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SÍNTESE

PROTEICA
https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/14452939/E?
se=&seType=&coId=18860212&bkid=25399002
Expressão da informação genética
A informação genética está armazenada na molécula de DNA

Como é que a informação genética se expressa, dando origem às


características?
Expressão da informação genética

- São as proteínas, com as suas variadas funções e diversidade, as


responsáveis pelas diferentes características (fenótipos) dos organismos.

Uma característica não tem que ser “física” – pode ser uma “função”
Enzimática
Motora
Ex: lipases
Ex: actina

Hormonal
Funções das Transporte
Ex: insulina
Proteínas Ex: hemoglobina

Defesa

Ex: imunoglobulina Estrutural


Reserva alimentar
Ex: colagénio

Ex: caseína
Como é que a informação presente no DNA passa para as proteínas?
Dogma Central da Biologia
Molecular
O Dogma Central da Biologia Molecular,
proposto nos anos 50 por Watson e Crick,
postula que a transmissão da informação
genética ocorre no sentido:
DNA (gene)

RNA

PROTEÍNAS

É, assim, o processo através do qual as instruções do DNA são


convertidas em produtos funcionais (Expressão génica).
Exemplo de uma
exceção ao Dogma
Central da Biologia
Molecular
Genoma humano
Cariotipo– conjunto da totalidade dos
cromossomas que existem
num indivíduo.
Genoma – conjunto da totalidade dos
genes que existem num
indivíduo.

Gene - fragmentos funcionais de DNA;


são sequências nucleotídicas de DNA
que contêm informação que é usada
para a síntese de proteínas.
Visão global da transmissão da informação
genética – Expressão génica

https://www.yourgenome.org/facts/what-is-the-central-dogma
Foram muitas as investigações
realizadas até se compreender como é
que o mecanismo da Expressão génica
- síntese de proteínas - (iniciado a
partir da informação que está na
molécula de DNA) funciona de uma
forma mais detalhada…
Visão global da transmissão da informação
genética
O “dogma central” pode explicar como é que um gene codifica uma proteína,
mas não consegue explicar como é que a célula “sabe” que gene expressar
em determinada altura.

Porque é que algumas células traduzem os genes que controlam a síntese


de hemoglobina, mas não aqueles que são responsáveis pela produção de
proteínas musculares?

De facto, os genes fazem mais do que codificarem proteínas, são


responsáveis por muitas outras funções, algumas das quais bem
complexas e ainda não esclarecidas.
Visão global da transmissão da informação
genética
Diversas questões foram levantadas, até à década de 60 do século XX,
pelos cientistas que estudavam a síntese proteica, nomeadamente:

► Como decifrar uma mensagem constituída por uma sequência de


letras que correspondem aos nucleótidos?

► Como é que com apenas quatro nucleótidos se originam vinte


aminoácidos diferentes e uma elevada diversidade de proteínas?

► Que código seria usado pelos genes?


Código genético
Factos:
- O código genético resultava de uma sequência de nucleótidos e que esta
sequência tinha correspondência com a sequência de aminoácidos.
- Nos ácidos nucleicos existem 4 monómeros diferentes, nas proteínas
existem cerca de 20 aminoácidos diferentes.
Então, quantos nucleótidos seriam necessários para codificar um aminoácido?

O código genético
assenta, assim,
numa sequência de
três nucleótidos
consecutivos, os
quais formam um
tripleto.
Experiências de Nirenberg e colaboradores
Tendo em conta o “Dogma Central” , bem como a hipótese
do código genético assentar em tripletos, Marshall
Nirenberg (1927-2010) e os seus colaboradores levaram a
cabo, em 1961, uma série de experiências no sentido de
decifrar o código genético.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
Sintetizaram artificialmente
mRNA, formado exclusivamente
por nucleótidos uracilo ( UUU mRNA poli-A
UUU UUU….)
Extracto bacteriano mRNA poli-C
mRNA poli-U (todos os ingredientes
necessários à síntese
proteica)
Experiências de Nirenberg e colaboradores

