Você está na página 1de 18

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO

“TRABALHO DE CAMPO”

HISTÓRIA DA ECOLOGIA.

Estudante: Dioclêncio Augusto Nhamposse

Código: 31210503

Xai-xai, Maio de 2023


“TRABALHO DE CAMPO”

HISTÓRIA DA ECOLOGIA

Estudante: Dioclêncio Augusto Nhamposse

Código: 31210503

Trabalho de campo de Ecologia e Gestão Ambiental

a ser submetido ao curso de Coordenação de

Licenciatura em Direito no ISCED.

Xai-xai, Maio de 2023


INDICE
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4

1.1. Objetivos ...................................................................................................................... 5

1.2. Objectivo geral ............................................................................................................. 5

1.3. Objectivo específico .................................................................................................... 5

1.4. Metodologia ................................................................................................................. 5

1.5. Referencial teórico ....................................................................................................... 5

CAPITULO II: REVISAO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO ................................ 6

2.1. HISTÓRICO DA ECOLOGIA .................................................................................... 6

2.2. Os primórdios .............................................................................................................. 7

2.3. Tempos de indefinição ................................................................................................. 8

2.4. Transição para a moderna Ecologia ............................................................................. 8

2.5. Histórico. .................................................................................................................. 9

2.6. Conceito unificador. ............................................................................................... 10

2.7. Áreas de estudo. ..................................................................................................... 11

2.8. Movimento ecológico. ............................................................................................ 13

2.9. Estruturação ............................................................................................................ 13

2.10. Modo de estudo da Ecologia .................................................................................. 14

CAPITULO III: COCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................... 16

CAPITULO IV: CONCLUSÃO............................................................................................... 17

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA. ......................................................................................... 18


1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A palavra ecologia foi empregada pela primeira vez pelo biólogo alemão E. Haeckel em 1866
em sua obra Generelle Morphologie der Organismen. Ecologia vem de duas palavras gregas:
Oikós que quer dizer casa, e logos que significa estudo. Ecologia significa, literalmente a
Ciência do Habitat. É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as
interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e seu meio. Nos dias atuais,
o termo “Ecologia” não corresponde a um bloco homogêneo e compacto de pensamento.
Inseridos nesse termo, podemos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas.
É fundamental, então, posicionar a Ecologia no âmbito de uma Ciência. A Ecologia começou a
se tornar Ciência em 1900. No entanto, suas raízes estão na história natural, que é tão antiga
quanto a própria humanidade. O interesse dos seres humanos pelo ambiente está arraigado
desde os primeiros tempos da nossa existência. Uma das condições fundamentais para a
sobrevivência da espécie humana desde os seus primórdios era o conhecimento sobre o seu
ambiente. Embora tal conhecimento não fosse um estudo acadêmico, ele era útil para fazer
associações entre o clima e as plantas ou sobre os locais de ocorrência dos animais. Nas
sociedades primitivas, esse conhecimento foi fundamental para suprir as necessidades básicas
do ser humano, como por exemplo, a alimentação, por meio da caça de animais e da coleta de
vegetais e, mais adiante, por meio da agricultura. Se nossos ancestrais não soubessem como
utilizar os recursos do ambiente, certamente não estaríamos aqui hoje. Até a década de 1960, a
Ecologia não era considerada uma disciplina relevante para a sociedade. Mas, à medida que a
civilização se tornou complexa, nossas necessidades acompanharam essa complexidade e
também se diversificaram. Se antes necessitávamos de recursos basicamente para a
alimentação, hoje precisamos de uma gama muito maior de recursos naturais. Paralelamente, o
nosso entendimento sobre o ambiente também se tornou mais complexo, além de fundamental,
e a Ecologia passou a ser uma Ciência com enorme relevância.

