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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades


LICENCIATURA EM GESTÃO

ANSELMO EMÍLIO RAÚL PASSAR MÔRO

ANÁLISE DO PROGRAMA DE BENEFÍCIOS FISCAIS NAS ZONAS ECONÓMICAS


ESPECIAIS (Z.E.Es), E SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO
SOCIOECONÓMICO EMPRESARIAL E LOCAL.
“Caso de estudo ZEEs de Manga-Mungassa Cidade da Beira (2013-2017)”.

Beira, Julho de 2018


ANSELMO EMÍLIO RAÚL PASSAR MÔRO

ANÁLISE DO PROGRAMA DE BENEFÍCIOS FISCAIS NAS ZONAS ECONÓMICAS


ESPECIAIS (Z.E.Es), E SEU IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO
SOCIOECONÓMICO EMPRESARIAL E LOCAL.
“Caso de estudo ZEEs de Manga-Mungassa Cidade da Beira (2013-2017)”.

Monografia apresentada ao Curso de Gestão da Faculdade de


Ciências Sociais e Humanidades da Universidade Zambeze
como requísito parcial para obtenção do grau de licenciatura
em Gestão.
Orientador: MSc, Iquibal Aliasse
------------------------------------------------------

Beira, Julho de 2018


DECLARAÇÃO DE HONRA

Anselmo Emílio Raúl Passar Môro, declaro que o presente trabalho com o tema: Análise do
programa de benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especiais (ZEEs), e seu impacto no
desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, “Caso de estudo ZEEs de Manga-
Mungassa Cidade da Beira (2013-2017)”. Foi realizado pelo autor na Universidade Zambeze,
Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades em 2018. O mesmo é da autoria exclusiva do
autor exceptuando apenas as citações que aqui foram feitas. Este trabalho nunca foi e será
apresentado ou submetido em qualquer outra Instituição para a obtenção de qualquer grau
profissional. É expressamente proibida a sua reprodução parcial ou total sem a prévia autorização
do autor ou da Universidade Zambeze.

Nome do Autor:
Anselmo Emílio Raúl Passar Môro
……………………………………………………………………..
Data ….…./…..…/…...….

Nome do Supervisor
Iquibal Aliasse
…………………………………………..
Data ….…../…….…/….…

I
DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus Amados e queridos Pais,


pelo amor, carinho, atenção e por todos os ensinamentos e
suporte que sempre me deram e continuam a dar desde o
começo da minha vida.
À memória da minha amada avó Cristina Júlio Baptista,
minha prima Carla Carlos Cabiço e meu Tio José Mariano
Gonçalves e todos meus entes queridos que o Senhor os
tenha.
Aos meus irmãos de sangue e de coração que Deus os
colocou na minha vida e no meu caminho para me
ajudarem a completar esta caminhada, aos amados tios e
primos, queridos sobrinhos e aos amigos de infância pelo
tempo que passei longe de vocês, em especial aqueles
momentos pelo qual vocês mais precisaram de mim e eu
não pode estar, mas mesmo assim nunca deixaram que eu
me sentisse só, nas chamadas e mensagens sempre
transmitindo-me aquele calor e afecto que me serviram de
força motriz para continuar a trilhar este caminho
académico que escolhi e a concretizar este sonho que não é
só meu mas, vosso também.

II
EPÍGRAFES

Se o cavalo o que corre pelo gosto não se cansa,“


.”então isso é a prova de que, quem luta alcança
Yannick - Afroman

“Feliz é aquele que transfere o


que sabe, e aprende o que ensina”.
Cora Coralina

III
AGRADECIMENTOS

Em primeiríssimo lugar agradeço a Deus Pai todo-poderoso pela vida, família, saúde, amigos e
tudo que me tem dado e proporcionado desde o meu primeiro dia.
Para a concretização deste trabalho foi mais que especial e indispensável a contribuição e apoio
directo e indirecto de todas as pessoas que presto as minhas sinceras homenagem e
agradecimentos.
Ao meu supervisor, Mestre Iquibal Aliasse pela paciência, confiança e orientação e
disponibilidade em todas as fases deste trabalho.
Ao coordenador do curso de Gestão, Mestre Martinho Engenheiro pelo suporte e conhecimentos
que tem transmitido aos estudantes e em particular a aprovação deste tema.
Aos meus colegas de turma e do curso de Gestão pela cumplicidade e troca de experiencias,
Delvina Nauaito, Gertudes Bernardo, Marven Jamal, Carlos Damugene, Catarina Ramos,
Domingas Sona, Lucilio Matusse, Lidia Viano, Amade Cheha, Paulo Macha Sitole, Paulo Uaite,
João Junior Jala, Junior Cassiano Mausse, Alberto Manuel, Alberto Manhepe, Daniel Mugaua
entre outros que estão e sempre estarão no meu coração.
Aos meus Maravilhosos Docentes pela forma sabia como souberam transmitir os conhecimentos
e experiencias nestes quatro anos e meio, Pedro Mondlane, Eurico Navaia, Ernesto Mahumane,
Sandro Pele, Diosnas Tamele, Lotina Burine, Mário Michon, Valdez Mapicha, João Paulino,
Martilha Sidumo, Anselmo Matanha, Iva Leonardo, entre outros que levarei comigo na alma.
Aos profissionais da APIEX, Doutora Nádia, Ana Manhique, Dr. João Zeca Chihale e os
restantes colegas pela sabia e profissional colaboração na colecta de dados e fornecimento
material para o trabalho.
A todos os profissionais da Autoridade Tributaria e Alfândegas da cidade da Beira: Director dos
R.H, Sr. Delegado, Director provincial das Alfândegas, Sr. Safim Bacar pela entrevista
concedida e a sabia colaboração.
A Direcção provincial de Economia e Finanças de Sofala em Nome do Sr. Mussosso.
Ao senhor Leonardo Shissio, Gestor de R.H, Marketing e Relações Públicas da Dingsheng
Internacional Investimentos, Lda. Pela entrevista concedida para a recolha de dados para o
presente trabalho.

IV
Aos senhores Julião Chaves Mário Jordão gestor de R.H da empresa SUNLINE, Lda e o senhor
Rui Manhengue gestor de R.H da empresa ADC, Sa pela colaboração e disponibilidade no
fornecimento de informações (resposta do questionário).
Por último, agradeço aos moradores do Bairro da Manga-Mungassa pela calorosa recepção e
colaboração em responder o questionário de pesquisa.

V
RESUMO

O presente estudo pretende analisar o impacto do programa de benefícios fiscais nas Zonas
Económicas Especiais no desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do
distrito, concretamente a Zona Económica Especial de Manga-Mungassa na Cidade da Beira,
província de Sofala-Moçambique. O estudo tem como objectivo principal analisar se poderá o
Programa de Benefícios Fiscais na Zona Económica Especial (Z.E.Es) de Manga-Mungassa estar
a contribuir para o processo desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do
distrito da Beira no período de 2013-2017. A nível mundial e com destaque para o continente
Asiático, a existência de Zonas Económicas de Desenvolvimento (ZED), como é o caso de Zonas
Económicas Especiais são usadas como alavanca de desenvolvimento económico acelerado de
qualquer país, capaz de modernizar a sociedade e melhorar o nível de vida através da
industrialização (Plano Estratégico para a Promoção do Investimento Privado [PEPI 2014-2016],
2013).
Experiências internacionais, apresentam muitos exemplos na África Sub-sahariana sobre tudo, de
ZEEs que fracassaram e tiveram grandes perdas quando mal localizadas e mal desenhadas em
atrair investimentos sustentáveis e criação de empregos ao desenvolvimento transformativo da
região ou país, mas há fortes evidências de que as ZEEs têm o potencial desse tornar pilotos
eficazes e catalisadores do crescimento económico. Com uma história relativamente curta do uso
das ZEEs como um instrumento de desenvolvimento, Moçambique está a seguir as ZEEs como
uma estratégia de promoção, atracão e retenção de investimento privado directo nacional e
estrangeiro (IDN e IDE) no país como forma de diversificar a economia, ora dependente da
agricultura e da indústria extractiva. Contudo, não se pode garantir um resultado de sucesso
(United States Agency International Development [USAID] & Support Program for Economic
and Enterprise Development [SPEED], 2014). De modo a responder a questão, desenvolveu-se o
presente estudo. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que, o Programa de Benefícios
Fiscais na Zona Económica Especial (Z.E.Es) de Manga-Mungassa não esta à contribuir para o
processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira
pois, não estar a se fazer sentir em todos os pontos ou variáveis desejadas para se afirmar
efectivamente como desenvolvimento económico, apenas podemos falar de crescimento
económico.

Palavras-chave: Benefícios fiscais, desenvolvimento socioeconómico local e empresarial,


Atracão de investimentos, Estratégia, Governo, crescimento económico, População.

LISTA DE GRÁFICOS

VI
Gráfico 1. És residente do Bairro de Manga-Mungassa?.............................................................31
Gráfico 2. Qual é o seu Sexo?.......................................................................................................32
Gráfico 3. Qual é a sua faixa etária?.............................................................................................32
Gráfico 4. Vôce Trabalha?............................................................................................................33
Gráfico 5. Qual é o seu local de trabalho?....................................................................................33
Gráfico 6. Já ouviste falar sobre os benefícios fiscais a que estão sujeitas as empresas da Zona
Económica Especial de Manga-Mungassa?...................................................................................34
Gráfico 7. Construção de novas infra-estruturas melhoradas?.....................................................35
Gráfico 8. Criação de novos postos de trabalho (Emprego)?.......................................................36
Gráfico 9. Aumento de número de empresas novas?....................................................................36
Gráfico 10. Modernização e introdução de novas tecnologias a nível da zona de Manga-
Mungassa.......................................................................................................................................37
Gráfico 11. Aumento do bem-estar económico e social...............................................................37
Gráfico 12. As Zona Económica Especial de Manga-Mungassa têm contribuído para o
desenvolvimento socioeconómico local?......................................................................................38
Gráfico 13. Acreditas que os benefícios fiscais têm contribuído para o processo de
desenvolvimento desta zona?........................................................................................................39
Gráfico 14. Este desenvolvimento tem impacto directo para sua vida e da sua família?.............39
Gráfico 15. Acreditas que os benefícios fiscais ajudam a atrair novos empreendimentos?.........40

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Contribuição da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa no desenvolvimento


Socioeconómico Local...................................................................................................................41

VII
Tabela 2. Resumo das respostas obtidas no inquerito com a empresa.........................................42

LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1. Roteiro de Entrevista à (APIEX)…………………………………………………..50

Apêndice 2. Roteiro de Entrevista à (AT- Cidade da Beira)…………………………………….51

VIII
Apêndice 3. Roteiro de entrevista à (Dingsheng Internacional Investimento, Lda). “Empresa
gestora da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa”……………………………………52

Apêndice 4. Questionário à (População)……………………………………………………….. 54

Apêndice 5. Questionário à (Empresas)………………………………………………...……….56

SIGLAS E ABREVIATURAS

APIEX - Agência de Promoção de Investimentos e Exportações


AT – Autoridade Tributária
CPI - Centro de Promoção de Investimentos

IX
GAZEDA - Gabinete das Zonas de Desenvolvimento Acelerado
CBF - Código de Benefícios Fiscais
EZEEs – Empresas de Zona Económica Especial
DEL – Desenvolvimento Económico Local
FCSH – Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades
ZEEs - Zonas Económicas Especiais
BR - Boletim da República
SPSS – Social Statistics Processing System
UVC - Unidade de visitas e Controle
SPEED - United States Agency International Development
USAIDE - Economic and Enterprise Development
PEPI- Plano Estratégico para a Promoção do Investimento Privado
PIB – Produto Interno Bruto
PPP - Parcerias Públicas e Privadas
ZED - Zonas Económicas de Desenvolvimento
IRPC - Impostos sobre Rendimento de Pessoas Colectivas
IVA – Imposto Sobre Valor Acrescentado
IPEX - Instituto para a Promoção de Exportações
IDN – Investimento Directo Nacional
IDE- Investimento Directo Estrangeiro
USD – United State Dollar

ABSTRACT

The present study intends to analyze the impact of the tax benefits program in the Special
Economic Zones in the socioeconomic development, business and local, as well as the district.
Specifically the Special Economic Zone of Manga-Mungassa in the City of Beira, province of
Sofala-Mozambique. The main objective of the study is to analyze whether the Program of Fiscal

X
Benefits in the Special Economic Zone (SEZ) of Manga-Mungassa is contributing to the socio-
economic and business development process, as well as the Beira district, from 2013 to 2017. At
the global level, with emphasis on the Asian continent, the existence of Economic Development
Zones (SDZ), such as Special Economic Zones, is used as a lever for the accelerated economic
development of any country capable of modernizing society and improving the level of life
through industrialization (Strategic Plan for the Promotion of Private Investment [PEPI 2014-
2016], 2013).
International experiences have many examples in sub-Saharan Africa, especially of SEZ that
have failed and suffered great losses when poorly located and poorly designed to attract
sustainable investment and job creation to the transformative development of the region or
country, but there is strong evidence that the EEZs have the potential to become effective pilots
and catalysts for economic growth. With a relatively short history of the use of SEZs as a
development tool, Mozambique is following the SEZs as a strategy to promote, attract and retain
domestic and foreign direct private investment (IDN and FDI) in the country as a way to
diversify the economy, now dependent on agriculture and the extractive industry. However, a
successful outcome can t be guaranteed (United States Agency International Development
[USAID] & Support Program for Economic and Enterprise Development [SPEED], 2014). In
order to answer the question, the present study was developed. On the basis of the results
obtained, it can be concluded that the Program of Fiscal Benefits in the Special Economic Zone
(SEZ) of Manga-Mungassa is not contributing to the process s of socioeconomic and local
development, as well as of the Beira district. being to be felt in all the points or variables desired
to assert itself as economic development, we can only speak of economic growth.

Keywords: Fiscal benefits, local and business socio-economic development, Strategy,


Investment Attraction, Government, economic growth, Population.

ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA.........................................................................................................I

DEDICATÓRIA.............................................................................................................................II

XI
EPÍGRAFES..................................................................................................................................III

AGRADECIMENTOS..................................................................................................................IV

RESUMO......................................................................................................................................VI

LISTA DE GRÁFICOS...............................................................................................................VII

LISTA DE TABELAS................................................................................................................VIII

LISTA DE APÊNDICES..............................................................................................................IX

SIGLAS E ABREVIATURAS.......................................................................................................X

ABSTRACT..................................................................................................................................XI

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1

1.1 Introdução....................................................................................……………………….1

1.1.1 Apresentação da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa.................................3

1.1.2 Área Concedida...............................................................................................................3

1.1.3 Localização Geográfica...................................................................................................3

1.1.4 Países do Interland...........................................................................................................3

1.1.5 Gestão da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa............................................3

1.1.6 Investimento....................................................................................................................3

1.1.7 Infra-Estruturas a Implantar:...........................................................................................4

1.1.8 Potencialidades Económicas...........................................................................................4

1.1.9 Oportunidades de Investimento na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa.....4

1.2 Justificativa.......................................................................................................................5

1.3 Problematização...............................................................................................................6

1.4 Hipóteses..........................................................................................................................7

1.5 Objectivos do Trabalho....................................................................................................8

1.5.1 Objectivo Geral...............................................................................................................8

1.5.2 Objectivos Específicos:...................................................................................................8

XII
1.6 Delimitação do Estudo.....................................................................................................8

1.7 Resultados esperados........................................................................................................8

1.8 Estrutura do Trabalho.......................................................................................................9

1.9 Limitações do Estudo.....................................................................................................10

CAPÍTLO II: REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................11

2.1 Introdução.......................................................................................................................11

2.2 Literatura Teórica...........................................................................................................11

2.2.1 Conceito de benefícios fiscais.......................................................................................11

2.2.2 Objectivo dos benefícios fiscais....................................................................................12

2.2.3 Conceito de Imposto......................................................................................................12

2.2.4 Qual o único motivo que o Estado autoriza a proceder a cobrança de impostos?.........13

2.2.5 Conceito de isenção fiscal.............................................................................................13

2.2.6 Formas de benefícios fiscais..........................................................................................14

2.2.7 Zona Económica Especial (ZEEs).................................................................................14

2.2.8 Benefícios fiscais para operadores e empresas de Zonas Económicas Especiais.........14

2.2.9 Criação da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa.........................................15

2.2.10 Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX).........................15

2.2.11 Crescimento e Desenvolvimento Económico..............................................................16

2.2.12 O que é Desenvolvimento Económico Local?............................................................16

2.2.13 Quem faz o Desenvolvimento Económico Local?......................................................16

2.3 Literatura Empírica.........................................................................................................17

2.4 Literatura Focalizada......................................................................................................18

CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA....................................................................20

3.1 Introdução.......................................................................................................................20

3.2 Desenho da pesquisa.......................................................................................................20

XIII
3.3 População.......................................................................................................................21

3.4 Processo de Amostragem...............................................................................................22

3.5 Tamanho da amostra.......................................................................................................22

3.6 Instrumento de colecta de dados.....................................................................................23

3.7 Colecta de Dados Primários...........................................................................................24

3.8 Colecta de Dados Secundários.......................................................................................24

3.9 Descrição das Variáveis.................................................................................................24

3.10 Instrumento de análise de dados...................................................................................25

3.11 Teste Piloto...................................................................................................................25

CAPÍTULO IV: TABULAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS...................26

4.1 Introdução.......................................................................................................................26

4.2 Identificação e Perfil dos Entrevistados e Local de Pesquisa.........................................26

4.3 Análise e Interpretação dos Dados.................................................................................26

4.3.1 Parecer...........................................................................................................................29

4.3.2 Inquéritos.......................................................................................................................31

4.3.4 Perfil dos Inqueridos.....................................................................................................31

4.3.5 Grau de entendimento dos moradores em relação ao assunto tratado...........................34

4.3.4 Análise dos resultados...................................................................................................41

4.3.3 Empresas.......................................................................................................................42

4.3.5 Análise dos resultados...................................................................................................43

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA PESQUISA................................44

5.1 Introdução.......................................................................................................................44

5.2 Conclusões......................................................................................................................44

5.3 Recomendações..............................................................................................................46

5.3.1 À Agência para a Promoção de investimento e Exportação (APIEX-Beira)................46

XIV
5.3.2 À Autoridade Tributária................................................................................................46

5.3.3 À Dingsheng Internacional Investimentos, Lda............................................................47

5.3.4 Às empresas da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa.................................47

5.3.5 Aos futuros pesquisadores.............................................................................................47

Bibliografia....................................................................................................................................48

APÊNDICES.................................................................................................................................50

Anexos...........................................................................................................................................57

XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

O programa de benefícios Fiscais que aqui se apresenta faz parte de uma das políticas
económicas que visam facilitar a entrada de capitais em uma determinada área através da
cobrança de menos impostos ou de sua não cobrança, visando ao aquecimento económico do
respectivo território principalmente com capitais exógeno. Uma forma da política fiscal
intervencionista e dirigista do Estado1.
A intervenção do Estado em matéria económica e social através de medidas fiscais teve origem
no mercantilismo. E esta atitude foi uma decorrência natural das ideias desta escola. Se
acreditava na preponderância das riquezas monetárias e que os metais preciosos deveriam
pertencer ao Estado; com isso se pretendia incentivar a entrada do ouro e evitar a saída, era
necessário organizar a produção e o comércio de forma que a primeira fosse barata, a fim de que
a produção industrial pudesse ser exportada. A importação deveria ser inferior à exportação, uma
vez que nesta diferença estava a medida da entrada do ouro. Assim, veio o desincentivo às
importações, na forma de imposto, já conhecida dos períodos passados2.
Em Moçambique coma recessão global de 2008, introduz-se em 2009, um novo código de
benefícios fiscais em substituição do antigo código de 2002, de uma forma abrangente que
restauraram as ferias, direitos aduaneiros e isenções fiscais indirectas, juntamente com créditos
fiscais e depreciação acelerada para diferentes tipos de investimentos localizados nas Zonas
Económicas especiais e Zonas Francas Industriais. As empresas que operam nestas regiões
gozam de isenção de direitos aduaneiros na importação de matérias-primas, equipamentos e
demais bens comprovados como destinados a prossecução de actividades de investimento nestas
zonas3.
De acordo com o GAZEDA, o estabelecimento de Zonas Económicas Especiais baseia se na
filosofia de acelerar o desenvolvimento de regiões que naturalmente apresentam condições para
se desenvolverem, mas tem um défice de investimentos capazes de viabilizar os recursos que

1
Disponível em: <https//pt.m.Wikipedia.org.wiki.incentivos.fiscais>.
2
Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901969000400006>
3
Fonte: Relatório da USAID & SPEED, (Note 013/2014, p. 2)

1
dispõem, esperando se que o desenvolvimento destas zonas afectem as áreas ao seu redor e o
crescimento económico das comunidades com efeitos no seu bem-estar4.
Por outro lado, a experiência internacional de ZEEs a nível mundial, traz-nos fortes evidências de que as

ZEEs têm o potencial de se tornarem pilotos eficazes para a reforma e para agir como catalisadores para o

avanço da transformação da economia. Contudo, não se pode garantir um resultado de sucesso. De facto, há

vários exemplos, muitos na África Sub-sahariana, de ZEEs que fracassaram na criação de investimento

substancial, ou de se tornarem empregadoras de grande escala. Moçambique tem uma história

relativamente curta do uso das ZEEs como um instrumento de desenvolvimento. De facto fora da ZEE de

Beluluane, que teve inicialmente o objectivo de encorajar ligações com a MOZAL, a segunda ZEE, de

Nacala foi criada apenas em 2007, e os primeiros anos foram dominados pelo desenvolvimento de infra-

estruturas, com abertura do aeroporto prevista para Dezembro de 2014. (USAIDE & Support Program For

Economic and Enterprise Development [SPEED], 2014, p. 2)

Este trabalho analisa em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas
Zonas Económicas Especiais (Z.E.Es), tem contribuído no processo de desenvolvimento
socioeconómico empresarial e local, no intuito de dar a conhecer quais são as possibilidades
dessa política económica dinamizar a economia das empresas locais que influenciará no seu
crescimento económico e consequentemente contribuir para o desenvolvimento do Distrito.
Campo de estudo o Bairro da Manga-Mungassa no Município da Beira, Província de Sofala,
Moçambique no período de 2013-2017. Esta análise é feita olhando para o impacto dos
benefícios fiscais nesta Zona para atracão de investimentos e as suas ligações com a geração de
emprego, aumento da produção, construção de infra-estruturas melhoradas, transferência de
tecnologia e o aumento do bem-estar social.

4
Fonte: Jornal Noticias, 2 de Abril de 2010.

2
1.1.1 Apresentação da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa

A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa foi criada através do Decreto n.º 22/2012 de
06 Julho, pelo Conselho de Ministros5.

1.1.2 Área Concedida

A Zona Economia Especial de Manga-Mungassa, Tem uma área de 217 hectares, com
perspectiva para extensão até 1.000 hectares, estando o seu perímetro devidamente delimitado
através de uma vedação.

1.1.3 Localização Geográfica

A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, localiza-se na cidade da Beira, Província de


Sofala, no Bairro da Manga-Mumgassa, na Estrada Nacional nº 6. A mesma dista a 12 km do
porto da Beira e a 6 km do Aeroporto Internacional da Beira.

1.1.4 Países do Interland

A partir do corredor da Beira, pode-se estabelecer contactos com Países do Interland,


nomeadamente: Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Congo.

1.1.5 Gestão da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa

A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa é de gestão privada pela empresa Dingsheng


Internacional Investimento, Lda.

1.1.6 Investimento

Na primeira fase do desenvolvimento da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, será


investido o montante de USD 500.000.000 (Quinhentos Milhões de Dólares Norte Americanos),
que será aplicado na instalação das infra-estruturas de base, bem como na construção de Hotel,
Naves Industriais, Edifício Administrativo, Armazéns Aduaneiros e Sala de Exportações.

5
Fonte: GAZEDA; 1º. Seminário de Promoção de Investimento da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa,
18 de Julho de 2014 Cidade da Beira, Província de Sofala.

3
1.1.7 Infra-Estruturas a Implantar:

 Arruamentos e acessos internos;


 Rede de distribuição de água;
 Rede eléctrica;
 Rede para telecomunicações;
 Canais de colecta de águas pluviais;
 Rede de esgotos;
 Estacão de tratamento e depósito de lixo industrial;
 Naves industriais;
 Acomodação;
 Clínica;
 Sistema de Segurança.

1.1.8 Potencialidades Económicas

 Aeroporto Internacional (o segundo maior do país);


 Porto comercial, considerado um dos mais importantes da costa Sudoeste de África;
 Terminal de Carvão, equipado com tecnologia de ponta, com capacidade anual para
manusear seis milhões de toneladas;
 Acesso aos países do Interland através do Corredor de Desenvolvimento da Beira;
 Acesso as Zonas de extracção de Carvão Mineral, na Província de Tete, através a linha
de Sena;
 Porta de entrada para o Parque Nacional de Gorongosa, um dos principias parques de
África (a 200 km da Cidade da Beira);

1.1.9 Oportunidades de Investimento na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa

 Infra-estruturas;
 Indústria Têxtil;
 Indústria Metalomecânica;
 Indústria de Agró-processamento;
 Serviços;

4
 Parques Tecnológicos;
 Turismo;
 Construção;
 Entre outros.

1.2 Justificativa

Para Marconi e Lakatos (2003) a justificativa é entendida como sendo uma exposição que
constitui uma explicação sucinta, contudo completa, dos raciocínios teóricos e das razões de
ordem prático que tomam como a importância na realização da pesquisa.
O tema benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especial (ZEEs) é um tema que carrega consigo
uma grande relevância e actualidade a nível mundial, como maior destaque para as economias
modernas, visto que estes têm uma grande importância e utilidade como políticas de
desenvolvimento económico, com um impacto directo na vida das empresas que de forma directa
e indirecta são por estes beneficiados. No caso de Moçambique este é um tema que tem
levantado muitas polémicas no campo de debates académicos e muitas são as divergências por
parte de alguns economistas que tentam defender o seu posicionamento sobre o seu impacto na
economia do país. Para o caso da província de Sofala e da Cidade da Beira em particular que já
vem se beneficiando dos mesmos a aproximadamente 5 anos com a criação da Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa nosso campo de estudo, torna-se indispensável para o país, numa
altura em que é notável a ocorrência de diversas transformações de ordem económico-financeira
e social, por conta das descobertas e exploração de recursos naturais marcados pela entrada dos
famosos Mega Projectos que são na maior parte contestados pela atribuição de benefícios fiscais
como uma forma de incentivar o investimento privado no desenvolvimento de áreas de interesse
público como resposta do governo aos desafios de crescimento desigual e desequilíbrios
regionais e socioeconómicos do país.
A escolha deste tema deveu-se também a três motivos, respectivamente: Primeiro por ser um
tema muito pouco abordado e explorado a nível académico em Moçambique, e quase inexistente
quando se fala da cidade da Beira, Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, constituindo
assim um forte motivo para a existência de mais estudos que possam fortificar e dar subsídios
teóricos para área afim. Em segundo está a convicção que temos de contribuir com esse
conhecimento para o desenvolvimento Empresarial através de definição de estratégias referentes

5
a escolha da melhor localização possível para a instalação da empresa como forma obter
competitividade, visto que para empreender e fazer uma empresa crescer é uma tarefa muito
difícil nos dias de hoje. Em muitos momentos, o empresário precisará de apoio externo. Por parte
do governo, uma das maneiras de dar essa apoio é por meio de políticas públicas de
desenvolvimento da economia, dentre elas está a concessão de benefícios fiscais. Por último
estão os motivos pessoais movidos pela curiosidade de querer saber um pouco mais e aprofundar
os conhecimentos na área de fiscalidade, visto que esta área é uma das mais importantes para a
vida profissional dos gestores empresariais dado que, a fiscalidade hoje em dia tem um papel
decisivo nas escolhas e decisões do sector privado.
Deste modo, o presente estudo reveste-se de grande importância para a comunidade académica e
diversos interessados, ao contribuir para o aumento do número de estudos sobre o impacto dos
benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especiais.

