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A descoberta do código genético


Depois de comprovado que o mRNA serve como cópia do DNA cromossómico e especifica a
sequência de aminoácidos numa cadeia polipeptídica, coloca-se, naturalmente, a questão de saber
como este processo ocorre. Há muito tempo que se sabia que todas as proteínas são
constituídas por uma sequência dos mesmos 20 aminoácidos. Sabia-se, também, que existem
apenas quatro nucleótidos de mRNA: adenina (A), uracilo (U), guanina (G) e citosina (C). Assim,
os 20 aminoácidos são codificados por apenas quatro bases de mRNA. Mas como é realizada
essa codificação? Faltava, ainda, decifrar o código genético.
O primeiro passo para essa decifração deu-se, em 1961, com os trabalhos dos cientistas Marshal
Nirenberg, americano, e Heinrich Matthaei, alemão. A maneira mais simples seria começar com
uma molécula de mRNA com uma sequência conhecida e, de seguida, determinar a sequência
de aminoácidos da proteína sintetizada. Assim, por comparação entre a molécula de mRNA e a
sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica, seria possível determinar o código genético.
Seguindo esse raciocínio, Nirenberg e Matthaei misturaram, num tubo de ensaio, um poliuracilo
(filamento de mRNA constituído apenas por nucleótidos de uracilo) com a maquinaria de síntese
proteica da bactéria E. coli, tendo observado a formação de uma proteína. A análise posterior
da proteína revelou que ela era uma polifenilalanina, uma sequência de moléculas do aminoácido
fenilalanina. Estava, assim, descoberta a primeira “palavra” do código genético. De seguida, estes
autores realizaram o mesmo procedimento com outros dois filamentos de mRNA, um
policitosina e o outro poliadenina, tendo obtido proteínas constituídas apenas pelos aminoácidos
prolina e lisina, respetivamente.

Na sequência das experiências de Nirenberg e no sentido de aprofundar a decifração do código


genético, H. Gobind Khorana sintetizou moléculas de mRNA mais complexas, constituídas por
uma sequência de nucleótidos com dois tipos de bases azotadas, em alternância, como, por
exemplo, ACACACACA, tendo obtido, neste caso, uma proteína formada por dois tipos de
aminoácidos – treonina (Tre) e histidina (His).
1. O problema que conduziu à realização, por Nirenberg e Matthaei, das experiências referidas
no texto foi...
(A) determinar o processo de síntese de mRNA.
(B) conhecer as diferentes etapas da tradução do mRNA.
(C) estabelecer a correspondência entre os codões e os aminoácidos que
determinam na cadeia polipeptídica.
(D) conhecer a importância da maquinaria de síntese proteica da E. coli na determinação da
sequência de aminoácidos na proteína sintetizada.

2. A primeira 'palavra' do código genético a que se refere o texto é o...


(A) aminoácido fenilalanina.
(B) poliuracilo utilizado.
(C) codão UUU.
(D) nucleótido uracilo.

3. A 'maquinaria' de síntese proteica de E. coli não deve incluir...


(A) ribossomas e proteínas.
(B) pré-mRNA e enzimas para o seu processamento.
(C) enzimas de ativação e tRNA.
(D) tRNA e aminoácidos.

4. No exemplo referido para a experiência de Khorana, os anticodões utilizados foram...


(A) ACA e CAC.
(B) TGT e GTG.
(C) CAC e ACA.
(D) UGU e GUG.

5. Os resultados obtidos por Khorana no exemplo referido no texto permitem...


(A) identificar o codão que codifica o aminoácido histidina.
(B) identificar o codão que codifica o aminoácido treonina.
(C) identificar os dois codões que codificam os aminoácidos histidina e treonina.
(D) concluir que a histidina é codificada pelo codão ACA ou pelo codão CAC.

6. Numa célula eucariótica, durante o processamento do mRNA, são...


(A) eliminadas as porções não codificantes, os intrões.
(B) eliminadas as porções não codificantes, os exões.
(C) transcritas as partes codificantes do DNA, os intrões.
(D) transcritas as partes codificantes do DNA, os exões.

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