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INSTRUÇÃO OPERACIONAL – IO-004

PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE TESTE HIDROSTÁTICO EM TUBULAÇÕES E


EQUIPAMENTOS
Código: Versão: Pág. Área:
RECAP-N. º 03 – 1/6 Manutenção Industrial
0201.0008.131 17/ 07/ 2009
Autor: Adilson Nogueira/ Ademir Moreira Machado Aprovador: Fioravanti Squassoni Filho
Equipe: Adilson Nogueira de Araújo, Ademir Moreira Machado, Marcelo Nonato da Silva e Fioravanti
Squassoni Filho

1. OBJETIVO

1.1. Este padrão visa fornecer requisitos a serem seguidos na execução de teste hidrostático e
pneumático em tubulações e equipamentos, bem como apresentar alternativas possíveis à
realização do teste hidrostático no campo, visando verificar as condições físicas e a estanqueidade
dos mesmos, condicionando-os à operação segura da unidade de processo.

2. CAMPO DE APLICAÇÃO

2.1. Unidade de Trabalho-RECAP

3. DEFINIÇÕES

3.1. Responsável Pelo Teste - Pessoa responsável pelas preparações e pela execução do teste.
3.2. Técnico Qualificado - Pessoa previamente qualificada pela Gerência Setorial de Inspeção de
Equipamentos, com autonomia para testemunhar e aprovar Testes Hidrostáticos.
3.3. Inspetor de Solda - Profissional qualificado pelo SNQC/FBTS
3.4. SNQC/FBTS - Sistema Nacional de Qualificação e Certificação da Fundação Brasileira de
Tecnologia de Soldagem.
3.5. Profissional Habilitado (PH) - Como estabelecido no item 13.1.2 da NR-13, é “aquele que tem
competência para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de
construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de
caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no
País”.
3.6. Técnico de Inspeção de Equipamentos ou Inspetor de Equipamentos - Inspetores de
Equipamentos que atendem aos requisitos previstos na Portaria 16 do INMETRO.

4. DESCRIÇÃO

4.1. Aplicação

4.1.1.Este padrão se aplica a testes hidrostáticos e/ou pneumáticos em tubulações e equipamentos,


fixando diretrizes para sua execução, acompanhamento e emissão de relatório.

4.2. Procedimentos antes do teste de pressão

4.2.1.Medidas de segurança

4.2.1.1. Independente dos equipamentos ou tubulações a serem testados, e do tipo do teste a


ser empregado, existem medidas comuns de segurança que deverão ser atendidos
antes da execução dos testes, que são eles:
4.2.1.2. A presença do responsável pelo teste na frente de trabalho;
4.2.1.3. Direcionamento do DDS para as tarefas do dia;
4.2.1.4. Respeito integral ao procedimento de execução;
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PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE TESTE HIDROSTÁTICO EM TUBULAÇÕES E
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RECAP-N. º 03 – 2/6 Manutenção Industrial
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4.2.1.5. O local deverá ser isolado, com cerquite ou outro bloqueio adequado para o local de
forma a evitar a passagem de transeuntes. Somente o pessoal envolvido no teste
poderá permanecer na área de teste;
4.2.1.6. O teste pneumático é aceitável para linhas de ar de instrumentos e de serviços, porém,
nos demais casos só poderão ser realizados com autorização da Fiscalização e
com o procedimento específico previamente aprovado;
4.2.1.7. A pressão de teste não deve exceder, em nenhum ponto da tubulação ou equipamento;
4.2.1.8. Não soldar sobre o equipamento enquanto o mesmo contiver água;
4.2.1.9. Qualquer intervenção que seja necessário, como reaperto devido vazamento ou reparo
por solda, este só poderá ser realizada com o equipamento despressurizado.

