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Go Tani EDUCAÃ Ã O FÃ SICA VIDA E MOVIMENTO
Go Tani EDUCAÃ Ã O FÃ SICA VIDA E MOVIMENTO
1. Considerações iniciais
O reconhecimento de que a Educação Física brasileira mudou muito nestas últimas duas décadas
tem se tornado praticamente um consenso e, no contexto dessas mudanças, uma maior
preocupação com a Educação Física Escolar (EFE) tem sido apontada como um dos aspectos
mais marcantes (Tani, 1996, 1998a, 1998b).
De fato, a EFE foi colocada na ordem do dia das discussões de várias formas. Por exemplo, uma
quantidade substancial de eventos científicos e pedagógicos foi promovida para discuti-Ia,
resultando num volume considerável de material escrito em anais e periódicos. Com a
reestruturação dos cursos de preparação profissional, mediante a implantação do bacharelado, foi
inevitável refletir sobre a licenciatura, possibilitando maiores discussões sobre a EFE. Mais
recentemente, a elaboração da nova LDB implicou também novas reflexões a respeito.
Todavia, o resultado mais expressivo desse período de maior atenção à EFE seja, provavelmente,
a proposição de uma variedade de abordagens para o seu desenvolvimento, em forma de livros. A
proposição de abordagens como a humanista (Oliveira, 1980), a psicomotricista (Negrine, 1983),
a desenvolvimentista (Tani, Manoel, Kokubun & Proença, 1988), a construtivista (Freire, 1989),
a fenomenológica (Moreira, 1991), a sociológica (Betti, 1991), a histórico-crítica (Soares,
Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar & Bracht, 1992) e a antropológica (Daólio, 1995),
somente para citar algumas das mais conhecidas, provocou intensos debates acadêmicos, além de
sua disseminação por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional em vários pontos do país.
Outros livros importantes foram publicados nesse período que direta ou indiretamente
contribuíram para a discussão da EFE. Novamente incorrendo no risco de ser traído pela memória
e cometer injustiças, as obras de Castellani Filho (1988), Faria Júnior (1981), Ferreira (1984),
Lovisolo (1995), Mariz de Oliveira, Betti & Mariz de Oliveira (1988), Medina (1983), Taffarel
(1985), podem ser citadas como as mais representativas que
influenciaram a opinião pública. .
Com todas estas publicações, debates, discussões e cursos, era de se esperar um grande salto
qualitativo na prática pedagógica da Educação Física nas escolas. Todavia, vários problemas têm
sido apontados (veja, por exemplo, Betti, 1991, 1992; Guerra de Resende, 1995; Mariz de
Oliveira, 1991; Tani, 1991, 1996, 1998a, 1998b), mostrando que isso infelizmente não aconteceu.
Diversas causas podem ser apontadas para explicar o ocorrido, mas basicamente as mudanças
foram observadas no meio acadêmico e não na esfera da prática profissional onde a EFE
efetivamente acontece. Com razão, o distanciamento entre o ambiente acadêmico e o profissional
têm sido denunciado como sendo um dos maiores problemas enfrentados pela área (Betti, 1996;
Bracht, 1993; Farinatti, 1992; Guerra de Resende, 1995; Tani, 1996; 1998a, 1998b). Há, na
realidade, uma mistura de indiferença e perplexidade na esfera profissional frente às discussões
no meio acadêmico. Isso se justifica, entre outros fatores, pelo fato de os debates acadêmicos,
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especialmente sobre as diferentes abordagens propostas, terem sido restritos às discussões de suas
bases conceituais, suas matrizes filosóficas, suas identificações ideológicas e suas posturas
políticas, não alcançando a realidade concreta da prática pedagógica em termos de discussões dos
objetivos, conteúdos e métodos de ensino.
Decerto, as diferentes propostas acima referidas, em sua maioria, não foram escritas para que os
acadêmicos ficassem debatendo e criticando mutuamente, muito menos para que façam da crítica
um instrumento para fazer a opinião pública ser favorável a esta ou aquela abordagem
(normalmente a própria). As propostas foram apresentadas para os profissionais envolvidos com
a prática pedagógica no sistema de ensino. Portanto, a eles caberia a apreciação crítica do seu
conteúdo à luz de seus interesses e preocupações, sem nenhuma necessidade de intermediação de
acadêmicos.
Um outro fator que pode ter contribuído para a não ocorrência de mudanças substanciais na
prática pedagógica é que a maioria das abordagens não se preocupou em apresentar proposta de
roteiro completo. Uma abordagem de roteiro completo deve abranger desde princípios filosóficos
sobre o significado e objetivo da EFE, conteúdos devidamente estruturados, até metodologias de
ensino e avaliação. Deve mostrar a viabilidade de sua implementação e a antecipação de suas
possíveis conseqüências, além de apresentar sugestões claras de operacionalização para auxiliar o
professor, senão a solucionar, ao menos a formular melhor os seus problemas práticos. em outras
palavras, uma integração entre teoria e prática (Tani, 1998b).
Diante dessa situação, o presente projeto de capa citação profissional será desenvolvido com base
numa proposta de Educação Física que pretende alcançar o cotidiano dos professores nas escolas,
' discutindo objetivos, métodos e conteúdos de ensino nos diferentes anos de 'escolarização.
2. Proposta pedagógica
A Educação Física está prevista, atualmente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) como um componente curricular da Educação Básica. Portanto, ela deve estar integrada a
proposta pedagógica da escola, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar.
Entretanto, a Educação Física, ainda hoje, não definiu claramente a sua função dentro da escola.
Definição essa que é dificultada por uma série de fatores dos quais destacamos alguns para uma
reflexão mais aprofundada (Tani & Manoel, 2004, para maiores detalhes).
O segundo refere-se a ausência de uma reflexão mais aprofundada para diferenciar educação e
educação escolarizada e dentro desse contexto definir a função da Educação Física. Muitas
discussões em torno da identidade da EFE acabam confundindo as finalidades da educação com
os objetivos específicos da educação escolarizada. Por exemplo, é comum discussões acerca do
valor educativo do esporte ou a tentativa de sua legitimação como um fenômeno sociocultural de
grande contribuição para a educação, não diferenciarem claramente se está se referindo à
educação no sentido lato ou restrito (escolarização). O mesmo acontece quando se discute a
Educação Física na perspectiva da saúde, ou seja, a possível contribuição da atividade física
sistemática à manutenção e promoção da saúde. Muito freqüentemente, essa não diferenciação
tem levado a EFE a
assumir funções impróprias e a estabelecer objetivos incompatíveis com a sua real \ capacidade
de realização.
O terceiro refere-se a falta de distinção entre Educação Física e EFE, o que gera uma série de
ambigüidades acerca do conteúdo de ensino. O esporte, o jogo, a ginástica, o exercício e a dança
são categorias de movimento que se caracterizam como fenômenos socioculturais e constituem
uma parte importante do acervo cultural da humanidade. O conhecimento sistematizado e
acumulado historicamente acerca desses elementos da cultura do movimento é o que a EFE
procura disseminar por meio do ensino. Entenda-se como conhecimento sistematizado, o
conjunto de conhecimentos acerca da estrutura, organização e significado dessas categorias. de
movimento. Em outras palavras, o objetivo da EFE não é o de simplesmente oferecer
oportunidades de prática desses elementos da cultura do movimento num espaço denominado de
escola. Caso contrário, não haveria nenhuma possibilidade de distinção entre EFE e Educação
Física Não Escolar.
