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Departamento de Geografia
Disciplina: Biogeografia - GGE 0019
Turma B1 - 2020.2
Professora: Rita de Cássia M. Montezuma
Introdução
Ecologia da Paisagem
Diante de todo esse cenário histórico abordado anteriormente, cuja diversos cientistas
desenvolviam seus estudos e suas teorias desassociando o ser humano do meio ambiente, em
meados do século XX, surge a Ecologia da Paisagem com o objetivo de incluir o ser humano,
a sociedade e o meio físico de forma integrada. Sua origem ocorreu na Europa Central e
Ocidental. Em 1984 Naveh e Lieberman escreveram o primeiro trabalho sobre o tema, em
inglês, posteriormente introduzindo nos EUA e em outros países de língua inglesa, porém
inicialmente a Alemanha e a Holanda foram os primeiros países que elaboraram as maiores
quantidades de trabalho sobre o tema.
Em 1939 o termo Ecologia da Paisagem foi usado por Troll para nomear uma
disciplina científica, pois o mesmo estudava questões relacionadas ao uso da terra por meio de
fotografias aéreas e interpretação das paisagens. Tendo também como objetivo incentivar uma
colaboração entre a Geografia e a Ecologia. Nucci aponta que para Zonnevel (1990), o termo
Ecologia da Paisagem usado por Troll foi uma tentativa de unir a Geografia (paisagem) com a
Biologia (Ecologia).
A utilização de “Paisagem” como um termo científico-geográfico ocorreu no início do
século XIX por A. von Humbolt. Na língua alemã, o termo paisagem contém uma conotação
geográfico-espacial, diferenciando deste termo nas áreas das artes e da literatura. Paisagem
para os biogeógrafos da europa não era observada como grande parte dos arquitetos da
paisagem, a partir de uma visão estética, também não era vista como a maioria dos geógrafos,
que a observava como parte do ambiente físico, mas sim como uma entidade espacial e visual
da totalidade do espaço de vida humano, integrando geosfera, biosfera e noosfera.
Em suas pesquisas, Neef destacou o caráter interdisciplinar da Ecologia da Paisagem.
Outros geógrafos e ecólogos também fizeram esse apontamento:
Ecologia no Brasil
A Ecologia como primeiro curso de graduação em uma Universidade Pública, foi
implantada no Brasil em 1976, no Instituto de Biociências da UNESP – Rio Claro/SP, porém
o seu reconhecimento pelo Ministério da Educação ocorreu em 1981. Apresentando uma
proposta de formação de profissionais capacitados para o reconhecimento da estrutura e do
funcionamento dos ecossistemas naturais, a fim de identificar problemas causados pelas
atividades humanas, encontrando soluções e resolvendo tais problemáticas. A grade
curricular foi implementada em 1995 incluindo as áreas do conhecimento como ciências
biológicas, ciências da terra, ciências exatas e ciências humanas. Sendo considerada uma
ciência multidisciplinar incluindo a Zoologia, Botânica, Genética, Etologia, Geociências,
Microbiologia, Ciências Sociais e Estatística.
Até a presente escrita o autor havia constatado que este era o pioneiro e provavelmente
o único curso de Ecologia na graduação, porém em cursos de pós-graduação há diversos, em
diferentes partes do Brasil. Em pesquisa o autor também constatou que o seu currículo
enfatiza as disciplinas das Ciências Biológicas, fazendo algumas referências às Ciências
Exatas com pouca disciplina das Ciências Sociais. Observando as grades curricular dos cursos
de graduação, pós-graduação, os títulos dos trabalhos de teses, dissertações e publicações
apresentam uma percepção de que o ser humano e a sociedade são sempre vistos como
agentes que destroem os recursos naturais, eliminam espécies e ecossistemas, comprometendo
os serviços oferecidos pela biosfera, causando impactos como a poluição do ar, da água e do
solo, ou seja, o homem é visto constantemente como um vilão.