1.3 Problematização

O governo de Moçambique definiu as Zonas Económicas Especiais como um mecanismo de


promoção do desenvolvimento regional e aceleração do processo de industrialização do país com
vista ao incremento da capacidade produtiva, comercial e tributária, bem como para a geração de
postos de trabalho e divisas para a República de Moçambique, (GAZEDA, 2009).
Neste contexto, é criada através do decreto nº. 60/2016 de 12 de Dezembro a Agência de
Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX), resultado da extinção do Centro de
Promoção de Investimentos (CPI), Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento
Acelerado (GAZEDA) e do Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX), uma instituição
pública, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial, é
supervisionada pelo ministro responsável pela área de indústria e comércio. O objectivo da
APIEX é promover e facilitar investimentos privados e públicos, exportações, nas zonas
económicas especiais, zonas francas industriais e zonas de rápido desenvolvimento, de acordo
com os objectivos e metas da política económica do governo, (Agência de Promoção de
Investimentos e Exportações [APIEX], 2017).
Com vista a operacionalização deste conceito de Zonas Económicas Especiais foi criada
recentemente, através do decreto n.º 22/2012, de 06 de Julho, a Zona Económica Especial de

6
Manga-Mungassa, localizada na cidade da Beira, ocupando uma área de 217 ha, (GAZEDA,
2014).
Beneficiando assim aos operadores e empresas da Zona Económica Especial da Manga-
Mungassa do gozo de benefícios fiscais e não fiscais, nomeadamente: Isenção no pagamento de
impostos na importação (incluindo o imposto sobre o valor acrescentado), de materiais de
construção, equipamentos, acessórios, peças e outros bens destinados à prossecução da
actividade licenciada na Zona Económica Especial, bem como isenção do IVA nas aquisições
internas, (artigo 47º do Código dos Benefícios Fiscais [CBF]).
Visto que qualquer benefício fiscal concedido acarreta despesas fiscais na mesma medida de
proporcionalidade ao Estado, a sua criação depende da clara definição dos seus objectivos a
atribuir nos casos de reconhecido interesse socioeconómico e da prévia quantificação dessa
despesa fiscal, Lei Base do Sistema Tributário (nº 1 do artigo 15º). Por outro lado Teodoro Waty
(2007, p. 215) diz que a politica de intervenção do Estado por meio desta determina, controla ou
influencia o comportamento dos agentes económicos tendo como objectivo o bem-estar social e
a promoção de investimento.
Neste contexto, a pesquisa tenta responder a seguinte questão:
 Poderá o programa de Benefícios Fiscais na Zona Económica Especial (Z.E.Es) de
Manga-Mungassa estar a contribuir para o processo de desenvolvimento socioeconómico
empresarial e local, bem como do distrito da Beira?

1.4 Hipóteses

H0 O Programa de Benefícios Fiscais na Zona Económica Especial (Z.E.Es) de Manga-


Mungassa irá contribuir para o processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e
local, bem como do distrito da Beira só se ele for acompanhado de uma prévia criação por parte
do governo de condições necessárias nas respectivas Zonas Económicas Especiais que estimulem
a capacidade de geração adicional de Riqueza: desde Infra-estruturas até um ambiente de
negócios propício.
H1 ̵ O Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas Económicas Especiais (Z.E.Es), não garante o
sucesso no processo desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito
da Beira, pois a maior parte dos investimentos para se instalarem e se manterem não dependem
muito dos Benefícios fiscais, elas apenas representam um custo fiscal para o Estado, reduzindo

7
desta forma as receitas que ele necessita para custear os gastos públicos: desde saúde até
pagamentos de salários dos funcionários públicos.

1.5 Objectivos do Trabalho

1.5.1 Objectivo Geral

O objectivo principal deste trabalho é de analisar se poderá o Programa de Benefícios Fiscais na


Zona Económica Especial (ZEEs) de Manga-Mungassa estar a contribuir para o processo
desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira.

1.5.2 Objectivos Específicos:

 Verificar o grão de eficiência e eficácia do programa de benefícios fiscais nas Zonas


Económicas Especiais para atracão de investimentos, bem como o seu desenvolvimento;
 Identificar se as bases para o funcionamento e consolidação estratégica de implementação
de uma Zona Económica Especial foram e estão sendo acauteladas pelo Governo;
 Demonstrar o impacto socioeconómico do programa de benefícios fiscais na Zona
Económicas Especial de Manga-Mungassa para as empresas e comunidades locais.

1.6 Delimitação do Estudo

A presente pesquisa enquadra-se no curso de gestão, na cadeira de fiscalidade, acreditamos que


seja um grande contributo para a comunidade académica, dado que em Moçambique ainda são
poucos trabalhos científicos desenvolvidos na área de fiscalidade, em especial relacionados com
os Benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especiais, particularmente a Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa no Município da Beira, província de Sofala. O estudo focaliza
2013-2017 como período de análise.

1.7 Resultados esperados

Espera-se analisar se poderá o programa de benefícios fiscais na Zona Económica Especial


(Z.E.Es) de Manga-Mungassa estar a contribuir para o processo desenvolvimento
socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira. E que não se rejeite a
hipótese nula de que, o programa de Benefícios fiscal na Zona Económicas Especial (ZEEs) de

8
Manga-Mungassa irá contribuir para o processo de desenvolvimento socioeconómico das
empresas e do distrito da Beira só se ela for acompanhada de uma prévia criação por parte do
governo de condições necessárias na respectiva Zona Económica Especial que estimulem a
capacidade de geração adicional de Riqueza: desde Infra-estruturas até um ambiente de negócios
propício. E não se aceite a hipótese alternativa de que, o programa de Benefícios fiscal na Zonas
Económica Especial (ZEEs) de Manga-Mungassa, não garante o sucesso no processo de
desenvolvimento socioeconómico das empresas e do distrito da Beira, pois a maior parte dos
investimentos para se instalarem e se manterem não dependem muito dos Benefícios fiscais, elas
apenas representam um custo fiscal para o Estado, reduzindo assim as receitas que ele necessita
para custear os gastos públicos: desde saúde até pagamentos de salários dos funcionários
públicos.

1.8 Estrutura do Trabalho

Em função dos objectivos deste estudo importa dizer que para garantir uma melhor análise,
consistência e compreensão o trabalho foi estruturado de forma simples, clara e objectiva em
cinco (5) capítulos:
Capítulo I: Neste capítulo, foi feita contextualização do tema, o historial dos Benefícios fiscais
como politica de desenvolvimento por meio da introdução, seguido da justificativa de sua
escolha, os objectivos do estudo, o problema ou questão de estudo, as hipóteses, delimitação e
limitações do estudo.
Capítulo II: Consiste na revisão da literatura teórica, empírica e focalizada a cerca do tema em
estudo, de forma a fundamentá-lo com base em discussões de aspectos já estudados nesta área
por outros pesquisadores, e dota-lo de bases teóricas.
Capítulo III: Este capítulo, procede com a definição dos procedimentos metodológicos a serem
empregues na elaboração do trabalho, concretamente o desenho da pesquisa, população em
estudo, processo de amostragem, tamanho da amostra, método para colecta de dados, primários e
secundários, de modo a se alcançar os objectivos traçados.
Capítulo IV: Neste Capítulo procedeu-se com a tabulação, análise e interpretação dos dados do
estudo em função das respostas obtidas por via dos questionários e entrevistas aplicadas.
Capítulo V: Aqui se apresenta de forma sintética as principais conclusões e recomendações do
estudo.

9
1.9 Limitações do Estudo

Para uma pesquisa desta natureza é muito frequente que ao longo da sua realização, o autor se
depare com diversas dificuldades que de alguma forma condicionam a elaboração do mesmo.
Desta forma, as dificuldades foram inevitáveis mas, de algum modo superável, com destaque
para a disponibilidade de obras relacionadas com os benefícios fiscais nas Zonas Económicas
Especiais em Moçambique, e trabalhos científicos publicados dentro e fora do país, pois a maior
parte abordava os benefícios fiscais de forma genérica.
Por último, mas não menos importante, foi em relação a disponibilidade de tempo e ligeiros
atrasos para responder ao pedido de entrevista por parte de algumas instituições que fizeram
parte do estudo, facto este que originou de certa forma no ajustamento do tempo previsto para a
recolha dos dados primários e também para o autor em esforço redobrado para que o trabalho
fosse concluído dentro do prazo previsto.

10
CAPÍTLO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Introdução

Este capítulo apresenta a revisão das literaturas, nomeadamente: teórica, empírica e a literatura
focalizada. Na literatura tórica foram abordadas as teorias sobre os benefícios fiscais,
contextualização do crescimento e desenvolvimento económico, e como os benefícios fiscais se
enquadram nas estratégias de desenvolvimento local e algumas abordagens feitas por alguns
autores em relação ao tema em estudo para facilitar a compreensão e enquadramento teórico dos
inter-locutores sobre o estudo. Para a revisão da literatura empírica efectuou-se um levantamento
de alguns estudos relacionados ao tema que, foram feitos em outros países fora, e que ajudar a
resolver o problema em questão. Na literatura focalizada foi feita a abordagem dos estudos feitos
dentro do país acerca do tema em estudo em semelhança do estudo empírico.

2.2 Literatura Teórica

2.2.1 Conceito de benefícios fiscais

Segundo Waty (2007) “Os benefícios fiscais são considerados como sendo medidas fiscais que
impliquem uma redução do montante a pagar dos impostos em vigor com o fim de favorecer
actividades de reconhecido interesse público, social o cultural, bem como incentivar o
desenvolvimento económico do país” (p. 207).
A definição de benefícios fiscais a cima citada remete-nos a um leque de vantagens que incidem
sobre as tributações.
“Consideram-se benefícios fiscais, as medidas que impliquem a isenção ou redução do montante
a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favorecer as actividades de reconhecido interesse
público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país” (Nº.1 do artigo 2º do
código dos benefícios fiscais [CBF], 2009, p. 62).
As duas definições acima espelham uma grande semelhança, no entanto, a segunda traz consigo
algo novo, a isenção.
De forma sintetizada, podemos dizer que os benefícios fiscais como sendo o valor do imposto
que a empresa deixa de pagar, como forma de impulsionar o investimento privado, com vista o
desenvolvimento económico do país.

11
2.2.2 Objectivo dos benefícios fiscais

Os benefícios fiscais são instrumentos que visam certos objectivos fiscais e extra-fiscais com fim
de favorecer o desenvolvimento do país atribuindo-se a sectores e áreas de interesse nacional. De
acordo com Vogas, (2011) podem ser enumerados três objectivos principais que o governo busca
alcançar ao conceder benefícios fiscais, nomeadamente:
1) Um modelo de desenvolvimento nacional visando o fortalecimento da economia;
2) Modelo de desenvolvimento regional, com propósitos de integração nacional e
recuperação da economia regional;
3) Uma politica de desenvolvimento sectorial, face as particularidades que justificam
tratamentos especiais para determinados sectores da economia.
Waty (2007) afirma que a medida de intervenção do estado na vida económica pode ser através
de medidas legislativas e administrativas. Através delas o Estado determina, controlar ou
influenciar de certa forma o comportamento dos agentes económicos com objectivo de bem-estar
socioeconómico e a promoção do investimento para o país.
De forma contraposta a posição do autor acima estão alguns economistas Moçambicanos como é
o caso de João Mosca, que afirmam os benefícios fiscais permitem a delapidação do Estado em
vários milhões de Dólares que deveriam ser investidos em programas de desenvolvimento do
país. E que o argumento de incentivos fiscais para atrair investimento não é verdadeiro e dão
como exemplo o lançamento da Mozal, e para além disso também entram os esquemas de
corrupção no processo de concessão de benefícios fiscais aos Mega-Projectos, e que estes viriam
a Moçambique apenas com boas práticas de governação e políticas fiscais, com tudo economistas
como Ragendra de Souza é defensor de benefícios fiscais, considerando que sem isso
dificilmente haveria investimentos em Moçambique, mas que estes investidores sejam
verdadeiramente sérios (comunicação pessoal, Maio 26, 2018).

2.2.3 Conceito de Imposto

“O imposto é um pagamento para o Orçamento do Estado, com natureza unilateral e obrigatória,


incluindo encargos legais e juros previstos em normas tributárias, e o seu cálculo é feito sob
forma monetária” (Legislação Fiscal de Moçambique, 2016/2017, pp. 17-18 ).

12
De forma resumida, podemos dizer que os impostos são pagamentos feitos pelos contribuintes
(Sujeito Passivo) ao Estado (Sujeito Activo), avaliado em dinheiro sem contrapartida
individualizada e estabelecido por lei.

2.2.4 Qual o único motivo que o Estado autoriza a proceder a cobrança de impostos?

O motivo para o qual o Estado autoriza a cobrança de imposto é que eles são valores pagos, por
pessoas físicas e jurídicas arrecadadas pelo Estado (governos, municipais, estaduais e federal).
Para custear os gastos com saúde, segurança, educação, transporte, cultura, pagamentos de
salários de funcionários públicos etc. Também o dinheiro que é arrecadado com impostos é
usado para investimento em obras públicas como Estradas, hospitais, portos, universidades,
hidroeléctricas, (…) Através do orçamento geral o governo com a aprovação do legislativo, é
quem define o destino dos valores que não é vinculado a gastos específicos. São eles os impostos
estabelecidos pelo Estado6.
O artigo 2º da lei n.º 4/2009, de 12 de Janeiro, diz que os benefícios fiscais são: medidas que
impliquem a isenção fiscal o redução do montante a pagar dos impostos em vigor com o fim de
favorecer actividades de reconhecido interesse público bem como incentivar o investimento a
fim de desenvolver a economia do país (…) os benefícios fiscais podem acarretar despesas para
o estado, e por isso mesmo para a sua determinação e controlo é exigida a declaração apropriada
dos benefícios usufruídos em cada exercício fiscal, (Nº 3 do artigo 2º do Código dos Benefícios
Fiscais [CBF], 2009).