Dentro desse cenário, está plenamente justificado o chamado que a Educação Física deve fazer
para que um número cada vez maior de pessoas se envolva com a prática sistemática de atividade
física para ter acesso à cultura do movimento, incorporando um estilo de vida ativo para a
promoção do bem estar e qualidade de vida. No entanto, é importante reconhecer que esse
chamado tem apenas uma relação indireta com a EFE, pois, conforme já foi mencionado, ela tem
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como função básica possibilitar o acesso ao conhecimento sistematizado e acumulado
historicamente acerca da atividade física (movimento humano, cultura do movimento) e não
oferecer simplesmente oportunidades para a sua prática.
O domínio desse conhecimento sistematizado, disseminado pela EFE, é que leva as pessoas a
tomar decisões conscientes e refletidas acerca do seu envolvimento com a 'prática sistemática de
atividade física fora dela. Isso não quer dizer, obviamente, que a aula de Educação Física não
deva envolver a prática de atividade física, e nem que a aula não deva contribuir para um
envolvimento regular com essa prática. A prática, na EFE, constitui-se um importante meio para
se adquirir esse conhecimento sistematizado. Evidentemente, essa aquisição de conhecimento
deve ocorrer mediante uma prática que proporcione experiências positivas, ou seja, dê prazer ao
aluno. Uma prática que, como conseqüência, possibilite também influenciar o desenvolvimento
integrado das capacidades físicas, mentais e sociais.
Um exemplo prático de atividade física é oportuno para aprofundar esse entendimento. Vamos
supor que numa aula de Educação Física para alunos da 7a. série do ensino fundamental, discute-
se as implicações biológicas da prática da atividade física ou esporte. Uma das implicações seria
o desenvolvimento da capacidade aeróbia que é um componente fundamental da aptidão física, e
esta, um elemento imprescindível para a manutenção e promoção da saúde. Uma das formas de
desenvolver a capacidade aeróbia seria correr longas distâncias a uma velocidade moderada. Isso
causaria, inicialmente, modificações em alguns parâmetros fisiológicos como um aumento da
freqüência cardíaca e respiratória, e a sua subseqüente estabilização em um determinado nível
dependendo da condição física de cada aluno. Com a continuidade da prática haveria uma
adaptação do organismo, refletindo num ganho de aptidão. Trata-se de um processo muito bem
investigado e explicado pela fisiologia do exercício.
Para que os alunos adquiram esse conhecimento acerca da capacidade aeróbia (a forma de sua
aquisição, as suas dimensões e implicações que foram sistematizados e acumulados
historicamente pela Educação Física), o que se propõe é que os mesmos façam a verificação
"experimental" desse conhecimento, vivenciando na prática, por exemplo, as modificações nos
parâmetros fisiológicos a ela associadas e a sua posterior estabilização. Certamente, essa aula
seria bem diferente de uma outra, hegemonicamente presente na EFE atual, em que os alunos são
simplesmente requisitados a correr várias voltas ao redor da quadra esportiva para tentar melhorar
a sua capacidade aeróbia. O objetivo central da EFE não é fazer com que o aluno melhore a
capacidade aeróbia na escola. Ele deve sim aprender a como melhorá-Ia e adquirir os
conhecimentos acerca das dimensões e implicações biológicas, psicológicas, sociológicas e
culturais dessa capacidade.
Um outro exemplo ajuda a aprofundar ainda mais esse entendimento. O aluno aprende na escola
o conhecimento de que para ter sucesso na rebatida de uma bola é importante acompanhar
visualmente a sua trajetória até um certo ponto, correspondente ao início do movimento da
rebatida, para que a bola seja atingida no ponto adequado de contato, e não olhar para onde
pretende enviar a bola. O professor normalmente sintetiza todo esse conhecimento em uma frase:
"olho na bola". Por ter aprendido esse conhecimento na escola, o aluno usa-o em todas as
situações possíveis de prática, fora da escola, para melhorar a sua habilidade. Novamente, o
objetivo da Educação Física não é fazer com que o aluno melhore a habilidade motora na escola.
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É fazê-Io aprender a como melhorá-la e adquirir os conhecimentos acerca das dimensões e
implicações bio-psico-sócio-culturais dessa habilidade.
A EFE trabalha com o movimento humano. É amplamente reconhecido que o movimento tem
diferentes significados para o ser humano: biológico, psicológico, social, cultural e evolucionário.
O movimento desempenhou e desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano. Não é
por acaso que as atividades físicas evoluíram em nossa cultura denotando a formação de valores a
ela atribuídos desde um utilitário caracterizado pelas atividades da vida diária (vestir-se,
alimentar-se, deslocar-se, manipular utensílios domésticos, etc.) e ocupacionais (habilidades
motoras exigidas no trabalho como digitar, operar um tomo, etc.), até valores de ordem pessoal e
estético manifesto em atividades expressivas (gestos, danças, ritos, etc.) e esportivas
(modalidades clássicas como atletismo, natação, hipismo, etc, e modalidades alternativas e de
aventura como escalada, rafting, orientação, etc.).
A EFE não apenas por direito, mas de fato, detém o conhecimento e a competência para atender
as necessidades e expectativas da sociedade em relação ao movimento humano. Assim, ela se
define como uma disciplina curricular que tem como meta a disseminação do conhecimento
sistematizado e acumulado historicamente sobre o movimento humano. Para alcançar essa meta,
promove, fundamentalmente, três tipos de aprendizagem: aprendizagem do movimento, através
do movimento e sobre o movimento.
Tomemos como exemplo o pular corda. Na aprendizagem do movimento, o aluno aprende a pular
e principalmente a como aprender a pular corda. Em outras palavras, adquire o conhecimento e
na medida das possibilidades a capacidade de como controlar os seus movimentos da melhor
forma possível para alcançar o objetivo. Isso envolve atividades como pensar, planejar, tomar
decisões, tentar, avaliar, ousar e persistir que levam à aquisição de conhecimentos sobre os
procedimentos, os processos e os fatores envolvidos na melhoria da qualidade do movimento. Por
ter o domínio desses conhecimentos - aprendidos na educação física escolar -, a criança pratica
essa atividade de forma consciente, espontânea e diferenciada em todas as situações possíveis
fora da escola para enriquecer o seu repertório motor e melhorar a qualidade do movimento.
Como esses três tipos de aprendizagem estão intimamente relacionados, o grande desafio para a
EFE é, tendo como premissa a interação, definir suas prioridades consideradas as especificidades
da Educação Física e as características dos alunos quanto a sua capacidade e prontidão para
aprender. No nosso entender (Tani et alii, 1988; Tani, 1991, para maiores detalhes), a
aprendizagem do movimento, com implicações para a aprendizagem através do movimento, é
prioritária nas séries iniciais do ensino fundamental, da mesma forma que a aprendizagem sobre o
movimento é no ensino médio. Se a aprendizagem através do movimento é priorizada, perde-se a
especificidade da EFE, pois, como já foi visto, ela pode ser trabalhada por qualquer outra
disciplina curricular. A aprendizagem do movimento harmonicamente integrada à aprendizagem
sobre o movimento e, portanto, com implicações também para a aprendizagem através do
movimento, é prioritária nas séries finais do ensino fundamental. A aprendizagem sobre o
movimento é, por sua vez, prioritária no ensino médio.