RESULTADOS:

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:


1. Como são constituídos os tripletos de RNA utilizados por estes investigadores?
Em cada um dos casos, cada tripleto é constituído apenas por um tipo de nucleótido: no
primeiro caso os tripletos são constituídos por 3 uracilos, no segundo por 3 adeninas e no
terceiro por 3 citosinas.
2. Como são formados os péptidos sintetizados a partir de RNA poli-U, poli-A e poli-C,
respectivamente?
Todos são formados, exclusivamente, por um tipo de aminoácidos: quando o mRNA é poli-
U o polipéptido é formado apenas pelo aa fenilalanina, quando é poli-A apenas por lisina e
quando é poli-C apenas por prolina.
Experiências de Khorana
Tentando aprofundar as experiências de Nirenberg, no sentido de
decifrar o código genético, H. G. Khorana (1922-2011 ),sintetizou
moléculas de mRNA com nucleótidos alternados (ACACACA…)

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

RESULTADOS
A cadeia peptídica era formada
por dois tipos de aminoácidos:
treonina (Tre) e histidina (His).
Experiências de Khorana
CONCLUSÃO:
Diferentes combinações de tripletos são responsáveis pela codificação de
diferentes aminoácidos.

 O código genético está "escrito" de forma sequencial e, teoricamente, a


sua leitura pode iniciar-se em qualquer ponto.

O facto de a sequência de três nucleótidos do mRNA codificar um


aminoácido, valeu-lhe a designação de CODÃO.

Cada codão, resulta, por complementaridade, de um tripleto de nucleótidos


do DNA, que alguns autores designam por CODOGENE, apesar de este
termo já não ser utilizado na comunidade científica.
Em síntese…

• A síntese proteica (processo que permite a expressão dos genes) é um


mecanismo que ocorre no interior das células, é relativamente rápido,
muito complexo e ocorre por etapas;

• A expressão génica nos eucariontes apresenta diferenças relativamente


aos procariontes – manual, página 33.

1 - Processo pelo qual a informação


contida num gene é utilizada para
sintetizar uma proteína /péptido.

2- Etapas nos Procariontes –


Transcrição e Tradução
Etapas nos eucariontes –
Transcrição, processamento
de mRNA e Tradução
Em síntese…

A síntese proteica tem como intervenientes:

• nucleótidos de DNA
• nucleótidos de RNAm
• nucleótidos de RNAt
• nucleótidos de RNAr
• Enzimas – RNA polimerase
• aminoácidos - a.a.
• ATP
• código genético – “dicionário” que permite passar da
linguagem dos nucleótidos de RNAm para a linguagem dos a.a.
Código genético
Codogene = Tripleto
Três nucleótidos consecutivos
do DNA constituem um
codogene*  tripleto que DNA
possui a mensagem genética
necessária para a síntese de mRNA
um aminoácido.

Cada aminoácido é codificado


por um conjunto de três
nucleótidos de mRNA – um
tripleto ou codão

PROTEÍNA
Código genético
Relação entre os codões do mRNA e os a.a. correspondentes

Nota: Em 1986 os cientistas anunciaram a descoberta do 21º aa – a selenocisteína – codificado pelo codão UGA. Na
revista Science, nº 296 (2002) foi publicado um artigo relativo à identificação do 22º aa - a pirrolisina (arqueobactérias) -
codificada pelo codão UAG.
Código genético
• Os dois primeiros nucleótidos de
cada codão são mais específicos
do que o terceiro. Uma alteração
da terceira base do tripleto não
implica obrigatoriamente uma
alteração do aminoácido
codificado.
• Codões diferentes
podem codificar o
mesmo aminoácido.

• Não há aminoácidos
diferentes codificados
pelo mesmo codão.
Características do código genético
1- UNIVERSALIDADE – cada codão tem o mesmo significado para a maioria dos seres
vivos.

2- NÃO É AMBÍGUO – um codão codifica apenas um aminoácido ou seja, não há


aminoácidos diferentes codificados pelo mesmo codão .