2.2.5 Conceito de isenção fiscal

A isenção Fiscal é uma dispensa ou exclusão legal de pagamento de tributo devido, pois na
isenção não existir o lançamento para conferir liquidez da obrigação tributária. Nessa hipótese a
isenção exclui a própria obrigação, ou seja, o vínculo obrigacional se instauraria ao longo do
tempo quando a norma isentiva estiver em vigência, no sentido que a isenção é a dispensa legal
do pagamento de determinado tributo devido, que quando ocorre o facto gerador e com a lei
dispensa o seu pagamento, assim a isenção afastaria a sua exigibilidade (Waty, 2007).

6
Disponível em: <www. Fiepr.org.br> sombra do imposto.

13
2.2.6 Formas de benefícios fiscais

Segundo o Código de benefícios fiscais (CBF, 2009) São benefícios fiscais, os previstos neste
Código, nomeadamente:
a) As deduções à matéria colectável;
b) As deduções à colecta;
c) As amortizações e reintegrações aceleradas;
d) O crédito fiscal por investimento;
e) A isenção;
f) A redução da taxa de impostos e o diferimento do pagamento destes

2.2.7 Zona Económica Especial (ZEEs)

É entendida como sendo toda a área de actividade económica em geral, geograficamente


delimitada e regida por regime aduaneiro especial, adequada à entrada rápida e eficiente
funcionamento de empreendimentos e investidores, pois com base nele todas as mercadorias que
ai entram, se encontra, se transformam industrialmente saiem para fora do território nacional,
totalmente isentas de quaisquer obrigações aduaneiras e fiscais, gozando adicionalmente de
regime cambial livre, e de regime fiscal laboral de migração (GAZEDA, 1993).

2.2.8 Benefícios fiscais para operadores e empresas de Zonas Económicas Especiais

(Isenção de direitos aduaneiros e do Imposto sobre Valor Acrescentado)

1. Os Operadores e as empresas de Zonas Económicas Especiais gozam de isenção de


direitos aduaneiros na importação de materiais de construção, máquinas, equipamentos,
acessórios, peças sobressalentes acompanhantes e outros bens destinados à prossecução
da actividade licenciada nas Zonas Económicas Especiais7.
2. A isenção referida no n.º 1 a cima é extensiva ao IVA, incluindo o devido nas aquisições
internas, nas condições previstas no Código do IVA.

7
Fonte: Código dos benefícios fiscais (CBF, 2009).

14
(Impostos sobre rendimento)

1. Os Operadores de Zonas Económicas Especiais beneficiam a partir da data da emissão do


respectivo Certificado dos seguintes incentivos em sede do IRPC:
a) Isenção nos primeiros cinco exercícios fiscais;
b) Redução da taxa em 50%, do 6° ao 10° exercício fiscal;
c) Redução da taxa em 25%, pela vida do projecto.
1. As empresas de Zonas Económicas Especiais, beneficiam a partir da data da emissão do
respectivo Certificado dos seguintes incentivos em sede do IRPC:
a) Isenção nos primeiros três exercícios fiscais;
b) Redução da taxa em 50%, do 4° ao 10° exercício fiscal;
c) Redução da taxa em 25%, do 11º ao 15º exercício fiscal.
2. As empresas de Zonas Económicas Especiais de serviços, aprovadas nos termos do
Regulamento de Zonas Económicas especiais, beneficiam de redução em 50% da taxa do
IRPC por um período de cinco exercícios fiscais.

2.2.9 Criação da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa

A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa foi criada através do Decreto n.º 22/2012 de
06 Julho, pelo Conselho de Ministros8.
Localiza-se na Cidade da Beira, Província de Sofala, no Bairro da Manga-Mumgassa, na Estrada
Nacional nº 6, uma área territorial de 217 hectares. A mesma dista a 12 km do porto da Beira e a
6 km do Aeroporto Internacional da Beira.

2.2.10 Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX)

É uma instituição pública, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira


e patrimonial, é supervisionada pelo ministro responsável pela área de indústria e comércio,
criada através do decreto nº. 60/2016 de 12 de Dezembro9.
A APIEX é resultado da extinção do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), Gabinete das
Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA) e do Instituto para a Promoção

8
Fonte: GAZEDA; 1º. Seminário de Promoção de Investimento da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa,
18 de Julho de 2014 Cidade da Beira, Província de Sofala.
9
Fonte: <www.apiex.co.mz>

15
de Exportações (IPEX). O objectivo da APIEX é promover e facilitar investimentos privados e
públicos, exportações, nas Zonas Económicas Especiais, zonas francas industriais e zonas de
rápido desenvolvimento, de acordo com os objectivos e metas da política económica do governo.

2.2.11 Crescimento e Desenvolvimento Económico

Convém distinguir crescimento económico de desenvolvimento económico: enquanto o primeiro


se refere ao PIB, o desenvolvimento económico é um conceito que envolve outros aspectos
relacionados com o bem-estar duma nação, como os níveis de Educação, Saúde, entre outros
indicadores de bem-estar10.

2.2.12 O que é Desenvolvimento Económico Local?

De acordo com Swinburn , Goga e Murphyo (2006):

O DEL está sendo cada vez mais usado para fortalecer a capacidade local das comunidades de uma região,

melhorar o ambiente para investimentos e aumentar a produtividade e a competitividade dos negócios

locais, dos empreendedores e dos trabalhadores. A capacidade das comunidades para melhorar a qualidade

de vida, criar novas oportunidades económicas e lutar contra a pobreza, depende dessas serem capazes de

compreender os processos de DEL e agirem estrategicamente no mercado que muda constantemente e que

é cada vez mais competitivo (p. 1)

2.2.13 Quem faz o Desenvolvimento Económico Local?

“Os empreendimentos privados bem sucedidos e as parcerias públicas e privadas (PPP) geram
riqueza nas comunidades locais. No entanto, as empresas privadas requerem um ambiente
favorável aos negócios para gerar prosperidade” (Swinburn , Goga & Murphyo, 2006, p. 1).
De uma forma simples e clara, podemos concluir que o DEL é uma estratégia planeada pelo
governo local em conjunto com os parceiros públicos e privados. Assim como a implementação
é condução depende de ambas as partes trabalhando colectivamente para criar condições
melhores ao crescimento económico e geração de emprego.

10
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_econ%C3%B4mico>

16
Segundo Easson & Zolt (2002), citado por Fernandes (2013) cabe ao governo fomentar o
crescimento e desenvolvimento de um país ou mesmo de uma região. Os diversos governos têm
objectivos económicos, possuindo uma variedade de ferramentas, para atingirem esses mesmos
objectivos. A política de benefícios é apenas uma alternativa, das diversas existentes, para os
atingir este objectivo.
Bardy et al. (2011), citado por Fernandes (2013) destaca a importância da escolha da melhor
localização para o investimento, dado que recai no âmbito de decisões de longo prazo com fortes
consequências para o sucesso das empresas, e em última análise, da região e do país.

2.3 Literatura Empírica

Após feitas as pesquisas, foram encontrados estudos feitos em outros países que se relacionasse
com o tema, como base para sustentar e direccionar a literatura empírica, sobre os benefícios
fiscais em geral, que em seguida se apresenta e analisa.
O primeiro estudo foi a Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade
Integrada de Inesul-Campus Londrina, como requisito parcial para obtenção do grau de
Especialista em Contabilidade e Controladoria Empresarial por Ludeci Camacho Da RochaVera
Lúcia Duarte, com o tema (simples: incentivo à competitividade das micro e pequenas empresas
no Brasil) em 2008, o estudo tinha por objectivo discutir o Sistema Tributário Brasileiro e
analisar o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuição das Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), regido pela Lei Complementar 123/2006, para ser
aplicado em pequenas empresas do Brasil. Procurando revelar suas vantagens e desvantagens,
além de discutir os impactos na competitividade das Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte. E com a pesquisa o autor conclui que o Simples nacional é um regime tributário
diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às Micro e Pequenas Empresas, este sistema
tem garantido uma importante redução da tributação e se tornou uma das principais maneiras que
o governo encontrou para garantir a sobrevivência e promover o desenvolvimento, simplificou e
favoreceu os pequenos negócios, tornando mais simples o pagamento de impostos, a obtenção de
crédito e acesso a tecnologia, bem como reduziu a burocracia. Sendo actualmente o activo no
apoio ao crescimento económico, propiciando o aumento no número de empresas, empregos,
consumo e renda.

17
O segundo estudo foi a Monografia apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina no
Brasil por Rudney Lars Strömdahl, como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Contábeis, com o tema (aspectos tributários e sociais dos incentivos fiscais
do governo federal à cultura), isto em 2006. O trabalho tinha como objectivo demonstrar os
aspectos favoráveis para empresas, entidades culturais e a sociedade dos incentivos fiscais pelo
governo federal destinados a promover a cultura do país (Brasil). E como metodologias o autor
usou a pesquisa descritiva e bibliográfica, das formas de incentivos fiscais para a produção
cultural brasileira e com abordagem qualitativa. O autor conclui que com ganhos tributários e de
marketing as empresas que investem em cultura movimentam a economia e se apresentam como
agentes criadoras de uma ambiente social de maior qualidade de vida. E as críticas aos modelos
de incentivos fiscais por parte de sectores da classe artística, que julgam como desfavoráveis as
entraves burocráticas, os critérios de selecção deste ou daquele projecto, trarão melhorias
práticas no relacionamento Estatal com a cultura permitindo maior e mais justa divisão de
valores que favorecem o enriquecimento cultural da população e o seu bem-estar
socioeconómico.

2.4 Literatura Focalizada

Com relação a literatura focalizada, são apresentados dois estudos feitos dentro do país, e que
tem uma particularidade diferente da literatura empírica, dado que estes estudos não serem
monografias ou dissertações apresentadas em uma Universidade.
O Primeiro estudo foi realizado por Rodolfo A. Rodrigues, no ano de 2012 em Maputo, com o
tema (Zonas Económicas Especiais de Moçambique - Modelo adequado para a industrialização
do pais). O trabalho tinha como principal objectivo demonstrar que as zonas económicas
especiais são um modelo adequado para a industrialização de Moçambique. Como forma de
alcançar o objectivo o autor utilizou as seguintes metodologias: revisão bibliográfica de assuntos
referentes ao tema, organização dos resultados obtidos a sua estruturação e análise.
Após o estudo, o autor conclui que, as Zonas Económicas Especiais bem geridas, constituem um
verdadeiro catalisador de investimentos e alicerce para o desenvolvimento da economia de um
país e sua respectiva industrialização.

18
O segundo estudo foi realizado pela USAIDE e Support Program For Economic and Enterprise
Development (SPEED), publicado em seu relatório Note 013/2014. O estudo tinha como
objectivo avaliação das metas e objectivos, legislação, regime institucional, quadro regulador,
processo e procedimentos, oportunidades e requisitos de desenvolvimento no contexto da
experiencia global para melhorar o impacto do programa das Zonas Económicas Especiais no
desenvolvimento socioeconómico de Moçambique. O estudo conclui que o regime de incentivos
é demasiado complexo, em função do tipo localização dos investimentos. O ideal neste momento
para Moçambique seria oferecer um único pacote de investimentos que estaria disponível para
todos os investidores, independentemente da origem ou destino do investimento.

19
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 Introdução

A concepção da presente pesquisa, obedeceu quatro fases, Nomeadamente: a primeira fase foi
caracterizada por pesquisas bibliográficas, onde se pretendia obter informações relacionadas ao
tema em estudo, por meio de consulta de livros, brochuras, Legislações sobre investimentos nas
Zonas Económicas Especiais, regulamentos do código de benefícios fiscais, relatórios e
pesquisas de internet. A segunda fase compreendeu a elaboração do Projecto de Pesquisa
apresentado ao Curso de Gestão da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades na
Universidade Zambeze como requisito para a elaboração da monografia científica e a sua a
provação, Seguiu a terceira fase que foi o colecta de dados primários através de questionários e
roteiros de entrevistas estruturadas junto da amostra alvo da pesquisa. Na quarta fase foi a vez da
tabulação, análise dos dados colhidos com a pesquisa de campo e a sua interpretação e
resultados.

3.2 Desenho da pesquisa

A presente pesquisa começou com a escolha do próprio tema que não foi assim tão difícil, pois
ele surge a partir de uma aula que tivemos na cadeira de Fiscalidade que tinha como tema,
benefícios fiscais, que a mesma foi proferida pelo Dr. Sérgio Francisco, funcionário da
autoridade tributária de Moçambique - Cidade da Beira, no dia 30 de Maio de 2017 no anfiteatro
A de Fcsh, a convite do MSc, Martinho Freitas Engenheiro docente da cadeira e Director do
Curso de Gestão na Universidade Zambeze-Fcsh. Em seguida, foi a encontrar um problema que
se adequasse ao tema de pesquisa, traçar as estratégias e objectivos de resolução do problema de
pesquisa e só depois disto seguiu-se com a revisão das literaturas existentes sobre o assunto, a
nível nacional e internacional para dar bases teóricas suficientes ao seguimento de realização da
pesquisa.
Após, terminadas as fases que compreendem a proposta de monografia, nomeadamente, a
elaboração, apresentação e aprovação, seguiu-se com a redacção dos questionários e roteiros de
entrevista e o seu respectivo teste piloto o passo a seguir foi a aplicação dos mesmos junto da
amostra.

20
Tipo de pesquisa: Quanto ao tipo ou objectivo de pesquisa deve-se dizer que a pesquisa foi de
natureza Descritiva e Explicativa:
Descritiva: procurou descrever o impacto socioeconómico do programa de benefícios fiscais na
Zona Económicas Especial de Manga-Mungassa para as empresas e comunidades locais.
Explicativa: visavaidentificar se as bases para o funcionamento e consolidação estratégica de
implementação de uma Zona Económica Especial foram e estão sendo acauteladas pelo
Governo;
Quanto aos procedimentos técnicos foi adoptado: o levantamento, estudo de caso e pesquisa
bibliográfica;
Levantamento: porque consistiu em levantamento directo das respostas junto das autoridades
competentes sobre o assunto em questão, as empresas e moradores do Bairro de Manga-
Mungassa.
Estudo de caso: porque a pesquisa visou compreender a eficiência e eficácia do programa de
benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especiais para atracão de investimentos, bem como o
seu desenvolvimento deforma ampliada.
Pesquisa bibliográfica: porque para a sua elaboração foi necessária a consulta de algumas obras
já publicadas como livros, artigos disponibilizados na internet entre outros.
Forma de abordagem do problema: Quanto a abordagem do problema a pesquisas é
Quantitativa e qualitativa.
Quantitativa: porque foi usada técnica estatística de amostragem aleatória simples para o
cálculo do tamanho da amostra significante para o estudo.
Qualitativa: porque usou-se o processo de amostragem não aleatória por conveniência no
âmbito das entrevistas a serem feitas na pesquisa.