A escola pode ser um espaço privilegiado para a socialização da criança, pois ela tem a
oportunidade de aprender as regras de convivência com as outras crianças. Desenvolver atitudes e
valores ganha importância, pois no mundo moderno vê-se, cada vez mais, uma redução dos
espaços de convivência e de encontro.
A EFE deve oferecer atividades que reforcem atitudes e valores positivos no aluno, na sua
relação consigo mesmo e com os outros. As aulas de Educação Física têm a característica de
utilizar muitas tarefas em grupo, as quais representam espaço privilegiado para se trabalhar as
atitudes e valores nas relações pessoais. Assim, por exemplo, todas as atitudes e valores
envolvidos em um jogo podem ser experimentados e discutidos. Atitudes de competição, assim
como valores associados à vitória e à derrota, freqüentemente geram conflitos, e não podem
passar os limites do respeito. Tais situações não podem perder de vista que o objetivo principal é
a aprendizagem inclusive de atitudes e de valores. É certo que levar o aluno a aprender a ser e
conviver com os outros, não é objetivo específico da Educação Física, mas como disciplina
curricular, ela não pode desconsiderá-Ios nem deixar de explicitá-Ios.
O hábito de uma vida ativa é uma responsabilidade coletiva que envolve alunos, pais,
professores, escola e comunidade. Em cada dia, dentro de casa, na escola, ou na comunidade,
existe um tempo disponível, estruturado ou não, no qual a prática de atividade física pode
contribuir para o bem estar das pessoas. Os benefícios da atividade física aumentam
proporcionalmente ao tempo e regularidade de prática, assim deve-se procurar explorar ao
máximo a quantidade de tempo disponível dentro do contexto escolar.
Uma abordagem que seja sensível a uma prática culturalmente significativa e apropriada em
termos de desenvolvimento, que enfatize o prazer na participação, tem mais chance de fomentar
nos alunos o desejo de praticar atividade física ao longo da vida. Uma vida ativa é vital para um
crescimento e desenvolvimento apropriados, e os benefícios são amplamente reconhecidos. Os
alunos não desenvolvem automaticamente os conhecimentos, as habilidades e as atitudes que
levam a um estilo de vida ativo e saudável. Tal aprendizagem deve começar na infância. Escolas
e professores podem ser os primeiros facilitadores no fornecimento de oportunidades para o
desenvolvimento de um desejo vitalício de participar de atividades físicas. O programa de EFE
que contribua para uma vida ativa deve procurar: a) criar um desejo de participar, permitindo a
incorporação da atividade física no cotidiano; b) adequar a natureza, a forma, a freqüência e a
intensidade da atividade às capacidades de cada pessoa, necessidades, aspirações e interesses; o)
oferecer oportunidades para participação em atividades como competições interescolares e
interclasses, atividades recreativas e culturais; d) apoiar a compreensão da relevância da atividade
física dentro da comunidade; e) oferecer uma diversidade de oportunidades para permitir escolhas
e
f) basear a prática sobre atividades físicas que possam ser desfrutadas ao longo de toda a vida e
que tenham condições atuais ou futuras de serem incorporadas na cultura do movimento da
comunidade.
MÓDULO 2:
1.Finalidades
Finalidades Conhecimentos
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Adquirir conhecimentos sobre as dimensões Biológicas
e implicações do movimento Comportamentais Socioculturais
Quadro de exemplos
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Manipulação Informações essenciais Erros comuns
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Estratégias Informações essenciais Erros comuns
de jogo
Queimada Olhar a bola Não olhar a bola
Ficar distante da bola Quando esta estiver Ficar perto do campo adversário quando
com o adversário este tiver a posse de bola
Não ficar de costas para a bola Formar grupos
Ficar separado dos colegas quando Não passar a bola
passar a bola Ser lento ao fugir e ao arremessar a bola
Ser rápido para arremessar e para fugir da Não tentar pegar a bola
bola
Tentar pegar a bola
Desmarcação Estar em constante movimentação Ficar parado
Ser lento no deslocamento
Deslocar-se rapidamente
Não criar uma linha de passe
Procurar espaços vazios Movimentar-se numa única direção
Criar uma linha de passe
Ficar no campo visual do marcador
Mudança rápida de direção
Sair do campo visual do marcador
Posicionar-se entre a bola e o jogador a Não se posicionar entre a bola e o
Marcação
ser marcado jogador a ser marcado
Não perder o contato visual com a bola e
o jogador a ser marcado
b) As habilidades manipulativas envolvem controle do e sobre objetos, como o próprio nome diz
(no caso da Educação Física, principalmente bolas), buscando atingir uma determinada meta.
11
Estão incluídas dentro desse grupo de habilidades as diversas formas de arremessar e receber
objetos, chutar, driblar, quicar, rebater, etc.
g) Se pedirmos para alguém realizar um movimento com os braços e em seguida para que essa
mesma pessoa descreva o movimento que realizou, estaremos envolvendo-a em uma tarefa
extremamente difícil. Movimentos, de uma forma geral, são fenômenos difíceis de serem
descritos e, portanto, de serem comunicados. Um avanço significativo para a solução desse
problema foi o sistema proposto por Rudolf Laban (1978) para descrever movimentos de
dançarinos. A grande contribuição de Laban foi construir um sistema de notação de movimento,
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capaz de representá-Io na forma de linguagem verbal. Essa linguagem, além de ser uma
ferramenta importante para ajudar o professor de Educação Física a construir experiências de
aprendizagem, é também muito útil para o aluno explorar e desenvolver a qualidade do seu
movimento. A linguagem do movimento ajuda o aluno a falar sobre movimento, a construir uma
idéia motora do movimento a ser aprendido ou executado e a planejar soluções funcionais para
situações novas. Em geral, a linguagem do movimento é composta por verbos (correr, girar,
saltar, esticar, etc.) e termos associados ao verbo, ou seja, advérbios (para trás, em cima, sobre,
em ziguezague, etc.). A linguagem do movimento pode ser organizada em quatro eixos descritos
abaixo.
Categorias de movimento
Trajetórias*
Reta
Em curva
Ziguezague
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* tanto no ar quanto no espaço; tanto com relação ao corpo quanto a objetos lançados ou
recebidos.
Estimulo
Visual
Auditivo
Proprioceptivo
Sem aprendizagem sobre o movimento, certamente a EFE estaria incompleta, pois ela constitui-
se um. de seus objetivos centrais. É necessário, portanto, selecionar conhecimentos relevantes à
luz de critérios e valores educacionalmente orientados, que necessitam ser disseminados na EFE
e organizá-los de forma seqüencial em correspondência ao processo de escolarização. Como
esses conhecimentos referem-se, na maioria das vezes, a relação causa-efeito ou correlação entre
variáveis, ou ainda são conceitos acadêmicos mais elaborados e abstratos, o estágio de
desenvolvimento cognitivo em que se encontram os alunos constitui-se um importante referencial
a ser considerado para a definição da ordem seqüencial dos conteúdos.