4
Objetivos
Objectivo geral
O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar o Historial da Ecologia.

Objectivo específico
 Conceito da Ecologia
 Estruturação
 Modo de estudo
Metodologia
O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde
com auxílio da internet buscou-se manuais com intuito de ter uma visão nítida dos principais
aspetos inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material adquirido no portal Google
académico, foi possível compilar o presente estudo

Referencial teórico
A Ecologia também se encarrega de estudar a abundância e distribuição dos seres vivos no
planeta Terra. Esta ciência é de extrema importância, pois os resultados de seus estudos
fornecem dados que revelam se os animais e os ecossistemas estão em perfeita harmonia. Numa
época em que o desmatamento e a extinção de várias espécies estão em andamento, o trabalho
dos ecologistas é de extrema importância. Através das informações geradas pelos estudos da
Ecologia, o homem pode planeiar acções que evitem a destruição da natureza, possibilitando
um futuro melhor para a humanidade.(KORMONDY, 2009)

5
2. CAPITULO II: REVISAO LITERARIA DO TRABALHO DE CAMPO
2.1.HISTÓRICO DA ECOLOGIA

Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a segundo plano por muitos
cientistas, a ecologia passou a ter destaque já no século XX como um dos mais populares
aspectos da biologia. Isto porque tornou-se evidente que a maioria dos problemas que o homem
vem enfrentando, como crescimento populacional, poluição ambiental, fome e todos os
problemas sociológicos e políticos atuais, são em grande parte ecológicos. A palavra ecologia
(do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para
designar a "relação dos animais com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão
meio ambiente inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve
relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de diferentes populações.
Essas interações entre os indivíduos, as populações e os organismos e seu ambiente formam
sistemas ecológicos, ou ecossistemas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das
inter-relações dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natureza", e
como "a biologia dos ecossistemas".

Haeckel propôs outras definições, mormente em 1868, quando ao ligar a tradição da


Biogeografia à Economia da Natureza, concebe a “oekologie ou distribuição geográfica dos
indivíduos ” como “a ciência do conjunto das relações dos indivíduos com o mundo ambiente
exterior, com as condições orgânicas e inorgânicas da existência ; o que se chamou a economia
da natureza, as relações mútuas de todos os indivíduos vivos num único e mesmo lugar, a sua
adaptação ao meio que os envolve, a sua transformação pela luta para viver ” (Acot, 1988 : 44).
Pode dizer-se que em Haeckel a Ecologia constitui-se até certo ponto no quadro científico e
ideológico da Economia da Natureza, dos equilíbrios naturais e da adaptação dos seres vivos às
suas condições de existência (Acot, 1988). Desde então a Ecologia conheceu significativas
alterações. Começando por ser mais descritiva que analítica e espacialmente localizada,
primeiro na Europa, depois no Novo Mundo, é hoje em dia cada vez mais universal. Por outro
lado, tendo sido mais estática que dinâmica e mais centrada no estudo das plantas que no estudo
dos animais, é nos nossos dias entendida como o ramo do saber que estuda as condições de
existência dos seres vivos e as interacções, de toda e qualquer natureza, entre todos os seres
vivos e os seus ambientes, estudo esse com base na abordagem sistémica. A moderna Ecologia
é também encarada numa perspectiva evolutiva, com a qual se procura explicar como os seres
vivos se modificaram e diversificaram ao longo do tempo e os mecanismos que levaram a essa
modificação, passando a incluir-se o Homem no processo evolutivo e, portanto, a considerá-lo
6
parte integrante da biosfera (Avelar e Pité, 1996). Ainda assim, a Ecologia Humana só a partir
da década de 70 do século XX foi adquirindo autonomia científica. E porque seria assim ? Ou
seja, existindo a Ecologia dos peixes ou a Ecologia das aves, porque não a Ecologia da espécie
humana ? Afinal, nesta também intervêm factores bióticos, com as suas relações
intraespecíficas e interespecíficas, e factores abióticos, que interferem na Ecologia das plantas
e dos animais. O que sucede é que o ser humano pertence a uma espécie muito peculiar,
biologicamente pouco dotada, vulnerável às doenças, que possui capacidade de comunicar com
grande eficácia, de alterar o ambiente natural e de construir ambientes. Ora, os ambientes
construídos são complexos e diversificados, integram elementos tão diferentes como a família,
a habitação, os transportes, o trabalho, a organização social, a actividadade política, a religião,
as emoções, os valores. Como diria Lessa (1984), o Homem é o único grupo zoológico dotado
de espiritualidade. Acresce que enquanto na Ecologia geral todas as espécies têm o mesmo
interesse (sinecologia), na nossa disciplina a espécie humana converte-se em grupo de
referência (auto-ecologia ou ecologia antropocêntrica). Ou seja, por um lado, o Homem, como
qualquer outro indivíduo, é parte integrante da ecosfera e assim é encarado, o que não distingue
a Ecologia Humana da Ecologia geral. Porém, e simultaneamente, a sua flexibilidade em termos
de conduta, a capacidade para controlar as respectivas vizinhanças imediatas e para desenvolver
cultura independentemente do ambiente, são maiores do que as dos outros organismos.