3.3 População

Marconi e Lakatos (2003) afirmam que população é o conjunto de seres animados ou inanimados
que apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos
do universo ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que
XN = X1; X2; X3;…; XN. A delimitação do universo consiste em explicitar que pessoas ou
coisas, fenómenos etc. Serão pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por
exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem.

21
Para o presente trabalho a população a ser estudada foi constituída por moradores do Bairro de
Manga-Mungassa, empresas inscritas no regime especial (EZEEs) de Manga-Mungassa e três (3)
instituições responsáveis e especializadas na promoção do investimento nesta Zona,
nomeadamente Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX-Beira),
Direcção da área fiscal da Cidade da Beira (AT) e a Dingsheng Internacional Investimento que é
a empresa gestora da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa.

3.4 Processo de Amostragem

Nesta secção, descrevem-se os procedimentos ou técnicas a serem usadas para a obtenção da


amostra de forma que ela seja representativa para que as conclusões retiradas deste estudo sejam
as mais próximas possíveis da população em análise, a representatividade da amostra dependerá
profundamente do processo de amostra escolhido (Kumar, Portraite, Capece & Nunes, 2007).
O processo de amostragem obedeceu ao critério de amostragem misto, isto é, escolha por
conveniência e amostragem aleatória simples, pois para a escolha dos entrevistados usou-se o
primeiro critério visto que os mesmos já eram conhecidos e terem um lugar fixo, e para os
inqueridos tiveram a mesma chance de serem escolhidos para responder o questionário, bem
como a escolha de um elemento foi independente de outro.

3.5 Tamanho da amostra

Para Lakatos e Marconi (2003) o conceito de amostra é entendida como uma porção ou parcela,
convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Sendo
no número de elementos da amostra, esta pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal
que xn = x1;x2;x3;… xn onde xn < XN e n ≤N.
Por se tratar de um estudo qualitativo e quantitativo, para o primeiro caso foram entrevistadas 3
pessoas, com base nas questões do roteiro de entrevista. Desta feita o tamanho da amostra foi
determinado por conveniência, dado tratar-se de um estudo qualitativo.
Para o segundo caso tratando-se de um estudo quantitativo houve a necessidade de se determinar
o tamanho da amostra significativa, dai recorreu-se a técnica de tamanho mínimo de amostra de
Yamane, pois é a fórmula mais aconselhada para o caso de questionários, visto que não é
necessário conhecer o desvio padrão da amostra ou proporção de sucesso da população (Kumar
et al., 2007, p. 111).

22
N
n≥
[ 1+ N ( e )
2
]
Fórmula:

Onde: N- é o total da população em estudo;


n - é a amostra em estudo;
e - é o nível de significância.
NB: Para este estudo em particular foi usado o nível de significância igual 10%, por se tratar de
uma população grande.
N 15.000 15.000 15.000
Cálculo da Amostra: n ≥ [ ] [
1+ N ( e ) 2 
n≥
1+15.000 ( 0.1 ) ]
2 n≥
1+15.000 ×0.1 ²
n≥
151
n≥ 99,338→n≅ 100
Desta feita, foram inqueridas 100 pessoas.

3.6 Instrumento de colecta de dados

Como instrumentos de colecta de dados para a presente pesquisa foram usadas fontes primárias
(pesquisa de campo) e fontes secundárias (pesquisa bibliográfica). Para os dados primários foram
colectados mediante a observação directa, questionário e entrevista estruturada.
Para Marconi e Lakatos (2003) “o questionário é um instrumento de colecta de dados,
constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito pelo
informante, sem a presença do entrevistador” (p. 201).Para tal os questionários foram dirigidos
as empresas e aos residentes do Bairro da Manga-Mungassa.
Pode-se definir entrevista como sendo a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e

lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista

é, portanto, uma forma de interacção social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em

que uma das partes busca colectar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. (GIL, 2008 p.

109).

23
Segundo o autor acima a entrevista trás consigo as vantagens de possibilitar a obtenção de dados
referentes aos mais diversos aspectos da vida social, a entrevista é uma técnica muito eficiente
para a obtenção de dados em profundidade, sobre determinado assunto ou problema.
3.7 Colecta de Dados Primários

Para o alcance dos objectivos da pesquisa foram elaborados dois (2) questionários compostos
cada um por de 10 questões, de uma forma mista e estruturadas em função dos objectivos da
pesquisa e, com 8 questões fechadas e duas questões abertas, de maneiras a que não existam
questões sem reposta no final e três (3) roteiros de entrevista para a colecta de dados e para
completar a observação directa. A colecta de dados no campo foi feita no mês de Abril e Maio de
2018.

3.8 Colecta de Dados Secundários

Os dados secundários do estudo foram levantados por meio de livros que versam a cerca do tema
em estudo, Legislações de Investimentos nas Zonas Económicas especiais (ZEEs), Lei de
Investimentos, Códigos dos Benefícios Fiscais e seus respectivos regulamentos, artigos,
Monografias, dissertações e teses científicas com relação ao tema em estudo, diversos materiais
de internet, relatórios e Jornais.

3.9 Descrição das Variáveis

Benefícios fiscais – “Consideram-se benefícios fiscais, as medidas que impliquem a isenção ou


redução do montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favorecer as actividades de
reconhecido interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país”
(Código dos benefícios fiscais [CBF], p. 63). Para o trabalho esta foi considerada como a
variável independente.
Sensibilidades de Investimentos, criação de emprego, infra-estruturas melhoradas,
Modernização e introdução de novas tecnologias, aumento de bem-estar económico e
social: foram as variáveis dependentes. Já que o conjunto destas variáveis é definido como
desenvolvimento económico11: (Aumento da capacidade produtiva da economia, acompanhado
pela melhoria da qualidade de vida da população e por alterações na estrutura económica).

11
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Crescimento_econ%C3%B4mico>

24
3.10 Instrumento de análise de dados

Para analisar os dados primários da pesquisa foram usada as técnicas de análise de conteúdo que
consiste em verificar se a informação colectada é consistente e coerente em função do contexto
de análise, medidas estatísticas e mediante o uso programa de tabulação de dados SPSS, que
auxiliou na produção de quadros, tabelas, e os ses respectivos gráficos.

3.11 Teste Piloto

“A construção de um questionário deriva de um processo de melhoria, fruto de tantos exames e


revisões quantas vezes forem necessárias” (Kumar et al., 2007).
Com o intuito de melhorar a qualidade dos questionários, realizou-se dois (2) testes pilotos em
um número de dez (10) pessoas, com cinco (5) em cada fase. O que possibilitou numa análise
critica do questionário, enquadramento dos aspectos relevantes e que, permitiram numa melhor
estruturação. Ao final da realização do teste piloto foram reformuladas cinco (5) questões e
acrescentadas duas questões ao questionário.

25
CAPÍTULO IV: TABULAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 Introdução

Tabulação é a padronização e a codificação das respostas de uma pesquisa. É a maneira ordenada


de dispor os resultados numéricos para que a leitura e a análise sejam facilitadas. Em quanto que
a analise de dados é a descrição do quadro de tabulação referente aos valores relevantes (Samara
& Barros, p. 168).
Então é sobre isso que tratar este o presente capítulo, compreendido em duas fases,
nomeadamente: A tabulação, análise e interpretação dos dados da pesquisa colectados por meio
de dois grupos de inquérito e três entrevistas, a fim de responder de forma cabal e estrutural às
questões e os objectivos da pesquisa anteriormente levantadas nos capítulos passados.

4.2 Identificação e Perfil dos Entrevistados e Local de Pesquisa

Na presente pesquisa, a Zona Económica Especial e o Bairro de Manga-Mungassa foram o nosso


local de pesquisa. Onde foram inqueridos os populares do Bairro de Manga-Mungassa e as
empresas da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa. Para as entrevistas fizeram parte, a
Agencia para a Promoção de Investimentos e Exportações Cidade da Beira (APIEX), Autoridade
Tributaria da Cidade da Beira (AT), por meio dos Serviços Províncias das Alfândegas e a
empresa gestora da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa “Dingsheng Internacional
Investimentos, Lda”. De referir que, à interpretação dos dados acima referidos começara com as
entrevistas e por fim os inquéritos.

4.3 Análise e Interpretação dos Dados

1ª Instituição entrevistada (APIEX)

Nesta instituição a entrevistada foi a Mestre Ana Alberto Manhique Mestrada em Direito
Empresarial e exerce a função de gestora de projectos a nível da APIEX-Beira, portanto trabalha
nesta instituição a 7 anos desde que era CPI e GAZEDA, e também esta neste cargo a
sensivelmente 7 anos, igual período de seu trabalho nesta instituição. Sobre o número de
empresas inscritas na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa disse não ter números
concretos, e o comentário foi que podemos tê-los com a empresa gestora, mesmo não tendo o

26
número concreto de empresas inscritas na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa
respondeu que as mesmas estão a gozar dos benefícios fiscais como previsto no respectivo
código, respondeu que não trabalha de forma directa com as empresas/questões da Zona
Económica Especial por ser uma Zona de gestão privada, disse que o processo de obtenção de
certificado de operador e eficaz visto é exigido o mesmo que exige a qualquer outra empresa,
isto é o registo nas entidades legais. E que as condições da Zona Económica Especial são boas
para o desenvolvimento das empresas lá encontradas, se as bases para o funcionamento e
consolidação estratégica desta Zona Económica Especial foram e estão sendo acauteladas pelo
Governo a resposta foi que por meio do registo da empresa e o trabalho multe sectorial, e a sua
instituição tem feito a divulgação dos incentivos fiscais aos investidores onde demonstram a
possibilidade de investir com menos custos. Quanto as empresas elas tem feito a sua parte e não
existe nenhuma dificuldade apresentada por parte das empresas e os maiores desafios que
enfrentam e o de sensibilizar a todos os agentes administrativos no sentido de garantir a
celeridade processual, e que os benefícios fiscais estão a ter o efeito desejado referente a sua
introdução, que pode ser visto pelo crescimento gradual de número de empresas a operarem na
zona comparado com o período transacto e de um modo geral deixou ficar que o programa de
benefícios fiscais na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa traz consigo mais-valias
como a existência de novas infra-estruturas, rede eléctrica e abastecimento de agua que acaba
favorecendo as comunidades em volta do empreendimento.

2ª Instituição entrevistada (AT)

Para esta instituição o entrevistado foi o Sr. Safim Bacar Super tendente Aduaneiro e chefe da
Unidade de visitas e controle (UVC), que tem 24 anos de trabalho nesta instituição, e a 8 anos
como Super tendente aduaneiro e 3 as como chefe da UVC. Para o entrevistado os benefícios
fiscais representam uma estratégia que funciona como isca para atrair os investimentos para
gerar riqueza para o pais e a população, ele trabalha de forma directa com as empresas e questões
da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, até ao presente momento temos um operador
e duas empresas a operar, somente a Dingsheng Internacional Investimentos, é que esta a gozar
de benefícios fiscais e as empresas não o estão a fazer o mesmo porque não estão escritos no
regime de empresas de Zona Económica Especial (EZEEs), isto estão inscritos no regime normal
de tributação. Para efeitos de determinação e controlo das despesas fiscais é feito o registo a

27
nível da direcção geral das alfândegas em Maputo por meio de uma solicitação do operador de
gozo de benefícios fiscais, e a nível local as alfandegas apenas fazem a verificação da
autenticidade da declaração que da direito ao gozo de benefícios fiscais referentes, sobre os
custos e benefícios da introdução dos benefícios fiscais o entrevistado foi bem optimista ao
afirmar que os benefícios são maiores em relação aos seus custos, dados que os custos são
presentes mas os ganhos são a longo prazo e podemos assistir uma gama de investimentos que
trazem consigo muitos postos de emprego para a população e com isso são milhões de meticais
em Impostos que o governo arrecada e ainda há ganhos maiores por vir. Em relação ao Impacto
destes o entrevistado foi unânime ao dizer que eles ainda podem não ser muito visíveis mas é
positivo visto que a Zona Económica Especial de Manga-Mungassa ainda esta no seu primeiro
momento que é de construção de infra-estruturas e ainda aguarda-se a conclusão da mesma fase,
depois disso espera-se uma enorme contribuição desta Zona para o desenvolvimento local e do
país em geral.

3ª Instituição entrevistada (Dingsheng Internacional Investimentos, Lda.)

Nesta instituição específica diferente as duas anteriores por se tratar de uma entidade privada que
tem a responsabilidade de fazer a gestão da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, o
entrevistado foi o Sr. Leonardo Shissico, gestor de Recursos Humanos, Marketing e Relações
públicas, trabalha nesta empresa a sensivelmente dez anos (10) e nestes cargos à 6 anos, os
benefícios fiscais representam para eles uma mais-valia e atracão para desenvolverem as suas
actividades e não só, uma oportunidade de crescer cada vez mais, fazer a gestão da Zona
Económica Especial de Manga-Mungassa é uma experiência nova e um desafio novo que
abraçamos pela primeira vez e também encorajador no sentido que temos o apoio do governo
como um fiel aliado e assim vamos trabalhando no sentido de tudo fazermos para levar este
empreendimento para um bom porto. Em relação ao número de empresas temos até ao momento
duas (2), a Sunline Mozambique, Lda empresa de capital Chinês e a Adc, Sa empresa de capital
misto (Moçambicano e Indiano), apenas a Sunline é que esta a gozar de benefícios fiscais e a
Adc não esta por não estar registada no regime de empresa de Zona Económica Especial, as
condições da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa são favoráveis ao desenvolvimento
das empresas aqui existentes pois as condições básicas estão criadas faltando apenas de
investidores para virem operar especificando as suas necessidades. A empresa tem promovido

28
seminários para os investidores, tem ido atrás de investidores como maior foco para os Chineses
pela sua capacidade de expansão e adaptação no mercado, dificuldade apresentadas pelas
empresas são inexistentes pós, se existirem não são tão relevantes e não temos tido reclamações
aqui. Os desafios que enfrentamos são de fazer o acompanhamento aos investidores ate a sua
instalação definitiva. O fluxo de empresas que procuram a Zona Económica Especial de Manga-
Mungassa para investir e bom, temos tido visitas de grandes empresas que já mostram-se
interessadas apesar de falta de algumas condições exigidas por alguns investidores como a
existência de uma Central Eléctrica e uma fornecedora de água com capacidade superior ao da
FIPAG só para esta Zona, no caso de uma empresa metalúrgica e a Super Boock respectivamente
que estão pendentes. De forma geral o programa de benefícios fiscais está a ter um Impacto
muito bom porque, atrai investidores e ajuda a desenvolver a comunidade local com infra-
estruturas e posto de emprego para a população da Zona que já esta a trabalhar mesmo sem
experiencia e qualificação vão aprendendo e futuramente serão grandes profissionais e também
já ajudam a suas famílias com este trabalho e, hoje em dia a Zona Económica Especial de
Manga-Mungassa ganhou uma nova imagem com as infra-estruturas melhoradas numa Zona que
antes era um pântano e agora esta a mudar para o melhor.