O ser humano se distingue de outras espécies animais porque criou um sistema de símbolos para
dar significado às suas relações com os outros e com a natureza. Esse conhecimento - conjunto de
significados de suas experiências - que determina sua forma de agir, é o que denominamos de
cultura. Toda sociedade insere um conjunto de significados simbólicos ao corpo. A forma como o
corpo é tratado e como o gesto é utilizado na comunicação ê em outras atividades, expressa como
as relações sociais são reguladas. Portanto, é possível relacionar as atividades motoras e as
sociedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e o futebol americano nos EUA, diz
muito das características próprias dessas culturas.
a) Dança - desde a Antigüidade, a humanidade faz uso da dança como uma forma de
comunicação e expressão. Dentre as manifestações rítmicas e expressivas relatadas destacam-se
as danças sacras, danças de guerra e as danças profanas, com caráter recreativo. Além do seu
caráter de comunicação e expressão, a dança deve ser encarada como um importante elemento na
construção e no resgate da cultura popular de uma nação. Assim, as danças do folclore popular
bem como as danças contemporâneas e as atividades rítmicas e expressivas devem ser
contempladas durante os ciclos escolares.
b) Ginástica - refere-se, nesse programa, às atividades que visam o domínio do corpo e que se
apresentam por meio de figuras estáticas ou dinâmicas, que envolvem força e equilíbrio,
coordenando eixos e alavancas.
c) Jogo - Atividade lúdica regulada por regras. Podem ser classificados em: a) invasão/territorial -
salva bandeira, chutegol; b) rede - cambio, peteca; c) perseguição pega-pega, mãe da rua, duro-
mole; d) alvo - amarelinha, queimada; e) rebatida - base 4, taco. Podem também ser classificados
em: a) jogos globalizados - jogos que fazem parte da cultura seja ela regional ou de nível
nacional, onde poderão ser jogados em diferentes lugares com possíveis variações de regras e/ou
nomes; b) jogos populares; c) jogos cooperativos - jogos em que a dimensão cooperativa é
destacada e a dimensão competitiva minimizada.
2. Objetivos gerais
MÓDULO 3:
PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: Sa. A Sa. SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
1. Finalidades
Finalidades Conhecimentos
17
e implicações do movimento culturais
18
Giro costas fiquem viradas para o adversário, trocar a
bola de mão, ficar com a bola baixa no giro.
2 polegares atrás da bola
Dedos espalhados pela bola
Passe Olhos no alvo Posição das mãos e dedos .
Estender os braços horizontalmente, seguidos
pelos polegares para baixo
Palmas das mãos Terminam para fora.
Recepção Mãos abertas Posição das mãos
Puxar a bola para si
Passe de peito e Passe com as duas mãos na altura do peito ou na Posição das mãos
pingado Direção do chão
Dedos abertos Dedos fechados
Arremesso Mãos altas, como segurando uma bandeja. Bola segurada pela palma
Mão Cotovelo faz um L com mão que esta com a bola da mão
arremessadora Bola rola pelos dedos, punho flexiona-se A bola e jogada
Mão não Colocada ao lado da bola, dedos apenas tocam a
arremessadora bola
Pernas Levemente flexionadas Força insuficientemente
usada pelas pernas
Cotovelos para fora Mãos não ficam na
Segurando a Bola fica na altura da cintura e ao lado posição de arremesso,
bola Mãos na posição de arremesso muito perto
Bola segurada muito alta
ou muito baixa
Defesa Uma mão em frente à bola, outra na linha do passe
Um olho no jogador e outro na linha do passe
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b) As atividades rítmicas possibilitam explorar aspectos fundamentais da organização temporal
do movimento como sincronização, timing e ritmo. O ritmo caracteriza-se como um fluxo
constante e dinâmico mediante o qual diversos processos corporais se manifestam.
Necessariamente intrínseco ao movimento, o ritmo é a manifestação harmônica de determinada
ação matara em um intervalo temporal. Assim, as atividades rítmicas têm como principal objetivo
proporcionar experiências que enriqueçam a percepção e organização temporal do movimento.
Sem aprendizagem sobre o movimento, certamente a EFE estaria incompleta, pois ela constitui-
se um de seus objetivos centrais. É necessário, portanto, selecionar conhecimentos relevantes à
luz de critérios e valores educacionalmente orientados,. que necessitam ser disseminados na EFE
e organizá-Ios de forma seqüencial em correspondência ao processo de escolarização. Como
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esses conhecimentos referem-se, na maioria das vezes, a relação causa-efeito ou correlação entre
variáveis, ou ainda são conceitos acadêmicos mais elaborados e abstratos, o estágio de
desenvolvimento cognitivo em que se encontram os alunos constitui-se um importante referencial
a ser considerado para a definição da ordem seqüencial dos conteúdos.
O ser humano se distingue de outras espécies animais porque criou um sistema de símbolos para
dar significado às suas relações com os outros e com a natureza. Esse conhecimento - conjunto de
significados de suas experiências - que determina sua forma de agir é o que denominamos de
cultura. Toda sociedade insere um conjunto de significados simbólicos ao corpo. A forma como o
corpo é tratado e como o gesto é utilizado na comunicação e em outras atividades, expressa como
as relações sociais são reguladas. Portanto, é possível relacionar as atividades motoras e as
sociedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e o futebol americano nos EUA, diz
muito das características próprias dessas culturas.
a) Dança - desde a Antigüidade, a humanidade faz uso da dança como uma forma de
comunicação e expressão. Dentre as manifestações rítmicas e expressivas relatadas destacam-se
as danças sacras, danças de guerra e as danças profanas, com caráter recreativo. Além do seu
caráter de comunicação e expressão, a dança deve ser encarada como um importante elemento na
construção e no resgate da cultura popular de uma nação. Assim, as danças do folclore popular
bem como as danças contemporâneas e as atividades rítmicas e expressivas devem ser
contempladas durante os ciclos escolares.
b) Jogo - Atividade lúdica regula-da por regras. Podem ser classificados em: a) jogos populares -
jogos que fazem parte da cultura, seja ela regional ou nacional, que possuem em comum a
característica de poder ser praticado segundo as tradições locais dos jogadores, sofrendo
mudanças no seu espaço de jogo, regras e mesmo nome; b) jogos mundiais - podem ou não fazer
parte da nossa cultura.
c) Esporte - Caracteriza-se por ter suas regras previamente definidas em outros espaços
(federações e confederações), fora do contexto dos participantes locais. É importante ressaltar
que optou-se por incluir os esportes organizados, olímpicos ou não, tendo claro o espaço e papel
da cultura de movimento dentro do programa, isto é,
desenvolvimento pessoal e cultural do aluno. .
2. Objetivos gerais
Módulo 4:
Finalidades Conhecimentos
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Danças: tradicionais (folclórica como frevo,
valsa, etc) e contemporâneas (forró, dança
de rua, samba, samba rock
Para tanto é necessário que o aluno adquira conhecimentos mais aprofundados acerca de como
melhorar a qualidade de seu movimento. Isso implica obter noções acerca dos princípios do
treinamento, ou seja, de que maneira os conhecimentos adquiridos anteriormente podem ser
sistematizados e aplicados a sua prática de acordo com diferentes situações e condições como: a)
suas características pessoais: motivações, preferências, potencialidades e necessidades com
relação à prática de atividades físicas; b) seus objetivos durante a prática: manutenção da saúde,
lazer, estética, comunicação e expressão; c) as características da atividade: locais disponíveis para
a prática, habilidades envolvidas, materiais necessários, adaptações necessárias.
