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ARTHUR CASAS

ensina Fundamentos da Arquitetura


e Design de Interiores

Aplique os conceitos e
transforme os seus espaços
Aula Inaugural  O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

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Arthur Casas ensina
Fundamentos da Arquitetura
e Design de Interiores

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Aula Inaugural  O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

Índice
Arthur Casas ensina
Fundamentos da Arquitetura
e Design de Interiores
Aula Inaugural • O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

Aula 2 • Casas e interiores

Aula 3 • Design de Interiores: Projetos Nacionais

Aula 4 • D
 esign de Interiores: Projetos Internacionais

Aula 5 • A
 rquitetura, design e sistemas construtivos

Aula 6 • D
 esign de Produtos

Aula 7 • O
 Design em outras escalas: experiências imersivas

Aula 8 • O
 Design que extravasa para o exterior

Aula 9 • A
 Revitalização das Cidades

Aula 10 • O
 Urbanismo como vetor de transformação da cidade e novos negócios

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AULA INAUGURAL
O indivíduo e a arquitetura:
Origem e trajetória de Arthur Casas
Aula Inaugural  O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

Arthur Casas, o arquiteto


“Meu sobrenome é Casas, que em português significa residência.
Acho que nunca considerei a possibilidade de outra profissão.”

De origem espanhola, Casas é um sobrenome que reflete perfeitamente a vida de um


dos mais importantes arquitetos brasileiros. Arthur Casas começou a desenhar fachadas
aos oito anos e aos 10 já fazia plantas de residências. Hoje, com escritório na região do
Pacaembu, em São Paulo, conta com mais de 400 projetos de arquitetura pelo mundo.

Formado em Arquitetura e Urba-


“Casas, edifícios nismo pela Universidade Mac-
kenzie em 1983, Arthur Casas
e ambientes permeia com tranquilidade pelas
não abrigam apenas nossos áreas de arquitetura residencial,
corpos e as nossas ações, mas espaços comerciais e desenvolvi-
também abrigam nossas mentes, mento imobiliário de design. É um
nossos sonhos, nossas memórias arquiteto múltiplo e holístico que
leva para a criação dos projetos o
e desejos. A arquitetura e o design
entendimento de que o indivíduo é
dão forma à experiência humana
o centro da arquitetura.
de estar no mundo, fortalecem a
nossa noção de ser e influenciam O primeiro estágio durante a forma-
diretamente as nossas vidas.” ção acadêmica aconteceu em uma
construtora de casas pré-fabrica-

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Aula Inaugural  O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

das em São Paulo, onde Arthur absorveu grande conhecimento sobre construções mo-
dulares, característica que o acompanha até hoje em seus projetos.

Casa Iporanga, construída na forma de dois grandes blocos

Porém, naquele início de carreira, as construtoras priorizavam o estilo clássico e Casas


se viu impossibilitado de se expressar como gostaria. Seus primeiros projetos foram com
desenhos de interiores, o que acabou moldando e direcionando seu estilo.

Os trabalhos arquitetônicos de Casas partem da escala do mobiliário, ou seja, do en-


tendimento do percur­so e do movimento que ocorre dentro dos espaços e do estilo
de vida das pessoas que vivem ou vão viver na casa.

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Studio Arthur Casas

O Studio Arthur Casas atua desde 1999 com uma equipe de designers, arquitetos e urbanis-
tas que atuam no escritório em São Paulo, mas que também realizam projetos de arquitetura e
design de interiores em diversas partes do mundo. Eles são feitos em várias escalas, que vão
desde uma única residência até mesmo grandes edifícios.

Os ambientes são planejados sem seguir modismos e tendências e sim, levando em conta
a essência dos processos criativos de Arthur Casas: o indivíduo. Espaços amplos, mas aco-
lhedores, flexíveis e com diversas possibilidades de interação são priorizados, como as salas
ampliadas e conectadas à decks, bastante frequente em suas obras.

“Nossa atenção é direcionada da arquitetura ao mobiliário, do menor dos objetos à escolha


de todos os materiais utilizados. A percepção dos ambientes se dá de maneira total, não
apenas com os nossos olhos, mas com todos os nossos sentidos, nossos corpos e as
nossas emoções”.

O Studio já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais e os projetos podem ser


encontrados nas principais cidades do mundo como Paris, Tóquio, Rio de Janeiro, Nova York
e São Paulo.

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Processo criativo

“A arquitetura começa por uma coisa fundamental que é o


respeito por quem te contrata, pois ali inicia uma relação. Você
foi o escolhido para fazer o projeto, então começa aí.”

O processo de construção de um projeto do Studio Arthur Casas se inicia pelo estudo do


cliente. A rotina da família, o objetivo do espaço e as características dos frequentadores
são colhidas por meio de entrevistas, que visam captar informações a serem considera-
das no projeto.

A arquitetura tem esse papel de transformar a vida das pessoas. Quando os profissionais
estão desenhando, têm à mão uma possibilidade de melhorar a vida de quem vai morar
e viver naquele espaço.

Para Casas, o trabalho do arquiteto não é diferente de uma agência de publicidade.