2.2.Os primórdios

A despeito da universalidade e da perenidade das relações Homem-Ambiente, só na última


centúria é que essas interacções foram equacionadas no plano científico, culminando um
percurso com avanços e recuos, controvérsias e equívocos, tanto no campo das ciências naturais
como entre os cientistas sociais (Borden, 1991 ; UNESCO, 1986 ; Young, 1983). Para melhor
se entender tal evolução, há que recuar ao início do século XX e constatar como, então, as
ciências naturais abriram o caminho à Ecologia Humana. Nessa altura, com efeito, temas como
simbiose, competição, luta pela sobrevivência, dominação, evolução e comunidade como uma
unidade, até aí de interesse exclusivo de ecólogos da natureza, passaram a interessar também
os cientistas sociais. A essa ponte que assim se estabelecia procurando encontrar semelhanças
entre os problemas estudados pelos biólogos e os cientistas sociais, seguiu-se nos anos 20 uma
outra concepção de Ecologia Humana que no entanto aparecia identificada com a Geografia
Humana (Barrows, 1923). É a fase do estudo da diversidade dos comportamentos no espaço e
das diferentes respostas sociais e culturais ao meio que na época mais fascinam os estudiosos
da Ecologia Humana.
7
2.3.Tempos de indefinição

Na sequência do grupo de Chicago como da “escola de ecologia cultural”, como ainda e por
extensão durante a II Guerra ou mesmo no período que imediatamente se lhe sucedeu, são em
geral inconsequentes as tentativas para integrar nas Ciências Sociais conceitos e métodos de
uma Ecologia Geral em expansão no panorama científico da época. Particularmente os anos 40-
60 correspondem a um período incaracterístico, que variou entre um antropocentrismo extremo
e uma visão redutora da Ecologia, inspirada em concepções deterministas sobre a influência do
ambiente sobre o Homem, o que suscitou reacções diversas, incluindo indiferença e
condescendência, no campo das Ciências Naturais e no das Ciências Sociais. Por um lado, o
crescente interesse dos cientistas sociais pelo estudo das relações Homem-Ambiente provocou
reservas entre os biólogos ecologistas, tanto mais que esse entusiasmo levou a que fosse
excluído o papel dos ambientes abiótico e biótico, perdendo-se assim a perspectiva holística
que hoje caracteriza a Ecologia Humana. Mas, por outro lado, também entre os cientistas sociais
surgiram reacções, já que apesar do interesse da investigação científica pelas relações Homem-
Ambiente ter permitido retirar a Ecologia do domínio quase exclusivo da Biologia e da
Geografia, continuava a cair-se não raro no extremo oposto.

2.4.Transição para a moderna Ecologia

Entretanto, depois da explosão, em 1945, da primeira bomba atómica e das consequências desse
desastre ecológico, Ehrlich (1971) lança um alerta sobre os efeitos acumulados da explosão
demográfica na biosfera, refletido no livro intitulado significativamente por Bomba “P” (P de
população) e, logo depois, em 1972, vem o Clube de Roma pugnar pela imposição de limites
ao crescimento, cujos fundamentos no entanto suscitam críticas e reservas (Sauvy, 1974 ;
Tamames, 1983 ; Jacob, 1999). De qualquer forma, conjugava-se um conjunto de circunstâncias
conducentes ao crescendo do interesse pelo estudo das relações Homem-Ambiente, nem sempre
isento do que Young chama de algum “provincianismo” e “chauvinismo”, patenteado não raro
por sociólogos, antropólogos e geógrafos, sobretudo, de par com biólogos, temperado pelos
contributos de outros cultores desses ramos do saber que procuram sublinhar a importância da
interdisciplinaridade. Já quase no termo dos anos 60 perfila-se a tentativa de afirmação de uma
Sociologia Ambiental, protagonizada por Catton e Dunlap (Young, 1983). É assim que para
ultrapassar os postulados antropocêntricos informadores das relações Homem- Ambiente, o que
aqueles autores chamam “paradigma da excepcionalidade humana”, contrapõem um “novo
paradigma ecológico”, tomando por axioma a dependência das sociedades humanas

