - Qualquer ambiente que possa promover reações químicas ou eletroquímicas na
superfície metálica a ele exposta.
Micrometro μm - Unidade de medida equivalente ao milésimo de milímetro (10‾⁶m).
Mil - Unidade de medida equivalente ao milésimo da polegada.
Mist coat - Técnica de aplicação de tintas de alta espessura por pulverização para selar uma superfície
com a própria tinta.
Molhabilidade - Ver umectação.

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Nata - Ver pele.


Nivelamento - Ver alastramento.
Olho de peixe - Fisheye
Defeito caracterizado por depressão circular, em formato semelhante ao olho de peixe, decorrente de
contaminação por óleo na tinta ou na superfície.
Opacidade - Capacidade de cobertura da tinta sobre o substrato.
Orange peel - Ver casca de laranja.
Overlaping - Ver sobreposição.
Overspray - Pulverização seca
Defeito de pintura por pulverização de tinta líquida que apresenta aspecto áspero e fosco decorrente da
perda de solvente entre a pistola e a superfície, impedindo o seu alastramento.
Passe - Número de aplicações por pulverização necessário para se atingir a espessura especificada da
demão.
Pé de galinha - Ver craqueamento.
Pegajosidade - Falha que pode ocorrer em algumas tintas, deixando-as pegajosas após o término de seu
tempo de secagem.
Pele – Nata, Skinning
Camada de tinta endurecida ou gelatinizada, encontrada na superfície da tinta contida em um recipiente.
Película - Barreira física aderente, com espessura mensurável, resultante da aplicação de um protetivo
contra corrosão sobre uma superfície metálica.
Perfil de ancoragem - Ver perfil de rugosidade
Perfil de rugosidade - Perfil de ancoragem, Rugosidade.
Medida relacionada a distância entre os picos e vales, após o tratamento da superfície.
Pintor industrial - Profissional que atua na aplicação de tintas em instalações e equipamentos industriais
e navais, capacitado a executar tratamento manual e/ou mecânico de superfície e aplicação de sistemas
de pintura.
Pigmento - Componente sólido finamente dividido, presente na tinta, que tem como principais
finalidades conferir cor, opacidade e propriedades anticorrosivas à película.
Pintura - Processo ou resultado da aplicação de tinta sobre uma superfície, com o objetivo de conferir
propriedades específicas.
Pintura de reforço - Ver stripe coat.
Pite - Resultado de corrosão em forma de cavidade no substrato metálico, com fundo anguloso e,
geralmente, com profundidade maior que o seu diâmetro.
Poder de cobertura - Característica da película de impedir a visualização do substrato sobre o qual se
aplicou a tinta.
Polimerização - Processo de formação e crescimento de uma cadeia química pela ligação de compostos
iguais ou diferentes.

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Ponto de fulgor - Flash point


Menor temperatura que um material inflamável entra em combustão na presença de faísca ou chama.
Ponto de orvalho - Temperatura na qual se inicia a condensação da umidade do ar.
Poro - Porosidade
Microfalha estrutural na película, visível ou não a olho nu, na forma de pequenos orifícios, que possibilita
a penetração de agentes corrosivos.
Porosidade - Ver poro.
Pot-life - Vida útil da mistura
Tempo, após a mistura e homogeneização dos seus componentes, no qual a tinta ainda apresenta
condições adequadas de aplicação e sem perda de suas propriedades.
Preparação de superfície - Conjunto de operações que objetivam a remoção de contaminantes da
superfície, bem como promove a aderência da pintura e revestimento.
Primer - Ver tinta de fundo.
Procedimento de inspeção - Documento técnico que utiliza como base a especificação de pintura e que
se destina ao detalhamento das atividades de inspeção da qualidade dos esquemas de pintura.
Procedimento de pintura - Documento técnico que utiliza como base a especificação de pintura e que se
destina ao detalhamento das atividades de execução dos esquemas de pintura.
Proteção por barreira - Mecanismo de proteção anticorrosiva no qual o substrato é isolado do meio
corrosivo por meio de um revestimento.
Pulverização - Processo de aplicação de tintas por meio de pistola convencional, pistola eletrostática e
pistola sem ar (airless spray).
Pulverização seca - Ver overspray.
Qualificação - Demonstração de conhecimento, habilidade, treinamento e experiência requerida para a
execução adequada das atividades estabelecidas pela Norma ABNT NBR 16378.
Questão de múltipla escolha - Questão elaborada com quatro respostas, onde apenas uma está correta e
as outras três estão incorretas ou incompletas.
Recomposição da pintura danificada - Ver retoque.
Removedor de tinta - Substância usada para a remoção de tintas.
Rendimento - Spreading rate
Relação entre a área pintada e o volume de tinta utilizado, para uma determinada espessura de película
seca.
Réplica - Corpo de prova utilizado para execução de ensaios destrutivos (por exemplo aderência) e não
destrutivos na película de tinta sendo confeccionado com o mesmo material do substrato (ou similar),
utilizando o mesmo esquema de pintura ou de revestimento da peça, nas mesmas condições de
aplicação.
Requisitos de certificação - Conjunto de requisitos especificados, incluindo requisitos do esquema a
serem atendidos a fim de estabelecer ou manter a certificação.
Resina - Componente aglutinante de uma tinta que é responsável por propriedades como: aderência,
resistências química, mecânica e térmica, impermeabilidade, flexibilidade e coesão.

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Resistência à abrasão - Propriedade de uma película seca de suportar o desgaste provocado pelo atrito
entre superfícies.
Respingo de solda - Weld splatter
Frações de solda que aderem no entorno do cordão durante o processo de soldagem.
Retenção de cor - Propriedade de uma película seca de manter a cor original após exposição às
intempéries.
Reticulação - Cross linking
Processo de ligação química cruzada que ocorre em tinta de dois componentes.
Retoque - Recomposição da pintura danificada, Touch up.
Aplicação de pintura ou revestimento em pequenas áreas de um todo para correção ou recomposição do
sistema de pintura ou revestimento.
Revalidação de tinta - Procedimento específico para determinar se uma tinta pode ser utilizada após o
vencimento de seu prazo de validade.
Revestimento - Resultado da aplicação de materiais, como compósitos, fibra de vidro reforçado, fita
plástica, borracha, ebonite, entre outros, sobre uma superfície, com objetivo de conferir propriedades
específicas.
Rugosidade - Ver perfil de rugosidade.
Sangramento - Bleeding
Defeito caracterizado pela migração da substância solúvel para as demãos superiores da pintura, dando
origem a manchas.
Secagem - Endurecimento resultante da evaporação de solventes e/ou da reação química da resina.
Secagem à pressão - Fase da secagem em que uma pressão exercida com o polegar em movimento de
180° não deixa marcas visíveis a olho nu.
Secagem ao manuseio - Fase da secagem em que as peças pintadas podem ser manuseadas sem danos à
pintura.
Secagem ao toque - Fase da secagem que permite o leve toque com o dedo na superfície recém-pintada,
sem que nenhuma tinta seja removida.
Secagem forçada - Procedimento utilizado com a finalidade de reduzir o tempo de cura de uma tinta
mediante elevação de temperatura.
Secagem livre de pegajosidade - Fase da secagem em que não há mais aderência de contaminantes
particulados na superfície pintada.
Secagem para repintura - Intervalo mínimo ou máximo a ser observado para aplicação da demão
subsequente, sem prejuízo de suas propriedades adesivas.
Secante - Composto que promove ou acelera a secagem de tintas e vernizes à base de óleos secativos.
Sedimentação - Deposição dos sólidos da tinta líquida no fundo do recipiente por decantação.
Selador - Tinta indicada para selar e uniformizar a absorção da superfície.
Selante - Tinta que provê selagem contra absorção ou sangramento.
Shelf life - Ver tempo de validade.

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Shop primer - Tinta de proteção temporária com espessura em torno de 15 μm.


Tinta de proteção temporária aplicada em espessura de película seca da ordem de 15 μm, aplicada por
pulverização sobre a superfície após o jateamento abrasivo em chapas e perfis, com a finalidade de
proteger a superfície até o momento da utilização na atividade de construção e montagem.
Sistema de pintura - Define os tipos de tintas aplicadas em uma ou mais demãos em função da avaliação
da agressividade do meio ambiente, em uma sequência específica para alcançar o resultado final
desejado.
Skinning - Ver pele.
Sobreposição - Overlaping
Recobrimento parcial na interface entre faixas em cada passe de tinta, de modo que não seja observadas
falhas de cobertura na superfície pintada.
Sólidos por massa - Percentual de sólidos por massa que permanece na película de tinta após sua
secagem.
Sólidos por volume - Percentual de sólidos por volume que permanece na película de tinta após sua
secagem.
Solvente - Constituinte da tinta com a finalidade de solubilizar a resina e ajustar a viscosidade.
Spreading rate - Ver rendimento.
Stripe coat - Pintura de reforço
Aplicação de tinta para aumentar a espessura em cantos, cordões de solda e áreas de difícil acesso.
Substrato - Qualquer superfície passível de receber pintura ou revestimento.
Tempo de indução - Tempo de espera necessário, após a mistura dos componentes de determinados
tipos de tintas, para que se inicie o processo de polimerização.
Tempo de validade - Shelflife
Tempo em que a tinta pode ser armazenada em sua embalagem original, sem perder nenhuma de suas
propriedades.
Termo higrômetro - Instrumento utilizado para medição da umidade relativa do ar.
Termômetro de contato - Instrumento utilizado para verificação da temperatura da superfície.
Thinner - Ver diluente.
Tiecoat - Tinta utilizada para promover selagem e aderência entre demãos de diferentes tipos de tintas.
Tinta - Produto líquido, pastoso ou em pó, que, quando aplicado a um substrato, passa pelo processo de
secagem e cura, formando uma película sólida, aderente, impermeável e flexível, presentando,
principalmente, propriedades protetivas, decorativas e de identificação.
Tinta antiderrapante - Tinta com a finalidade de impedir a derrapagem.
Tinta anti-incrustante - Anti-fouling.
Tinta com características especiais que impedem ou diminuem a aderência de organismos marinhos.
Tinta bicomponente - Tinta apresentada em dois componentes (resina e agente de cura), cuja mistura
obrigatória resulta em reação de polimerização e cura de película.