A criação e o atendimento devem andar juntos e o arquiteto é um aliado para agregar
valor à obra.

Brazilian Pavilion Expo Milano 2015 Ibaté Building

AC NY Apartment NVD House

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Casa Iporanga:
arquitetando para si mesmo
“Quero tentar desmistificar a profissão, como é
o processo criativo até a entrega.”

Como forma de introduzir o aluno no universo da arquitetura e do design tanto pela visão
do arquiteto quanto do cliente, Arthur Casas iniciou o curso dentro da própria casa. Proje-
tada por Arthur Casas para Arthur Casas, a residência, localizada na região de Iporanga,
Guarujá, litoral de São Paulo, é o local onde o arquiteto se recolhe para criar seus projetos.
A residência é como um refúgio de trabalho em meio ao silêncio e sons da floresta.

A Casa Iporanga foi construída com o intuito de se misturar à natureza

O espaço físico da casa foi erguido em um terreno à beira da Mata Atlântica e é totalmen-
te integrado com a natureza ao redor. Trazer essa característica de união e preservação
ambiental foi o objetivo central quando o terreno foi comprado, já que Casas não quis
derrubar nenhuma árvore do local.

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Perspectivas do arquiteto
“Isso vem ao encontro com o momento atual no qual as pessoas procuram dentro da casa um
lugar “fora de cidade”, pra ter mais tempo pra pensar, ler, realizar coisas de maneira tranquila.”

Os 400 m² de construção estão distribuídos na forma de dois grandes cubos simétricos


unidos por uma laje. A madeira é muito presente, das paredes ao chão, trazendo a sen-
sação de que a residência está completamente inserida na mata. Além disso, janelas de
vidro contínuas, de um lado da fachada a outro, como se fossem paredes transparentes,
contribuem para a sensação de imersão na natureza. O pé direito de 11 metros também
proporciona a entrada de luz natural em todos os cômodos do andar de baixo, que são
integrados, sem as paredes tradicionais que dividem os espaços.

A ventilação cruzada também é outra característica da arquitetura da Casa Iporanga e de


todos os projetos de Arthur Casas, proporcionando temperaturas agradáveis, tanto no
verão como no inverno, e dispensando a necessidade do ar condicionado.

O deck elevado, próximo ao terraço do primeiro piso, faz o papel de mirante da mata.
Ele também é feito em madeira, com o objetivo de dialogar com a natureza ao redor e
proporcionar um efeito mais autêntico e natural.

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A casa foi projetada originalmente com a madeira cumaru, que também está presente no
piso da sala, mas com o tempo ela começou a criar fungos por conta da umidade exces-
siva da região em determinadas épocas, e precisou ser trocada por pinus autoclavado.

Cumaru Pinus
A madeira cumaru é originária de árvore autoclavado
de mesmo nome, encontrada na Améri-
Pinus é uma espécie de pinheiro en-
ca Central e América do Sul. Ela é dura,
contrada na América do Norte, mas que
resistente, durável e com ótimo custo-
também é produzida no Brasil, devido
-benefício. A madeira cumaru é indicada
à importação da árvore. De cor clara e
para decks, assoalhos, portas e janelas,
preço acessível, é amplamente utilizada
fornecendo uma estética mais sofistica-
na construção civil e no mobiliário. No
da ao ambiente, por conta da sua cor
caso do pinus autoclavado, a madeira
mais escura e a regularidade nos veios
passa por um tratamento, garantindo
da madeira.
mais durabilidade e mais resistência à
umidade. A cor também pode ser alte-
rada neste processo, dependendo do
tempo em que o material fica no forno
da autoclave.

Perspectivas do arquiteto
“Criar projetos atemporais é um vetor sustentável na construção. Ouvi uma vez a ambien-
talista Marina Silva dizer a expressão “sustentabilidade estética” e me identifiquei muito. Eu
acho que essa casa, claro, ela tem painel solar e etc, mas ela tem principalmente essa
questão da sustentabilidade estética, você sente isso. A sustentabilidade estética é, aci­
ma de tudo, as escolhas que você faz. O conceito é mais amplo do que o simplesmente
transformar algo em sustentável e essa casa materializa isso.”

Arte Popular na composição


do design de interiores

“Nessa casa tem algumas peças da arte popular brasileira. Eu gosto muito
e acho que ela é subutilizada na região sudeste. Aqui tem a primeira peça
que eu comprei, em 1985, que é uma cabeça do Nicola. Fui apresentado
ao trabalho desse artista em Olinda pela arquiteta Janete Costa.”

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O artesanato é bastante presente na Casa Iporanga. Além de Mestre Nicola, obras dos
artistas brasileiros Fernando da Ilha do Ferro e Dona Irinéia, de Alagoas, compõem o
design interior. Há também um pequeno espaço dedicado para peças que o arquiteto
costuma trazer quando viaja para a África e o Oriente.

