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Santana do Livramento
2019
BRUNO GIOVANI GONÇALVES LEMES
Santana do Livramento
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1 PROBLEMÁTICA .............................................................................................................. 2
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 4
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 4
1.2.1 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 4
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 5
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................................ 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 7
2.1 EMPOWERMENT ............................................................................................................... 7
2.2 ENGAJAMENTO NO TRABALHO ................................................................................ 11
3 MÉTODO ........................................................................................................................... 16
3.5 CRONOGRAMA .............................................................................................................. 19
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20
APÊNDICE A – NOME ......................................................................................................... 24
1
1 INTRODUÇÃO
1
Free Shops: Estabelecimentos de comércio caracterizados pela isenção de tributos sobre os produtos que são
comercializados (AMARAL, 2008).
2
1.1 Problemática
terciário e as empresas deste setor são o principal foco para pessoas em busca de atividades
turísticas de cunho cultural, profissional ou de consumo (EMBRATUR, 2008).
De acordo com o aumento do fluxo de turistas na área de fronteira localizada nas
cidades de Santana do Livramento – RS e Rivera – URU, torna-se notável o crescimento
econômico da região. Com isso, a demanda por serviços de hospedagem na área é um dos
principais indicadores de necessidade de melhoria no setor hoteleiro na localidade, uma vez
que se faz necessária uma adequação das empresas do ramo para assegurar uma possibilidade
de suprir a necessidade dos clientes. Tendo em vista isso, tem-se por base que empresas do
setor hoteleiro convivem em ambiente de competitividade relativamente alta, levando em
conta a qualidade do serviço oferecido e seus processos internos diretamente ligados, sempre
com o objetivo de captar mais clientes (CASTELLI, 2003). Ponderando o contexto
apresentado, tais empresas necessitam realizar uma constante busca pela excelência na
qualidade do serviço ofertado, mesmo que através de modificações e/ou melhorias nos
processos de gestão.
Para tal melhoria ser possível, as empresas hoteleiras possuem a opção de realizar
mudanças e adequações nos processos internos, dentre eles a delegação de participação aos
funcionários no processo de tomada de decisão. Tal possibilidade pode ser atingida através da
implementação da ferramenta empowerment, a qual oferece relativa autonomia aos
trabalhadores para que participem das decisões da empresa. Uma vez que, segundo Cardoso
Junior (2003), as empresas que utilizam do empowerment como ferramenta de gestão e
delegam participação no processo decisório tendem a uma melhor posição no mercado,
consequentemente, elevando a qualidade do serviço e produtividade dos funcionários,
impactando no engajamento dos mesmos.
Com isso, Dutra (2016) ressalta que a maioria dos profissionais e trabalhadores
possuem conhecimento e percepção acerca do impacto que o desempenho do seu trabalho e o
comprometimento acerca deste pode acarretar para a organização. Além disso, Schaufeli e
Salanovas (2008) discorrem que a colaboração dos funcionários para com uma empresa é um
ponto relevante para o trabalho, pois com a busca da melhoria de resultados obtidos pelas
organizações, o engajamento do colaborador não é somente físico, mas sim psicológico.
Ainda assim, os trabalhadores engajados com uma organização tendem a obter
resultados positivos tanto para si próprios, como para a empresa. Desta maneira, verifica-se
uma possível relação entre a delegação de participação no processo de tomada de decisão
4
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Empowerment
assim possível o surgimento de novas habilidades de cada pessoa que compõe a organização,
proporcionando diversas oportunidades no envolvimento dos processos organizacionais e
assim, colocando em prática o empowerment pessoal e profissionalmente pelas pessoas
envolvidas (ROWALAND, 2010).
Grécia, Noruega, África do Sul, Espanha e Brasil, sendo que possui tradução para português
brasileiro e foi validada no país por Vazquez et al.(2015).
Nesse contexto, em todos os estudos realizados para sua validação foi utilizada a
Análise Fatorial Confirmatória, a qual elucidou índices que possibilitaram ajustes para o
aumento da precisão das três sub-escalas. Com isso, o UWES é considerado um indicador
válido e confiável de engajamento no trabalho, podendo verificar a intensidade do
envolvimento do trabalhador no que se refere ao desempenho de suas tarefas no ambiente de
trabalho, o que tende a resultar em potenciais benefícios no contexto individual e
organizacional que são gerados (ANGST; BENEVIDES-PEREIRA; PORTO-MARTINS,
2009).