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Tinta de acabamento - Tinta aplicada sobre a tinta de fundo ou a intermediária, de modo a conferir ao
esquema de pintura propriedades de cor e resistência ao meio corrosivo.
Tinta de alta espessura - High build paint
Tinta capaz de ser aplicada em alta espessura por demão.
Tinta de fundo - Primer
Tinta com propriedades anticorrosivas, adequada para aplicação direta sobre o substrato e como base
para as demãos subsequentes.
Tinta de proteção temporária com espessura em torno de 15 μm
Ver shop primer
Tinta de proteção temporária com espessura em torno de 40 μm
Ver holding primer.
Tinta fluorescente - Tinta que emite luz quando incidido sobre ela um feixe luminoso na faixa de radiação
ultravioleta.
Esta emissão não continua quando cessada a ação do feixe luminoso.
Tinta fosforescente - Tinta que emite luz quando incidido sobre ela um feixe luminoso. Esta emissão
continua mesmo após cessada a ação do feixe luminoso.
Tinta indicadora de temperatura - Tinta que altera sua cor original quando a superfície atinge
determinada temperatura.
Tinta intermediária - Tinta aplicada entre a tinta de fundo e a de acabamento.
Tinta promotora de aderência - Tinta que promove a aderência sobre superfícies metálicas e não
metálicas.
Tinta retrorrefletiva - Tinta que tem como característica básica maior poder de reflexão de luz, dado pela
adição de microesferas de vidro.
Tixotropia - Propriedade reológica da tinta, que lhe confere consistência adequada para sua aplicação em
superfícies verticais, minimizando a ocorrência de escorrimentos
Touch up - Ver retoque
Trinca - Ver craqueamento
Umectação - Molhabilidade
Propriedade de uma tinta de umectar uma superfície, quando ainda líquida, devido à sua baixa tensão
superficial
Umidade relativa do ar - U.r.a.
Relação percentual entre a quantidade (em massa) de água existente em um ambiente e a quantidade
(em massa) necessária de água para saturá-lo, em uma determinada temperatura e pressão.
Validade - Evidência de que a avaliação mede o que se pretende medir tal como definido no esquema de
certificação.
Nota: neste procedimento, validade é também utilizada sob a forma do adjetivo “válido (a)”.
Veículo - Parte líquida da tinta composta de resinas e solventes
Verniz - Composição de resinas, aditivos e solventes, que forma uma película sólida transparente ou
translúcida e que confere propriedades de proteção térmica, estética e/ou temporária ao substrato
Vida útil da mistura - Ver pot-life

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Weld splatter - Ver respingo de solda


Wet film thickness gauge - Ver medidor de espessura úmida

4. TREINAMENTO BÁSICO PARA PINTOR INDUSTRIAL

4.1 MATEMÁTICA APLICADA À PINTURA


Existem alguns pontos em que se fazem necessário um conhecimento de cálculo matemático para auxiliar
no processo de pintura, seja na hora de preparar a tinta e até na hora de aplicar.

4.1.1 Cálculo de proporção de Mistura de Tintas


Toda tinta de dois ou mais componentes, precisam ser misturadas com a exata proporção determinada
no seu certificado e mostrada na sua embalagem, como vimos anteriormente.
Para se calcular a proporção de mistura, quando for preparar tinta, o Pintor Industrial precisa ter uma
régua graduada, um copo graduado, ou outro material autorizado pelo Inspetor para que a proporção de
mistura esteja sempre exata.

Para isso é necessário saber também o tamanho da área em que será utilizado a tinta após seu preparo,
para que a preparação seja feita na quantidade certa, evitando prejuizos ou demora, tendo que preparar
nova tinta.
Exemplo.

Área tratada a ser pintada de 2 m².


A tinta necessária para aplicação, tem um rendimento teórico de 8m²/l (8 metros quadrados por cada
litro) de pelicula úmida aplicada à 125 micrometros.
O cáculo a ser realizado é uma regra de 3:
1 = 8m²

X = 2m²
8X = 2 * 1
8X = 2
X = 2 / 8 (o valor antes do X, passa pra frente dividindo)
X = 0,250
Ou seja, será necessário 250 ml de tinta para pintar 2 metros quadrados.
Sabendo agora a quantidade de tinta que será necessário para aplicar na área preparada, vamos para a
preparação.
Eu preciso de 250 ml da tinta pronta, com todos os componentes já homogenizados e misturados.

Sabendo que a tinta que eu irei precisar, possue uma proporção de mistura de 3x1, ou seja, 3 partes do
componente A para cada 1 parte do componente B, precisamos fazer o seguinte cálculo:
A + B (3X + 1X ) = 4X
4X = 250 ml
X = 250 / 4
X = 62,5 ml
A = 3*62,5 (187,50ml)
B= 1 * 62,5 (62,50 ml)
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Sendo assim, precisaremos de 187,5 ml do componente A e 62,5 ml do componente B.

4.1.2 Cálculo para transformação de espessura de película úmida para seca


Quando aplicamos uma tinta numa determinada superfície, sabemos qual a espessura seca que
determina o esquema de pintura. Devemos saber o que fazer para que a tinta que acabamos de aplicar
fique com a espessura especificada após a sua cura.

Sabemos que as tintas são formadas por Pigmentos (sólidos) e a resina (líquida) além de outros aditivios e
solventes. Dito isso, quando aplicamos uma tinta, a espessura está maior do que ficará após sua cura, isso
porque a parte liquida da tinta, os solventes, irão evaporar e deicxar apenas as partes sólidas
sedimentadas na superfície.

Para sabermos então qual a porcentagem da pelicula úmida continuará na superfície apos sua cura,
precisamos conhecer a porcentagem de Sólidos por Volume da tinta. (SV).

Com esse valor em mão, realizaremos o seguinte cálculo:(EPU = EPS x 100 ).


SV
Exemplo:
Esquema de pintura com 1ª demão de tinta com espessura de película seca (EPS) de 150 micrometros
onde seu índice de sólidos por volume (SV) é de 85%.
Qual a espessura de película úmida que terá que ser aplicada para obter a espessura de película seca
determinada no esquema?

O cálculo é o seguinte:
EPU = EPS X 100 (/ SV)
EPU = 150 X100 (/ 85)
EPU = 15000 / 85
EPU = 176

4.2 QUALIDADE, SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO (QSMS)


Antes de qualquer atividade, principalmente em áreas de grandes riscos à saúde e ao meio ambiente,
como obras industriais, é necessário que o profissional tenha conhecimento dos principais itens relativos
à segurança, saúde, meio ambiente e qualidade.

Os acidentes não ocorrem por acaso, eles são causados por “Condições inseguras ou atitudes incorretas”.
Portanto todos os acidentes podem e devem ser evitados. As tintas e solventes são elementos altamente
inflamáveis, tóxicas e/ou corrosivas. Podem em alguns casos causar danos irreparáveis à saúde.

Alguns itens são importantes:


 Deve-se planejar e levar para o local de trabalho apenas o que se espera usar no dia;
 O local de trabalho deve sempre permanecer limpo e arrumado;
 Manter todas as latas fechadas e distantes das fontes de ignição;
 Para misturar tintas só deve-se utilizar equipamentos pneumáticos;
 Todas as latas de tinta vazia e trapos sujos deverão ser removidos ao final do dia e descartados nos
coletores de resíduos corretos;
 Deve-se verificar, rigorosamente, se todas as exigências de segurança no trabalho estão satisfeitas;
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4.2.1 Cuidados básicos com a Segurança


 Remover anéis e relógio antes de iniciar o trabalho, porque podem reter tinta ou solventes sobre a
pele.
 Só fumar em locais permitidos.
 Não comer ou beber em áreas de trabalho.
 Utilizar máscara de gás ou pó.
 Utilizar Capuz e Óculos específicos.

4.2.2 Epi’s básicos para pintura industrial


 Capacete de Segurança
 Uniforme conforme a atividade
 Botas conforme a atividade
 Luvas de tratamento mecânico – Vaqueta, raspa, algodão pigmentada, Nylon / Poliuretano e
Antivibração.
 Luvas Pintura – Nitrílica.
 Máscaras contra Pó - PFF1 / PFF2
 Máscaras contra Vapores Orgânicos
 Protetor Auricular conforme a atividade
 Óculos de segurança conforme a atividade

OBS: Usar qualquer outro EPI que se faça necessário para a realização de cada atividade e estar em
conformidade com as normas.

ABNT NBR 11350 – Controle de Riscos de Gases e Vapores de Embarcações.


Ressalva: Não deve ser usada isoladamente.
Devem ser observadas as recomendações constantes nas fichas de informações de segurança de
produtos químicos – FISPQ dos produtos utilizados.

O setor de armazenamento de tintas e solventes deverá conter os seguintes equipamentos:


 Exaustores / ventiladores ou ventilação natural;
 Extintor de incêndio (pó químico);
 Extintor de incêndio (CO²)
 Sinalização adequada de “Cuidado Inflamável” e “Não Fume”.

O local de armazenamento deve ser ventilado, seco, coberto e livre de faíscas elétricas e calor forte.
Todos os envolvidos nos serviços devem estar utilizando EPI’s, conforme sua atividade e as suas normas
vigentes.

4.2.3 Meio ambiente


Tintas e diluentes são produtos inflamáveis, liberam vapores orgânicos, sempre manter as embalagens
bem fechadas após o uso, armazená-los em local fresco e arejado.

Embalagens fechadas, quando submetidas a alta temperatura, podem romper, ou projetar a tampa,
devido a formação de vapores internos.

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No caso de derramamento, eliminar todas as fontes de ignição, evitando fagulhas ou chamas. Anule
qualquer entrada na rede de esgoto, drenos, cursos de água ou mananciais. Estancar o vazamento, se isto
puder ser feito sem risco.

Não permita a entrada do material em esgotos, drenos de água de chuva, águas de superfície, e solo.

O descarte desses produtos deve ser feito de acordo com a regulamentação: Federal, Estadual e
Municipal vigente e deve ser encaminhado para empresa gerenciadora de Resíduos, para ser realizado o
descarte adequado de acordo com os padrões do órgão ambiental local.

4.2.4 Saúde
Efeitos de tintas e diluentes à saúde humana:

 Ingestão - Pode causar irritação na boca e garganta, distúrbios gastrintestinais, dores de cabeça,
fraqueza, desmaios e náuseas. Absorção de líquidos pelo pulmão pode causar pneumonia. Pode causar
anemia.
 Olhos - Pode causar queimadura ou irritação e conjuntivite química.
 Inalação - Pode causar irritação da garganta e nariz, vias respiratórias (asma), náuseas, dores de
cabeça, hemorragia pulmonar, perda de consciência.
 Pele - Pode causar ressecamento, irritações e dermatite de contato.
Medidas de primeiros socorros:
 Ingestão - Não provocar vômito. Procurar atendimento médico imediatamente.
 Olhos - Lavar os olhos com água corrente por pelo menos 15 minutos, mantendo as pálpebras
separadas. Remova lentes de contato, se tiver. Procurar assistência médica imediatamente, levando o
rótulo do produto sempre que possível. Se necessário, consulte um oftalmologista.
 Inalação - Remover a vítima para local arejado mantendo-a em repouso e aquecida. Se a respiração for
irregular ou ocorrer uma parada respiratória, aplicar respiração artificial. Não ministrar nada
oralmente. Procurar assistência médica imediatamente, levando o rótulo do produto sempre que
possível.
 Pele - Remover o material contaminante. Retirar o produto com óleo vegetal (óleo de cozinha) e em
seguida lavar cuidadosamente a pele com água abundante, não utilizar solventes ou diluentes. Estes
produtos destroem a oleosidade da pele. Procurar atendimento médico caso apresentar irritação ou
outros sintomas.

4.3 CORROSÃO
Corrosão pode ser definida como sendo a deterioração que ocorre quando um material (normalmente
um metal) reage com seu ambiente, levando à perda de suas propriedades.

O processo de corrosão pode ser visto como sendo o inverso da metalurgia extrativa. Onde muita energia
é gasta para transformar óxido de ferro em um produto final. Onde certos elementos químicos são
reduzidos (como carbono, o silício, o fósforo e o enxofre) e outros elementos são adicionados, para
conferir certas propriedades ao aço.

A liga é, em seguida, conformada em chapas, perfis, etc. A corrosão é o processo inverso ao da siderurgia,
ou seja, o ferro retorna de forma espontânea aos óxidos que lhe deram origem.

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4.3.1 Importância do problema da corrosão


Problemas ocasionados pela corrosão ocorrem nas mais variadas atividades: indústrias químicas,
petrolíferas, petroquímica, civil, automobilística, transportes, telecomunicações, medicina, odontologia,
etc. O custo com a corrosão significa grande prejuízo para a nação e acontecem por Perdas Diretas ou
Indiretas.

Perdas diretas: Substituição de peças ou equipamentos, mão de obra e custos com pintura industrial.
Perdas indiretas: Perda de produtos (óleo, gás ou água), através de tubulações corroídas. Interrupções de
comunicação em cabos telefônicos, permutador de calor (tubulações corroídas paralisação da unidade)
ou contaminação do meio ambiente.
As perdas indiretas são mais difíceis de serem calculadas e totalizam custos mais elevados do que aqueles
causados por perdas diretas.