8
relativamente aos ecossistemas naturais. A despeito do “novo paradigma ecológico” ensaiado
por Catton e Dunlap, o mesmo mereceu críticas centradas na própria operacionalização do que
se propunha, face ao elevado grau de abstracção do axioma de que parte o referido paradigma,
levando Buttel (1986) a propor uma teoria particular da Sociologia Ambiental para superar as
generalizações daqueles autores (Cardeira, 1996).

Posteriormente, ainda no tocante ao tratamento pela Sociologia das questões ambientais, Beck
e Giddens preconizam uma articulação entre as dimensões sociais e naturais perante os
problemas de risco ecológico com que se confrontam as sociedades contemporâneas, no quadro
da “sociologia de risco”.

2.5.Histórico.

A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na
história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi
o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores
para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas
e animais. O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no
início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as
populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920),
A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo
das populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações
competitivas entre espécies e o controle populacional. O estudo da influência do
comportamento sobre as populações foi incentivado pelo reconhecimento, em 1920, da
territorialidade dos pássaros. Os conceitos de comportamento instintivo e agressivo foram
lançados por Konrad Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava
o papel do comportamento social no controle das populações. No início e em meados do século
XX, dois grupos de botânicos, um na Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram
comunidades vegetais de dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam
em estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, enquanto os
americanos estudaram o desenvolvimento dessas comunidades, ou sua sucessão. As ecologias
animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase
à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico. Alguns ecologistas
se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com
as reservas de energia. Em 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito

9
de níveis tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferida, por uma
série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários níveis de animais
(consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês especializado em animais, avançou
nessa abordagem com o conceito de nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos
americanos, E. Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de lagos,
desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na qual a energia é gerada, ou
fixada, pela fotossíntese. A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o
desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia,
que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram
aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo
dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington. O estudo do fluxo de energia e do
ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos,
microcalorimetria, computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular,
rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas.
Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência --
a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.

2.6.Conceito unificador.

Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base conceitual. A ecologia moderna, porém,
passou a se concentrar no conceito de ecossistema, uma unidade funcional composta de
organismos integrados, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica.
Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióticos) através dos quais
ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. Para realizá-los, os ecossistemas precisam
conter algumas inter-relações estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre
produtores, consumidores e decomponentes, de outro. Os ecossistemas funcionam graças à
manutenção do fluxo de energia e do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e
relações energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma comunidade
natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por menores que sejam esses
conjuntos específicos de condições físicas que cercam um grupo de espécies. As cadeias
alimentares costumam ser complexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras,
formando uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívoros e
carnívoros. Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la passam de um
estado menos complexo para um mais complexo. Essa mudança direcional é chamada sucessão.
Sempre que um ecossistema é utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada.
10
A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela ocupa um certo nicho
funcional, relacionado o seu papel no fluxo de energia e ciclo de nutrientes. Tanto o meio
ambiente quanto a quantidade de energia fixada em qualquer ecossistema é limitado. Quando
uma população atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabilizar-
se e, caso isso não ocorra, devem declinar em consequência de doença, fome, competição, baixa
reprodução e outras reações comportamentais e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio
ambiente representam uma pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O
ecossistema tem aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro com
o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia vegetal e animal, a
dinâmica, o comportamento e a evolução das populações.

2.7.Áreas de estudo.