Tais benefícios resultantes do engajamento no trabalho que estão pautados
anteriormente são citados por diferentes autores na literatura, os quais apresentam focos
distintos para estes benefícios. Pode-se inferir que os benefícios em questão impactam no
contexto organizacional e individual do trabalhador, sendo estes evidenciados no Quadro 3,
apresentado a seguir:
Por meio da relação do empregado com o seu trabalho, podem existir resultados
positivos e negativos, uma vez que isso é notável durante a execução da tarefa, sendo que é
requerido esforço, energia e criatividade (SALANOVA; SCHAUFELI, 2009). Ademais, o
engajamento em si possui o significado de energia e eficiência profissional, além de pouco
cansaço mental e baixa desumanização no trabalho (MASLASH; LEITER, 2008). Em função
disso, o engajamento proporciona um ciclo de resultados positivos seja para os trabalhadores,
seja para organização, sendo ele baseado em Halberg e Schaufeli (2006), Salanova e Schaufeli
(2009), Torrente et al. (2012), conforme apresentado na Figura 1:
Melhoria do
Comprometimento e desempenho
envolvimento com a individual e de
organização equipe
Engajamento
no trabalho
Aumento da
iniciativa de
trabalho
Fonte: elaborado pelo autor, baseado em Halberg e Schaufeli (2006), Salanova e Schaufeli
(2009), Torrente et al. (2012).
3 MÉTODO
Esta proposta de pesquisa que tem como objetivo analisar os reflexos das práticas de
empowerment nos níveis de engajamento no trabalho de funcionários de hotéis no centro de
Santana do Livramento – RS, caracteriza-se como um estudo de caráter exploratório e
abordagem qualitativa.
A pesquisa exploratória possui como principal objetivo o desenvolvimento,
esclarecimento e modificação de conceitos e ideias, levando em consideração que esta possui
uma maior precisão na elaboração de problemas, sendo assim, gerando uma maior
familiaridade com o problema de pesquisa a fim de torna-lo explícito (GIL, 2002). Na ótica de
Mattar (2001), os métodos utilizados por estudos exploratórios são considerados amplos e
possuem versatilidade, ainda assim, é usual que a pesquisa exploratória compreenda a
abordagem qualitativa.
Para Triviños (1987), as pesquisas de abordagem qualitativa trabalham e utilizam os
dados em busca de seus significados, usando como base a percepção de fenômenos dentro de
um contexto. Corroborando, infere-se que a pesquisa de cunho qualitativo trabalha com a
análise e interpretação de aspectos profundos, descrevendo o comportamento humano como
complexo e, ainda assim, fornece análises detalhadas sobre observações, atitudes e
comportamento (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Tendo em vista os objetivos propostos, a população-alvo deste estudo consiste nos
funcionários de empresas do setor hoteleiro de Santana do Livramento – RS, especificamente
aquelas localizadas na região central por motivos de acessibilidade, que ocupem o cargo de
recepcionista. O intuito de tomar como sujeitos da pesquisa os recepcionistas das empresas
hoteleiras do município se dá pela centralidade do papel deste trabalhador em uma
organização do ramo, visto que é ele que recepciona o cliente de um hotel, tem como
responsabilidade a realização da entrada e, também, da saída do hóspede, fazendo com que
esteja diretamente relacionado com a fidelização do cliente e a qualidade percebida do serviço
oferecido (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).
Sendo assim, para compor o grupo de respondentes da pesquisa buscar-se-ão,
recepcionistas de hotéis do centro da cidade que aceitem participar voluntariamente da
pesquisa e que atendam o critério de inclusão de no mínimo 1 (um) ano de trabalho no hotel,
pois o funcionário que permanece mais tempo na empresa tende a aumentar seus
conhecimentos e habilidades, resultando num foco maior na realização de tarefas relativas ao
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seu cargo comparado àqueles trabalhadores recém-contratados ou que estão há pouco tempo
na empresa (NG; FELDMAN, 2011).
De acordo com a Secretaria de Turismo do município de Santana do Livramento, a
cidade possui ao todo 28 (vinte e oito) empresas do setor hoteleiro, sendo 25 (vinte e cinco)
localizados no meio urbano, os quais são o foco desta pesquisa dada a acessibilidade e 3 (três)
localizados na zona rural.
Para a coleta de dados serão realizadas entrevistas semiestruturadas que, segundo
Bêrni, Abegg e Marquetti (2012) se configuram como uma maneira de levantamento de dados
primários, devido ao fato de o pesquisador realizar perguntas de maneira direta ao
entrevistado. A entrevista semiestruturada possui a característica de realizar questionamentos
básicos que são baseados em teorias e hipóteses as quais se relacionam com o tema de
pesquisa, além de possuir o foco no assunto sobre o qual é realizado o roteiro com
questionamentos principais, sendo complementadas por outras perguntas relacionadas aos
rumos momentâneos que a entrevista leva (TRIVIÑOS, 1987; MANZINI, 2003).