4.3.2 Tipos de corrosão


A corrosão apresenta vários aspectos diferentes em mais diversas situações, provenientes de cada tipo de
corrosão e/ou sua intensidade. Os principais aspectos são:

4.3.3 Corrosão generalizada / uniforme


Corrosão uniforme é aquela que ocorre quando o aço está exposto ao ar atmosférico e sofre a ação da
umidade e do oxigênio. A corrosão desta maneira acontece em toda a extensão da superfície com perda
uniforme da espessura com formação de escamas de ferrugem.

Corrosão uniforme

4.3.4 Corrosão localizada / por placas


Corrosão por placas é aquela em que a ocorrência se manifesta em regiões da superfície metálica e não
em toda a sua extensão, formando placas com escavações.

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Corrosão por placas

4.3.5 Corrosão alveolar


A corrosão alveolar ocorre produzindo sulcos ou escavações semelhantes à alvéolos, apresentando fundo
arredondado e profundidade geralmente menor do que o seu diâmetro.

Corrosão alveolar

4.3.6 Corrosão por pites ou puntiformes


A corrosão por pites ou também chamada de puntiforme ocorre em pontos ou em pequenas áreas
localizadas na superfície metálica produzindo cavidades que apresentam profundidade geralmente maior
do que seu diâmetro. Estas cavidades são chamadas em inglês de “pitting” e traduzidas para o português
ficaram pites. O problema maior deste tipo de corrosão é que dependendo da espessura da chapa,
podem apresentar perfurações que atravessam a espessura.

Corrosão por pites

4.3.7 Corrosão em frestas


Se há uma fresta na junção de duas peças de aço e o eletrólito e o oxigênio conseguem penetrar, forma-
se uma célula de oxigenação diferenciada. A diferença de concentração de oxigênio produz corrosão.
Justamente onde a quantidade de oxigênio é menor, isto é, no interior da fresta, por causa da dificuldade
de acesso para o oxigênio, a área é anódica e o ferro passa para a solução na forma de íons. Na área
externa, há maior concentração de oxigênio e água e por isso essa parte se comporta como catodo e não
sofre corrosão. Já na área intermediária, entre o anodo e o catodo há a formação da ferrugem.

Exemplos:

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4.3.8 Graus de Intemperismo do aço sem pintura – ISO 8501-1


Grau A - superfície de aço completamente coberta de carepa de laminação intacta e aderente, com pouca
ou nenhuma corrosão;

Grau B - superfície de aço com princípio de corrosão atmosférica da qual a carepa de laminação tenha
começado a desagregar;
Grau C - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida pela corrosão atmosférica
ou possa ser retirada por meio de raspagem, e que apresenta pequenos alvéolos;

Grau D - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida pela corrosão atmosférica
e que apresenta corrosão alveolar de severa intensidade.

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4.3.9 Meios corrosivos mais comuns


Atmosfera, Solos, Águas Naturais, Água do Mar, Produtos Químicos e em menor escala aparecem
substâncias Fundidas, Solventes e Alimentos.

 Atmosfera - A ação corrosiva da atmosfera depende dos seguintes fatores: umidade relativa do ar,
poluentes (partículas sólidas e gases), temperatura, tempo de permanência do eletrólito na superfície
metálica. Em razão destes fatores, apresenta-se a classificação das atmosferas segundo a corrosão
relativa do aço carbono em diversas atmosferas:
 Atmosfera marinha - sobre o mar e na orla marítima (até 500 metros da praia), com ventos
predominantes na direção da estrutura a ser pintada;
 Atmosfera junto à orla marinha - aquela situada além de 500 metros da praia e até aonde os sais
possam alcançar;
 Atmosfera industrial - envolve regiões com muitos gases provenientes de combustão, particularmente
gases oriundos de combustíveis com alto teor de enxofre;
 Atmosfera urbana e semi-industrial - nas cidades aonde se tem uma grande quantidade de gases,
provenientes de veículos automotores, e uma indústria razoavelmente desenvolvida;
 Atmosfera rural e seca - locais, em geral no interior, onde não há gases industriais, sais em suspensão
e a umidade relativa do ar se apresenta em valores sempre mais baixos.
 Solos - Os solos contêm umidade e sais minerais. Alguns solos apresentam também características
ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais dissolvidos.
 Águas Naturais - Dos rios, dos lagos ou do subsolo, podem conter sais minerais, eventualmente ácidos
ou bases, resíduos industriais, poluentes diversos e gases dissolvidos. O eletrólito constitui-se
principalmente da água com sais dissolvidos. Os outros constituintes podem acelerar o processo
corrosivo.
 Águas do Mar - Estas águas contêm uma quantidade apreciável de sais, sendo desta forma um
eletrólito por excelência. Outros constituintes - gases dissolvidos podem acelerar os processos
corrosivos.
 Produtos Químicos - Os produtos químicos, desde que em contato com água ou com umidade e sendo
ionizáveis, formam um eletrólito, podendo provocar corrosão eletroquímica.

4.3.10 Formas de Proteção à corrosão


As técnicas de proteção anticorrosiva podem ser baseadas em diferentes métodos, deve ser feita em
conjunto com uma avaliação econômica para se poder julgar as vantagens das medidas protetoras:

4.3.11 Principais métodos de proteção anticorrosiva


Proteção Catódica:

Neste tipo de proteção, utilizam-se tintas contendo pigmentos metálicos, anódicos em relação ao ferro,
em suas composições e em concentrações elevadas do filme seco, de modo a permitir um perfeito
contato elétrico com a superfície metálica.

Atualmente o único pigmento utilizado neste tipo de proteção é o zinco metálico em pó. As tintas
fabricadas com elevado teor deste pigmento são conhecidas como tintas ricas em zinco.

O mecanismo de atuação do zinco baseia-se no fato deste metal ser, na maioria dos eletrólitos, anódico
em relação ao ferro. Portanto, quando ambos estiverem ligados eletricamente, na presença de um
eletrólito, o zinco se corroerá enquanto o ferro ficará protegido.

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Uma das vantagens da utilização de tintas ricas em zinco é que, no caso de haver uma falha no
revestimento de zinco, o ferro estará protegido se tivermos a presença de um eletrólito.

H²O

Zn(OH)²

Zn Zn

Aço

Passivação Anódica:
Este tipo de proteção envolve a utilização de tintas contendo pigmentos com características básicas ou
com uma determinada solubilidade capazes de, na presença de água e oxigênio, fornecer substâncias com
propriedades inibidoras de corrosão.

Neste caso, ocorre a formação de uma camada passiva de óxidos de ferro os quais são estáveis, aderentes
e pouco permeáveis, impedindo assim a passagem do metal para forma iônica. Os pigmentos mais
comuns que atuam pelo mecanismo de passivação anódica são:
 Zarcão
 Cromato de zinco
 Fosfato de zinco

Proteção por barreira:


Neste tipo de proteção, o sistema de pintura, possuindo espessura, impermeabilidade e tintas adequadas,
isola o substrato metálico a ser protegido do meio corrosivo.
É importante saber que neste tipo de mecanismo a eficácia ou desempenho da proteção anticorrosiva é
em função de:

 Espessura do esquema de pintura;


 Compatibilidade e resistência das tintas ao meio corrosivo;
 Impermeabilidade do esquema de pintura aos agentes corrosivos.

Este mecanismo está presente em todas películas de tinta, sendo o mecanismo fundamental nas tintas de
acabamento. Quando os revestimentos são aplicados sobre uma superfície metálica, a película funciona
como uma barreira entre o metal e o meio corrosivo, conforme visto na abaixo.

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Meio corrosivo
(Eletrólito)

Revestimento

Metal protegido

Nesse tipo de proteção, é comum ocorrer corrosão por baixo da película, pois o revestimento é poroso,
fazendo com que o eletrólito, depois de algum tempo, chegue ao metal. Além desse motivo, se o
revestimento for danificado por ação mecânica ou se o mesmo for atacado pelo meio corrosivo, haverá
falha no revestimento e consequente corrosão na superfície metálica
Cabe ressaltar ainda que, neste tipo de proteção, quanto mais impermeável for o esquema de pintura à
penetração de umidade e dos íons agressivos (cloretos, sulfatos), melhor será seu desempenho
anticorrosivo.

Outros métodos:

 Modificações de processo e do projeto – Alterações operacionais e em detalhes construtivos das


instalações, como, evitar frestas e cantos vivos, prever fácil acesso a regiões mais suscetíveis à
corrosão...;
 Modificação do meio corrosivo – Diminuição da umidade do ar, emprego de inibidores de corrosão,
emprego de biocidas;
 Modificação do metal: Aumento da pureza, formação de ligas e tratamento térmico;
 Revestimentos protetores: Tratamento químico da superfície metálica (fosfatização, cromatização);
 Revestimentos metálicos: (galvanização, metalização, etc.) e protetores temporários;
 Revestimentos orgânicos: (tintas, resina ou polímeros).
 Revestimentos inorgânicos: (materiais cerâmicos, cimentos, etc.).
 Métodos eletroquímicos: (Proteção catódica e passivação anódica;)

4.4 FUNDAMENTOS DA PINTURA INDUSTRIAL


A pintura industrial com suas tecnologias cada vez mais inovadoras é de importância vital no processo
de integridade de equipamentos, tubulações e as mais diversas estruturas em instalações industriais
tanto on shore como off shore.

O sucesso da aplicação da pintura industrial como proteção anticorrosiva depende principalmente de


profissionais capacitados e qualificados de acordo com as Normas e Procedimentos Aplicáveis.

Este programa de treinamento de pintura industrial foi criado conforme norma ABNT NBR 16378 e com
base nas Normas Brasileiras, e visa a Qualificação dos Profissionais de Pintura industrial Nível 1 de forma

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a garantir que os serviços sejam executados seguindo todos os requisitos de qualidade e segurança
exigidos.

4.5 COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL – PINTOR INDUSTRIAL NÍVEL 1


O candidato deve possuir os conhecimentos necessários seguindo os seguintes competências:
a) Organizar o ambiente de trabalho, verificando os requisitos de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente
e Saúde (QSMS) para a execução do serviço.
b) Verificar e preparar as superfícies antes de serem tratadas, considerando o grau de intemperismo,
presença de contaminações, respingos de soldas, cantos vivos, frestas e quaisquer outras
irregularidades.
c) Verificar as condições da superfície após serem tratadas e imediatamente antes da aplicação da tinta
(grau de limpeza e presença de contaminações).
d) Preparar materiais e equipamentos a serem utilizados na preparação de superfície e aplicação da tinta.
e) Realizar limpeza por ação físico-química da superfície.
f) Realizar tratamento de superfície com ferramentas manuais e mecânicas.
g) Verificar se as tintas foram liberadas para a utilização.
h) Consultar o Boletim Técnico das tintas e respectivas Fichas de Informações de Segurança de Produtos
Químicos (FISPQ).
i) Preparar a tinta conforme Boletim Técnico e/ou procedimentos e especificações de pintura.
j) Aplicar as tintas por meio de rolo e trincha.
k) Realizar limpeza dos equipamentos para utilização posterior, substituindo o componente e/ou
equipamentos, quando necessário.
l) Realizar medição de espessura de película úmida (EPU).
m) Conhecer metodologia de medição de espessura de película seca (EPS).
n) Realizar retoques conforme Boletim Técnico e/ou procedimentos e especificações de pintura.