Esporte:
Coletivo (por ex.: futsal, basquetebol, handebol e voleibol) Individual (por ex.: atletismo e/ou
ginástica artística) Luta (por ex.: capoeira)
Auto-testagem (p.ex.: orientação)
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Exercício:
Força
Resistência cardiorespiratória Flexibilidade
Velocidade
Dança:
Tradicionais (folclóricas): frevo
Contemporâneas: forró, dança de rua, samba, samba-rock
O estudante do ensino médio possui ferramentas cognitivas sofisticadas que permitem não apenas
a compreensão de tais dimensões e implicações, como também o estabelecimento das mais
variadas relações entre elas. É fundamental que a EFE capacite o aluno a utilizar tais
conhecimentos na escolha e desenvolvimento de suas próprias práticas ao longo da vida.
O acesso à cultura de movimento pode ser amplamente vislumbrado, à medida que podem ser
traçadas novas formas de ampliar o leque de conhecimentos acerca da diversidade cultural, tanto
no Brasil como em todo o mundo. Além do desenvolvimento de ferramentas de pesquisa e
análise de tais manifestações, é crucial que o aluno compreenda as relações que elas mantém com
a evolução histórica, sócio-econômica, geopolítica e outras áreas do conhecimento que ao se falar
de cultura, necessariamente se entrecruzam.
2. Objetivos gerais
MÓDULO 5:
1. Fundamentos
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Porém, os temas relacionados aos aspectos biológicos são complexos de forma que e os
conteúdos pertinentes a cada uma das séries do ensino devem ser ajustados ao desenvolvimento
cognitivo e às experiências prévias dos alunos. Isso evidencia que não se pode padronizar os
conteúdos para todas escolas e regiões. Por exemplo, alunos que vivem na zona rural devem ter
conteúdos e estratégias de ensino diferenciados dos alunos de grandes centros urbanos.
Em linhas gerais, o primeiro ciclo do ensino fundamental deve trabalhar com conceitos básicos
da prática de atividade física que sejam mais concretos e centrados em cada aluno. Ou seja, o
aluno deve conhecer os efeitos que a atividade física produz no seu corpo, sem se preocupar em
entender conceitos que exijam uma grande capacidade de abstração.
Por exemplo, o aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental deve ser capaz de entender como
o exercício eleva a produção de energia do organismo, aumentando a requisição de oxigênio.
Essa necessidade de oxigênio aumenta tanto a freqüência respiratória quanto cardíaca. Ficar
cansado após, ou durante a prática, é uma conseqüência normal e a ausência do cansaço pode
indicar problemas mais graves. Além disso, o processo de termorregulação deve ser introduzido
para que os alunos tenham condições de julgar qual a vestimenta mais adequada para cada
situação de prática. Quando a vestimenta adequada não for possível por razões econômicas,
conceitos de reposição hídrica e de pausas freqüentes devem ser mais enfatizados.
Outro tema importante para os alunos do primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental é a
percepção de crescimento. Avaliações biométricas são essenciais para que eles entendam que
seus corpos estão aumentando em suas proporções. A associação do crescimento com a qualidade
da alimentação, explicando de maneira simplificada como os principais grupos de nutrientes
auxiliam o crescimento corporal é muito importante. Os alunos desses ciclos apresentam,
normalmente, dietas pouco ricas em vitaminas e sais minerais e ricas em carboidratos e gorduras
saturadas. Na verdade, esse é um tema que o professor de Educação Física pode desenvolver em
conjunto com o conteúdo de ciências que a professora de sala geralmente trabalha.
Vale relembrar que as idades entre 6 e 10 anos representam um período de vida do ser humano no
qual o organismo está pronto a responder e a se adaptar aos estímulos produzidos pela atividade
física, facilitando o desenvolvimento neuromotor dos alunos. Além disso, sabe-se que a ausência
de estímulos motores pode afetar diretamente o seu desenvolvimento social e cognitivo. Por isso,
um outro tema a ser abordado nos dois primeiros ciclos do ensino fundamental e a relação entre
aspectos biológicos da atividade física e a aquisição de habilidades motoras básicas e suas
combinações. Propõe-se que a prática de atividade física que enfatiza o desenvolvimento
psicomotor deve ter prioridade, particularmente nas séries iniciais do primeiro ciclo.
Deve-se ter o cuidado, no entanto, do conceito de capacidades físicas não ser trabalhado de forma
isolada, pois careceria de significado. A importância do desenvolvimento dessas capacidades para
uma vida saudável deve ser enfatizada. A força como componente fundamental para a saúde do
aparato ósteo-articular, a resistência aeróbia para a saúde do aparelho cardiovascular são bons
exemplos para enfatizar a importância do desenvolvimento da dimensão biológica da atividade
física para a saúde e o bem-estar. Nesse quadro, um modelo de aptidão física simplificado, no
qual os componentes da aptidão esportiva e da aptidão voltada à saúde sejam descritos já seria
suficiente.
Nessa fase, dicas quanto à execução correta dos movimentos a serem aprendidos já podem ter um
nível de complexidade maior e conceitos básicos de ergonomia nos exercícios já podem ser
trabalhados. Além disso, seria extremamente interessante se o professor de Educação Física
trabalhasse em conjunto com o professor de Ciências já que alguns conteúdos podem ser
sobrepostos e trabalhados com diferentes enfoques facilitando o processo de compreensão e
retenção dos mesmos. Como exemplo, pode-se citar o conhecimento do sistema muscular
_esque1ético nas aulas de Ciência e a sua aplicabilidade dentro do contexto da Educação Física
relacionando-os com os exercícios executados, pelo menos em relação aos grandes grupos
musculares.
Um ponto fundamental para crianças na faixa etária de- 11 a 14 anos é compreender os processos
biológicos decorrentes do fenômeno pubertário. O entendimento das alterações estruturais,
principalmente para as meninas, é essencial para evitar vários problemas. Como exemplo pode-se
destacar como o ganho de massa gorda nessa fase da vida pode levar à problemas físicos que
acompanham as pessoas para o resto de suas vidas.
Em suma, no primeiro ciclo do ensino fundamental (18. a 48. série), os seguintes conteúdos
relacionados às dimensões e implicações biológicas podem ser trabalhados:
27
- relação entre a intensidade da atividade física e as freqüências cardíaca e respiratória. -
conceitos básicos de temperatura externa e interna e a implicação de ambas na prática de
atividade física.
- relação entre as dimensões biológicas da atividade física e a aquisição das habilidades motoras
básicas e suas combinações.
- crescimento corporal e sua relação com a nutrição
Para segundo ciclo (58. a 88. série) os seguintes conteúdos são sugeridos:
Atividade física
Qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto
energético acima dos níveis de repouso
Exercício físico
Seqüência planejada de movimentos que é repetida sistematicamente com o
objetivo de elevar o rendimento
Saúde
É uma situação de ótimo bem estar que contribui para a qualidade de vida. É mais que
ausência de doenças, apesar de ausência de doenças ser importante para uma boa saúde.
A saúde ótima inclui um alto nível de prontidão mental, social, emocional, espiritual e
física dentro dos limites da hereditariedade e das incapacidades pessoais.