A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia,
fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia,
antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a
fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. A
mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão das interações entre o
organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar
comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução
e genética, e ecologia animal de ecologia vegetal. A ecologia se desenvolveu ao longo de duas
vertentes: o estudo das plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações
das plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descritiva da
composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a influência dos animais
sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo da dinâmica, distribuição e
comportamento das populações, e das inter-relações de animais com seu meio ambiente. Como
os animais dependem das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser
totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia vegetal. Isso é
verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, como manejo da vida selvagem. A
ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter-relações de um organismo
individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou como o estudo de comunidades de organismos
(sinecologia). A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e indutiva. Por
estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo com uma ou mais variáveis,
é facilmente quantificável e útil nas pesquisas de campo e de laboratório. Algumas de suas
técnicas são tomadas de empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia
11
contribuiu com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação entre um
organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações às condições ambientais
do local onde vivem. A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é
facilmente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas recentemente, com o
advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia desenvolveu os instrumentos para estudar
sistemas complexos e dar início a sua fase experimental. Os conceitos importantes
desenvolvidos pela sinecologia são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas energéticas,
e desenvolvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com a pedologia, a
geologia, a meteorologia e a antropologia cultural. A sinecologia pode ser subdividida de
acordo com os tipos de ambiente, como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém
subdivisões para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange aspectos dos
ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos solos, ciclos
hidrológicos, ecogenética e produtividade. Os ecossistemas terrestres são mais influenciados
por organismos e sujeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas
aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e possuem resistência a
variáveis ambientais como temperatura. Por ser o ambiente físico tão importante no controle
dos ecossistemas aquáticos, dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema como
as correntes e a composição química da água. Por convenção, a ecologia aquática, denominada
limnologia, limita-se à ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à
ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar
aberto e estuários é objeto da ecologia marinha. Outras abordagens ecológicas se concentram
em áreas especializadas. O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-
se geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade,
competição e relação predador-presa são abordados na ecologia populacional. O estudo da
genética e a ecologia das raças locais e espécies distintas é a ecologia genética. As reações
comportamentais dos animais a seu ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das
populações são estudadas pela ecologia comportamental. As investigações de interações entre
o meio ambiente físico e o organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.
A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da
matemática aplicada, modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A
análise de dados e resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido
desenvolvimento da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao
manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e problemas de poluição ambiental.

12
2.8.Movimento ecológico.

A intervenção do homem no meio ambiente ao longo da história, principalmente após a


revolução industrial, foi sempre no sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro
com consequências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o desequilíbrio
da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de animais foram extintas ou se
encontram em risco de extinção em decorrência das atividades do homem. Já no século XIX se
podia detetar a existência de graves problemas ambientais, como mostram os relatos sobre
poluição e insalubridade nas fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da
vertente que mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como Thomas
Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedrich Ratzel e George P.
Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém, predominava a crença nas possibilidades do
industrialismo e a ausência de preocupação com os limites naturais. Também contribuiu o fato
de a economia industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu
funcionamento, evidenciadas no século XX. De fato, a maioria das teorias econômicas recentes
traduz essa atitude e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia,
no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da ecologia, uma vez que se
refere somente à ação material e à demanda de uma espécie, o homem, enquanto a ecologia
examina a ação de todas as espécies, seus relacionamentos e interdependências. A radicalização
do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, provocada pelo desenvolvimento do
industrialismo, inspirou, especialmente ao longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais
antiga delas é o conservacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de
partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades humanas. Denúncias feitas
em congressos internacionais geraram uma campanha em favor da criação de reservas de vida
selvagem, que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas. Existem
basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis, como os animais e vegetais; os não-
renováveis, como os minerais e fósseis; e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e
outros elementos que existem em grande abundância. O movimento ecológico reconhece os
recursos naturais como a base da sobrevivência das espécies e defende garantias de reprodução
dos recursos renováveis e de preservação das reservas de recursos não-renováveis.

2.9.Estruturação

A Ecologia pode ser estudada em diferentes níveis. Os níveis mais baixos se unem para formar
um sistema mais complexo. Vejamos esses sistemas de maneira crescente:

13
 Organismo – é a unidade mais fundamental da Ecologia. São os seres que vivem em
contato com o meio físico (meio abiótico) e em contato com outros seres vivos (meio
biótico). O organismo está em constante troca de energia e matéria e seus objetivos são
sobreviver e reproduzir.
 População – é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive em um mesmo
lugar. As populações possuem características próprias, tendo um controle no seu
tamanho (relação entre ganho e perda de espécies) e na sua distribuição.
 Comunidade – é o conjunto de diferentes espécies que vivem em um determinado
lugar. Uma comunidade é regulada pelas relações que são observadas entre as espécies,
como dinâmica de presas e predadores, parasitas e hospedeiros, ou relações
mutualísticas. Todas estas relações controlam as populações e é muito difícil definir
onde uma comunidade começa e onde ela termina.
 Ecossistema – é formado pelas relações entre os organismos e seu meio físico e
químico. Ou seja, todo excreta que é eliminado, todo corpo que morre, todo nutriente
que entra no sistema e toda energia que é usada, formam o ecossistema. É nesse âmbito
que se estudam as ciclagens de nutrientes e o fluxo de energia. É muito difícil definir
com precisão as barreiras de um ecossistema.
 Biosfera – é todo o processo ecológico a nível global, ou seja, a união de todos os
ecossistemas (todos os organismos e ambientes juntos). Os ecossistemas estão
interligados através dos fluxos de energia, que estão em constante produção, e os ciclos
de nutrientes, que nunca são criados, apenas se renovam no sistema.
Os ecólogos podem estudar os sistemas em qualquer um destes níveis, sendo que quanto mais
amplo o nível, mais difícil isolar e medir seus parâmetros. As informações obtidas em cada um
destes níveis responderão a questões diferentes. Por exemplo, estudar os organismos permite
entender seus processos de adaptação no meio, enquanto estudar comunidades permite
descrever sua biodiversidade, seu funcionamento e suas fragilidades. Trabalhos no âmbito da
biosfera são muito difíceis, pois envolvem uma série de variáveis difíceis de controlar, além de
exigirem materiais especializados, como satélites, e seu custo pode ser bastante alto.

2.10. Modo de estudo da Ecologia

Todo trabalho de pesquisa deve seguir um protocolo de investigação que lhe dê credibilidade e
que possa ser repetido por qualquer pessoa, respeitando-se as condições aplicadas. Os métodos
de pesquisa costumam seguir quatro etapas: observação de um problema, formulação de uma

14
hipótese, realização de experimentos e obtenção das conclusões. Inicialmente, o pesquisador vê
uma questão que lhe desperta interesse, onde há a formulação de um problema, ou seja, a
questão que será investigada. A partir daí, há a formulação de uma hipótese, que é a fase onde
se supõem as explicações para problema observado, ou seja, quais teorias poderiam explicar o
problema. Passa-se, então, para a fase da investigação. Essa etapa, em especial, requer a leitura
de uma literatura especializada, que lhe forneça dados para o preparo dos experimentos e um
melhor entendimento do sistema. A realização dos experimentos deve ser muito bem pensada,
tentando-se controlar o maior número de variáveis possíveis e, sempre, deve haver a realização
do experimento controle. O controlo é um experimento onde não se testará a variável que está
sendo investigada. Ele serve para demonstrar como é o funcionamento real do sistema. A partir
dos resultados, obtêm-se as conclusões, que podem corroborar ou refutar a hipótese inicial.
Quando é possível se reproduzir as condições do ambiente em um sistema menor, chamamos
este de microcosmos. O microcosmo pode ser bastante útil, pois permite a montagem de
sistemas no próprio laboratório, o que facilita o estudo e o controle das variáveis, mas exige
alto controle das condições. Um bom exemplo de microcosmo, é a montagem de um terrário,
onde se observa as espécies presentes, seu crescimento e as variações nas condições físicas.
Muitos trabalhos ecológicos utilizam modelos matemáticos ou testes estatísticos na sua
metodologia. Estes testes servem para dar significância aos dados que foram observados e
coletados na natureza. Esse procedimento é muito útil, permitindo comparações e conclusões
importantes. Mas deve-se sempre ter cuidado, pois os números só são válidos com as devidas
interpretações ecológicas.