4.6 TINTAS
Na composição de uma tinta, diversas matérias-primas devem ser combinadas, de maneira a formar uma
suspensão homogênea de minúsculas partículas sólidas (pigmentos), dispersas em um líquido (veículo),
em presença ou não de componentes em maiores proporções chamados aditivos. Após a aplicação em
fina camada sobre uma superfície, a tinta forma um filme que se solidifica por mecanismos de secagem
ou cura, tornando-se uma película contínua e aderente a essa superfície.

4.6.1 Constituintes principais das tintas:


Resina (o veículo não volátil) é o ligante ou aglomerante das partículas do pigmento. Fazem parte
também do ligante as resinas contidas nos agentes de cura e/ou endurecedores, chamados, às vezes, mas
erroneamente, de catalisadores, nas tintas de dois componentes. O veículo é o componente mais
importante de uma tinta, conferindo-lhe as qualidades mais significativas.

Solvente (o veículo volátil) tem a função de diminuir a viscosidade das tintas para facilitar a aplicação, de
homogeneizar a película, de melhorar a aderência e atuar sobre a secagem, deve ter poder da solvência
sobre o veículo não volátil (resina) e ser perfeitamente compatível com ele.

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Pigmento é o componente que confere cor, opacidade ou ação anticorrosiva às tintas, são constituídos de
pós, insolúveis e coloridos, e conferem poder de cobertura à tinta. O poder de cobertura mede a
capacidade que uma tinta tem de esconder o substrato. Uma tinta pode ser formulada com um ou mais
pigmentos combinados, dependendo do que se espera da película de tinta.
Os pigmentos se dividem em:
 Inerte (carga ou extensores);
 Ativo (coloridos ou opacificantes, metálico, anticorrosivo e outros).

Os pigmentos podem ser classificados de acordo com suas finalidades, como:


 Cargas: reforçam a película, regulam o brilho e a consistência, aumentam o teor de sólidos nas tintas
de alta espessura e substituem parte do pigmento anticorrosivo e parte da resina, obtendo-se deste
modo, tintas mais baratas, por exemplo, carbonatos, silicatos, sílicas e sulfatos;
 Opacificantes-coloridos: são os que se destinam a fornecer opacidade e cor, por exemplo, dióxido de
titânio, azul da Prússia, etc. Por opacidade ou poder de cobertura entende-se que a película formada
pelo pigmento, ao ser aplicada sobre uma superfície, mascare-a bem. Os pigmentos diferenciam-se dos
corantes e anilinas, na questão da solubilidade e opacidade, pois os pigmentos são insolúveis no veículo
e também conferem opacidade, fato que não ocorre com os corantes e anilinas;
 Anticorrosivos: conferem propriedades anticorrosivas à película de tinta, notadamente às de fundo,
e são divididos em inibidores (zarcão, cromato de zinco, fosfato de zinco) e protetores (tintas ricas em
zinco).
 Pigmentos Metálicos (Alumínio e Bronze) conferem algumas características como: cor, efeito,
proteção aos raios UV, umidade e calor.

Existem, ainda, os pigmentos especiais que são utilizados com objetivos específicos, como por exemplo,
os impermeabilizantes, os perolados, os fluorescentes e fosforescentes e os anti-incrustantes
O teor de pigmento tem grande influência nas características finais de uma película de tinta. As tintas
com baixo teor de pigmento são mais brilhantes, ao passo que aquelas altamente pigmentadas são
foscas. Outros fatores como permeabilidade, dureza, resistência à abrasão, também são afetados pela
relação entre veículo e pigmento.
Os aditivos não são essenciais, porém o seu uso melhora significativamente determinadas características
das tintas. Os aditivos são da mesma natureza que os pigmentos, mas não possuem poder de cobertura.
Os principais são:
 Secante
 Plastificante
 Antimofo;
 Antiespumante
 Antissedimentante
 Anticrustante

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4.6.2 Interpretação de rótulos dos produtos


Quando for realizar a homogeneização de tintas, ou a utilização de solventes ou outros produtos, é
necessário observar os seguintes aspectos para cada embalagem de cada material:

 Bom estado de conservação;


 tempo de vida útil não ultrapassado (Shelf life);
 utilizar as armazenadas há mais tempo e/ou shelf life mais curto;
 verificar a relação de mistura entre os componentes;
 verificar o solvente adequado para o tipo de tinta
 Utilização de ferramenta adequadas (recipientes e agitadores);
 Verificar e respeitar o tempo de indução das tintas;
 Realizar a aplicação dentro do tempo de vida útil após a mistura (Pot life);

(apresentar em sala tintas e solventes para a ilustração de onde fica cada item)

4.7 PELÍCULA
Barreira física aderente, com espessura mensurável, resultante da aplicação de um protetivo contra
corrosão sobre uma superfície metálica.

4.7.1 Tipos de película


 Película não-secativa: Película cuja composição química permanece idêntica à do protetivo
temporário aplicado, ressalvada a evaporação de eventuais solventes, e que apresenta um toque
untuoso com característica oleosa.
 Película semi-secativa: Película cuja composição química permanece idêntica à do protetivo
temporário aplicado, ressalvada a evaporação de solventes, e que apresenta toque untuoso com
característica e aparência semelhantes à de uma cera ou graxa.
 Película secativa: Película que, após a evaporação do solvente, apresenta-se seca ao toque,
podendo ou não haver reação química para a sua formação.
 Película oleosa: Película não-secativa, de fluência semelhante à de um óleo de qualquer
viscosidade.
 Película graxosa: Película semi-secativa, de consistência semelhante à de uma graxa.
 Película cerosa: Película seca ou semi-secativa à temperatura ambiente, com aparência
semelhante à de uma cera, e que funde à temperatura superior a ambiente.
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 Película plástica: Película seca


 Película seca: Filme seco
Estado da tinta após a secagem.
 Película úmida: Filme úmido
Estado da tinta líquida imediatamente após sua aplicação.

4.7.2 Principais propriedades físicas da película

Coesão - São forças que mantém unidos os constituintes de uma película, promovendo sua rigidez
mecânica;
Adesão ou Aderência - É o poder que tem o filme de tinta curada de permanecer fixado ao substrato ou
nas demãos de tinta subsequentes.

Existem 03 tipos de ligações adesivas:


 Ligações químicas - Ocorre uma ligação química entre o substrato metálico e o revestimento aplicado.
 Ligações polares - Baseia-se na atração entre grupos polares da resina e grupos de carga oposta no
metal.
 Ligações mecânicas - Está relacionada com a rugosidade superficial ou perfil de ancoragem.

4.7.3 Mecanismos de formação da película


O mecanismo de formação da película é definido pelo tipo de resina presente na tinta:
Resinas que secam por Evaporação de Solvente
Neste mecanismo, a formação da película ocorre pela simples evaporação dos solventes presentes na
tinta líquida.
Exemplos:
Borracha Clorada, Resinas Vinílicas, Resinas Acrílicas, Resinas Betuminosas e Resina Estireno – Acrilato.

Resinas que secam por Oxidação


Neste mecanismo, a secagem, cura e formação da película ocorre pela evaporação dos solventes
simultaneamente com o processo de oxidação com oxigênio do ar, o qual atua quimicamente nas duplas
ligações dos ácidos graxos insaturos presentes nos óleos vegetais.
Exemplos:
Óleos Vegetais, Resinas Alquídicas modificadas com óleos vegetais, Resinas Fenólicas modificadas com
óleos vegetais.
Resinas que secam por Polimerização Térmica
Neste mecanismo a polimerização só se dá à temperatura elevada e são aplicadas diretamente sobre o
substrato metálico.
Exemplo:
Resina Silicone
Resinas que secam por Polimerização por Reação Química à Temperatura Ambiente
Neste mecanismo, a secagem, cura e a formação da película ocorrem através de reações químicas de
polimerização as quais podem se processar na presença ou ausência de calor.
A maioria das tintas que secam por reação química são fornecidas normalmente em dois ou mais
componentes. Exemplos:

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Resinas Epoxídicas e Resinas Poliuretanas.


As resinas epóxi são amplamente utilizadas na indústria de tintas devida suas características específicas e
combinações, que conferem em um revestimento de alto desempenho. A seguir algumas das
combinações mais utilizadas:

 Tintas epoxídicas curadas com amidas - apresentam melhor resistência à água e flexibilidade.
 Tintas epoxídicas curadas com aminas - apresentam melhor resistência química a ácidos, álcalis e
solventes. Apresentam menor flexibilidade e baixa resistência a água.
 As tintas epoxídicas curadas com poli isocianatos - dão origem a produtos que apresentam excelente
aderência sobre aço galvanizado.

As tintas que curam por polimerização química possuem ainda algumas particularidades como:
 Pot-life - tempo de vida útil da mistura;
 Shelf-life - tempo de vida útil da tinta (validade de armazenamento);
 Tempo de indução - tempo mínimo, após a mistura dos componentes, que se deve esperar para se
iniciar a aplicação da tinta. Este tempo é entre 10 a 15 minutos;
 Tempo de secagem ao toque - É quando a tinta aplicada está livre de pegajosidade;
 Tempo de secagem para repintura - Tempo este que é indicado pelo fabricante da tinta,
estabelecendo o tempo mínimo e máximo para aplicação da demão subsequente e ou trans porte da
peça pintada.
 Tempo de cura total – Tempo em que a tinta está totalmente curada. Todo seu processo de secagem
terminou.

Resina de poliuretano (sigla PU) - é um polímero que compreende uma cadeia de unidades orgânicas
unidas por ligações uretânicas. É amplamente usado em espumas rígidas e flexíveis,
em elastômeros duráveis e em adesivos de alto desempenho, em selantes, em fibras, vedações,
gaxetas, preservativos, carpetes, peças de plástico rígido e tintas.
Poliuretanos tem este nome porque são formados por unidades de uretano, ou carbamato.

Principais vantagens da resina de poliuretano:


 Alto Poder de Aderência;
 Alta Resistência a Abrasão;
 Alta Resistência ao Ultravioleta/Intemperismo;
 Alta Resistência ao Alongamento;
 Alto Brilho;
 Controle de Dureza;
 Flexibilidade a Baixas Temperaturas;
 Resistência Química;
 Resistência a Umidade;
 Resistência ao Impacto;
 Resistência a Álcalis;
 Resistência ao Risco;
Resinas alquídica - é um polímero obtido pela esterificação de poliácidos e ácidos graxos com poli álcoois.
A resina alquídica é utilizada para tintas que secam em exposição por oxidação ao ar ou polimerização por
calor. Essas são duas formas de processamento das resinas.

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Exemplo:
 Esmaltes arquitetônicos;
 Tintas para casas (interior e exterior);
 Revestimentos de secagem ao ar e de secagem em estufa;
 Texturas;
 Esmaltes para maquinaria, entre outros.

Resinas que secam por Hidrólise


Neste mecanismo a cura da película é feita através de reação com a umidade do ar. Estas tintas são
fornecidas em duas embalagens, uma contendo a solução de silicato de etila e a outra o zinco em pó ou
pasta. São utilizadas em sistemas de pintura de alta performance para atmosferas agressivas.
Exemplo:
Silicato de Etila.

Resinas que secam por Coalescência


Este mecanismo de formação de película ocorre pela fusão ou coalescência das partículas que estão
dispersas num meio aquoso.
Exemplo:
Tintas à base de PVA.
OBS: É importante lembrar mais uma vez que a primeira etapa em qualquer mecanismo de secagem e
formação da película é a evaporação de solventes.

4.8 ESQUEMAS DE PINTURA


Um Esquema de pintura constitue em determinar todas as etapas do processo de pintura a ser realizado
pelo pintor industrial.