3- REDUNDÂNCIA – codões diferentes podem codificar o mesmo aminoácido. Por


exemplo os codões GUU, GUC, GUA e GUG codificam a valina. Este fenómeno
também se designa por degenerescência do código genético

4 - CODÃO DE INICIAÇÃO – o codão AUG tem uma dupla função: inicia a leitura do
código (para a síntese proteica ) e codifica o aminoácido metionina.

5- CODÃO DE TERMINAÇÃO / FINALIZAÇÃO – os codões UAA, UAG e UGA terminam


a síntese da proteína pois não codificam nenhum aminoácido.

6- ESPECIFICIDADE DOS NUCLEÓTIDOS – os dois primeiros nucleótidos de cada


codão são mais específicos do que o terceiro. Uma alteração da terceira base do
tripleto não implica obrigatoriamente uma alteração do aminoácido codificado.
Síntese proteica - Eucariontes

RNA mensageiro
Síntese proteica
Síntese proteica

Transcrição Tradução
DNA mRNA Polipéptido

Transcrição - A informação contida nos genes é copiada para o RNA.

Tradução - a informação que se encontra nas moléculas de mRNA é


traduzida em sequências de aminoácidos.
Estrutura de um gene
Região Região
codificante intragénica

Região não Zonas que são


codificante que transcritas mas
é excisada no não são
Local onde se processamento traduzidas
liga a RNA e de seguida é
polimerase II degradada
Transcrição da informação genética
Transcrição da informação genética
- Só uma das cadeias de DNA é utilizada
Síntese de mRNA a partir do DNA
como molde para a síntese de mRNA –
cadeia 3’  5’ ;

- RNA polimerase fixa-se numa


sequência de DNA (promotor)
provocando a sua abertura, devido ao
rompimento das pontes de hidrogénio e
separação das duas cadeias;

- Ocorre a síntese de mRNA, no sentido


5’  3’, pela ligação de nucleótidos
livres, a uma das cadeias de DNA, por
complementaridade de bases;

- Ocorre a libertação do mRNA


sintetizado e a reconstituição do DNA
(restabelecimento das pontes de
hidrogénio entre as bases
complementares).
Replicação Transcrição
DNA-DNA DNA-RNA
1. Helicase
1. Enzima: RNA polimerase II .
2. Enzima: DNA polimerase.
2. Abertura de uma porção específica
da molécula – só é copiada uma
3. Abertura total da molécula (mas não é ao parte da molécula.
mesmo tempo) – toda a molécula é
copiada.
3. Incorporação de nucleotídeos de
RNA.
4. Incorporação de nucleotídeos de DNA.
4. Rotina celular.
5. Só na divisão celular.
5. Controle metabólico (controle da
6. Crescimento e renovação celular, pois síntese proteica).
permite que as células filhas recebam
cópias dos genes.
Simulador de transcrição

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se=&seType=&coId=18860192&bkid=25399002
Transcrição da informação genética
processamento
O mRNA sintetizado na
transcrição (pré-mRNA)
vai sofrendo um conjunto
de transformações antes
de abandonar o núcleo.
Membrana Nuclear

Citoplasma

Migração do mRNA do núcleo


para o citoplasma
INTRÕES – porções de nucleótidos que não contêm informação para a síntese de proteínas,
sendo removidos por enzimas, processo designado maturação, processamento ou splicing.
EXÕES – porções de nucleótidos que contêm informação para a síntese de proteínas, sendo
ligados entre si.
Forma-se, assim, o mRNA maduro que migra do núcleo para o citoplasma.
Tradução da informação genética
A tradução permite que a mensagem contida no mRNA seja descodificada e
utilizada para fabricar uma proteína.
Intervenientes da tradução da informação
genética
RNA de transferência (tRNA)
(também chamado
local aminoacil)

Sequência de três nucleótidos, que é complementar ao


codão do mRNA, reconhecendo-o e ligando-se a ele.
Intervenientes da tradução da informação
RIBOSSOMAS: genética
• são formados por RNA ribossómico (rRNA) e proteínas associadas;
• são constituídos por duas subunidades: a subunidade menor e a subunidade maior,
sendo possível distinguir nesta última as seguintes regiões:

Zona A - Região onde


Local de saída do tRNA após ter o anticodão do tRNA
ocorrido a transferência do aa que se liga ao codão do
transportava. mRNA, alinhando o
aa específico a ser
adicionado à cadeia
peptídica em
crescimento.