Nucci afirma que Morin (2000) aponta a necessidade da Ecologia recorrer a múltiplas
disciplinas físicas, biológicas e às ciências humanas para analisar as interações entre o mundo
humano e a biosfera, pois raramente as pesquisas têm se voltado para as questões do ser
humano e da sociedade. O mesmo deve acontecer nas disciplinas de Ecologia dos cursos de
Ciências Biológicas. Assim como nos livros didáticos para o Ensino Fundamental e Médio,
também na graduação e na pós-graduação que geralmente abordam o funcionamento dos
ecossistemas e a importância da conservação da natureza. Observando os anais do VI
Congresso de Ecologia no Brasil os trabalhos apresentados na área da Ecologia da Paisagem
apresentam uma visão da escola americana quantitativa desvalorizando o ser humano e
enfatizando os aspectos biológicos.
Apoiando-se em Klink (1981) e Monteiro (1978), Nucci afirma que a Ecologia da
Paisagem deveria ser utilizada para a elaboração do planejamento geral e do planejamento
urbano e não ser utilizado apenas para estudos das unidades naturais, sendo também usada de
forma interdisciplinar com o objetivo de entender a complexidade do ambiente.
Corredores Ecológicos
A conectividade e continuidade dos fluxos de matéria e energia pela cadeia trófica
devem ser garantidas pela fluidez de espaços contíguos. Montezuma e Gomes (2010) em sua
pesquisa intitulada: Conectando cidades e florestas: o caso do município de Nova Iguaçu,
expõem que, segundo Forman (1995), Forman e Godron (1986), Corredor Ecológico é
caracterizado por uma faixa que difere do seu entorno e permeia uma área, podendo ser
isolado ou ligado a algum fragmento ou algum tipo de vegetação similar.
Ainda citando Forman (1995), as autoras afirmam que os corredores ecológicos são de
extrema importância para a sociedade, pois eles protegem a biodiversidade, preservando as
espécies raras e ameaçadas de extinção, contribui como rotas de dispersão; favorecem o
manejo de recursos hídricos, preservando suas águas e suas espécies aquáticas; funcionam
como quebra-vento e ajudando no controle da erosão do solo; pode ser utilizado como área de
recreação, caminhada, ciclismo, canoagem, etc.; os cinturões verdes promovem a coesão
cultural, através da identificação de vizinhança e funcionam como barreiras topográficas
regionais que promovem a diversidade cultural; os corredores também podem ser utilizados
como rotas de dispersão de espécies isoladas em reservas da natureza e faixas costeiras que
sofrem ameaças pelo aumento do nível do mar em eventos de mudanças climáticas. Estradas,
cercas, linhas de transmissão, canais, etc. são exemplos de corredores ecológicos.
Os corredores ecológicos no Brasil tem suas áreas regulamentadas pela Lei n. 9.985,
de 18/07/2000. Esta lei regulamenta o artigo 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição
Federal, instituindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Sua origem
ocorreu a partir dos dados do Projeto Corredores Ecológicos do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), através do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais no Brasil. De
acordo com o MMA (2009) os corredores ecológicos são considerados cordões de vegetação
nativa, que são os corredores ecológicos, conectados aos fragmentos localizados nos chamado
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), podendo ocorrer nas Terras
Indígenas, nas áreas de interstícios entre estas e nas Unidade de Conservação, podendo
pertencer ao domínio público ou privado.
Ainda de acordo com a lei de n. 9.985, no Art. 2º do Capítulo I, corredores ecológicos
são definidos como:
porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação,
que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a
dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a
manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com
extensão maior do que aquela das unidades individuais (BRASIL, 2000).
Dentre diversos outros aspectos, no art. 5º do Capítulo II afirma que o SNUC será
regido por diretrizes que:
busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de unidades de
conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas respectivas
zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades
de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e
recuperação dos ecossistemas (BRASIL,2000)
De acordo com o Art. 20 a Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área
natural que abriga populações tradicionais, tendo sua existência ao longo de gerações por
meio dos sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, portanto desempenham
um papel importante na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Portanto no seu §6º afirma que o Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento
Sustentável definirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e
corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade (BRASIL
2000).
No que se refere a criação, implantação e gestão da Unidades de Conservação, no Art.
25 do Capítulo IV aponta que as Unidades de conservação devem possuir uma zona de
amortecimento e havendo necessidade de corredores ecológicos. Ainda nos 1º e 2º § diz que
os órgãos se responsabilizarão pela administração da unidade, deverá elaborar as normas
específicas para a regulamentação, ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e
dos seus corredores ecológicos. Tais normas e os limites da zona de amortecimento e dos
corredores ecológicos poderão ser definidos no ato da criação da unidade ou posteriormente.