4.3.1 Parecer

Após o processo de análise dos questionários acima expostos, segue-se com o parecer ou opinião
em relação as constatações feitas de forma breve.
Analisando a ordem das respostas das entrevista, é fundamental para a sua compreensão as
respostas seguem a mesma ordem de ideia:

1ª Instituição entrevistada

Nesta entrevista constata-se um bom domínio do assunto e discussão por parte da entrevistada,
seja pelo tempo de experiência, nível Académico e função da mesma na instituição e
engajamento em responder as expectativas de promoção de investimentos. Também constate-se
um maior optimismo em relação aos procedimentos e requisitos de obtenção de certificado de
operador ou empresa de Zona Económica Especial, bem como o contributo da Zona no
desenvolvimento local. Pouco se sabe sobre o nível de investimentos atraídos pelos benefícios
fiscais, facto este que pode estar relacionado com a não actualização do e falta de controlo e

29
fiscalização das empresas e do operador da Zona e pedido de relatórios da real situação da
atracão de investimentos pela instituição.

2ª Instituição entrevistada

Esta entrevista, foi bem interessante começando pela simplicidade característica do entrevistado,
sua função e tempo de permanência do mesmo a nível da instituição que foram bem notórias, o
entrevistado com uma grande bagagem de experiencia conjugada com o domínio da matéria em
questão assegurou que os benefícios fiscais da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa
representam uma estratégia de atracão de investimentos e desenvolvimento seja local ou para a
região a volta dela e que actualmente esta Zona esta na Fase de introdução e os seus ganhos
ainda não são tão visíveis mas espera-se que num futuro não muito distante um vulto de
investimentos a entrarem nesta Zona. Isto pode estar por detrás da Zona Estar ainda em
construção e ainda ser um bebe em relação a idade que tem. O posicionamento deste faz muito
sentido, e para alguém que trabalha directamente com as empresas e operadores da Zona é justo
assim afirmar e sobre a relação dos custos e benefícios deste programa, bem como os
procedimentos para o gozo destes benefícios há aqui a mesma positividade e optimismo que
pode ser justificado pelo facto de ser m servidor público e do seu próprio sentido de
responsabilidade de justificar-se como parte dos promotores desta política.

3ª Instituição entrevistada

Nesta entrevista o tempo de experiência, função do entrevistado e simplicidade ajudarem


bastante e não só o domínio do assunto que ele mostrou em grande pós estar a igual tempo na
gestão da empresa operadora da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa que a mesma
Zona tem, constatou-se que em relação ao programa de benefícios fiscais da Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa o mesmo mostrou-se optimista quanto ao seu papel de atrair novos
investimentos que ajudam a desenvolver a própria Zona e também as empresas ai localizadas,
reconheceu também que para além das condições que estão criadas ainda há algumas que
merecem destaque para a construção de uma central eléctrica na Zona e uma Subestação de
abastecimento de agua com capacidades superiores a FIPAG também para a Zona que estão a
condicionar alguns investimentos como é o caso da Super Boock e a indústria metalúrgica que
estão interessadas em investir nesta Zona. Constatou-se também que a zona tem recebido grandes

30
investidores interessados em se instalarem aqui, a contribuição deste para o desenvolvimento
económico e social das empresas e local é positivo contando que há pessoas que já estão a
trabalhar na mesma sem terem uma qualificação e estão a ajudar as suas famílias para além das
infra-estruturas melhoradas que vieram remodelar a antiga imagem do Bairro da Manga-
Mungassa.

4.3.2 Inquéritos

Este inquérito foi aplicado em cem (100) moradores do Bairro da Manga-Mungassa, Cidade da
Beira, Província de Sofala para obter a sensibilidade dos mesmos com relação ao impacto da
Zona Económica Especial de Manga-Munga no desenvolvimento local do Bairro. Em função
deste objectivo, foi elaborado um questionário com dez (10) questões, das quais oito fechadas e
duas abertas, das quais todas foram sobre os aspectos sócio económicos dos mesmos.

4.3.4 Perfil dos Inqueridos

Para avaliar o perfil dos inqueridos do Bairro da Manga-Mungassa, foram escolhidas cinco
questões: Morada, Sexo, Idade, Trabalho e local de trabalho.
Com relação a variável morada, visa certificar se o inquerido é ou não residente do Bairro da
Manga-Mungassa, como apresenta o gráfico 1 a baixo.

Gráfico 1. És residente do Bairro de Manga-Mungassa?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

31
O gráfico 1 mostra claramente que os inqueridos da presente pesquisa são residentes do Bairro
da Manga-Mungassa, com (98% dos 100%).

Gráfico 2. Qual é o seu Sexo?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Quanto a variável sexo, que objectiva identificar a percentagem de moradores do sexo masculino
e feminino, o gráfico 2 a cima evidencia claramente que grande parte dos moradores inqueridos é
do sexo masculino com 77% e 23% do sexo feminino.
Embora a pesquisa tenha inquerido mais pessoas do sexo masculino, isto não quer dizer que as
mulheres são menores em relação aos homens, há ocorrência deste facto pode ser porque as
mulheres estavam a fazer outras coisas e não mostraram muita disponibilidade de em responder o
inquérito.

Gráfico 3. Qual é a sua faixa etária?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

32
O gráfico 3 a cima, apresentam as respostas obtidas em relação a faixa etária mais predominante
dos moradores do Bairro, com cinco alternativas de idade apresentadas em classes de dez em dez
anos, nota-se que a maioria dos moradores possui uma idade acima dos 21 anos, com destaque
para os de mais de 30 anos que ficou em segundo lugar.

Gráfico 4. Vôce Trabalha?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

A quarta questão sobre a condição de trabalho dos residentes, para se entender se são
trabalhadores ou não, o gráfico 4 a cima o apresente as respostas obtidas, onde foi possível notar
de que 67% dos moradores inqueridos são pessoas que têm algum trabalho. A questão
enquadrava todos os tipos de trabalho, seja dependente ou independente.

Gráfico 5. Qual é o seu local de trabalho?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

33
Dos 67% dos moradores entrevistados que trabalham, a maioria trabalha no bairro de Manga-
Mungassa (42%). Aqui a questão não especifica se trabalham dentro da Zona Económica
Especial ou não, apenas se refere ao Bairro como um todo.

4.3.5 Grau de entendimento dos moradores em relação ao assunto tratado

Após identificados o perfil dos moradores segue-se com as questões sobre o impacto que a Zona
Económica Especial de Manga-Mungassa trouxe para o desenvolvimento do Bairro local. Com
intuito de saber destes qual é o seu parecer em relação ao assunto, perguntou-se se já tinham
ouvido falar sobre os benefícios fiscais da Zona Económica Especial. O gráfico 6 apresenta as
respostas obtidas.

Gráfico 6. Já ouviste falar sobre os benefícios fiscais a que estão sujeitas as empresas da
Zona Económica Especial de Manga-Mungassa?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Sabe-se que os benefícios fiscais são medidas que impliquem a isenção ou redução do montante
a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favorecer actividades de reconhecido interesse
público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país (CBF, 2009, p. 56).
Quanto a questão (Já ouviste falar sobre os benefícios fiscais a que estão sujeitas as empresas da
Zona Económica Especial da Manga-Mungassa?), é possível verificar que 89% dos moradores
responderam que já ouviram falar do mesmo e uma minoria de 11% afirmaram que não tinham

34
ouvido falar e que era a primeira vez a ouvir, não é algo de se estranhar visto que alguns
cidadãos no país tem acesso a informação como deveria ser, e também alguma falta de interesse
ou curiosidade por parte dos mesmos pode estar por detrás disso.
A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa foi criada em 2012 através do Decreto n.º
22/2012 de 6 Julho do Conselho de Ministros aprovado aos 29 de Maio de 2012 (Boletim da
República [BR], 2012). A avaliação sobre esta ocorrência pode ser observada nos gráficos que se
seguem.
Com a transformação de Manga-Mungassa em Zona Económica Especial actualmente, como
você avalia o desenvolvimento desta em termos de:

Gráfico 7. Construção de novas infra-estruturas melhoradas?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Sobre a construção de infra-estruturas melhoradas os moradores atribuem a pontuação de bom


para esta variável, pois também o regular e óptimo estão equilibrados e não representam
contrário. Esclarecer que as notas que sobre o péssimo e ruim não obtiveram qualquer tipo de
pontuação neste atributo.

35
Gráfico 8. Criação de novos postos de trabalho (Emprego)?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Em relação ao segundo atributo questionado no mesmo role, que é sobre a criação de novos
postos de emprego, a pontuação atribuída foi de bom e óptimo, pois o regular também esta
contemplado nos dois. É de realçar que este atributo foi o mais valorizado pelos inqueridos, dado
pelas notas observadas no gráfico 8 a cima.

Gráfico 9. Aumento de número de empresas novas?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

No atributo aumento do número de empresas na Zona, a pontuação em destaque também vai para
o bom em seguida do óptimo, o que se assemelha em grande medida aos atributos analisados a
cima.

36
Gráfico 10. Modernização e introdução de novas tecnologias a nível da zona de Manga-
Mungassa

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Com intuito de saber dos moradores do Bairro, sobre a variável modernização e introdução de
novas tecnologias na Zona, os moradores classificaram como sendo regular com uma pontuação
acima do bom junto com o regular observado no gráfico 10, apesar de ser regular não deixa de
ser bom, pois aqui o que pode estar em causa é a transferência desta tecnologia para a população
local, vista ela pode estar limitada apenas na operação das empresas.

Gráfico 11. Aumento do bem-estar económico e social

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

37
A questão colocada, sobre o aumento do bem-estar económico e social mostrou-se ser menos
valorizada contraria a questão aumento de emprego que foi a mais valorizada, pode observar no
gráfico 11, acima que a pontuação está mais para negativa, apesar da pontuação positiva superar
a negativa mas a diferença é mesmo ligeira, considerado o atributo como insatisfatório.

Gráfico 12. As Zona Económica Especial de Manga-Mungassa têm contribuído para o


desenvolvimento socioeconómico local?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

O gráfico 12 mostra, o resultado da pontuação sim ou não dos benefícios que a zona Económica
Especial trouxe a população local, evidenciando claramente que a população tem ressentido dos
benefícios por esta prazido, com 98% de aceitação.

38
Gráfico 13. Acreditas que os benefícios fiscais têm contribuído para o processo de
desenvolvimento desta zona?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Se os benefícios fiscais têm contribuído para o processo de desenvolvimento da Zona Económica


especial de Manga-Mungassa, o gráfico 13 danos a ideia de afirmação em 98%, conscientemente
a mesa pontuação com os benéficos que ela trouxe para a população gráfico 12, pode notar aqui
um casamento ou conjugação perfeita entre os benefícios fiscais e a Zona Económica Especial.

Gráfico 14. Este desenvolvimento tem impacto directo para sua vida e da sua família?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

39
O gráfico 14 demonstra claramente que o há um impacto directo do desenvolvimento da Zona
sobre Económica Especial de Manga-Mungassa na vida dos moradores desta Zona, num nível de
aceitação de 91% dos 100%.

Gráfico 15. Acreditas que os benefícios fiscais ajudam a atrair novos empreendimentos?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

Observa-se no gráfico 15, a cima que 98% dos moradores entrevistados, acreditam que os
benefícios fiscais ajudam a atrair novos investimentos para a Zona Económica Especial, a mesma
pontuação faz de novo um casamento a três com os gráficos 12 e 13 a cima expostos, rebatendo
de novo a satisfação que os mesmos atribuem a combinação perfeita entre os benefícios fiscais,
Zona Económica especial e a atracão de investimentos ao desenvolvimento socioeconómico
local.
A tabela 2 abaixo apresenta um resumo das contribuições da Zona económica especial de
Manga-Mungassa que a população afirma em relação as variáveis de estudo de 2013 a 2017, que
podem ser comparadas entre se, seja para o maior ao menor contributo observado dos cinco
apresentados.

40
Tabela 1. Contribuição da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa no
desenvolvimento Socioeconómico Local
Contributo Respostas Ausentes
positivas
Construção de novas infra-estruturas melhoradas? (Como estradas, Escolas,
Hospital, Posto policial, Abastecimento de água potável, Energia eléctrica, 91 9
etc.)?
Criação de novos postos de trabalho (Emprego)? 93 7
Aumento de número de empresas novas? (Lojas, Indústrias, Institutos de
92 8
formação profissional, etc..)
Modernização e introdução de novas tecnologias a nível da zona de Manga-
86 14
Mungassa?
Aumento do bem-estar económico e social (Transportes públicos, construção de
34 66
parques de lazer, Campos desportivos, etc..)?
Total das Respostas 396 -
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018

4.3.4 Análise dos resultados

A tabela 1 demonstra que a maior contribuição da Zona Económica Especial de Manga-


Mungassa no desenvolvimento socioeconómico local segundo os entrevistados é a criação de
novos de novos postos de trabalho. Em segundo lugar esta o amento de número de empresas
novas, seguido da constrição de novas de infra-estruturas melhoradas, e em terceiro a
modernização e introdução de novas tecnologias e em ultimo e ou menos votado dos contributos
esta o amento do bem-estar económico e social.