Fatores de risco
A falta de movimento durante toda a idade adulta aumenta o risco de ocorrência de
doenças hipocinéticas
Fatores de risco
28
Educar os alunos acerca da importância da atividade física, como forma de diminuir a
ocorrência de doenças hipocinéticas, é tarefa primordial do professor de Educação Física
Fatores primários
Fumo
Hipertensão
Colesterol e triglicérides .
Inatividade física
Ansiedade
Fatores secundários
Obesidade
Diabetes
Antecedentes familiares
Sexo masculino
Idade avançada
Colesterol
Substância macia e oleosa encontrada entre os lipídeos na circulação
sanguínea e nas células
200 mg/dl fator de risco
< 200 ideal
entre 200 e 239 limite . >240alto
Infarto
É a morte de parte do músculo cardíaco devido a uma perda repentina do aporte
sangüíneo
Obesidade
Quando o indivíduo possui uma quantidade excessiva de gordura corporal .
29
mais de 25% nos homens (10-25%)
mais de 35% nas mulheres (18-30%)
IMC > 30 kg/m2
Riscos da obesidade
Aumenta taxa da mortalidade
Altera funções corporais normais
Aumenta risco de hipertensão, diabete, colesterol, infarto .
Efeitos psicológicos
Osteoporose
Condição na qual há uma diminuição da massa óssea
Composição Corporal
Refere-se à composição química do corpo
massa de gordura
massa livre de gordura ou massa magra
30
ingestão calórica
atividade física
densidade óssea
atividade física
Gasto calórico
Mobilização de gordura
Massa gorda
Massa magra
Controle do apetite
Princípios biológicos .
Sobrecarga
Reversibilidade
Individualidade biológica
Especificidade
Princípios biológicos
Sobrecarga
A fim de se obter adaptações positivas, o organismo humano deve ser submetido a cargas de
treinamento superiores ao estímulo que ele esteja acostumado
Acomodação
Diminuição da resposta de um fenômeno biológico a um estímulo contínuo
31
Volume de treinamento
Quantidade total de trabalho realizado num exercício, numa unidade de treino ou num
ciclo de treino
Intensidade do treinamento
Trabalho realizado na unidade de tempo, grau de esforço ou percentual de uma
capacidade momentânea
Princípios biológicos
Sobrecarga
aumento do volume
aumento da intensidade .
aumento da freqüência .
variabilidade da atividade
Princípios biológicos
Reversibilidade Um vez que você para de oferecer estímulos ao corpo o condicionamento
físico irá diminuir e retomar a condição encontrada antes do período de treinamento
Princípios biológicos
Individualidade Biológica Cada um de nós possui características individuais que
determinam o ritmo e o grau de adaptação a um programa de treinamento físico
Princípios biológicos
Especificidade As adaptações decorrentes do treinamento são específicas em relação ao
tipo de atividade e ao volume e intensidade dos exercícios
Capacidade física
Capacidade que pode ser treinada, melhorada. Há a interação entre genótipo e fenótipo
Flexibilidade
Conceito
Amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de articulações
Componentes
Mobilidade articular. Elasticidade muscular
Flexibilidade
Valor máximo na passagem da infância para a adolescência.
Diminuição progressiva a partir da puberdade
Benefícios
Atividades diárias.
Lesões
Princípios básicos
Início da sessão de treinamento
Treinar freqüentemente
Aquecimento prévio
Manter a posição de alongamento por um período de 30 segundos
Força
Capacidade que o músculo tem de gerar tensão
Adaptações
Alterações morfológicas (aumento da massa muscular). Melhoria da capacidade
coordenativa (adaptação neural)
Benefícios
Menor fadiga nas atividades diárias e recreativas.
Minimizar riscos de lesões
Manutenção da composição corporal
Benefícios
Densidade mineral óssea
Diminuição do tremor senil
Independência na terceira idade .
Bem estar geral e aparência física
Segurança
Não treine sozinho
Conheça o equipamento
Peça auxílio sempre que necessário
Utilize o equipamento de acordo com sua finalidade
Segurança
Mantenha o local de treino organizado
Com máquinas, verifique cabos, polias e pinos de segurança .
Não treine se uma lesão pode ser agravada
Treinamento de força
Treinamento não era recomendado .
falta de eficiência
imaturidade óssea
33
Lesões
interferência no crescimento
Treinamento de força
Não há evidência que o treinamento de força ofereça maior risco
Incidência
gravidade das lesões
Recomendações
Explicação sobre esteróides anabolizantes
Avaliação médica e ortopédica
Recomendações
Evitar levantar pesos acima da cabeça
Evitar cargas máximas
Equipamento adequado e supervisão especializada
Recomendações
Iniciar com formas simples de sobrecarga
Evitar situações competitivas
Resistência
Capacidade de resistir à fadiga em movimentos repetidos sem perda aparente da eficiência
Variáveis
Distância
Duração
Intervalo (recuperação)
Tipo de intervalo
Número de repetições
Classificação
Geral e local
Aeróbia e anaeróbia
Coordenação
34
Capacidade de organizar e controlar o movimento
Coordenação
Interação entre o sistema nervoso central e a musculatura esquelética . perceber e analisar
informações
programar uma resposta motora
executar o mais fielmente possível ao programa motor
Efeito da idade
Puberdade: estagnação ou diminuição
Maturação da coordenação motora ocorre antes da maturação sexual
Ocorre junto com a melhoria na percepção e análise da informação
Termorregulação
Temperatura corporal
Pode exceder 40° C durante o exercício
Pequenos aumentos na temperatura aumentam a eficiência dos sistemas energéticos
Reposição de fluídos
Repor fluídos é mais importante que repor eletrólitos .
Não se guiar pela sensação de sede
Beber pequenas quantidades com maior freqüência
Cuidados
Evitar exercícios em condições de alta umidade e temperatura
Atenção com o horário de prática
Vestimenta leve, com cores claras
Beber bastante líquido
Aquecimento
Preparação fisiológica
Preparação psicológica
35
Aquecimento
Ativo versus Passivo
Geral versus Específico
Benefícios
Prepara os sistemas cardiorrespiratório e muscular
Aumento do fluxo sanguíneo
Aumento da mobilidade articular
Aumento da temperatura muscular
Benefícios
Prontidão para a prática
Melhora na função neuromuscular
Redução no risco de lesão
Intensidade e duração
Individuais e relacionados ao nível do praticante
Condições climáticas
Princípios básicos
Exercícios de baixa intensidade e alongamentos
Volta à calma
Hipertensão
Habilidades motoras
Força
Capacidade aeróbia/anaeróbia
Tolerância ao calor
MÓDULO 6:
DIMENSÕES E IMPLICAÇÕES COMPORTAMENTAIS DO MOVIMENTO HUMANO
36
Por movimento entende-se o deslocamento do corpo e membros produzidos como uma
conseqüência do padrão espacial e temporal da contração muscular, ou seja, algo observável.
Ação motora é uma resposta orientada a uma meta por meio de movimentos do corpo e/ou
membros. Por sua vez, habilidade é uma ação complexa e intencional que envolve mecanismos
(sensorial, central e motor) que, mediante o processo de aprendizagem, tornou-se organizada e
coordenada de tal forma a alcançar objetivos predeterminados com máxima certeza.