Ainda no que se refere ao Capítulo IV, no Art. 27 estabelece que as unidades de
conservação devem dispor de um Plano de Manejo. E em seu § 1º diz que este plano deve
abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores
ecológicos, promovendo a integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.
Para finalizar, no que se refere à lei federal de n. 9.985, no Capítulo V que trata dos
incentivos, isenções e das penalidades, no Art. 38 ressalta que a ação ou omissão por parte das
pessoas físicas ou jurídicas, na falta de cumprimento desta lei, no dano à flora, à fauna e aos
demais atributos naturais das unidades de conservação, de suas instalações, às zonas de
amortecimento e aos corredores ecológicos serão considerados como infratores e estarão
sujeitos às sanções previstas em lei.
Figura 2: Delimitação pela linha verde clara da APARU da Serra da Misericórdia com o entorno dos
27 bairros da AP-3 por ela abrangidos - destaque-se em verde os maciços, dentre os quais Sapê,
Serrinha, Dendê, Juramento, Urubus, Misericórdia (Caricó, Alemão e Pedra da Bicuda), Adeus e
Pedra da Penha (Disponível em: verdejar.org/o-macico)
Assim, uma série de estudos para regulamentação de leis complementares que rejam a
proteção ao meio ambiente da cidade do Rio de Janeiro passa a ser planejada de modo a
garantir corredores ecológicos de conservação e recuperação da biodiversidade da Mata
Atlântica originária. Paralelo a isso ocorre um importante avanço que é o reconhecimento do
Mosaico Carioca pela Portaria 245 de 2011 do Ministério do Meio Ambiente com base no
decreto federal 4.340 de 2002 sobre o dispositivo dos mosaicos previstos no SNUC. Esse
encadeamento de base legal provocou que a Secretaria de Meio Ambiente (SMAC) elaborasse
resolução para instituir grupos de trabalho para planejamento dos Corredores Verdes, que
viriam a ser os corredores ecológicos a consolidar a conexão entre as UCs reconhecidas no
Mosaico Carioca, com relatório finalizado em 2012, posteriormente um projeto de lei
complementar nº. 30 de 2013 a fim de instituir um Código Ambiental Municipal, que criaria o
Sistema de Áreas Verdes e Espaços Livres (SAVEL), e em 2015 a elaboração do Plano
Diretor de Arborização Urbana, conforme estabelecido no artigo 182, parágrafo único e no
artigo 183, inciso II, e o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica,
esse último tendo sido aprovado em 2020.
Em 2013, passa a tramitar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro o Projeto de Lei
Complementar 30 de 2013 a fim de regulamentar a política de meio ambiente municipal
prevista no PDDUS de 2011 através da instituição do Código Ambiental do município. Nessa
intencionalidade legal estaria previsto o instituto do Sistema de Áreas Verdes e Espaços
Livres (SAVEL) conceituado no Anexo I deste PLC da seguinte forma:
“52. Sistema de Áreas Verdes e Espaços Livres - SAVEL do Município: é composto
pelo conjunto dos espaços livres urbanos, com ou sem vegetação, que apresentem,
ou não, relação de conectividade e complementaridade e que constituam um sistema
complexo, inter-relacionado com outros sistemas urbanos, aos quais se possam se
sobrepor, total ou parcialmente, enquanto sistemas de ações e instrumento de
ordenamento do território, exerce múltiplos papéis, por vezes sobrepostos, que
englobam a circulação e a drenagem urbanas, as atividades de lazer, o convívio
social, o conforto, a preservação, a conservação e a requalificação ambientais e a
compatibilização do desenvolvimento social e econômico com a proteção do próprio
sistema;” (PLC 30/2013 - Anexo I)
Contudo tal instrumento legal ainda não teve sua tramitação concluída na Câmara
Municipal, de forma que ainda não integra o arcabouço legal vigente que rege as políticas de
uso e ocupação do solo urbano, no entanto demonstra uma intencionalidade da estruturação de
corredores ecológicos através do sistema de espaços livres no meio urbano.
As principais áreas com possibilidade de implantação de corredores ecológicos que
conectassem o maciço da Serra da Misericórdia, juntamente à do Juramento e à Serrinha, aos
fragmentos próximos pertencentes ao Mosaico Carioca, como a APA da Serra dos Pretos
Forros, seriam as faixas non-aedificandi das linhas de transmissão de energia, contudo estas
também são fortemente descontinuadas pelas barreiras das grandes avenidas, mas
principalmente dos ramais ferroviários que cortam a região na altura dos bairros de Madureira
e Cascadura.