41
4.3.3 Empresas

Para análise do inquérito das empresas, cabe esclarecer de antemão, que não será necessário o
uso de gráficos e tabelas como observado no inquérito com a população, pois esse inquérito foi
aplicado a uma única empresa dado que até ao momento só existem duas empresas a nível da
Zona Económica Especial de Manga-Mungassa, que é o lugar dentro da vedação não sendo
abrangente para as empresas que estão do lado de fora da mesma. Das duas empresas que estão
dentro da vedação, apenas uma delas é que responde as características da população estudada,
isto é, todas as empresas que estão localizadas dentro da vedação e que estão inscritas no regime
especial de empresa de Zona Económica especial (EZEEs), facto este que foi obtido na colecta
de dados e que justificou a não necessidade do cálculo do tamanho da amostra para a população
de empresas, já que a população coincide com a amostra em estudo a escolha foi feita por
conveniência.
A apresentação das respostas em fora de tabela é para uma melhor análise e exploração dos
resultados.
Tabela 2. Resumo das respostas obtidas no inquerito com a empresa.
Nº Questões Respostas
1 Os procedimentos para obtenção de certificado de operador/empresa da Zona Concordo
Económica Especial são simplificados? Parcialmente
2 As Políticas adoptadas e procedimentos para o gozo de benefícios fiscais são Discordo
flexíveis? Parcialmente
3 As bases para o funcionamento da Zona Económica Especial foram e estão Concordo
sendo acauteladas pelo Governo? (Desde vias de acesso, Energia, Água até Totalmente
Instituições financeiras).
4 O ambiente de negócio da Zona Económica Especial é favorável? (Desde Concordo
localização até infra-estruturas de suporte as empresas). Parcialmente
5 Os benefícios fiscais tiveram impacto ao nível da escolha deste local para Concordo
investir? Totalmente
6 Os benefícios fiscais tiveram utilidade no crescimento/desenvolvimento da Concordo
empresa (Negócio)? Parcialmente
7 O desempenho da empresa tem influenciado o desenvolvimento da comunidade Concordo
local? (Desde Investimentos, criação de emprego, infra-estruturas melhoradas, Parcialmente
Modernização e introdução de novas tecnologias, bem-estar económico e social).
8 Os benefícios fiscais da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa são Concordo
atractivos aos investimentos e estratégico para localização empresarial? Parcialmente

42
Fonte: Elaborado pelo autor

9. Como empresa quais são as dificuldades enfrentadas no âmbito das acções de operação na
Zona Económica Especial da Manga-Mungassa? Nenhum comentário.
10. Avaliação global sobre a contribuição dos benefícios fiscais na Zona Económica Especial da
Manga-Mungassa no processo de desenvolvimento socioeconómico da empresa? Nenhum
Comentário.

4.3.5 Análise dos resultados

A análise dos dados demonstra que os benefícios fiscais tiveram impacto para a empresa na
escolha ao deste local para a realização do seu investimento e que as bases para o funcionamento
da Zona Económica Especial foram e estão sendo acauteladas pelo Governo, tendo obtido as
melhores pontuações (Concordância total). Seguido da variável simplicidade dos procedimentos
para obtenção de certificado de operador/empresa da Zona Económica Especial, ambiente de
negócio favorável da Zona Económica Especial, utilidade dos benefícios fiscais no
crescimento/desenvolvimento da empresa, influência do desempenho da empresa no
desenvolvimento da comunidade local e atractividade dos benefícios fiscais da Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa aos investimentos e também como estratégia para localização
empresarial que tiveram uma boa avaliação (Concordância parcial) e, por último, flexibilidade
das Políticas adoptadas e procedimentos para o gozo de benefícios fiscais, que teve a pior
avaliação (Discordância parcial).

43
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DA PESQUISA

5.1 Introdução

Apoios concluídas todas as fases que antecederam a pesquisa, neste capitulo estão
compreendidas as duas últimas fases da pesquisa, nomeadamente: Conclusões e Recomendações
finais da pesquisa. De salientar que os objectivo geral e secundários da pesquisa foram logrados
com sucesso, assim como as hipóteses de partida foram satisfeitas.

5.2 Conclusões

No que toca ao objectivo geral da pesquisa, o autor conclui que o Programa de Benefícios Fiscais
na Zona Económica Especial (Z.E.Es) de Manga-Mungassa não esta à contribuir para o processo
de desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira pois,
não estar a se fazer sentir em todos os pontos ou variáveis desejadas para se afirmar
efectivamente como desenvolvimento económico, apenas podemos fala de crescimento
económico. Esta ideia é fundamentada, pelo facto de que, a Zona ter um leque de investidores
interessados em investirem nela, e só apenas uma empresa a operar e a empregar mais de 60
trabalhadores nacionais, e uma operadora a trabalhar e também a empregar também
trabalhadores nacionais e estrangeiros. Grandes infra-estruturas dentro e a volta do
empreendimento, com destaque para o maior super mercado da cidade da Beira o (IVATO
SUPERMERCADO), etc. Uma vez que a mesma ainda esta em fase de instalação de infra-
estruturas de base para acolher os investimentos, e a falta de algumas condições que deixaram
alguns investimentos pendentes, como é o caso da Super Boock e da Indústria metalúrgica que
pretendem se instalar mas iria precisar primeiro de que seja construída uma subestação de
abastecimento de água com uma capacidade de abastecimento superior ao da FIPAG e uma
central eléctrica respectivamente e exclusivamente para a Zona Económica Especial de Manga-
Mungassa. No entanto espera-se com os investimentos em processo e os que estão por vir uma
verdadeira formação de emprego e a esperada modernização e transferência de tecnologias para
as comunidades locais, o que demonstra claramente que emergirão ganhos fiscais, aumento da
produção e bem-estar sócio económico para as empresas, comunidade local e o distrito no geral.
Razão mais do que suficientes para dizer que o programa de benefícios fiscais na Zona

44
Económica Especial é adequável e que o desenvolvimento socioeconómico ainda está em
processo.
Com relação ao segundo objectivo, conclui-se que o grão de eficiência e eficácia do programa de
benefícios fiscais nas Zonas Económicas Especiais para atracão de investimentos, bem como o
seu desenvolvimento é na sua maioria bom, mas é preciso fazer-se uma divulgação mais efectiva
e que enquadre as PMEs Moçambicanas além de estarem mais focadas para as multe nacionais,
para que a sua abrangência seja maior e melhor possível.
Em relação ao terceiro objectivo identificou-se que a grande parte do que é realmente necessário
para o funcionamento e consolidação estratégica de implementação de uma Zona Económica
Especial foram e estão sendo acauteladas pelo Governo, no entanto existe alguma dificuldade
financeira para que tudo funcione como deveria, dado que o governo tem estado a envidar
esforços neste sentido.
Quanto ao quarto objectivo, verificou-se que o impacto socioeconómico do programa de
benefícios fiscais na Zona Económicas Especial de Manga-Mungassa para as empresas e
comunidades locais não é tão evidente, pois o processo de instituição de infra-estruturas ainda
não termino e, às faltas ainda são preocupantes e desafiadoras para as autoridades competentes,
verifica-se apenas algumas infra-estruturas novas, alguns postos de trabalho, a transferência de
tecnologias e o aumento do bem-estar económico-social, bem como a atracão de investimentos
ainda é muito fraco em comparação ao desejado pelas autoridades.
A hipótese nula (H0), nomeadamente: “O Programa de Benefícios Fiscais nas Zona Económica
Especial (Z.E.Es) de Manga-Mungassa irá contribuir para o processo de desenvolvimento
socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira só se ele for acompanhado de
uma prévia criação por parte do governo de condições necessárias nas respectivas Zonas
Económicas Especiais que estimulem a capacidade de geração adicional de Riqueza: desde Infra-
estruturas até um ambiente de negócios propício”, não foi rejeitada pelo autor. No entanto a
hipótese alternativa (H1), foi rejeitada pelo autor da que a mesma não condiz com as evidências
como sendo a solução ou resposta para questão de pesquisa.

45
5.3 Recomendações

Nesta parte, deixam-se ficar aquilo que são as possíveis recomendações, que tiveram como base
as conclusões a cima expostas. Para ta, são destinadas a Agência para a Promoção de
investimento e Exportação (APIEX-Beira), Autoridade Tributaria, Dingsheng Internacional
Investimentos, as empresas da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa e aos futuros
pesquisadores.

5.3.1 À Agência para a Promoção de investimento e Exportação (APIEX-Beira)

 Envidar esforços, a nível da instituição no sentido de criar uma espécie de fiscalizadora e


controlador dos investimentos levados a cabo na Zona Económica Especial;
 Melhorar o sistema de comunicação e interacção directa com os empresários da Zona
Económica Especial e a massa associativa que as representam, bem com os demais
sectores no âmbito da cooperação interinstitucional;
 Ter um modelo digital de actualização das informações dos investidores e relatórios
periódicos das acções atracão e operações para a Zona Económica especial;
 Criar um programa de monitoria e avaliação sistemática dos impactos dos benefícios
fiscais concedidos as empresas, focando-se em aumento do nível produtivo, inovação
tecnológica, ligações com as empresas locais e população local, postos de emprego
gerados pela empresas, construção de novas infra-estruturas, exportações e bem-estar
para a mesma e para a comunidade local.

5.3.2 À Autoridade Tributária

 Melhorar o tempo que as empresas levam para a autorização do pedido de gozo de


benefícios fiscais;
 Articular com a direcção geral das alfândegas de modo a descentralizarem o processo de
perdido de gozo de benefícios fiscais para que o mesmo seja feito localmente;
 Promover programas de assessoria as empresas na em questões fiscais e flexibilizar a
interacção com as mesmas.

46
5.3.3 À Dingsheng Internacional Investimentos, Lda.

 Intensificar o processo de promoção de investimentos para a Zona Económica Especial


de Manga-Mungassa;
 Que seja dada prioridade as PMEs nacionais no investimento a nível da Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa e promoção de ligação destas com as multe nacionais para
que os ganhos para o país sejam dobrados;
 Incrementar o programa de acompanhamento directo as empresas em tempo real para um
maior impacto e flexibilidade na abordagem dos mesmos de modo que não se perca
muito tempo e bons investidores por falta de eficiência.

5.3.4 Às empresas da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa

Façam o melhor proveito dos recursos financeiros proveniente dos Benefícios fiscais em
investimento no aumento da produção, com base em modernização tecnológica das empresas, e
promovam o desenvolvimento do capital humano local para o máximo aproveitamento dos
mesmos; promovam a Marca Zona Económica Especial de Manga-Mungassa para o mundo fora.
E mais importante, seja exemplar no cumprimento dos requisitos e procedimentos legais como
um bom e merecedor beneficiário.

5.3.5 Aos futuros pesquisadores

Quando forem abordar qualquer pesquisa, devem se entregar de paixão sem receio de qualquer
consequência futura e devem pautar pela ética e profissionalismo académico, não se deixar levar
pelas emoções e facilidades que alguns caminhos obscuros oferecem para chegar mais sedo ao
seu destino ou mesmo fabricar dados em no da ciência, com risco de chegar a conclusões erradas
que podem de certa forma prejudicar a ti e a classe de profissionais sérios. Tenham muita calma
e prudência nas análises dos obtidos. Para o campo das futuras investigações recomenda-se que
procurem explorar mais o tema em questão, fazendo análises comparativas do impacto dos
benéficos fiscais nas diferentes Zonas Económicas a nível do país, com vista a ter uma maior
sensibilidade e solidez nas respostas.

47
Bibliografia

Samara, Beatriz Santos & barros, José Carlos. (2007). Pesquisa de Marketing: Conceitos e
Metodologia (4ª edição). São Paulo: Pearson Pretice Hall Editora.

Governo de Moçambique. (2013). Plano Estratégico para Promoção de do investimento


Privado em Moçambique: PEPIP 2014-2016.

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Interior de Portugal. (Tese de doutoramento). Universidade da Beira Interior, Covilhã.
Apiex. (2016). Apresentação e promoção de investimentos em Moçambique. Maputo.
Marconi, M. A. & lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica (5ª edição). São
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Waty, Teodoro de Andrade. (2007). Direito Fiscal (3ª Edição). Maputo: Lda, Editora.

Pene, Cláudio. (2014). Apontamentos de direito fiscal Moçambicano. Maputo: Escolar Editora.

Vogas, Rosíris Paula Serizze. (2011). Limites constitucionais de créditos ICMS em um cenário
de guerra fiscal. Belo Horizonte: Del Rey Editora.

Gil, António Carlos. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6. Edição). São Paulo: Atlas
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Gazeda. (2009). Legislação sobre investimento, Zonas Económicas Especiais e Zonas Francas
Industriais. Maputo.

Gazeda. (2014). Oportunidades de Negócios em Moçambique. Maputo.

Gazeda. (1993). Quadro legal de investimentos privados e Sistema tributário. Maputo.

Kumar, Haris, Portraite, Cintia, Capece, Jó, & Nunes, Walter. (2007). Manual de Metodologia
de Pesquisa: Universidade Católica de Moçambique, Beira - Moçambique.

Lei n.º 4/2009, de 12 de Janeiro. Código dos Benefícios Fiscais. Moçambique.

COLECTÂNEA DA LEGISLAÇÃO FISCAL DE MOÇAMBIQUE, Legislação Fiscal de


Moçambique 2016/2017 (6ª Edição). Maputo: Plural Editores.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Decreto-Lei que aprova a criação da Zona Económica


Especial de Manga-Mungassa.

48
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Decreto-Lei que aprova o código dos Benefícios fiscais.

Gabinete legal Moçambique Advogados, (2012/2013) Guia de investimento em Moçambique.


Maputo.

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script=sci_arttext&pid=S0034-75901969000400006> [Acessado em 19/06/2018].

<www.cpi.co.mz> Portal do CPI (Centro Nacional para a Promoção de Investimentos),


Moçambique. [Acessado em 20/06/2018].