4.2.2. Geral

4.2.2.1. As tubulações ou equipamentos devem ser preparados para o teste hidrostático,


observando-se o seguinte:

4.2.2.2. O responsável pela execução do teste devera certificar que os estojos a serem
utilizados nos equipamentos ou tubulações, são os especificados no projeto;
4.2.2.3. Todas as juntas soldadas e flangeadas em tubulações enterradas deverão ser deixadas
expostas, ou caso não haja condições solicitar autorização à fiscalização para
executar o teste fazendo o controle pelos manômetros;
4.2.2.4. Antes da aplicação do teste, todos os “vents” deverão ser abertos para eliminar bolsões
de ar;
4.2.2.5. Linhas que possuam válvulas de retenção deverão ter a fonte de pressão localizada à
montante da mesma;
4.2.2.6. Nas tubulações com grandes desníveis deve-se tomar cuidado para que as partes mais
baixas não sejam submetidas à sobre pressões;
4.2.2.7. No caso de tubulações pintadas, uma faixa mínima de 100 mm, tendo a solda como
centro, deverá ser deixada sem pintura, até a conclusão do teste hidrostático.
Notas:
4.2.2.8. É importante que o responsável pelo teste se informe com a Gerência de Inspeção de
Equipamentos se está de posse da última revisão dos documentos de inspeção de
equipamentos envolvidos.
4.2.2.9. O responsável pelo teste deverá avisar o Técnico de Inspeção da Gerência de Inspeção
de Equipamentos, para acompanhar a execução do teste, ficando a cargo do
mesmo o acompanhamento ou não de toda a execução.
4.2.2.10. A princípio não será removido nenhum isolamento e/ou pintura dos equipamentos
para realização do teste hidrostático, salvo quando houver suspeita de vazamentos
durante a execução do mesmo ou a critério do Profissional Habilitado.
4.2.2.11. As áreas que sofrerem reparos com soldas no corpo da tubulação, deverão estar
com as superfícies sem pintura e isolamento térmico durante o teste.

4.2.3.O Fluído

4.2.3.1. Caso não haja recomendação prévia do fluído (água de caldeira, querosene, etc.) para
o teste do equipamento ou tubulação, deverá ser utilizado água bruta.
4.2.3.2. É recomendável que a temperatura do fluido esteja acima de 15 ºC. Se a temperatura
ambiente estiver abaixo das temperaturas de teste recomendadas, o fluido de teste
deverá ser aquecido acima esta temperatura.
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4.2.3.3. O teor máximo de cloretos permitido na água deve ser compatível com o projeto do
equipamento, porém nunca superior a 50 PPM para equipamentos ou tubulações de
aços inoxidáveis austeníticos ou com revestimento interno desses materiais.
4.2.3.4. No caso de teste pneumático a temperatura ambiente, ou do ar, não poderá ser inferior
a 15 ºC, a menos que o material do equipamento ou tubulação possua comportamento
dúctil abaixo desta temperatura.

4.2.4. A Bomba de Pressurização

4.2.4.1. A capacidade da bomba de pressurização deverá ser adequada ao teste;


4.2.4.2. Se a pressão de teste for inferior à pressão da rede de água bruta, esta poderá ser
utilizada para pressurização, desde que na entrada do equipamento haja um dispositivo
para controle da pressão.
4.2.4.3. Os dispositivos a serem utilizados nos testes, compostos de tubos, derivações,
conexões, mangueiras e válvulas, deverão ser adequados à pressão de teste.
4.2.4.4. A bomba de teste deverá possuir características para uma subida de pressão
controlada de forma a evitar pressurização rápida do teste.