15
3. CAPITULO III: COCEITOS FUNDAMENTAIS

Produtividade. Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e sujeitos a


flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas aquáticos. Esses últimos são
mais afetados pelas condições da água e possuem resistência a variáveis ambientais como
temperatura. Por ser o ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos,
dá-se muita atenção às características físicas do ecossistema como as correntes e a composição
química da água. Por convenção, a ecologia aquática, denominada limnologia, limita-se à
ecologia de cursos d'água, que estuda a vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se
detém sobre a vida em águas relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto
da ecologia marinha. Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas. O
estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se geografia ecológica animal
e vegetal. Crescimento populacional, mortalidade, natalidade, competição e relação predador-
presa são abordados na ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais
e espécies distintas é a ecologia genética. As reações comportamentais dos animais a seu
ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das populações são estudadas pela
ecologia comportamental. As investigações de interações entre o meio ambiente físico e o
organismo se incluem na ecoclimatologia e na ecologia fisiológica. A parte da ecologia que
analisa e estuda a estrutura e a função dos ecossistemas pelo uso da matemática aplicada,
modelos matemáticos e análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e
resultados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento da ecologia
aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao manejo dos recursos naturais,
produção agrícola, e problemas de poluição ambiental.

16
4. CAPITULO IV: CONCLUSÃO

Discorrido o tema em epigrafe conclui-se que a Ecologia é uma ciência complexa e ampla que
nos permite entender o funcionamento do planeta. Ao compreender como os organismos vivem
e interagem entre si e com o meio ambiente, é possível criar medidas de preservação de
espécies. Para poder prever os impactos negativos que uma determinada ação humana pode
gerar. Durante tempo o Homem esteve arredado do objecto de estudo da Ecologia, apesar dos
efeitos acumulados das suas intervenções nos ambientes de relação. O reconhecimento e a
afirmação da Ecologia Humana foram condicionados pelos paradigmas do determinismo
ambiental e do possibilismo antropocêntrico. Praticamente só a partir dos anos 70 do séc. XX
é que os pontos de vista dos cientistas naturais e sociais começaram a fundir-se num consenso
quanto ao papel da Ecologia Humana no diálogo Homem-Homem e Homem-Natureza. A
Ecologia deixou de implicar apenas as Ciências Naturais, passando a interessar as Ciências
Sociais, daí emergindo a Ecologia Humana. Trata-se de uma Ecologia aplicada a uma espécie
específica – o Homem, mas encarado como um factor ecológico novo sobre o planeta-Terra,
simultaneamente. A sua vocação interdisciplinar/transdisciplinaridade e o exercício
profissional possibilitam a geração de conhecimento para a resolução de problemas. Esta nova
e diferente dimensão de análise propícia pensar global-agir local em permante interacção. Sem
poder ignorar-se que grandes decisões tomadas a nível global são susceptíveis de alterar os
diferentes ambientes, tal como a consequente responsabilidade primária cometida aos poderes
constituídos, certo é que a compreensão das mudanças à escala planetária tem a sua origem em
múltiplas atitudes e decisões do nosso quotidiano. Por exemplo, decisões como reduzir o abate
de árvores, adquirir uma viatura de grande ou de pequena cilindrada, de recolher separadamente
o lixo, utilizar ou não produtos reciclados, mas também e designamente, construir edifícios sem
obstáculos ao regular acesso, circulação e utilização relativamente a todos os indivíduos,
incluindo os que, de forma temporária ou não, tenham condicionamentos específicos ao nível
da locomoção, promover o acesso à informação e a comunicação em suportes adequados, tais
como em braille (enquanto meio natural de leitura e escrita das pessoas cegas), ou através do
apoio de intérpretes de língua gestual, de molde a contemplar, também, respectivamente, quem
não vê e quem não ouve, bem como tantas outras opções no quotidiano, não terão subjacentes
atitudes que, uma vez interiorizadas, “banalizadas”, multiplicadas, influem nas condições
ecológicas do Planeta.

17
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.

Ávila-Pires, F. D. Fundamentos Históricos da Ecologia. Ribeirão Preto: Holos editora, 1999.

Pianka, E. R. Evolutionary Ecology. 5 th ed. New York: HarperCollins, 1994.

Pinto-Coelho, R. M. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

BEGON, M.; HARPER, J. L.; TOWNSEND, C. R. Ecology: individuals, populations and


communities. 3. ed. Oxford: Blackwell, 1996. 1068p.

KREBS, C. J. Ecology: the experimental analysis of distribution and abundance. Nova Iorque:
Harper & Row, 1972. 694p.

ODUM, E. P. Fundamentos de Ecologia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1971.


927p.

RICKLEFS, R. E. Ecology. 3. ed. Nova Iorque: Freeman, 1990. 896

18

Você também pode gostar