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Aplique os conceitos e
transforme os seus espaços
Aula Inaugural O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas
Bem-vindo ao curso
Arthur Casas ensina
Fundamentos da Arquitetura
e Design de Interiores
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Aula Inaugural O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas
Índice
Arthur Casas ensina
Fundamentos da Arquitetura
e Design de Interiores
Aula Inaugural • O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas
Aula 4 • D
esign de Interiores: Projetos Internacionais
Aula 5 • A
rquitetura, design e sistemas construtivos
Aula 6 • D
esign de Produtos
Aula 7 • O
Design em outras escalas: experiências imersivas
Aula 8 • O
Design que extravasa para o exterior
Aula 9 • A
Revitalização das Cidades
Aula 10 • O
Urbanismo como vetor de transformação da cidade e novos negócios
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AULA INAUGURAL
O indivíduo e a arquitetura:
Origem e trajetória de Arthur Casas
Aula Inaugural O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas
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das em São Paulo, onde Arthur absorveu grande conhecimento sobre construções mo-
dulares, característica que o acompanha até hoje em seus projetos.
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O Studio Arthur Casas atua desde 1999 com uma equipe de designers, arquitetos e urbanis-
tas que atuam no escritório em São Paulo, mas que também realizam projetos de arquitetura e
design de interiores em diversas partes do mundo. Eles são feitos em várias escalas, que vão
desde uma única residência até mesmo grandes edifícios.
Os ambientes são planejados sem seguir modismos e tendências e sim, levando em conta
a essência dos processos criativos de Arthur Casas: o indivíduo. Espaços amplos, mas aco-
lhedores, flexíveis e com diversas possibilidades de interação são priorizados, como as salas
ampliadas e conectadas à decks, bastante frequente em suas obras.
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Processo criativo
A arquitetura tem esse papel de transformar a vida das pessoas. Quando os profissionais
estão desenhando, têm à mão uma possibilidade de melhorar a vida de quem vai morar
e viver naquele espaço.
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Casa Iporanga:
arquitetando para si mesmo
“Quero tentar desmistificar a profissão, como é
o processo criativo até a entrega.”
Como forma de introduzir o aluno no universo da arquitetura e do design tanto pela visão
do arquiteto quanto do cliente, Arthur Casas iniciou o curso dentro da própria casa. Proje-
tada por Arthur Casas para Arthur Casas, a residência, localizada na região de Iporanga,
Guarujá, litoral de São Paulo, é o local onde o arquiteto se recolhe para criar seus projetos.
A residência é como um refúgio de trabalho em meio ao silêncio e sons da floresta.
O espaço físico da casa foi erguido em um terreno à beira da Mata Atlântica e é totalmen-
te integrado com a natureza ao redor. Trazer essa característica de união e preservação
ambiental foi o objetivo central quando o terreno foi comprado, já que Casas não quis
derrubar nenhuma árvore do local.
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Perspectivas do arquiteto
“Isso vem ao encontro com o momento atual no qual as pessoas procuram dentro da casa um
lugar “fora de cidade”, pra ter mais tempo pra pensar, ler, realizar coisas de maneira tranquila.”
O deck elevado, próximo ao terraço do primeiro piso, faz o papel de mirante da mata.
Ele também é feito em madeira, com o objetivo de dialogar com a natureza ao redor e
proporcionar um efeito mais autêntico e natural.
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A casa foi projetada originalmente com a madeira cumaru, que também está presente no
piso da sala, mas com o tempo ela começou a criar fungos por conta da umidade exces-
siva da região em determinadas épocas, e precisou ser trocada por pinus autoclavado.