Desta maneira, como instrumento de coleta de dados será utilizado um roteiro de
entrevista (APÊNDICE A) subdividido em três blocos:
BLOCO A – Perfil do entrevistado: 4 (quatro) questões;
BLOCO B – As práticas de empowerment: 7 (sete) questões;
BLOCO C – Os níveis de engajamento no trabalho: 6 (seis) questões.
Para analisar os dados coletados por meio das entrevistas, será utilizada a técnica de
análise de conteúdo que, segundo Lakatos e Marconi (2010), torna evidente as semelhanças
entre o fenômeno a ser estudado e outros fatores. Nada obstante a análise de conteúdo, além
de realizar a interpretação dos dados posteriormente à coleta dos mesmos, se trata de um
método de análise desenvolvido por meio de técnicas devidamente refinadas (FLICK, 2009).
Para desenvolver a referida análise, tomar-se-á como base Bardin (2011) que a
configura como uma técnica de análise de dados composta por três etapas, as quais são
expostas na Figura 1:
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Análise de conteúdo
A pré-análise se trata da fase em que o material que será analisado é organizado, a fim
de sistematizar as ideias iniciais. É realizada em quatro fases, conhecidas como:
1ª fase – Leitura Flutuante: É o primeiro contato com os documentos da coleta das
informações, sendo este o momento em que é conhecido o texto;
2ª fase – Escolha de documentos: Trata-se da demarcação das informações que
posteriormente serão analisadas;
3ª fase – Formulação das hipóteses e dos objetivos: Se resume na elaboração de
hipóteses e dos objetivos através das informações obtidas;
4ª fase – Referenciação de índices e desenvolvimento de indicadores (BARDIN,
2011).
A segunda etapa da análise de conteúdo se trata da exploração do material. É resumida
como a exploração do material obtido com a definição de categorias, seguido da identificação
de unidades de registro e das unidades contextuais em documentos. Esta etapa é
extremamente importante pelo motivo de possibilitar ou não a eficiência nas interpretações e
inferências. Com isso, a codificação, classificação e categorização se tornam importantes
nesta fase, podendo ser caracterizada como uma descrição analítica (BARDIN, 2011).
Ainda de acordo com Bardin (2011), a terceira etapa da análise de conteúdo consiste
no tratamento dos resultados, inferência e interpretação, tratando-se da condensação, destaque
das informações obtidas para posterior análise. Desta maneira, são obtidas interpretações,
inferências, reflexões e críticas acerca dos dados.
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3.1 Cronograma
REFERÊNCIAS
BAKKER, A.; LEITER, M. P. Where to go from here: integration and future research on
work engagement. In: A. B. Bakker; M. P. Leiter (orgs). Work engagement: a handbook of
essential theory and research. New York: Psychology Press, 181-196, 2010.
BAUMRUK, R. The missing link: the role of employee engagement in business success.
2004.
BÊRNI, D. D. A.; ABEGG, C.; MARQUETTI, A. Como fazer levantamento de dados. In:
BÊRNI, D. D. A.; FERNANDEZ, B. P. M. (Orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa:
modelando as ciências empresariais. São Paulo: Saraiva, 2012.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3ª ed., J. E. Costa, Trad. São Paulo: Artmed,
2009.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GUERREIRO FILHO, A. O poder da camisa branca. São Paulo: Ed. Futura, 2011.
JURAN, J. M.; GRYNA, F. Quality planning and analysis. New York: McGraw Hill, 1993.
MASLACH, C.; LEITER, M. P. Early predictors of job burnout and engagement. Journal of
Applied Psychology, 93(3), 498-512. 2008.
SAKS, A. M. The meaning and bleeding of employee engagement: How muddy is the
water? Cambridge: Industrial and Organizational Psychology, v. 1, n. 1, p. 40-43, 2008.
SALANOVA, M.; SCHAUFELI, W. B.; LLORENS, S.; PEIRO, J. M.; GRAU, R. Desde el
“burnout” al “engagement”: una nueva perspectiva? Revista de Psicología del Trabajo y de
las Organizaciones. v. 16, p. 117-134, 2000.
SCOTT, C. D.; JAFFE, D. T. Empowerment: a pratical guide for success. Califórnia: Crisp
Publications Inc., 1991.