É no esquema de pintura que o profissional irá identificar os parametros a serem utilizados por ele
quando do tratamento da superfície e aplicação das tintas, tais como:
 Padrão de preparação de superfície exigido
 Perfil de rugosidade do aço
 Numeros de Demãos de tintas
 A tinta a ser utilizada.
 O método de aplicação.
 Intervalo de repintura de cada tinta.
 Espessura de pelicula seca

Exemplo:
Esquema de pintura para pintura externa de tubulaçao de água com temperatura de operação
“ambiente”.

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TEMPERATURA OPERAÇÃO PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIE PERFIL RUGOSIDADE


< 80ºC SP 11 50 – 100 μm
DEMÃO DESCRIÇÃO DO SISTEMA MÉTODO DE APLICAÇÃO INTERVALO REPINTURA ESPESSURAS DE PELÍCULA SECA
1 TINTA DE FUNDO EPOXI ROLO OU TRINCHA 9H - 7DIAS 150 μm
2 TINTA DE FUNDO EPOXI ROLO OU TRINCHA 9H - 7DIAS 150 μm
3 TINTA DE FUNDO EPOXI ROLO OU TRINCHA 9H - 7DIAS 150 μm
4 TINTA DE ACABAMENTO POLIURETANO ROLO OU TRINCHA 7H 50 μm
ESPESSURA MÍNIMA DE PELÍCULA SECA TOTAL DO REVESTIMENTO 450 μm

A eficiência da proteção anticorrosiva conferida por um esquema de pintura depende de uma série de
fatores que dentre os mais importantes podemos destacar:
 Padrão de limpeza da superfície;
 Especificação das tintas: fundo, intermediária e acabamento;
 Processo de aplicação das tintas;
 Número de demãos de tintas e espessura seca por demão;
 Intervalo entre demãos;
 Ensaios para aceitação e qualificação do esquema de pintura;

4.9 INSPEÇÃO VISUAL DA SUPERFÍCIE, ANTES E APÓS O SEU PREPARO


Tanto antes do preparo da superfície quanto após, é necessário que se faça uma inspeção visual na
superfície, seguindo os critério na norma ABNT NBR 15185 - Inspeção visual de superfícies para pintura
industrial.

Realizar Inspeção visual e identificar onde existam vestígios de óleo, graxa, cimento, concreto, gorduras,
carepa de laminação, pontos de corrosão, e outros materiais estranhos.

É necessário também, conhecer e saber identificar os graus de corrosão do aço sem pintura conforme
classificado na Norma ISO 8501-1 e do aço com pintura, conforme norma ASTM D 610 – Standard Practice
for Evaluating Degree of Rusting on Painted Steel Surfaces.

4.9.1 Inspeção visual da superfície antes do seu preparo


Antes do início do tratamento da superfície, é necessário identificar qual o grau de intemperismo es
encontra a superfície do aço, tanto do aço novo, sem pintura, como do aço com pintura antiga.
Essa inspeção se faz necessário para poder determinar qual tipo de tratamento será necessário para a
efetuar a limpeza e preparação do aço para pintura.

Realizar Inspeção visual conforme a norma ABNT NBR 15185 e identificar onde existam vestígios de óleo,
graxa, cimento, concreto, gorduras, carepa de laminação, pontos de corrosão, e outros materiais
estranhos.

4.9.2 Graus de intemperismo de superfície sem pintura


Os graus de intemperismo, estão reproduzidos na norma ISO 8501-1 por meio de uma série de padrões
fotográficos separados pelas letras A, B, C e D conforme a seguir:

Grau A - superfície de aço completamente coberta de carepa de laminação intacta e aderente, com pouca
ou nenhuma corrosão;

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Grau B - superfície de aço com princípio de corrosão atmosférica da qual a carepa de laminação tenha
começado a desagregar;

Grau C - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida pela corrosão atmosférica
ou possa ser retirada por meio de raspagem, e que apresenta pequenos alvéolos;

Grau D - superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido removida pela corrosão atmosférica
e que apresenta corrosão alveolar de severa intensidade.

GRAU A GRAU B GRAU C GRAU D

4.9.3 Graus de intemperismo do aço pintado


Os graus de intemperismo do aço pintado, conforme a norma ASTM D 610:

Grau 8 - pintura existente quase intacta, em área com corrosão menor que 0,1% da superfície;
Grau 6 - pintura de acabamento “calcinada”, podendo apresentar tinta de fundo exposta; é admissível
leve manchamento ou empolamento após o tratamento das manchas. Menos de 1 % da área pode se
encontrar afetada por corrosão, esfoleamento ou tinta solta;

Grau 4 - pintura totalmente “calcinada”, empolada ou com manchas de oxidação, podendo ter até 10 %
de sua superfície com corrosão, bolhas de oxidação, tinta solta e pequena incidência de pites (corrosão
puntiforme);

Grau 2 - pintura totalmente “calcinada”, empolada ou com manchas de oxidação, podendo ter até 33 %
de sua superfície com corrosão, bolhas, tinta solta e pequena incidência de pites (corrosão puntiforme);

Grau 0 - presença intensa de corrosão, tinta sem aderência e formação severa de corrosão por pites e
alvéolos.

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4.9.4 Padrão de tratamento – inspeção visual do aço após preparação


 Os padrões de tratamento são regularizados pelas normas ABNT NBR 15239-2005 e SSPC-SP 11 para
tratamentos realizados por meio de ferramentas manuais e mecânicas, e pela ISO 8501-1 para
superfícies tratadas por meio de jateamento abrasivo e hidrojateamento.

Tratamento de superfícies de aço com ferramentas manuais e mecânicas conforme ABNT NBR 15239-
2005 e SSPC-SP 11:

Nota: A finalidade do tratamento de superfície, é garantir uma boa aderência e desempenho do esquema
de pintura.

 Padrão St2 - Superfície de aço completamente raspada e/ou escovada manual ou


mecanicamente. O tratamento deve remover a carepa de laminação solta, os óxidos e
quaisquer materiais estranhos. A superfície deve ser limpa, imediatamente, com aspirador,
com ar comprimido seco e isento de óleo ou escova de pêlo. O aspecto deve corresponder às
gravuras com designação St 2. Esta limpeza não se aplica a superfícies que apresentam grau A
de intemperismo original. Para as demais, os padrões de limpeza são: B St 2, C St 2 e D St 2.

 Padrão St3 - Superfície completamente raspada e/ou escovada manual ou mecanicamente. A


superfície deve ser tratada como em St 2, mas de maneira muito mais rigorosa. Depois da
remoção do pó, a superfície deve apresentar brilho metálico claro. O aspecto deve
corresponder às gravuras com designação St 3. Esta limpeza não se aplica a superfícies que
apresentem grau A de intemperismo original. Os padrões de limpeza são: B St 3, C St 3 e D St 3.

 Padrão SP11 – Emprego de ferramentas mecânicas, rotativas e de impacto, que seja capaz de
reproduzir uma superfície limpa, áspera e com um perfil de ancoragem mínimo de 25 micrometros.
Sendo utilizada qualquer ferramenta mecânica de esmerilhamento ou impacto, que seja capaz de
produzir uma superfície de aço que atenda aos requisitos acima.

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Alguns consumíveis para uso nas ferramentas mecânicas capazes de realizar o tratamento conforme
os padrões apresentados:

Escova de aço tipo copo escova de aço trançada

Disco de lixa Disco de lixa tipo Flap

Ponta montada (Retifica) Agulhas de aço carbono ou berilho


Preparação de superfícies de aço por meio de jateamento abrasivo conforme padrão visual norma ISO
8501-1:

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 Grau Sa 1 - Jateamento abrasivo ligeiro: quando vista a olho nu, a superfície deve estar isenta de
carepa de laminação solta, ferrugem e material estranho não aderente. A aparência final deve
corresponder às gravuras com designação Sa 1. Esta limpeza não se aplica a superfícies que
apresentem Grau A de intemperismo original. Para as demais, os padrões de limpeza são: B Sa 1, C Sa 1
e D Sa 1;
Padrão Sa 1 (ligeiro ou brush-off)

 Grau Sa 2 - jateamento abrasivo comercial: quando vista a olho nu, a superfície deve estar isenta de
quase toda a carepa de laminação, ferrugem e material estranho. A superfície deve apresentar, então,
coloração acinzentada e corresponder, em aparência, às gravuras com designação Sa 2. Esta limpeza
não se aplica a superfícies que apresentem Grau A de intemperismo original. Para as demais, os
padrões de limpeza são: B Sa 2, C Sa 2 e D Sa 2;

Padrão Sa 2 (Jato comercial)

 Grau Sa 2 1/2 - jateamento abrasivo ao metal quase branco: quando vista a olho nu, a superfície deve
estar isenta de carepa de laminação, ferrugem e material estranho de maneira tão perfeita que seus
vestígios apareçam somente como manchas tênues ou estrias. A superfície deve apresentar, então,
aspecto correspondente às gravuras com designação Sa2 1/2. Os padrões de limpeza são: A Sa 2 1/2, B
Sa 2 1/2, C Sa 2 1/2 e D Sa 2 1/2;
Padrão Sa 2 ½ (Jato ao metal quase branco)

 Grau Sa 3 - jateamento abrasivo ao metal branco: quando vista a olho nu, a superfície deve estar
isenta de carepa de laminação, a ferrugem e material estranho. A superfície deve apresentar, então,
coloração metálica uniforme, correspondente em aparência às gravuras com designação Sa 3. Os
padrões de limpeza são: A Sa 3, B Sa 3, C Sa 3 e D Sa 3.
Padrão Sa 3 (Jato ao metal branco)
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Hidrojato em condições iniciais de corrosão

Preparação de superfícies de aço por meio de Hidrojateamento conforme Normas NACE WJ-1/SSPC-SP WJ
1, NACE WJ-2/SSPC-SP WJ 2, NACE WJ-3/SSPC-SP WJ 3, NACE WJ-4/SSPC-SP WJ:

 WJ-1 – A superfície deve estar livre de toda ferrugem, tinta, carepa de laminação e matéria estranha
visíveis previamente existentes, e apresentar um acabamento metálico fosco uniforme;

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 WJ-2 – A superfície deve estar limpa, apresentando um acabamento fosco, com pelo menos 95 % da
área livre de todos os resíduos visíveis previamente existentes, e os 5 % remanescentes contendo
apenas, aleatoriamente, manchas dispersas de oxidação, tinta e matéria estranha;

 WJ-3 – A superfície deve estar limpa, apresentando um acabamento fosco, com pelo menos 2/3 da
área livre de todos os resíduos previamente existentes (exceto carepa de laminação), e o 1/3
remanescente contendo apenas, aleatoriamente, manchas dispersas de oxidação, tinta ou matéria
estranha previamente existentes;

 WJ-4 – A superfície deve apresentar-se, uniformemente, livre de ferrugem, tintas e carepa de


laminação não aderidas.

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Nota: O hidrojateamento a ultra alta pressão é capaz de remover toda carepa solta, pintura antiga solta
ou firmemente aderida, corrosão existente, óleos e graxas da superfície. Entretanto, isto não dispensa a
etapa prévia de desengorduramento.

4.9.5 Flash rust


O hidrojateamento a ultra alta pressão não apresentam a mesma coloração do jateamento abrasivo. A
coloração metálica fosca do aço limpo imediatamente após o hidrojateamento se torna ligeiramente
amarelada. Em superfícies de aço antigas que tenham áreas com e sem tintas, a coloração do
acabamento fosco varia mesmo que todo material superficial visível tenha sido removido.