Como foi dito, um aspecto que acompanha o processo de aquisição de uma habilidade motora é a
diminuição de variabilidade no desempenho de tentativa para tentativa. Em outras palavras, o
comportamento torna-se mais consistente. Nesse sentido, a prática da habilidade a ser aprendida é
crucial para que ocorra uma melhoria progressiva e duradoura no desempenho.
Informações Ambientais
Feedback..lntrínseco
Mecanismo Perceptivo
37
Mecanismo Decisório
Os órgãos dos sentidos são responsáveis por transformar e codificar os diferentes estímulos em
impulsos nervosos e manter e modificar o estado de alerta, ativação e nível de atenção. O
mecanismo perceptivo, através dos processos de discriminação, identificação e classificação dos
impulsos nervosos, fornece a descrição do meio ambiente interno e externo para o mecanismo de
decisão e armazena as informações na memória perceptiva para uso na predição de situações no
futuro. O mecanismo decisório tem a função de selecionar a resposta (plano de ação) adequada,
levando-se em consideração as demandas correntes do meio ambiente e os objetivos originais da
ação motora. O mecanismo efetor tem o papel de selecionar e integrar os comandos motores que
eventualmente produzirão o movimento desejado, ou seja, através dos processos de organização
hierárquica e seqüencial, preparar a resposta de tal forma que o aparato neuro-muscular possa ser
mobilizado para executar o plano de ação selecionado. Os circuitos de feedback modificam o
movimento quando ele não está sendo executado conforme planejado e avaliam o resultado do
movimento no meio ambiente, utilizando-se de informações produzidas pelo próprio movimento.
Durante a aquisição de habilidades motoras, os aprendizes passam por três fases: 1) inicial ou
cognitiva, 2) intermediária ou associativa e 3) final ou autônoma. Na fase inicial, enfatiza-se a
compreensão do que está para ser feito, ou seja, do objetivo da habilidade, das informações que
devem ser de fato consideradas, e do plano de ação que deve ser elaborado mediante a
organização seqüencial dos seus componentes. É uma fase marcada por um grande número de
erros, os quais tendem a ser grosseiros. O aprendiz tem consciência que erra, mas não é capaz de
diagnosticar as causas do erro e, portanto, não consegue visualizar aquilo que deve ser feito para
corrigi-Io. Diz-se que o mecanismo de detecção e correção de erro ainda está para ser
desenvolvido.
Gentile (1972) formulou um modelo que mostra como o aprendiz pode utilizar o feedback para
adquirir uma habilidade motora. Depois de executado o movimento, o aprendiz normalmente
pergunta a si mesmo se a execução saiu conforme planejada e se a meta foi alcançada. Da
combinação de respostas a essas perguntas podem-se derivar quatro situações.
38
A primeira possibilidade é não alcançar o objetivo e sequer executar a ação motora conforme
planejada (não/não). Quando isso acontece, o aprendiz pode adotar várias estratégias. Uma delas
é repetir algumas vezes o plano de ação originalmente planejado. Se o resultado for
repetidamente uma falha completa, possivelmente a revisão do plano ou a reavaliação das
condições do meio ambiente não serão suficientes para solucionar o problema. Nesse caso a
alternativa é alterar o objetivo. Muito provavelmente, o aprendiz superestimou o objetivo em
relação à capacidade real dele. A insistência em manter o mesmo objetivo poderá resultar numa
sucessão de fracassos e levar à queda de motivação ou até mesmo ao abandono da aprendizagem.
Caso o objetivo não tenha sido alcançado, porém o movimento foi executado conforme planejado
(não/sim), o aprendiz percebe que algo está errado com o plano de ação. A estratégia lógica para
a resposta seguinte é a revisão do plano. Na hipótese de, após algumas revisões, as respostas
"sim" para a execução e "não" para o resultado
prevalecer, uma estratégia diferente deve ser considerada. Talvez o problema esteja na .
identificação e seleção das informações importantes do meio ambiente. É preciso aqui identificar
pistas importantes. Pode acontecer de o aprendiz estar atento a pistas falsas ou irrelevantes.
SIM NÃO
O objetivo
foi alcançado? Obteve a idéia do
Surpresa
SIM
movimento
NÃO
39
Surpresa é o resultado experimentado quando o objetivo é alcançado, porém não por meio da
ação motora conforme planejada (sim/não). Nesse caso, é interessante saber qual será a estratégia
a ser aplicada na próxima tentativa. Existem basicamente três alternativas: a) repetir o plano de
ação que, embora executado de maneira errada, resultou numa ação bem sucedida; b) executar a
ação conforme foi originalmente planejada; e c) executar ambas as alternativas para decidir
depois qual é a correta. No entanto, convém ressaltar que não é comum se experimentar muitas
surpresas durante o processo de aprendizagem.
Quando o objetivo for alcançado pela execução de uma ação conforme planejada (sim/sim),
pode-se considerar que o aprendiz obteve a idéia do movimento correto e, de acordo com a lei do
efeito, a possibilidade do mesmo plano de ação ser utilizado nas próximas tentativas torna-se
bastante alta. Em outras palavras, a avaliação reforçará a ocorrência da mesma resposta e a
preocupação central transfere-se para o refinamento da habilidade com correções nos detalhes da
ação motora. No exemplo do rebater um saque no tênis de mesa, o aprendiz já consegue devolver
a bola para o lado do sacador.
40
diferenças individuais. Logo, cabe reconsiderar o mito de que ter habilidade motora é um dom.
Esse mito surge da idéia da existência de uma capacidade motora geral, capaz de fazer com que
uma pessoa tenha bom desempenho em todas as habilidades que executa. Entretanto, vários
estudos mostraram que as capacidades motoras são independentes e específicas. As capacidades
mais gerais são necessárias para a performance em estágios iniciais, ao passo que capacidades
mais específicas à habilidade estão relacionadas ao sucesso em estágios avançados. Portanto, a
performance inicial não é um indicador confiável para prever o sucesso futuro, pois a importância
das capacidades muda ao longo do processo.
Isto significa que o professor não deve "menosprezar" o potencial de seus alunos. Outras
capacidades pouco treináveis são a destreza manual e dos dedos, velocidade de movimento de
braço e estabilidade de braço e mão.
O desenvolvimento das habilidades motoras tem sido explicado pela integração entre maturação e
experiência. Os limites hipotéticos de realização motora são estabelecidos pelos genes, mas é o
ambiente que determina a extensão em que as potencialidades, dentro desses limites, são
desenvolvidas. O desenvolvimento motor ocorre em uma seqüência variável em sua progressão,
mas invariável em sua ordem. Os primeiros movimentos são os fetais executados ainda na barriga
da mãe. Até mais ou menos quatro meses de idade, o bebê executa movimentos espontâneos e
reflexos. A próxima fase é a de movimentos rudimentares (até aproximadamente os dois anos de
idade). Até os sete anos, os movimentos executados são denominados fundamentais (habilidades
básicas). Esses movimentos apresentam uma seqüência de desenvolvimento caracterizada por um
aumento da eficiência biomecânica e incorporação de novos elementos à estrutura do movimento.
Trata-se de uma fase de aquisição e estabilização dos movimentos. A fase de combinação de
movimentos fundamentais ocorre até mais ou menos os 12 anos e é caracterizada pela
diversificação e combinação de movimentos fundamentais. A partir dessa fase, dificilmente
podemos dizer que um movimento é totalmente novo; é mais prudente considerar a execução de
movimentos como reorganização das habilidades básicas dentro dos padrões motores
crescentemente complexos (fase de movimentos culturalmente determinados, a partir dos 12
anos).