4.2.5.Os Manômetros

4.2.5.1. Os manômetros a serem utilizados, no mínimo dois, caso não seja possível atender
esta condição, o teste deverá ser realizado com a autorização da Fiscalização. Os
manômetros a serem utilizados deverão ser escolhidos de forma que a pressão de teste
se situe entre 1/3 e 2/3 da escala.
4.2.5.2. A menor divisão da escala não deve exceder a 5% da indicação máxima da escala.
4.2.5.3. Os manômetros deverão estar em boas condições e calibrados. Caso ocorram batidas,
quedas, vencimento do prazo de calibração ou outras irregularidades quaisquer no
instrumento, o mesmo deverá ser recalibrado.
4.2.5.4. Os manômetros deverão ter etiqueta com o número do instrumento, data de calibração
e/ ou da validade e assinatura do responsável pela calibração.
4.2.5.5. O prazo máximo para calibração dos manômetros é de 6 meses.
4.2.5.6. Devem ser previstos bloqueios entre os manômetros e a tubulação ou equipamento,
para permitir a substituição, se necessário.

4.3. Teste hidrostático de tubulação

4.3.1.Seqüência do Teste

4.3.1.1. Os manômetros devem ser instalados, um no ponto mais alto e outro no ponto mais
baixo da tubulação.
4.3.1.2. A pressão de teste deve ser a especificada no projeto. Na falta desta, pode-se utilizar a
fórmula seguir:
Pt = A x (Sc / Sh ) x P
Onde:
A = 1,5 ou 1,3 a critério do Profissional Habilitado
Pt = Pressão de teste;
P = Pressão de projeto;
Sc = Tensão admissível na temperatura ambiente;
Sh = Tensão admissível na temperatura de projeto.

4.3.2.Acompanhamento e execução do teste Hidrostático.


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4.3.2.1. A pressurização do sistema a ser testado deve ser aplicada, lenta e gradualmente, até
que a pressão de teste seja atendida, sendo mantida durante o tempo necessário para
que o sistema seja totalmente verificado.
4.3.2.2. Somente deverá iniciar a inspeção após 15 minutos do instante em que se atinge a
pressão de teste.

Importante: "Por motivo de segurança, nenhuma inspeção devera ser executada


durante a pressurização e intervalo abaixo de 15 minutos da pressão de teste da
tubulação ou equipamento, e o pessoal envolvido deverá permanecer-se em local
seguro".

4.3.3.Prática Recomendada:

4.3.3.1. Vasos de pressão abrangidos pela NR-13 com volume geométrico interno maior que
100 m3,
4.3.3.2. Torres ou colunas,
4.3.3.3. Qualquer equipamento estático com pressão de teste hidrostático maior que 5 MPA,
independente do seu volume ou fluido armazenado;
4.3.3.4. “Caldeiras com pressão de teste hidrostático maior que 5 MPA.”

4.3.4.A verificação do teste hidrostático somente deverá ser realizada na seguinte seqüência:

4.3.4.1. Realizar a verificação visual a 50% da pressão de teste; após inspeção visual.
4.3.4.2. Elevar a pressão a 100% e manter por 30 minutos.
4.3.4.3. A verificação visual devera ser realizada após a redução da pressão de teste a 65%.
Para os casos abaixo:

IMPORTANTE: Sendo o teste ao ar livre, se for necessária à interrupção, com o


sistema pressurizado, ou, o mesmo exigir um tempo muito longo, deverão ser
tomadas precauções para evitar a expansão térmica devido à insolação.

4.4. RESULTADOS DAS INSPEÇÕES E TESTES

4.4.1.Os resultados das inspeções, reparos e testes devem ser registrados de forma precisa,
através de relatórios de Teste Hidrostático. Este relatório deverá ser elaborado pelo Técnico
Qualificado ou o Inspetor de Equipamentos.