Segue um exemplo de um mapeamento proposto de corredores ecológicos elaborado
pelo Grupo de Trabalho Corredores Verdes (2012) a fim de conectar o fragmento de
recuperação florestal das vertentes da APA da Serra dos Pretos Forros, de conexão direta ao
Parque Nacional da Tijuca, através de um sistema de espaços livres constituído por terrenos
públicos, privados e faixas de linhas de transmissão de energia desde os bairros de Quintino
Bocaiúva e Cascadura, passando por Madureira e Turiaçu, aos Morros da Serrinha, do Dendê
e do Sapê, integrantes da cadeia da Serra do Juramento e da Misericórdia na abrangência da
APARU da Serra da Misericórdia.
Este constitui parte de um estudo conjunto elaborado para subsidiar esse programa de
Corredores Verdes a ser instituído pelo Plano Diretor de Arborização Urbana e pelo Plano
Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica. Contudo, assim como Gomes e
Montezuma (2010) sugerem para o caso estudado da cidade de Nova Iguaçu, também caberia
aqui aplicar a proposta por elas formulada em que “uma intervenção urbana que considerasse
um modelo de arborização de ruas, parques e jardins públicos, e o fomento à população para a
utilização de espécies nativas nos espaços privados, tais como jardins, escolas e quintais,
poderia constituir um corredor arbóreo-arbustivo de forma a melhor conectar tais áreas à
cidade, na escala espacial do município” (p. 7) como instrumentos de parâmetro
urbanístico-ambiental a serem estimulados nos planos de manejo da APA da Serra dos Pretos
Forros e da APARU da Serra da Misericórdia. Contudo tais áreas de proteção ainda não
tiveram seus planos de manejo elaborados.
Proposta Didática
A educação ambiental é uma importante base de sustentação à importância da
Biogeografia ao debate urbano, assim com base nos conceitos e recorte apresentados, a
proposta didática, que se encontra detalhada no Anexo I, se desenvolverá segundo o tema
“Meio ambiente - Mapeamento e arborização da escola e do seu entorno”. Essa proposta
tem como Objetivo Geral desenvolver a conscientização dos alunos em relação à
importância da preservação do meio ambiente, levando em consideração todos os espaços de
circulação dos alunos, como por exemplo: o bairro e a escola.
A proposta será desenvolvida no formato de Sequência didática e as aulas serão
propostas de forma interdisciplinar com o objetivo de envolver outras disciplinas na sua
realização. A proposta se estenderá para os professores de Artes, Biologia, Educação física,
História, Matemática e Português. A sequência didática poderá ser elaborada pelo professor
de Geografia que irá apresentar aos demais professores com um convite para o
desenvolvimento e possíveis contribuições na proposta. A sequência didática foi elaborada
pensando nas turmas de Geografia do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano. O conteúdo foi
elaborado para a realização de 4 aulas. Havendo a necessidade, a quantidade de aulas
poderá ser ampliada. Dessa forma, será utilizada a avaliação continuada.
Os professores das demais disciplinas serão convidados a participarem da seguinte
maneira: Artes e Matemática: Participação e contribuição na elaboração de mapas; Biologia:
Contribuição na pesquisa das possíveis espécies existentes no bairro; Educação física:
Contribuição na elaboração da proposta da “Caminhada Ecológica”; História: Pesquisa e
levantamento da história do bairro, no que se refere às áreas arborizadas, desmatadas, etc. A
pesquisa poderá ser realizada com moradores antigos do bairro que irá relatar como era o
bairro antigamente e como está o bairro atualmente, em relação ao meio ambiente. O aluno
também poderá realizar pesquisas bibliográficas (livros, jornais, etc.). Português:
Contribuição nas atividades de escrita dos alunos.
Assim a sequência didática se organizaria em:
Para iniciar esta aula será proposto um debate sobre a questão do desmatamento e suas
consequências. Conteúdos: Desmatamento; Biodiversidade; A importância das áreas
florestadas; Mapa mental; e a Serra da Misericórdia. Objetivo: Pontuar de que forma
o desmatamento e a perca da biodiversidade tem contribuído para as transformações
na sociedade e na paisagem, causando também impactos no meio ambiente.