O flash rust é uma oxidação superficial após o hidrojateamento, que dependendo do tempo de exposição,
pode ser leve (L), moderada (M) ou severa (H), de acordo com os padrões fotográficos da SSPC VIS
4/NACE VIS 7:

 Sem “flash rust” – Superfície de aço que, quando vista a olho nu, não apresenta oxidação superficial;
os graus de limpeza são WJ-1, WJ-2, WJ-3 e WJ4;

 “Flash rust” leve (L) - Superfície de aço que, quando vista a olho nu, apresenta uma finíssima camada
de oxidação superficial na cor amarela ou marrom, sendo facilmente observada no substrato. A
oxidação pode apresentar-se distribuída de forma uniforme, ou através de manchas localizadas, de
difícil remoção pela limpeza por meio de panos. O aspecto final deve corresponder aos padrões com
designação L; os graus de limpeza são WJ-1 L, WJ-2 L, WJ-3 L e WJ-4 L;

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 “Flash rust” moderado (M) – Superfície de aço que, quando vista a olho nu, apresenta uma fina
camada de oxidação superficial na cor amarela ou marrom, que obscurece a superfície original do
aço. A camada de oxidação pode ser distribuída uniformemente ou através de manchas localizadas,
causando ligeiras marcas em um pano, quando este é esfregado levemente sobre a superfície. O
aspecto final deve corresponder aos padrões com designação M; os graus de limpeza são WJ-1 M,
WJ-2 M, WJ-3 M e WJ-4 M;

 “Flash rust” severo (H) – Superfície de aço que, quando vista a olho nu, apresenta uma camada de
oxidação severa na cor vermelha ou marrom, que esconde completamente a condição inicial da
superfície. A camada de oxidação pode ser distribuída uniformemente ou apresentar-se sob a forma
de manchas, mas a oxidação é de fácil remoção, deixando marcas significativas em um pano, quando
este é esfregado levemente sobre a superfície. O aspecto final deve corresponder aos padrões com
designação H; os graus de limpeza são WJ-1 H, WJ-2 H, WJ-3 H e WJ-4 H.

Nota: No caso do hidrojateamento, a tinta a ser aplicada diretamente sobre a superfície deve ser
tolerante às condições do substrato após o jateamento. Nestes casos, a superfície pode apresentar -se
seca, com umidade residual ou molhada, podendo ou não apresentar oxidação superficial flash rust
leve (L).
Havendo formação de oxidação superficial (flash rust), em grau moderado ou severo, a superfície deve
receber um tratamento manual com escova de aço e/ou lavagem com água doce, a alta pressão, antes
de receber a tinta de fundo.

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4.10 PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES (LIMPEZA QUÍMICA, MANUAL E MECÂNICA)


Preparar a superfície do aço significa executar operações que permitam obter limpeza adequada e
rugosidade.

A limpeza elimina os materiais estranhos, como contaminantes, oxidações e tintas mal aderidas, que
poderiam prejudicar a aderência da nova tinta.
A rugosidade aumenta a superfície de contato e também ajuda a melhorar esta aderência.

O grau de preparação de superfície depende de restrições operacionais, do custo de preparação, do


tempo e dos métodos disponíveis, do tipo de superfície e da seleção do esquema de tintas em função da
agressividade do meio ambiente.

Antes da aplicação da tinta, a superfície metálica deve estar livre de contaminação por óleo ou graxa,
pontos de solda, respingos, poros de soldagem, defeitos de laminação, bordas, cortes a quente,
fragmentos e amassados ou qualquer outro material estranho não removido durante a construção que
deve ser considerado imperfeição e, por conseguinte, devem ser removidos antes da preparação da
superfície.

As bordas afiadas, filetes, cantos e bordas de todos os itens de aço diversos, tais como suportes de
tubulação, cantoneiras, escadas, grades, plataformas, base de equipamentos, caixas eléctricas, bandejas,
estações, corrimãos, borda falsa (superfície interna e externas), calços, etc, deverão ter suas bordas e
cantos arredondados e devem ser arredondadas ou alisado antes da preparação de superfície para
pintura, por esmerilhamento (min. R2 mm) antes da pintura. Conforme figura abaixo:

NORMAL EDGE PREPARATION

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4.10.1 Limpeza de superfícies de aço por composto químico - ABNT NBR 15158-2004
A limpeza por ação de produtos químicos, quando necessária, deve ser feita antes da execução dos
tratamentos de superfícies que removam ferrugem, carepa de laminação ou camada de tinta antiga
aderente e antes da aplicação de qualquer tinta.

A limpeza com solventes tem como finalidade a remoção de óleos, graxas e contaminantes suscetíveis a
ação do solvente empregado. Caso seja observada na superfície do aço a presença de terra, salpicos de
cimento e outros contaminantes sólidos que possam interferir na limpeza com solventes, estes devem ser
previamente removidos.

Limpeza com solventes "verdes" (não prejudiciais ao meio ambiente) das regiões contaminadas com óleo,
graxa ou gordura.

Limpeza com jato de água de 2000 a 3000 psi para remover os sais e outras impurezas; na impossibilidade
de determinação da pressão a limpeza adequada deve ser obrigatoriamente comprovada através do teste
de condutividade.
Grau de preparação de superfície: de acordo com a definição do sistema de pintura correspondente.
Para contaminações pequenas e localizadas.

Friccionar a superfície com panos ou escovas embebidas com solvente; a limpeza final deve ser feita com
solvente limpo e panos ou escovas limpas.

Para contaminações generalizadas ou em grandes áreas.

Empregar, preferencialmente desengraxantes ou detergentes biodegradáveis adequados.

Lavar com água doce neutra, em volumes suficientes para remoção dos contaminantes.

Se forem usados removedores com ação química, devem-se eliminar quaisquer resíduos de parafina que
permaneçam sobre a superfície, através do emprego de solventes apropriado.

Quaisquer resíduos alcalinos de removedores devem ser eliminados pela lavagem de superfície com água
doce limpa.

Todos os resíduos prejudiciais de tintas ou de agentes removedores devem ser eliminados.

Deve ser observado o menor intervalo de tempo possível entre esta limpeza iniciais e a execução da etapa
seguinte (aplicação de demão de tinta, preparo de superfície), de modo a evitar nova contaminação. Caso
esta contaminação ocorra, deve ser repetido o procedimento de limpeza inicial.

Nota: Em hipótese alguma considerar e/ou utilizar o uso de solvente para remoção de sais, névoa salina
ou maresia na superfície a ser pintada.

4.10.2 Tratamento de superfície de aço com ferramentas manuais – ABNT NBR 15239
É o método pelo qual se remove a carepa de laminação, ferrugem e pinturas antigas soltas, bem como
outros materiais estranhos prejudiciais à pintura.
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O método compreende no emprego manual de escovas, lixas, raspadores, picadores ou outras


ferramentas manuais de impacto ou a combinação das mesmas. Os arames de aço das escovas devem ser
suficientemente rígidos para proporcionar boa limpeza.

Em casos de repintura deve-se raspar toda a pintura antiga não aderente. A tinta antiga que não for
removida deve ter uma aderência perfeita para não trazer imperfeições e repintura.

Recomenda-se cuidado especial nos cordões de solda. Qualquer falha neste caso pode acarretar início de
processo de corrosão. Após o trabalho de raspagem, escovamento ou lixamento, toda poeira residual
deve ser espanada, escovada ou soprada.

Após o tratamento, a superfície deve corresponder a um dos padrões visuais fotográficos, ST-3 da norma
ISO 8501-1.

Espátula de Aço Lixa Manual

Escova de aço Manual Picador

4.10.3 Tratamento de superfície de aço com ferramentas mecânicas ABNT NBR 15239
Remover terra, salpicos de cimento, compostos, sais, limo e qualquer outro contaminante (salvo graxa e
óleo) mediante a ação de escovas de fibra ou arame, pela raspagem, por hidrojateamento, ou pela
aplicação de soluções de limpeza alcalinas, com a condição de secundar essa aplicação com enxague,
utilizando água doce neutra, ou pelo emprego de uma combinação destes métodos.

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Pistola de Agulha Lixadeira Pneumática

Nota: Quando, excepcionalmente, existir a presença de corrosão em placa ou ferrugem estratificada, é


conveniente removê-la com o emprego de ferramentas manuais ou mecânicas conforme este
procedimento. O objetivo desta remoção prévia é facilitar a ação do solvente em contaminantes como
sais, graxas e óleos escondidos pelas placas ou ferrugem estratificada.

Remover todo o óleo ou graxa. Remoção de toda a tinta não aderida e toda a ferrugem solta ou não
aderente, pelo emprego de um dos métodos adequado. Emprego de escovas de arame de aço rotativas,
do tipo radial ou do tipo em forma de copo, de tamanho adequado, que possam entrar em todos os vãos
acessíveis, ângulos, juntas e cantos.

A superfície deve ser tratada, porém não polida de modo a prejudicar a aderência da tinta a ser aplicada.

Tratamento pelo emprego de ferramentas de impacto movidas mecanicamente, tais como: pistolas de
agulha ou marteletes picadores, descascadores rotativos, descascadores de pistão simples ou múltiplos,
ou outras ferramentas similares. Os gumes de tais ferramentas devem ser mantidos em boas condições
de eficiência.

Esmerilhamento pelo emprego de rebolos ou lixas movidas mecanicamente. Os materiais abrasivos ou


lixas devem ser substituídos por outros novos logo que se tornem deficientes para o trabalho.

4.11 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS PARA PINTURA INDUSTRIAL


Principais itens que precisam ser verificados antes da aplicação do esquema de pintura.

Não deve ser aplicada tinta quando a temperatura ambiente for inferior a 5°C, nem quando existir a
expectativa da mesma cair até 0°C, antes da tinta ter secado. Para tintas cujo mecanismo da formação de
película seja exclusivamente por evaporação de solventes, a temperatura mínima para aplicação é 2ºC.

Nenhuma tinta deve ser aplicada se houver a expectativa de que a temperatura ambiente possa cair até 0
°C antes da tinta estar seca.

Não deve ser aplicada tinta em superfícies metálicas cuja temperatura seja inferior à temperatura de
ponto de orvalho + 3 °C ou em superfícies com temperatura superior a 52 °C. As tintas à base de silicatos
inorgânicos ricos em zinco, a temperatura da superfície metálica não deve exceder a 40°C.

Para tintas à base de resina epoxi-isocianato, wash-primers, etil silicato de zinco, a temperatura ambiente
deve estar entre 10°C e 40°C.

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Não deve ser feita nenhuma aplicação de tinta em tempo de chuva, nevoeiro ou bruma, ou quando a
umidade relativa for superior a 85 %, nem quando haja expectativa deste valor de umidade ser alcançado.
Exceto as tintas formuladas especificamente para aplicação sobre superfícies condensadas, úmidas ou
com umidade residual. (Tinta Epóxi Curada com Poliamida e Tolerante a Superfície Molhada).

No entanto, esta tinta não deve ser aplicada, em superfícies expostas diretamente à chuva.

No caso de tintas à base de etil silicato de zinco, a umidade relativa do ar deve estar entre 60 % e 85 %.

Quando a tinta a ser aplicada for do tipo NOVOLAC, a umidade relativa do ar deve ser inferior a 80%.
Exceto indicação contrária do boletim técnico correspondente.

Nota: Tintas à base de Epóxi e Poliuretano não devem ser aplicadas com temperaturas superiores a 52ºC.

Condições Climáticas para Ponto de Orvalho na Pintura

Recomendamos que nenhuma camada deve ser aplicada se a temperatura da superfície não estiver no
mínimo 3°C acima do ponto de orvalho, a fim de evitar que o desempenho da tinta seja prejudicado, exceto
as tintas formuladas que não se restringem ao ponto de orvalho e umidade relativa do ar. Exemplo: Tintas à
base de Epóxi tolerantes à superfícies úmidas.
O candidato deve conhecer e realizar os itens referentes a condições climáticas:
1. Conhecer os parâmetros de umidade relativa do ar (URA) para aplicação de esquema de pintura;
2. Conhecer os parâmetros de temperatura ambiente (TA), temperatura da peça (TS) e ponto de
orvalho, para aplicação de esquema de pintura;
3. Condições adversas do tempo na pintura industrial.