Zona que permite a adição do aa transportado pelo


tRNA à cadeia polipeptídica em crescimento
Intervenientes da tradução da informação
RNA genética Responsável pela sequência
Mensageiro de aminoácidos

Permite a atração entre as


bases complementares do anticodão
RNA do tRNA, que transporta os aa e o
Ribossómico codão do mRNA, que tem o código
para a proteína

Faz a seleção e o transporte do


RNA
aa apropriado e faz o reconhecimento
transferência
do codão correspondente do
mRNA
Tradução da informação genética
Tradução da informação genética

Iniciação

No local P da subunidade maior do ribossoma encontra-se ligado o tRNA com


o aa metionina e no local A irá ligar-se o tRNA seguinte.

Todos os péptidos começam por uma metionina, salvo raras exceções.


Tradução da informação genética

Alongamento

Todo o complexo desloca-se ao longo da cadeia de mRNA no sentido 5’ 3’.


Assim, o tRNA ligado ao péptido passa do local A para o P.
Isto permite que um novo tRNA se ligue especificamente ao local A livre.
O tRNA, após transferir o aminoácido, passa para o local E, sendo libertado no
citoplasma onde irá ligar-se especificamente a outro aminoácido.
Tradução da informação genética

Finalização
Tradução da informação genética
Tradução da informação genética
Simulador de tradução

https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/18860466/E?
se=&seType=&coId=18860192&bkid=25399002
Características da síntese proteica
 Complexidade – Intervenção de vários agentes.
 Rapidez – Proteínas complexas produzidas em alguns minutos (uma cadeia
de hemoglobina, com cerca de 140 aa, pode ser sintetizada em 2 ou 3
minutos).
 Amplificação – Transcrição repetida da mesma zona de DNA e tradução
repetida do mesmo mRNA.

Para aumentar o rendimento de todo este processo:


- cada molécula de DNA é transcrita várias vezes (formando vários RNAm);
- cada molécula de RNAm é traduzida por vários ribossomasPolipeptídeo
simultaneamente, formando-se polirribossomas/ polissomas. completo
Polipeptídeo em
crescimento
Ribossomas

RNAm

Início do RNAm
Final do RNAm
(extremidade 5’)
(extremidade 3’)
Tradução da informação genética

Amplificação da mensagem
Síntese proteica
Alterações pós-traducionais

 Após dissociar-se do ribossoma, a proteína pode ter que ser transportada para
outros locais da célula ou ser secretada para o meio extracelular.
A tradução pode ocorrer no citoplasma ou no RER. Neste último caso, as proteínas
são, posteriormente, encaminhadas para o Complexo de Golgi onde sofrem a
maturação..
As proteínas podem sofrer alterações após a sua síntese (ex: adição de grupos
químicos), que alteram a sua funcionalidade.
Enzimática
Motora
Ex: lipases
Ex: actina

Hormonal
Funções das Transporte
Ex: insulina
Proteínas Ex: hemoglobina

Defesa

Ex: imunoglobulina Estrutural


Reserva alimentar
Ex: colagénio

Ex: caseína
Síntese proteica em seres procariontes

 Nos seres procariontes, a molécula de mRNA não sofre maturação (não


ocorre processamento de RNA), uma vez que o DNA dos procariontes não
possui intrões.
 Dado que não há núcleo individualizado nas células destes seres, o DNA
encontra-se no citoplasma, ocorrendo aí todas as fases da síntese
proteica.
A transcrição e tradução são processos quase simultâneos, pois os ribossomas
ligam-se ao mRNA que se está a formar a partir do DNA.

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