Cumaru Pinus
A madeira cumaru é originária de árvore autoclavado
de mesmo nome, encontrada na Améri-
Pinus é uma espécie de pinheiro en-
ca Central e América do Sul. Ela é dura,
contrada na América do Norte, mas que
resistente, durável e com ótimo custo-
também é produzida no Brasil, devido
-benefício. A madeira cumaru é indicada
à importação da árvore. De cor clara e
para decks, assoalhos, portas e janelas,
preço acessível, é amplamente utilizada
fornecendo uma estética mais sofistica-
na construção civil e no mobiliário. No
da ao ambiente, por conta da sua cor
caso do pinus autoclavado, a madeira
mais escura e a regularidade nos veios
passa por um tratamento, garantindo
da madeira.
mais durabilidade e mais resistência à
umidade. A cor também pode ser alte-
rada neste processo, dependendo do
tempo em que o material fica no forno
da autoclave.
Perspectivas do arquiteto
“Criar projetos atemporais é um vetor sustentável na construção. Ouvi uma vez a ambien-
talista Marina Silva dizer a expressão “sustentabilidade estética” e me identifiquei muito. Eu
acho que essa casa, claro, ela tem painel solar e etc, mas ela tem principalmente essa
questão da sustentabilidade estética, você sente isso. A sustentabilidade estética é, aci
ma de tudo, as escolhas que você faz. O conceito é mais amplo do que o simplesmente
transformar algo em sustentável e essa casa materializa isso.”
“Nessa casa tem algumas peças da arte popular brasileira. Eu gosto muito
e acho que ela é subutilizada na região sudeste. Aqui tem a primeira peça
que eu comprei, em 1985, que é uma cabeça do Nicola. Fui apresentado
ao trabalho desse artista em Olinda pela arquiteta Janete Costa.”
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O artesanato é bastante presente na Casa Iporanga. Além de Mestre Nicola, obras dos
artistas brasileiros Fernando da Ilha do Ferro e Dona Irinéia, de Alagoas, compõem o
design interior. Há também um pequeno espaço dedicado para peças que o arquiteto
costuma trazer quando viaja para a África e o Oriente.
Peça em cerâmica da artesã Dona Irinéia Cabeça em madeira do Mestre Nicola, 1985
Mestre Nicola
Integrando a galeria dos mestres-artesãos de Per-
nambuco, o escultor Jaime Nicola de Oliveira nas-
ceu no município de Quipapá, Zona da Mata Sul
do estado, em 1959. Autodidata, já entalhava na
madeira aos 12 anos e aprendeu o ofício a partir
da observação e reprodução de esculturas de
Fonte: Artesanato de Pernambuco / Foto: César de Almeida
igrejas e museus.
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Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br
Fonte: www.incollect.com
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Mobiliário
Pensar no mobiliário faz parte dos projetos de arquitetura e design de Arthur Casas e
com a residência do arquiteto em Iporanga não seria diferente. Móveis projetados pelo
próprio Arthur mesclam com outros que foram herdados da família, como é o caso da
poltrona desenhada pelo arquiteto austríaco Martin Eisler, que pertencia à avó de Arthur
e faz parte das recordações de infância dele.
O sofá, desenhado por Arthur para a renomada loja de design Micasa, leva o nome Fus-
ca, em homenagem ao cachorro do arquiteto, e está presente na sala com almofadas
com grafismos dos índios Caiapós do Xingu. A mesa de centro, feita em madeira, foi
desenhada exclusivamente para a Casa Iporanga, assim como a mesinha da lateral do
sofá, construída com pedra brasileira.
Mesinha lateral com pedra brasileira Sofá “Fusca” e almofada com grafismo indígena do Xingu
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Os móveis externos foram desenhados em parceria com a arquiteta Nani Chinelatto, que
também projetou a cama do quarto no andar superior da casa em formato de tatame.
Ela trabalha bastante com texturas nas criações. O fotógrafo Tuca Reinés também con-
tribuiu para o design do dormitório, presenteando Arthur com um quadro do Guarujá na
década de 70.
Perspectivas do arquiteto
“A beleza das coisas está na simplicidade. É difícil você ser simples, é mais fácil você
acrescentar coisas. Gosto de citar a culinária italiana como exemplo disso, os ingredientes
são poucos, mas de qualidade.”
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