Nota: Ponto de orvalho é a temperatura à qual o vapor de água presente no ar ambiente passa ao estado
líquido em forma de pequenas gotas. Veja a Tabela abaixo e compare.

Como utilizar:

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1 - Medir a temperatura do ar
2 - Medir a umidade relativa do ar
3 - Localizar temperatura aproximada na tabela
4 - Medir a temperatura da peça
5 - Aplicar a camada somente se a peça estiver no mínimo 3° C acima do ponto de orvalho
6 - A temperatura da peça deverá ser mantida durante o processo de cura.

Por exemplo: Caso a temperatura ambiente seja 30°C e a umidade relativa do ar seja 65%, o ponto de
orvalho será 22°C. A camada deverá ser aplicada quando a temperatura da superfície for no mínimo 25°C.

4.12 NORMAS TÉCNICAS PARA PINTURA INDUSTRIAL


O grande número de Esquemas de Pintura normalizados pelas normas brasileiras decorre evidentemente
da grande variedade de equipamentos e estruturas existentes em Plataformas ou Refinarias ou Indústrias
os quais estão submetidas a diferentes condições de agressividade.

Todo esquema de pintura é formulado, seguindo os critérios e parametros exigidos pelas Normas
Técnicas Brasileiras e Internacionais. Abaixo algumas das principais Normas refrente a Pintura Industrial:

Normas ABNT NBR, mais voltadas para a preparação do aço e inspeções de controle de qualidade na
aplicação dos esquemas de pintura:
 ABNT NBR 15156 – Pintura Industrial Terminologia
 ABNT NBR 15185 – Inspeção visual de superfícies para pintura industrial
 ABNT NBR 15158-2004 – Limpeza de superfícies de aço por compostos químicos
 ABNT NBR 15239-2005 – Tratamento de superfícies de aço com ferramentas manuais e mecânicas
 ABNT NBR 7348-2007 – Pintura Industrial - Preparação de superfícies de aço com jato abrasivo e
hidrojateamento
 ABNT NBR 15488-2007 – Determinação do Perfil de Rugosidade
 ABNT NBR 14847-2002 – Inspeção de serviços de pintura em superfícies metálicas – Procedimento
 ABNT NBR 10443-2008 – Determinação da Espessura da Película Seca
 ABNT NBR 15877 – Ensaio de Aderência por Tração
 ABNT NBR 16172 – Descontinuidade - Holiday Detector
Normas Internacionais:
 ISO 8501-1 – Preparation of Steel Substrates Before Application of Paints and Related Products.
 SSPC-SP 11 – Tratamento de Superfície com Ferramentas Mecânicas;
 ASTM D 610 – Standard Practice for Evaluating Degree of Rusting on Painted Steel Surfaces

4.13 PREPARAÇÃO DAS TINTAS


Toda tinta deve ser homogeneizada antes e durante a aplicação, a fim de manter o pigmento em
suspensão. Nas tintas de 2 ou mais componentes, estes devem ser homogeneizados separadamente
antes de se fazer a mistura. Após a mistura, não devem ser observados veios ou faixas de cores diferentes
e a aparência deve ser uniforme.
A homogeneização deve se processar no recipiente original, não devendo a tinta ser retirada do
recipiente enquanto todo o pigmento sedimentado não for incorporado ao veículo. Entretanto, admite-se
que uma fração não sedimentada da tinta possa ser retirada temporariamente para facilitar o processo

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de homogeneização. Caso haja dificuldade na dispersão do pigmento sedimentado, a tinta não deve ser
utilizada. [Prática Recomendada]

A mistura e a homogeneização devem ser feitas por misturador mecânico, admitindo-se a mistura manual
para recipientes com capacidade de até 3,6 L sendo que as tintas pigmentadas com alumínio devem ser
misturadas manualmente. No caso das tintas ricas em zinco, a mistura deve ser sempre mecânica.

A operação de mistura em recipientes abertos deve ser feita em local bem ventilado e distante de
centelhas ou chamas.

A utilização de fluxo de ar sob a superfície da tinta, com a finalidade de misturá-la ou homogeneizá-la,


não é permitida em nenhum caso.
Caso se tenha formado nata, pele ou espessamento, em lata recentemente aberta, a tinta deve ser
rejeitada.

Quando a homogeneização for manual e seja constatada a presença de sedimentação, a fração não
sedimentada da tinta deve ser despejada para um recipiente limpo. Em seguida, deve-se dispersar o
material do fundo do recipiente por meio de uma espátula larga, homogeneizando-se o pigmento com o
veículo. A parte não sedimentada retirada deve ser reincorporada à tinta, sob agitação, de modo a obter
uma composição homogênea.
A mistura, homogeneização e diluição só devem ser feitas por ocasião da aplicação.
As tintas não devem permanecer nos depósitos dos pulverizadores e baldes dos pintores de um dia para o
outro. Neste caso, as sobras de tinta devem ser recolhidas para um recipiente, que deve ser fechado, e
novamente misturadas e/ou homogeneizadas antes de serem usadas novamente.

As tintas a serem pulverizadas podem requerer diluição quando não for possível, por meio de ajustagem
ou regulagem do equipamento de pulverização e de pressão de ar, obter aplicação satisfatória.

Quando houver real necessidade de diluição das tintas, desde que autorizado previamente pelo
responsável técnico, deve ser usado o diluente especificado pelo fabricante da tinta, não sendo permitido
ultrapassar o percentual máximo de diluente especificado no boletim técnico do produto, em função do
método de aplicação a ser utilizado.

Nas tintas de 2 ou mais componentes de cura química, deve ser respeitado o tempo de indução e o
tempo de vida útil da mistura (“pot life”).

Não é permitida a adição de secantes à tinta.

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4.13.1 Propriedades específicas


Como já citado anteriormente, no item 13.2 deste procedimento, as tintas que curam por polimerização
química possuem ainda algumas particularidades, que são importantíssima, tanto na hora da preparação
quanto da aplicação das tintas, tais como:
 Pot-life - tempo de vida útil da mistura;
 Shelf-life - tempo de vida útil da tinta (validade de armazenamento);
 Tempo de indução - tempo mínimo, após a mistura dos componentes, que se deve esperar para se
iniciar a aplicação da tinta. Este tempo é em média 15 minutos;
 Tempo de secagem ao toque - É quando a tinta aplicada está livre de pegajosidade;
 Tempo de secagem para repintura - Tempo este que é indicado pelo fabricante da tinta,
estabelecendo o tempo mínimo e máximo para aplicação da demão subsequente e ou transporte da
peça pintada.
 Tempo de cura total – Tempo em que a tinta está totalmente curada. Todo seu processo de secagem
terminou.

4.14 APLICAÇÃO DE ESQUEMA DE PINTURA – NORMAS TÉCNICAS


Na seleção ou elaboração de um esquema de pintura, principalmente aqueles destinados a proteção
anticorrosiva, diversos fatores são levados em consideração, a fim de se obter o desempenho esperado.
Os mais importantes são:
 Condições de exposição das superfícies (submersa, enterrada ou exposição atmosférica);
 Agressividade do meio corrosivo ao qual o material ficará exposto;
 Condições operacionais de trabalho (temperatura, abrasão, etc.);
 Equipamentos ou instalações de grande importância, de difícil manutenção, necessitam de esquema
de pintura de alta performance.

Na aplicação de um esquema de pintura, o pintor industrial deve observar, qual o tipo do tratamento ele
deve realizar, considerando o grau de intemperismo do aço; qual o perfil de rugosidade deve ser
alcançado, quando exigido; quais tintas deverão ser utilizadas e seus prazos de repintura; qual a
espessura de película seca deve alcançar e para isso realizar o calculo de espessura de pelicula umida e
acompanhar sua espessura durante a aplicação;

4.15 APLICAÇÃO DA TINTA PELO MÉTODO DE ROLO E TRINCHA


O esquema de pintura deve ser sempre aplicado com tintas de um mesmo fabricante, inclusive na pintura
de fábrica.

A pintura promocional ou de fábrica (“shop primer”) porventura aplicada, deve ser removida
imediatamente antes da aplicação dos esquemas de pintura especificados nesta Norma, salvo nos casos
em que o fabricante assegure a integridade e o desempenho do esquema de pintura.

Em equipamentos ou tubulações a serem soldados durante a montagem, deve ser deixada uma faixa de 5
cm sem pintura em cada extremidade do tubo e região do equipamento a ser s oldada, que deve receber
preparo de superfície e pintura após a soldagem e testes.

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Antes da aplicação da tinta de fundo, as superfícies submetidas ao jateamento abrasivo ou ao


hidrojateamento devem ser inspecionadas quanto a pontos de corrosão, presença de graxa, umidade,
salinidade e outros contaminantes.

Frestas, cantos e depressões devem ser vedados por meio de solda, quando aplicável, massa epóxi ou
revestimentos anticorrosivos aprovados.
A vedação por meio de massa epóxi ou revestimentos anticorrosivos pode ser executada após a
preparação de superfície ou logo após a aplicação da tinta de fundo.

Toda a superfície, antes da aplicação de cada demão de tinta, deve sofrer um processo de limpeza por
meio de aspirador, escova ou pano úmido para remover a poeira. O processo de limpeza deve ser
definido em função das condições específicas de cada trabalho.

A pintura de reforço nos pontos críticos, tais como regiões soldadas, porcas e parafusos, cantos vivos,
cavidades e fendas, alvéolos e pites, flanges e válvulas flangeadas, bordas e quinas de vigas, deve ser
executada obrigatoriamente com trincha no substrato e entre cada demão aplicada (“stripe coat”),
exceto para tintas inorgânicas ricas em zinco.

4.15.1 Aplicação por Trincha

A trincha deve ser de fibra natural vegetal ou animal, deve ser sempre utilizada em cordões de solda,
superfícies irregulares, cantos vivos e cavidades, exceto quando a tinta for à base de silicatos inorgânicos.
A largura máxima deve ser de 125mm (5”). A aplicação não pode apresentar marcas de trincha após
secagem. Escorrimentos ou ondulações devem ser corrigidos imediatamente com a trincha.
A aplicação deve ser feita de modo que a película não apresente marcas acentuadas de trincha após a
secagem.
É também utilizada para a correção de escorrimento ou ondulações.

Stripe coat – Uma demão de reforço deve ser aplicada sempre antes da aplicação do esquema de pintura
em cordões de solda, siperfícies irregulares, cantos vivos e cavidades, afim de garantir uma melhor
cobertura dessas áreas.

Nota: A trincha é um dos elementos mais importantes durante a aplicação do esquema de pintura, ele
promove todos os “recortes” das áreas provenientes de difícil acesso, ou onde sua função se torna
obrigatória como informado acima.

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4.15.2 Aplicação por rolo


Os rolos podem ser fabricados com pele de carneiro ou lã sintética (acrílica) para tintas à base de água ou
de solventes e de espuma de poliuretano somente para tintas à base de água (incham e se desmancham
quando usados com tintas à base de solventes orgânicos).

Os rolos são fornecidos com comprimento de pêlos de 6 mm até 23 mm. Os de pêlos longos carregam
mais tinta e são adequados para superfícies irregulares, porém deixam marcas em relevo como casca de
laranja.