Nesta aula será proposto aos alunos que a turma organize uma atividade prática de
Arborização de uma área da escola ou do seu entorno e uma Caminhada Ecológica.
Toda elaboração será feita pelos alunos, eles deverão detalhar cada passo de como as
atividades práticas deverão ser desenvolvidas.
Dessa forma, pretende-se fixar a apreensão aos alunos através da vivência empírica do
cotidiano e da atividade dirigida à importância da conservação, preservação e proteção dos
espaços livres como áreas importantes à manutenção dos processos ecossistêmicos que
garantem a qualidade do meio biótico no ambiente urbano. Métodos, materiais e avaliações
encontram-se detalhados no Anexo.
Conclusão
Mediante a pesquisa exposta observamos que a consolidação da Ecologia como uma
ciência ocorreu durante o século XIX por meio de uma perspectiva mecanicista baseada na
teoria de diversos autores que enfatizavam a separação do ser humano dos estudos ecológicos.
Portanto, com a finalidade de resolver esta situação em meados do século XX, na Europa
Central, surge a Ecologia da Paisagem que passou a incluir o ser humano em suas pesquisas,
integrando-o à sociedade e ao meio físico.
Em vista disso, percebeu-se que a visão mecanicista não contribuiria para as questões
complexas da sociedade, então em 1928 o biólogo Ludwig von Bertalanffy desenvolveu a
Teoria Geral de Sistemas defendendo uma concepção que considerava o organismo como um
todo ou um sistema, incluindo, portanto toda natureza física, biológica e social. Englobando
os seres humanos neste processo.
Apesar da proposta da Ecologia da Paisagem sendo apresentada para contrapor a visão
mecanicista, foi observado que ela ainda não tem sido utilizada ao longo dos anos de forma
eficiente, a fim de contribuir para a compreensão do espaço como algo complexo.
Da mesma forma, os espaços urbanos sofreram um processo de fragmentação e
degradação, provocando a fragilização e muitas vezes a destruição da sua biodiversidade
nativa, e para a solução dessa fragmentação e restauração das áreas degradadas, criou-se a
implementação dos chamados Corredores Ecológicos, assim como também a manutenção e
conservação dos Sistemas de espaços livres, o que podemos ver nas tentativas de se
regulamentar programas de Corredores Verdes e Sistemas de Áreas Verdes e Espaços Livres
(SAVEL) a fim de permitir a manutenção do fluxo gênico da biodiversidade autóctone com a
dispersão ocorrendo através desses corredores interligando o Mosaico Carioca.
Do mesmo modo, ao observarmos o caso da Serra da Misericórdia na Zona Norte do
Rio de Janeiro, constatamos que de fato faz-se necessário que ocorra a consolidação de uma
rede de espaços que possibilite a preservação e recuperação dos fragmentos remanescentes da
Mata Atlântica existentes em meio ao ambiente urbano.
Referência Bibliográfica
BRASIL. Lei Federal Nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o,
incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm Acesso em: abril de 2021.
LAGO, Antônio e PADUA, José Augusto. O que é ecologia? 1ª edição eBook 2017.
Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt
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nlgbMbyE_a6MUkZ7KRXCDnSJQ#v=onepage&q=Ecologia&f=false. Acesso em: maio de
2021.
MOREIRA, Igor. O espaço geográfico – Geografia Geral e do Brasil. 44ª edição. Editora
ática. São Paulo, 1999.
NUCCI, João Carlos. Origem e desenvolvimento da Ecologia e da Ecologia da Paisagem.
Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, n. 1, p.77-99, jan./jun. 2007.
SIQUEIRA, Josafá Carlos de. Fundamentos de uma Biogeografia para o Espaço Urbano.
PESQUISAS, BOTÂNICA, n. 59, pp. 191-210. Instituto Anchietano de Pesquisas, São
Leopoldo, 2008.
Videos assistidos:
TURMA: A sequência didática foi elaborada pensando nas turmas de Geografia do Ensino
Fundamental do 6º ao 9º ano.