A prática pode ser organizada de forma a facilitar a aquisição de habilidades motoras. A seguir
são apresentadas algumas dicas originárias de conhecimentos científicos da área de
Aprendizagem Motora:
MÓDULO 7:
DIMENSÕES E IMPLICAÇÕES SOCIOCUL TURAIS DO MOVIMENTO HUMANO
1. O homem e a cultura
O ser humano se difere de outras espécies de animais, pois nem todo comportamento que
apresenta depende de uma estrutura genética, e nem se desenvolve automaticamente na sua
relação com a natureza. Determinados comportamentos e capacidades dependem de aprendizado.
Para que isso ocorra, o ser humano necessita de outros que o ensinem e o ajudem a desenvolver
suas capacidades.
O que diferencia o homem dos outros animais é a sua capacidade de pensar, de ter experiências,
transformá-las numa linguagem com significado e transmiti-las para outros seres de sua espécie.
Ele é capaz de imaginar um objeto antes mesmo de construí-lo, ou seja, situar e diferenciar as
experiências no tempo. É capaz de criar situações, emoções, classificar, agrupar, segundo
critérios determinados.
42
Assim, o homem passou a dar significado a tudo que se refere a sua relação <?com os outros e
com a natureza. Esse conhecimento - conjunto de significados de suas experiências - que
determina sua forma de agir é o que denominamos de cultura. O conhecimento que o homem tem
do mundo é resultado dessa elaboração simbólica, que é constantemente modificado e transmitido
às gerações seguintes. Vivendo em grupos e nas mais diversas condições geográficas, o homem
foi capaz de transformar e representar o ambiente natural, de acordo com suas necessidades e seu
modo de ver o mundo. O resultado desse dinamismo é a criação de uma diversidade de culturas.
Outro aspecto que tem sido muito discutido pela sociedade atual, e que, também, está vinculado
ao corpo, é o conceito de qualidade de vida, que enfatiza a necessidade e a importância da
atividade física (além de uma alimentação saudável, de controle de peso, de cuidados estéticos).
Isso pode ser comprovado pelos programas de ginástica na televisão, revistas especializadas em
programas de ginástica, jornais e revistas (principalmente as femininas) que reservam reportagens
para o tema, a proliferação das academias de ginástica, e por fim a figura do "personal trainer",
um fenômeno recente nessa valorização da atividade física e da saúde. Portanto, a preocupação
com o corpo é o centro de todo esse processo, o que gera e determina toda uma série de
comportamentos das pessoas.
Uma outra prática corporal que tem conquistado cada vez mais espaço na sociedade moderna é o
esporte. Para comprovar tal fato basta notar a grande quantidade de revistas e publicações
esportivas, e o espaço que ocupa nos jornais, nos noticiários da televisão, além dos diversos
programas esportivos. É que o esporte virou um grande espetáculo que envolve muito
investimento e lucro. Os esportistas são constantemente requisitados para as diversas campanhas
publicitárias dos mais diversos produtos.
Cada cultura tem um modo peculiar de se apropriar de um determinado esporte. Por exemplo, o
futebol tem um enorme significado cultural para o brasileiro. Ele é motivo de orgulho nacional,
resultado dos cinco títulos mundiais. Não dá para falar de Brasil sem mencionar esse esporte e
vice-versa. Entretanto, este esporte não tem a mesma popularidade nos EUA. Lá, um dos esportes
de preferência é o futebol americano. E ele possui um formato (regras, número de jogadores,
tamanho do campo) diferente do restante do mundo, que pratica o Rugbi. Portanto, é possível
relacionar os esportes e as sociedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e o
futebol americano nos EUA, dizem muito das características próprias dessas culturas.
43
A transmissão do patrimônio cultural historicamente acumulado é uma das funções essenciais da
escola. Pensando na cultura brasileira, tal fato ganha relevância, dada a riqueza de influências que
sofreu de outras culturas. Assim, cada disciplina curricular, além de seu conteúdo especifico -
fruto da produção da sua área de conhecimento precisa situar historicamente como tal
conhecimento foi construído e qual a seu significado para a vida do aluno. Desse modo, é
fundamental que nas aulas de Educação Física, o aluno tenha oportunidade de conhecer as
práticas corporais de sua cultura que, aqui, serão denominadas de cultura de movimento.
As atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, que fazem parte da cultura de
movimento, são: o jogo, o esporte, a ginástica, a dança, o exercício e a luta. Por exemplo,
o futebol além de ser um meio para desenvolver as habilidades motoras, possui um
significado extremamente importante para a identidade cultural do brasileiro. Por que o futebol
tornou-se um esporte tão popular no Brasil? O que ele tem que permite uma série de significações
simbólicas, religiosas, políticas e culturais? A riqueza da nossa cultura poderá ser estudada por
meio de um esporte que já nasceu múltiplo na sua origem, praticado por portugueses, italianos,
alemães, austríacos e brasileiros. O futebol, que foi introduzido no Brasil pelas escolas religiosas,
ao se tornar popular, permitiu a ascensão social dos jogadores das classes populares
(principalmente dos negros). A sociedade brasileira apropriou-se deste esporte dando-lhe
características próprias de nossa cultura. Basta ver como denominamos o nosso estilo de jogar de
futebol em relação aos de outros países. Portanto, o futebol, que já é fonte de grande motivação
dos alunos, poderá leva-los a uma maior compreensão de sua cultura.
Da mesma forma, a dança, a ginástica, o jogo, o exercício e a luta poderão servir de meio para
que o aluno conheça as implicações do significado cultural que a sociedade lhes dá, e assim,
contribuir para a formação de sua identidade cultural. Portanto, o aluno deverá, através das aulas
de Educação Física, ser capaz de compreender as implicações e as dimensões sociais e culturais
das práticas corporais presentes na cultura do movimento:
A escola é um espaço privilegiado para a socialização da criança, pois ela tem a oportunidade de
aprender as regras de convivência com as outras crianças. Desenvolver atitudes e valores ganha
importância, pois no mundo moderno vê-se, cada vez mais, uma redução dos espaços públicos,
ou seja, espaços de convivência e de encontro.
A Educação Física, como componente curricular da escola deve oferecer atividades que reforcem
atitudes e valores positivos no aluno, na sua relação consigo mesmo e com os outros. As aulas de
EFE têm a característica de utilizar muitas tarefas em grupo, as quais representam espaço
privilegiado para se trabalhar as atitudes e valores nas relações pessoais. Assim, por exemplo,
todas as atitudes e valores envolvidos em um jogo podem ser experimentados e discutidos.
Atitudes de competição, assim como valores associados à vitória e à derrota, freqüentemente
geram conflitos, e não podem passar os limites do respeito ao outro. Tais situações não podem
perder de vista que o objetivo principal é a aprendizagem, inclusive, de atitudes e de valores.
É certo que levar o aluno a aprender a ser e conviver com os outros, não é objetivo específico da
Educação Física, mas como disciplina curricular, ela não pode desconsiderá-Ios, nem deixar de
explicitá-Ios.
45
4.1 Aprender a ser e a conviver nas aulas de educação física
Atitudes e Valores
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