Os de pêlos curtos evitam formação de espuma e dão acabamento mais liso e uniforme, porém a
espessura da camada de tinta fica mais baixa. O miolo dos rolos pode ser um tubo de resina fenólica ou
de polipropileno, ambos resistentes aos solventes. As larguras dos rolos variam de 75 mm até 230 mm.

Para pintura cantoneiras e perfis estreitos, são usados os de 100 mm. Deve ser utilizado para pintura de
extensas áreas planas, cilíndricas e esféricas de raio longo, exceto quando se tratar de tinta à base de
silicatos inorgânicos.

A aplicação da primeira demão deve ser feita em faixas paralelas e a demão seguinte deve ser dada em
sentido transversal (cruzado) à anterior. Sempre que possível, iniciar a pintura pela parte superior.
Passes cruzado - A aplicação deve sempre ser realizada em faixas paralelas com demãos cruzadas, para
que haja perfeito fechamento do filme.
Overlapping - Entre faixas adjacentes, deve ser dada uma sobreposição de 50mm entre um passe e outro,
evitando assim regiões com falhas de aplicação ou espessura.

4.15.3 Outras formas de aplicação de tintas


 Pistola convencional
 Pistola sem ar (air less)
 Pintura por imersão
 Pintura eletrostática
 Entre outras

4.16 MEDIÇÃO DE ESPESSURA DE PELÍCULA ÚMIDA


Película úmida, é o estado da tinta logo após ser aplicada na superfície.

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O controle de espessura de película úmida é super importante no controle da espessura do esquema de


pintura aplicado. Já que medindo a sua espessura, poderemos saber qual a espessura de película secar
teremos.
O Pintor Industrial N1, precisa saber realizar medições durante a aplicação da tinta, afim de manter um
padrão de espessura dentro do determinado pelo esquema de pintuta.
A medição e acompanhamento da espessura da película úmida, evitará que se tenha falha de pintura por
falta ou escesso de espessura de película seca.
Durante a aplicação da tinta, a medição da EPU deve ser criteriosamente executada pelo pintor e
acompanhada pelo inspetor de pintura, de modo a evitar variações inaceitáveis na espessura de película
seca.
Deve ser realizado em tubulações, pelo menos, uma medição para cada 10 m ou fração do
Comprimento e Para os demais itens objeto desta Norma, deve ser realizado um número de medições
correspondente, em valor absoluto, a 20 % da área total pintada.
A espessura de película úmida (EPU) é obtida pelo resultado da divisão da Espessura de película seca (EPS)
que se pretende alcaçar pelo valor do percentual de Sólidos por Volume da tinta utilizada (SV),
multiplicado por 100. (conforme N13) ou ainda, conforme item 7 desde procedimento: multiplicando EPS
por 10 e dividindo o valor pela porcentagem de sólido por volumes: (EPU = EPS x 100).
SV
Qualquer medida encontrada abaixo deste valor deve ser corrigida imediatamente.
Pente de medição de película úmida:

4.17 RETOQUE NO ESQUEMA DE PINTURA


Pode parecer de pouca importância, uma área de retoques de na média de 2 a 4% de uma estrutura, Área
essa considerada pequena em função do todo. Mas, este pequeno percentual é o suficiente para a
“delaminação” ou o início do processo de corrosão que pode gerar um verdadeiro desastre.

Obviamente, muitos casos que temos de tratar são áreas maiores que as citadas, no caso de uma obra de
manutenção por exemplo, mas mesmo em obras novas, temos que estar muito atentos para as regiões de
retoque, pois geralmente, são áreas onde o processo de corrosão, assim como em frestas, soldas e quinas
vivas se inicia.

Alguns pontos que precisam ser seguidos na pintura de retoque:


 Dê sempre preferência à trincha para os retoques, ela promove melhor aderência mecânica;
 O local deve estar limpo, sem poeira, óleo ou qualquer outro contaminante.

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 O tratamento deve ser efetuado, da mesma forma que para área grande, seguindo o procedimento e o
esquema de pintura original.
 Deve ser sempre verificado a compatibilidade das tintas, para caso de obra de manutenção.
 O retoque será realizado na área preparada e deve estender-se numa área adjacente de 5cm;
 É necessário chanfrar as bordas da tinta existente para uma perfeita aderência da tinta.
 A pintura de retoque, deve ser sempre realizado forma geométrica quadrada, para uma perfeita
identificação e qualidade do trabalho.

4.18 CONTROLE DE QUALIDADE DA APLICAÇÃO DO ESQUEMA DE PINTURA – PONTOS


DE RETENÇÃO
Antes ou após determinadas tarefas, o pintor Industrial N1 deve aguardar até receber a aprovação de um
inspetor de Pintura Industrial devidamente certificado conforme Normas Técnicas Nacionais e/ou
Internacionais para continuar sua atividade.
 Antes de iniciar a preparação de superfície, para que aprove a inexistência de óleo, graxa ou outro
contaminante.
 Após a preparação da superfície e antes do início da aplicação do esquema de pintura para aprovação
do grau de tratamento, verificação do perfil de rugosidade e teor de salinidade da superfície quando
aplicável.
 Antes de iniciar a preparação de tintas, verificar se as mesmas estão aprovadas para utilização.
 Antes da aplicação de uma nova demão de tinta do esquema de pintura, para verificar a espessura de
película seca.
 Após o término de cada demão do esquema e após o último para verificação de falhas e defeitos.

4.18.1 Inspeções e instrumentos


Medição de rugosidade - rugosímetro:

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Medição de espessura de película seca – Medidor de espessura seca:

Teste de salinidade – kit bresle.

4.19 FALHAS E DEFEITOS NA APLICAÇÃO COM ROLO E TRINCHA


O reconhecimento do tipo de defeito que encontramos na pintura industrial no campo, sua causa e como
corrigi-lo prontamente, reduz o custo da manutenção, enquanto permitem manter uma aparência
estética de alto nível de aceitação. Os principais defeitos, causa e correção, são:
Escorrimento - Excessiva fluidez da tinta em superfícies verticais, pode ter a forma cordões (leve) ou
cortina (pesado).
Causa: Diluição excessiva, excesso de tinta, etc.
Correção: Usar a trincha, lixar e aplicar outra demão.

Casca de laranja - O filme exibe picos e vales.


Causa: Tinta muito viscosa, solventes de evaporação muito rápida.
Correção: Usar a trincha, lixar e aplicar outra demão.

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Espessura irregular - Falta de uniformidade do filme, fora da tolerância média, apresentando pouca
cobertura, podendo até favorecer a corrosão.
Causa: Falta de habilidade do pintor, trincha ou rolo inadequados, tinta muito viscosa, falta de controle
do filme úmido.
Correção: Aplicar outra demão, lixar e procurar uniformizar com outra demão.

Poros - A pintura apresenta descontinuidades em forma de orifícios, visíveis ou não a olho nu.
Causa: Oclusão de ar ou solvente no filme, superfície contaminada, temperatura da superfície alta.
Correção: Corrigir aplicação, lixar e aplicar outra demão.

Inclusão de pelos - A pintura fica impregnada de pelos ou fiapos.


Causa: Contaminação da superfície pintada por pelos de rolo, trincha, trapos, etc.
Correção: Remover as impurezas e retocar, lixar e retocar.

Outros defeitos:
 Crateras
 Sangramento
 Bolhas
 Enrugamento
 Fervura
 Manchas
 Falta de Aderência
 Empolamento
 Over spray

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4.20 NOÇÕES DO TESTE DE ADERENCIA DA PELÍCULA E DO TESTE DE


DESCONTINUIDADE NO ESQUEMA DE PINTURA

4.20.1 Teste de aderência


O teste de aderência, é realizado para se medir tanto o poder de adesão do esquema de pintura ao
substrato e entre as tintas, como o poder de coesão das tintas aplicadas.

O teste de aderência deve ser efetuado quando determinado pelo procedimento de pintura, geralmente
sempre após a aplicação de todo o esquema de pintura e decorrido o tempo de cura.

O teste é realizado a cada 100 metros lineares no caso de tubulações e em 1% da área total no caso de
estruturas e equipamento. (200 m² de área = 2 testes)

Pode ser realizado o teste em “X”, seguindo a norma ABNT-NBR-11003 para esquemas com espessura de
até 100 µm (micrometros) ou por meio de PULL OFF conforme norma ABNT NBR 15877, dependendo do
procedimento.

4.20.2 Teste em “X” - ABNT-NBR-11003


É realizado dois cortes de 40 mm de comprimento cada um, interceptados ao meio, formando o menor
ângulo entre 35° e 45°, devendo os cortes alcançar o substrato em apenas um movimento uniforme e
contínuo.

É aplicado 10 cm de fita adesiva especifica no centro da interseção, na direção dos ângulos menores.

A fita é removida em um intervalo de 1 min a 2 min da aplicação, puxando a firme e continuamente com
uma velocidade aproximada de 20 cm/s e um ângulo tão próximo de 180° quanto possível.

O resultado é confrontado com a tabela da norma ABNT NBR 11003 para aprovação ou rejeição.

4.20.3 PULL OFF - ABNT NBR 15877


O ensaio de arrancamento (pull-off test) geral é executado prendendo-se uma peça de ensaio (pino, dolly)
perpendicular à superfície do revestimento com um adesivo. Após a cura do adesivo, o dispositivo de
tração do aparelho é conectado à peça de ensaio e alinhado para aplicar tensão perpendicularmente à
superfície sob ensaio.

A força aplicada à peça de ensaio é, então, gradativamente aumentada e monitorada a té que uma placa
de material se desprenda, ou um determinado valor seja atingido. Quando uma placa de material é
desprendida, a superfície exposta representa o plano de resistência limitativa no sistema.

As informações deste documento são propriedade do Colégio Oceantec sendo proibida a utilização fora da sua finalidade.
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A natureza da falha é qualificada de acordo com o percentual de falhas adesivas e coesivas, e as interfaces
e camadas reais envolvidas. A resistência ao arrancamento é calculada com base na carga máxima
indicada, nos dados de calibração do instrumento e na área de superfície original submetida à tensão.

Dolly (Y)
Adesivo (Z)
2° demão (C)
1° demão (B)
Substrato (A)

Y Falha de aderência entre o Dolly e o adesivo.


Z Falha de aderência entre o adesivo e o revestimento.
A/B Falha de aderência entre o revestimento e o substrato, expondo o substrato.
B/C, C/D… Falhas de aderência entre demãos.
B, C, D... Falhas de coesão no interior da camada de tinta.

CRITERIO DE ACEITAÇÃO: MINIMO DE 120 Kgf/cm2 ou 12 Mpa.

4.20.4 Teste de descontinuidade – ABNT NBR 16172


O teste de descontinuidade é realizado para se verificar falhas de descontinuidades na película de tinta
aplicada e porosidades que permitam a entrada do eletrólito até a substrato, iniciando assim o processo
de corrosão.
Este teste deve ser feito sempre que a norma de pintura do equipamento ou tubulação assim o
determinar e deve ser executado conforme ABNT NBR 16172.

O teste de determinação de descontinuidade deve ser efetuado após decorrido o tempo de cura total da
última demão da tinta de acabamento.

O teste deve ser realizado em 100% da área a ser inspecionada.

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A superfície examinada não deve apresentar descontinuidades, devendo ser retocada a região que
apresentar defeitos.

5. REGISTROS
COLÉGIO LONG BEACH LTDA ME CNPJ nº 15.576.832/0001-28
Rodovia Washington Luiz, n.º 16.481 lj 201 – Chácaras Rio-Petrópolis – D de Caxias/ RJ
cep 25.213-005 tel e zap: (21) 2776-1010
site: www.oceantecsolutions.com * e mail: colegiooceantec@gmail.com

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