Peças trazidas de viagens à África e ao Oriente Peça de Fernando da Ilha do Ferro

Peça em cerâmica da artesã Dona Irinéia Cabeça em madeira do Mestre Nicola, 1985

Mestre Nicola
Integrando a galeria dos mestres-artesãos de Per-
nambuco, o escultor Jaime Nicola de Oliveira nas-
ceu no município de Quipapá, Zona da Mata Sul
do estado, em 1959. Autodidata, já entalhava na
madeira aos 12 anos e aprendeu o ofício a partir
da observação e reprodução de esculturas de
Fonte: Artesanato de Pernambuco / Foto: César de Almeida

igrejas e museus.

O artista já participou de inúmeros eventos de arte


nacionais e internacionais, e as obras de cabeças
entalhadas em madeira são conhecidas no mundo
todo. Apesar de seu forte ser o trabalho em madeira,
a técnica artística de Nicola também abarca escultu-
ras em pedra calcária, granito, pedra sabão, concre-
to e marfim. O estilo do Mestre passa pelo bar­roco e
o mineiro e tomam forma em esculturas do tamanho
de um camafeu até obras de um metro de altura.

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Fernando da Dona Irinéia


Ilha do Ferro

Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br
Fonte: www.incollect.com

Dona Irinéia Rosa Nunes da Silva é uma


ceramista brasileira que faz parte de um
grupo de remanescentes quilombolas
do povoado do Muquém, na zona da
mata alagoana. A região é muito próxi-
ma de onde ficava o famoso Quilombo
A Ilha do Ferro é um povoado locali-
dos Palmares, de Zumbi. A arte de Dona
zado em Alagoas, às margens do Rio
Irinéia reflete a ancestralidade da artis-
São Francisco e é hoje um dos mais
ta, que usa o barro para moldar vasos,
importantes pólos de produção de arte
panelas e cabeças. A artesã começou
popular do Brasil graças a Fernando
o trabalho manual com o barro aos 20
Rodrigues dos Santos, o Seu Fernan-
anos, ajudando a mãe na produção de
do da Ilha do Ferro. O artista começou
panelas para o sustento da família, mas
a esculpir cadeiras ainda na juventude,
foi ao criar peças para pagadores de
mas ficou famoso somente aos 70 anos,
promessas em Juazeiro que ela viu que
quando participou de mostras de deco-
poderia usar o barro para dar vazão à
ração no Sul do Brasil. O estilo único do
criatividade. Dona Irinéia tem suas escul-
artesão exalta as formas orgânicas das
turas expostas em hotéis, restaurantes,
madeiras da região em bancos e ca-
resorts, pousadas, galerias de arte e co-
deiras. Algumas peças também contam
leções particulares em todo o Brasil, e
com poemas do artista.
desde 2005 é considerada Patrimônio
As obras de Fernando da Ilha do Ferro fo- Vivo de Alagoas.
ram expostas no Grand Palais em Paris,
na inauguração do Museu Oscar Nieme-
yer em Curitiba, Paraná, e na Casa Cor,
Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br

localizada em São Paulo, em 2001. Ele


faleceu em 2016, aos 81 anos, e desde
2017, o governo e a Universidade Federal
do estado de Alagoas mantêm o Espaço
de Memória Artesão Fernando Rodrigues
dos Santos na Ilha do Ferro, que reúne
a produção de artistas que hoje dão se-
quência ao legado de Seu Fernando.

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Mobiliário

“Quando comecei a trabalhar, eu não encontrava móveis que


traduzissem o que eu queria para os ambientes que projetava.
Foi por conta disso que comecei a desenhar mobiliário. É um
ofício que tem diálogo com a arquitetura. Eu gosto muito e vejo
que os mais jovens estão pegando gosto por ele também”.

Pensar no mobiliário faz parte dos projetos de arquitetura e design de Arthur Casas e
com a residência do arquiteto em Iporanga não seria diferente. Móveis projetados pelo
próprio Arthur mesclam com outros que foram herdados da família, como é o caso da
poltrona desenhada pelo arquiteto austríaco Martin Eisler, que pertencia à avó de Arthur
e faz parte das recordações de infância dele.

O sofá, desenhado por Arthur para a renomada loja de design Micasa, leva o nome Fus-
ca, em homenagem ao cachorro do arquiteto, e está presente na sala com almofadas
com grafismos dos índios Caiapós do Xingu. A mesa de centro, feita em madeira, foi
desenhada exclusivamente para a Casa Iporanga, assim como a mesinha da lateral do
sofá, construída com pedra brasileira.

Mesinha lateral com pedra brasileira Sofá “Fusca” e almofada com grafismo indígena do Xingu

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Aula Inaugural  O indivíduo e a arquitetura: Origem e trajetória de Arthur Casas

Os móveis externos foram desenhados em parceria com a arquiteta Nani Chinelatto, que
também projetou a cama do quarto no andar superior da casa em formato de tatame.
Ela trabalha bastante com texturas nas criações. O fotógrafo Tuca Reinés também con-
tribuiu para o design do dormitório, presenteando Arthur com um quadro do Guarujá na
década de 70.

Perspectivas do arquiteto
“A beleza das coisas está na simplicidade. É difícil você ser simples, é mais fácil você
acrescentar coisas. Gosto de citar a culinária italiana como exemplo disso, os ingredientes
são poucos, mas de qualidade.”

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