4.5. DISPENSA DO TESTE HIDROSTÁTICO

4.5.1.É dispensada a execução do teste hidrostático, desde que sejam atendidos e enquadrados os
requisitos para os seguintes casos:

4.6. Drenos e “vents” de tubulações existentes

4.6.1.Tubulações existentes de hidrocarbonetos ou utilidades, em que é necessário substituir-se


drenos e vents, a partir da luva soldada ao tubo ou sockolet, trocando-se apenas o “nipple” e a
válvula;
4.6.2.Válido para as tubulações com classe de pressão até 1500#, do ASME B16. 5, diâmetros ½",
¾”, 1” e 1½”.
Nota:
4.6.3.A dispensa de teste hidrostático deverá ter a aprovação do Profissional Habilitado.
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4.7. Aplicado para soldas de encaixe no campo com as seguintes características:

4.7.1.Pernas iguais.
4.7.2.EPS qualificado com TIG ou eletrodo de pequeno diâmetro, 2,5 mm, de baixo hidrogênio.
4.7.3.No mínimo três “passes “de solda para diâmetros de 1” e 1 ½”.
4.7.4.No mínimo dois “passes de solda para diâmetro de ½ e ¾”.
4.7.5.A solda de selagem na entrada da válvula para cobertura dos fios de rosca aparente.
OBSz Aplicável somente em tubulações de aço carbono.

4.8. Requisito de Inspeção das soldas

4.8.1.100% visual nas extremidades a soldar;


4.8.2.100% ensaio por líquido penetrante na solda de encaixe acabada.
4.8.3.Deverão ser emitidos os relatórios de inspeção.

4.9. Teste de estanqueidade após a instalação no campo

4.9.1.Realizar o teste de estanqueidade com o produto da linha ou vapor deágua na pressão de


operação da tubulação, durante a fase de retorno à operação.
Nota:
4.9.2.Referência API-570 “Piping Inspection Code” parágrafo 6.2.6 “Pressure testing”.

4.10. DISPENSA DE TESTE HIDROSTÁTICO EM TUBULAÇÕES DURANTE A MANUTENÇÃO

4.10.1. Tubulações enquadradas na classe de inspeção I não precisam ser submetidas a teste de
pressão, devendo, nesse caso, ser submetidas aos exames não-destrutivos
correspondentes, indicados na TABELA A-2 do anexo da N-115, Além disso, deve ser
verificada a estanqueidade do sistema quando atingidas as condições de operação normal.
4.10.2. Desde que avaliado e aprovado pelo Profissional Habilitado (PH), o teste hidrostático para
outras classes de inspeção nas tubulações poderá ser dispensado, desde que atendam aos
requisitos das normas aplicáveis e ou recomendações do PH.

5. REGISTROS
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PROCEDIMENTO PARA EXECUÇÃO DE TESTE HIDROSTÁTICO EM TUBULAÇÕES E
EQUIPAMENTOS
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Identificação Armazenament Proteção Recuperação Tempo de Disposição
o Retenção
Meio Físico Armário Pasta de A - Z e Enquanto existir Descarte/reciclagem
o equipamento ou eliminar
Relatório de Meio Eletrônico Backup da Rede aplicativo Enquanto existir Descarte/reciclagem
Inspeção TI PROGERAL o equipamento ou eliminar
Certificado de Meio físico Armário Pasta de A - Z Enquanto existir Descarte/reciclagem
Teste Hidrostático o equipamento ou eliminar

6. REFERÊNCIAS

6.1. PG-1T-00001 - Controle de Documentação


6.2. PG-1T-00006 - Tratamento de Anomalias
6.3. PP-3C-00001 - Produção de Derivados - RECAP
6.4. PG-4C-00044 - Controle de Anomalias, Ação Corretiva e Preventiva.
6.5. PE-4C-00167 - Acompanhamento de Teste Hidrostático e Pneumático
6.6. API RP 570 - Inspection,repair,alteration and rerating of in service piping system
6.7. ASME B-31.3 - ASME code for pressure piping
6.8. ASME SEC. VIII - ASME Boiler and pressure vessel codes
6.9. ASME SEC. I - ASME Power Boilers
6.10. N-46 - Vãos Máximos Entre Suportes de Tubulação
6.11. N-115 - Montagem de tubulações metálicas
6.12. N-268 - Fabricação de vasos de pressão
6.13. N-269 - Montagem de Vasos de Pressão
6.14. N-2688 - Testes de pressão em serviços de vasos de pressão e caldeiras

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