Para apresentação do tema, nesta primeira aula de abertura do projeto será realizado
um debate com os alunos, onde serão indagados com alguns questionamento sobre a situação
do meio ambiente atualmente. Os alunos deverão relatar suas impressões e opiniões sobre o
assunto, de forma geral (planeta) e local (bairro e regiões vizinhas). Após os alunos
responderem oralmente será apresentado um pequeno texto sobre os problemas ambientais.
Objetivo: Apresentar aos alunos a questão dos problemas ambientais no âmbito da questão
mundial em decorrência do processo de globalização, mediante ao avanço do capitalismo.
Solicitação de registro: Após a aula expositiva os alunos deverão realizar o registro, no seu
caderno, do texto apresentado.
Atividade de aula: Em seu caderno, escreva com suas palavras sobre os problemas ambientais
debatidos na aula. Cite em sua redação a atual situação do meio ambiente de forma geral
(planeta) e local (bairro e regiões vizinhas). Dê a sua opinião sobre o assunto, etc.
Atividade de casa: Pesquise em livros e sites da internet sobre o conceito de Espaços livres
urbanos. O aluno deverá escrever em seu caderno.
Trabalho avaliativo para ser entregue por cada aluno: Faça um mapeamento das áreas livres,
preservadas e degradadas do seu bairro.
Para iniciar esta aula será proposto um debate sobre a questão do desmatamento e suas
consequências.
Conteúdos: Desmatamento; Biodiversidade; A importância das áreas florestadas; Mapa
mental; e a Serra da Misericórdia.
Materiais e métodos: Data Show / Vídeo do YouTube, quadro branco, livro didático e lápis
de cor.
- Após a apresentação e leitura do texto didático será utilizado um vídeo do Youtube que
mostra o trabalho realizado pelo Projeto Verdejar que realiza atividades de agroecologia na
Serra da Misericórdia, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. O vídeo tem como título:
“Verdejar: o projeto que refloresta morro no Rio”. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=AfFEK1HhPlw
Solicitação de registro: Os alunos deverão anotar no caderno o que mais lhe chamar atenção
no vídeo para depois socializar com a turma.
Atividade de aula: Elabore um mapa mental do caminho que você percorre da sua casa até a
escola. Incluía os principais pontos de referência e crie uma legenda para eles.
Atividade de casa: Identifique as áreas e Espaços livres existentes no seu bairro e aponte quais
locais poderiamos realizar um projeto de arborização ou compor um corredor verde entre as
praças, jardins, terrenos baldios, etc.
Etapas de desenvolvimento: Para iniciar a aula os alunos serão indagados com os seguintes
questionamentos: Vocês sabem o que é um Planejamento ambiental?, Qual a importância da
realização do Planejamento ambiental? Etc.
Solicitação de registros e avaliação individual: O registro desta aula será realizada através
da escrita das respostas das indagações realizadas aos alunos no início da aula. E a sua
avaliação também será realizada através da participação dos alunos.
Atividade de Casa: 1 - Faça uma pesquisa sobre o tema da aula: Planejamento ambiental.
Pesquise quais são os principais projetos de lei que possibilitam que ocorra o planejamento
ambiental no Brasil em níveis Federais, Estadual e Municipal?
Depois responda a seguinte questão: Em sua opinião os projetos elaborados para a
realização do Planejamento ambiental no Brasil, no seu Munícipio e Bairro tem sido
implementado e desenvolvido de forma eficaz, a fim de contribuir para a preservação do meio
ambiente? Aponte os pontos positivos e negativos.
Trabalho em grupo: Forme grupo de até 4 ou 5 alunos e crie uma proposta de arborização em
uma área da escola ou do seu entorno. O grupo deverá elaborar um Mapa mental da área
escolhida, detalhar de forma escrita a proposta do grupo e listar os materiais que deverão ser
utilizados para a arborização (terra, vasos, nomes das mudas das plantas, etc). Em data
determinada pelo professor todos os grupos deverão apresentar para os demais grupos suas
propostas. Este trabalho também será utilizada com trabalho avaliativo.
Após a socialização de cada grupo, a turma deverá escolher de forma coletiva, de
forma amistosa ou por votação o local que deverá ser realizado o projeto de arborização.
Nesta aula será proposto aos alunos que a turma organize uma atividade prática de
Arborização de uma área da escola ou do seu entorno e uma Caminhada Ecológica. Toda
elaboração será feita pelos alunos, eles deverão detalhar cada passo de como as atividades
práticas deverão ser desenvolvidas.