<www.gazeda.gov.mz> Portal do GAZEDA (Gabinete das Zonas Económicas de


Desenvolvimento Acelerado), Moçambique. [Acessado em 20/06/2017].

<http://www.portaldogoverno.gov.mz> Portal do Governo de Moçambique [Acessado em


20/06/2017].

49
APÊNDICES

Apêndice 1. Roteiro de Entrevista à (APIEX).

A presente entrevista visa analisar em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas
Económicas Especiais (Z.E.Es), tem contribuído no processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e
local, bem como do distrito da Beira. A sua opinião é extremamente importante para nós, por isso apelamos a
sinceridade e seriedade nas respostas. Contribua para melhoria da qualidade das acções de desenvolvimento das
nossas Zonas Económicas Especiais. O tempo da entrevista é de aproximadamente 30 minutos.
Identificação
Entidade entrevistada (Organização)………………………………………
Local ………………………………/ Data……/……./……..
Nome ………………………………………………………………………..
Cargo/Categoria/Função ……………………………………………………………….................
1. A quanto tempo trabalha nesta instituição? ………….
2. E neste cargo em específico?.....................
A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa é regida por um regime aduaneiro especial
onde os operadores e empresas gozam de benefícios fiscais, isto é, isenção ou redução do
montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favoreceras actividades de reconhecido
interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país, por meio de
atracão de novos e bons investimentos.
3. Qual é o número de empresas inscritas até ao momento, e que análise/comentário é que fazes?
…………………………………………………………………………………………....................
4. Gostava de saber se todas elas estão a gozar de benefícios fiscais como está previsto no seu
código? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Se não Justifique……………………………………………...
5. O Sr/a. Tem trabalhado de forma directa com as empresas/questões da Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa? 1. Sim ( ); 2. Não ( ). Se não Justifique………………….....
6. Como avalias o processo e requisitos que caracterizam a obtenção de certificado de operador
de Zona Económica Especial (Z.E.Es), bem como as políticas adoptadas que flexibilizem os
procedimentos para o gozo destes benefícios fiscais? ......................................................................
7. As condições da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa são aplicáveis ao bom
desenvolvimento das empresas lá encontradas? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Justifique………………
8. Como é que as bases para o funcionamento e consolidação estratégica desta Zona Económica
Especial foram e estão sendo acauteladas pelo Governo? ................................................................
9. Referente a questão anterior o que tem feito a sua instituição no sentido de impulsionar ainda
mais estes investimento?....................................................................................................................

50
10. Quanto as empresas, elas tem cumprido com os objectivos pretendidos pelo governo com a
implementação destes benefícios fiscais na Zona Económica Especial? 1. Sim ( ); 2. Não ( ).
Justifique ………………………………………………………………….......................................
11. Existe alguma dificuldade apresentada pelas empresas? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Se Sim
Indique-as ……………………………………………………………………………………..........
12. Quais são os maiores desafios que a vossa instituição enfrenta para responder cabalmente aos
anseios dos investidores? ..................................................................................................................
12. Os benefícios fiscais estão a ter o efeito desejado relativamente ao propósito da sua
introdução? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Justifique ………………………………………………
13. Como Avalias o desenvolvimento da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa desde
2013-2017?........................................................................................................................................
14. De um modo geral qual é a avaliação que fazes sobre o impacto deste programa de benefícios
fiscais no desenvolvimento da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa e do distrito da
Beira no geral?...................................................................................................................................
Muito obrigado pela colaboração e até breve!

Apêndice 2. Roteiro de Entrevista à (AT- Cidade da Beira).

A presente entrevista visa analisar em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas
Económicas Especiais (Z.E.Es), tem contribuído no processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e
local, bem como do distrito da Beira. A sua opinião é extremamente importante para nós, por isso apelamos a
sinceridade e seriedade nas respostas. Contribua para melhoria da qualidade das acções de desenvolvimento das
nossas Zonas Económicas Especiais. O tempo da entrevista é de aproximadamente 30 minutos.
Identificação
Entidade entrevistada (Instituição) ……………………………………….…………………………
Local…………………………………/ Data……/……./……..
Nome:…………………………………………………………………………………………………….
Cargo/Categoria/Função…………………………………………………………………........................
1. A quanto tempo trabalha nesta instituição?.................
2. E neste cargo em especifico?.....................
A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa é regida por um regime aduaneiro especial
onde os operadores e empresas gozam de benefícios fiscais, isto é, isenção ou redução do
montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favoreceras actividades de reconhecido
interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país, por meio de
atracão de novos e bons investimentos.

51
4. Em relação aos benefícios fiscais, o que eles representam para vocês como Estado?..................

5. O Sr/a. Tem trabalhado de forma directa com as empresas/questões da Zona Económica


Especial de Manga-Mungassa? 1. Sim ( ); 2. Não ( ). Se não Justifique………………….........

6. Gostava de saber até ao momento quantas empresas estão registadas na Zona Económica
Especial de Manga-Mungassa? .........................................................................................................

7. Gostava de saber se todas estão a gozar de benefícios fiscais como está previsto no código?
1. Sim ( ); 2. Não ( ); Se não Justifique ………………………………………………………….

Os benefícios fiscais podem acarretar despesas para o estado, e por isso mesmo para a sua
determinação e controlo é exigida a declaração apropriada dos benefícios usufruídos em cada
exercício fiscal. “Nº 3 do artigo 2º do código dos benefícios fiscais”.

8. Como é feita a determinação e o controlo destes benefícios fiscais?............................................

9. Como avalias a relação entre custos e benefícios da introdução destes benefícios fiscais para o
desenvolvimento socioeconómico local e do Distrito da Beira? ......................................................

10. De um modo geral como avalias o impacto dos benefícios fiscais na atracão e
desenvolvimento de empreendimentos que podem desenvolver a Zona Económica Especial de
Manga-Mungassa e o distrito da Beira? ............................................................................................

Muito obrigado pela colaboração e até breve!

Apêndice 3. Roteiro de entrevista à (Dingsheng Internacional Investimento, Lda).


“Empresa gestora da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa”

A presente entrevista visa analisar em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas
Económicas Especiais (Z.E.Es), tem contribuído no processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e
local, bem como do distrito da Beira. A sua opinião é extremamente importante para nós, por isso apelamos a
sinceridade e seriedade nas respostas. Contribua para melhoria da qualidade das acções de desenvolvimento das
nossas Zonas Económicas Especiais. O tempo da entrevista é de aproximadamente 30 minutos.
Identificação
Entidade entrevistada (Empresa)……………………………………..…….…………………………
Local…………………………………………………………………………/ Data……/……./……..
Nome:…………………………………………………………………………………………………….
Cargo/Categoria/Função…………………………………………………………………........................
1. A quanto tempo trabalha nesta instituição? .................
2. E neste cargo em específico? ……………

52
A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa é regida por um regime aduaneiro especial
onde os operadores e empresas gozam de benefícios fiscais, isto é, isenção ou redução do
montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favoreceras actividades de reconhecido
interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país, por meio de
atracão de novos e bons investimentos.
3. O que os benefícios fiscais representam para vocês? ………………………………………..

4. Como é para a sua instituição fazer a Gestão da Zona Económica Especial de Manga-
Mungassa? ……………………………………………………………………………………..

5. Gostava de saber até ao momento quantas empresas estão registadas e a operar na Zona
Económica Especial de Manga-Mungassa?.......................................................................................

6. Destas quantas são nacionais e quantas estrangeiras? …………………………………………..

7. Gostava de saber se todas estão a gozar de benefícios fiscais como está previsto no código?
1. Sim ( ); 2. Não ( ).; Se não Justifique…………………..........................................................

8. A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa oferece boas condições para o


desenvolvimento das empresas aqui existentes? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Justifique…………

9. Na qualidade de gestora, o que tem feito a sua instituição no sentido de tornar esta zona mais
atractiva e competitiva ao desenvolvimento das empresas?..............................................................

10. Existe alguma dificuldade apresentada pelas empresas daqui? 1. Sim ( ); 2. Não ( ); Se sim
Indique-as …………………………………………………………………………….

11. Quais são os maiores desafios que a sua instituição tem enfrentado no âmbito da gestão para
responder cabalmente as expectativas dos investidores? ..................................................................

12. Como Avalias o fluxo de novas empresas que procuram a Zona Económica Especial de
Manga-Mungassa para investir desde 2013-2017? ...........................................................................

13. Quantos casos de desistência já registados até aqui?...................................................................

14. De um modo geral qual é a avaliação que fazes sobre o impacto destes benefícios fiscais no
desenvolvimento socioeconómico das empresas da Zona Económica Especial de Manga-
Mungassa e local?.......................................................................................................................

Muito obrigado pela colaboração e até breve!

53
Apêndice 4. Questionário à (População).

O Presente questionário visa analisar em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas Económicas Especiais (Z.E.Es), tem
contribuído no processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira. A sua opinião é extremamente importante para
nós, por isso apelamos a sinceridade e seriedade nas respostas. Contribua para melhoria da qualidade das acções de desenvolvimento das nossas Zonas
Económicas Especiais.
Identificação: Marque apenas com X na opção de resposta.

És residente do Bairro da Manga-Mungassa? 1. Sim ( ); 2. Não ( ).


Qual é o seu sexo? 1. Masculino ( ); 2. Feminino ( ).
Qual é a sua faixa Etária? Até 20 anos ( ); 21-30 anos ( ); 30-39 anos ( ); 40-49 anos ( ); Mais de 50 anos ( ).
1. Você trabalha? 1. Sim ( ); 2. Não ( ).

2. Qual é o seu local de trabalho? 1. Bairro da Manga-Mungassa ( ); 2. Outros locais ( ).

A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa é regida por um regime aduaneiro especial onde os operadores e empresas gozam
de benefícios fiscais, isto é, isenção ou redução do montante a pagar dos impostos em vigor, com o fim de favoreceras actividades de
reconhecido interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país, por meio de atracão de novos e bons
investimentos.

3. Já ouviste falar sobre os benefícios fiscais a que estão sujeitas as empresas da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa?
1. Sim ( ); 2. Não ( ).

4. Com a transformação de Manga-Mungassa em Zona Económica Especial actualmente, como você avalia o desenvolvimento desta
em termos de:

Nº Questão Péssimo Ruim Regular Bom Óptimo


4.1 Construção de novas infra-estruturas melhoradas? (Como estradas, Escolas, Hospital, Posto policial, Abastecimento de
água potável, Energia eléctrica, etc.)?
4.2 Criação de novos postos de trabalho (Emprego)?
4.3 Aumento de número de empresas novas? (Lojas, Indústrias, Institutos de formação profissional, etc..)

54
4.4 Modernização e introdução de novas tecnologias a nível da zona de Manga-Mungassa?
4.5 Aumento do bem-estar económico e social (Transportes públicos, construção de parques de lazer, Campos desportivos,
etc..)?

5. A Zona Económica Especial de Manga-Mungassa têm contribuído para o desenvolvimento socioeconómico local? 1. Sim ( );
2. Não ( ).

6. Se respondeu sim na questão (nº) anterior; diga-nos quais são estes 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5
contributos? Podes assinalar mais de um quadradinho.

7. Acreditas que os benefícios fiscais tem contribuído para o processo de desenvolvimento desta zona? 1. Sim ( ); 2. Não ( ).
8. Este desenvolvimento tem impacto directo para sua vida e da sua família? 1. Sim ( ); 2. Não ( ).

9. Acreditas que os benefícios fiscais ajudam a atrair novos empreendimentos? 1. Sim ( ); 2. Não ( ). Justifique a sua
resposta……………………………………………………………………………………………………………………………………

10. Qual é a avaliação que fazes sobre os benefícios fiscais na Zona Económica Especial de Manga-Mungassa como forma de atrair
novos empreendimentos com vista a desenvolver este local? ………..........................................................................................................

Muito obrigado pela colaboração e até breve!

55
Apêndice 5. Questionário à (Empresas).

O presente questionário visa analisar em que medida se pode afirmar que o Programa de Benefícios Fiscais nas Zonas Económicas Especiais (Z.E.Es), tem
contribuído no processo de desenvolvimento socioeconómico empresarial e local, bem como do distrito da Beira. A sua opinião é extremamente importante para
nós, por isso apelamos a sinceridade e seriedade nas respostas. Contribua para melhoria da qualidade das acções de desenvolvimento das nossas Zonas
Económicas Especiais.
Identificação
Entidade (Empresa)……………………………………………………………………………..
Local…………………………………/ Data……/……./……..
Nome:……………………………………………………………………………………………
Cargo/Categoria/Função…………………………………………………………………..........
Questionário: Marque com um X na opção escolhida como resposta.
Discordo Discordo Concordo Concordo
Nº Questão Indiferente
totalmente parcialmente parcialmente totalmente
1 Os procedimentos para obtenção de certificado de operador/empresa da Zona
Económica Especial são simplificados?
2 As Políticas adoptadas e procedimentos para o gozo de benefícios fiscais são flexíveis?
3 As bases para o funcionamento da Zona Económica Especial foram e estão sendo
acauteladas pelo Governo? (Desde vias de acesso, Energia, Água até Instituições
financeiras).
4 O ambiente de negócio da Zona Económica Especial é favorável? (Desde localização
até infra-estruturas de suporte as empresas).
5 Os benefícios fiscais tiveram impacto ao nível da escolha deste local para investir?
6 Os benefícios fiscais tiveram utilidade no crescimento/desenvolvimento da empresa
(Negócio)?
7 O desempenho da empresa tem influenciado o desenvolvimento da comunidade local?
(Desde Investimentos, criação de emprego, infra-estruturas melhoradas, Modernização
e introdução de novas tecnologias, bem-estar económico e social).
8 Os benefícios fiscais da Zona Económica Especial de Manga-Mungassa são atractivos
aos investimentos e estratégico para localização empresarial?
9. Como empresa quais são as dificuldades enfrentadas no âmbito das acções de operação na Zona Económica Especial da Manga-Mungassa?.....
10. Avaliação global sobre a contribuição dos benefícios fiscais na Zona Económica Especial da Manga-Mungassa no processo de desenvolvimento
socioeconómico da empresa?............................................................................................................................................
Muito obrigado pela colaboração e até breve!

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Anexos

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