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r t I

f) ogers tc,e,m papeldccisivo nos Estados Unid,x


I \ no scntido d. trrzcr a psrcôreÍàfie parã o c:rmpo de
trabrlho do psicólogo. Ele lutoupor isso c a causa foi g.rnhr:
a psicotcrapia deixou de seÍ exclusividade dos módicos.
Antes, ao psicólogo só €ra permitido aplicar testes e fazer
aconselhamento. Fazia-sc rrma diferença muito nitida cntrc
psicoterapiâ (quc cra mxis profunda c radicrrl)e aconselha-
mento (que eraumaprática mais superficial). Aindahojc, é

assim em alguns paíscs dâ Europa. Nós, aqui no Brasil,


scmpÍe inspirâdos nos Estados Unidos, trouxemos para cá
essâ mesma definição profissional quc facultâ tâmbém aos
p"icólogos a práricr da psicorerâpia, e não llcnrs o
aconselhamento; prática pouco aprovada pela medicina.
Rogers começou sua carreira praticando aconsclha-
mento (rouavling). Com o tcmpo, porém, clc foi
dcscobrindo que sua técnica não era substancialmcnte
diferente de uma psicoterâpiâ- A profundidade de um
processo psicológico, na verd:rd€, dcpeode muito mâ;s da
disposição interioÍ do sujeito na sua relaçáo com o
proÍissional, do que de uma definição pÍéüa cxtcrnr. Dà
pâne do psicólogo,a mâneiradeentrar na relação e de cstar
a s.rviço de quem procurr à atençào psicológi. r nio v.r,'i.r

ROGLRS: afi.rlumunrr. t,§,.o.-pitr óí


t
entÍe o âconselhamento € a psicoterâpiâ. À atitudesbásicas Pode dar-se mediante esse encontÍo, mas também de outÍos
ou os lores são os mesmos. Foi a prátice decorr€nte d€sse modos. O própÍio sujeito pode, por outros meios, desencadear
conjunto de vâloÍ€s e âtitudes que RogeÍs denominou de em si êsse processo por meditâções sistemáticas acompânhâ-
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Mas ele também das, de vez em quando, por convenâs signiÍicati\,?s, por
percebeu que essa Abordâgem não se limita\,? ao campo eyemplo. No entanto, é comum que, por mais que se esaorce,
clínico da psicologia. por esses meios, ele não consiga aquilo que busca. Então,
ÂCP. então, não e sinónimo de psicolerapia. É algo recorÍe âo PÍofrssionâl psicólogo.
mais geral, um modo de ser, uma atitude diante da üda ou Repare o leitor que psicoterapia foi deÂnida como
diante das relaçoes que constmimos. PsicoteÍapia é um dos um processo pe:soal inrensivo de en contÍo con pÍdpÍio.
"igo
tipos de Ídaçáo de ajuda psicolígica, na prática do qual e náo como algo que um proflssional faz com um úente
podêmos ser orientâdos pelos princípios da ACP. Existem (que, nesse caso, nâ posiçâo de objeto dâ ação de um
outlos tipos: plaÍtão psicológico, orientação de casais, ajudâ proÍissional, bem poderia serchamado de paciente). Como
no carnPo da comunicação pessoal, orientação de pais etc. E, psicólogo, nâo se faz terapia em alguém. Qrem faz isso é a
extnpolândo o campo ünico da psicologia, a ÂCP pode ser própria pessoa, e ela o faz, às vezes, com nossa ajuda. Nâo
aplicâdâ também em muitos outros campos de atiüdade raro, nossa função se limita a ser testemunha do esforço da

humana: trabalhos em educâção, desenvolúmento organiza- pessoa. E isso não é pouco porque diante de uma
cional, projetos comunitários etc., quâ-lquer atividade, enfim, testemunha qualiÊcada, ela se compromete mais e melhor
que envolva o ser humano relacionando-se. com âquilo a que se propôe.
A psicoterapia cenüâda na pessoa é, €ntão, ume Contudo, nossa ajuda pode ir mais longe (se bem
aplicação da abordagem centrada na pessoa ao campo da que isso poderia, a rigor, caber ainda na função de
psicoteÍapia. Mas o que é psicoterâpia? testemunha). Estando com a âtenção voltada sobretudo
Poderíamos responder a essa perguntâ dizendo que, em PaÍa os sentimentos e intenções dâquele que nos procura(e
umâ perspectirã humanâ, â psicoteÍapia é um proce§so que se manifestâm de diferentes modos e em diferentes
intensivo de coniato consigo prdprio. com v;srâs ro graus de profundidade), âutomâticamerte, facilitaremos
desenvolvimento pessoal. Esse processo pode se dar mediante seu Processo d€ encontro consigo píiprio. Pârâ uma pessoa
o enconEo com uma outÍa Pessoa que, nesse momento, fica se pentear, um espelho ajuda; parauma pessoa se conhecer
centradâ na primeira, isto é, tem sua atenção voltada para a melhor, um espelho humano éa melhor ajuda.
primeira, especialmente pffa seu. sentimento" e inten(óe".

62 Mrutu MríiN AMÂTUZZI 63


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E pode ir ainda mais longe. Ao se abrirpessoalmente 2) Compreendcr - é impressionante o que diz
dela tudo que se Merleau-Ponty a respeito de o que vem â seÍ veÍdâdcira-
prÍâ aquêle Pessoâ, colocando a serviço
passa conosco e que resPeito à ela, Potenciúzâmoq âo
ôz mente ume compÍeensâo (Amatuzzi,2008, p. a3).
máúmo, â Íeleção quê âli acontêcc no que se refere âo Compreender vai âlém de apropdar-se dos significados

processo dcla de se coohecer melhor e desencadear seus liteÍâis dâqullo que â pessoe diz; transporta-Ilos para o

recuÍsos intemos de desenvolümento. sentrdo novo apontâdo por esses signiÂcados no contcxto

Costumo explicar isso a mcus alunos, falando do daquela fala; por isso é muilo mais um aproxrmer-se dô que

tri4é ld ?ricotera?ia, e nisso me insPiro em Schmidt (1987), pessol gueT dizcí, do guc aprcximar-se dâquilo que elâ
^
transfoÍmando, a meu modo, o quc cla diz. O tÍiPé' do mâterialmênte /rz. Umâ segunda caracterÍstica é que isso se

pontode üsta do profrssionrl que ejuda, tâl como o vejo, é o faz de modo diteta, dryz6o5 assim, e náo por deduções og

s€guintc: raciocínios; nessc sentido, e compÍecnsão nào é um


. Âcolher com simpetia; p€nsemento, masum contâto intuitivo diretocom o centÍo
. Compreender com empatia; da pessoa, com a origem dc suâ comudcâção precisamente

. Eventual-Ínente, dizer uma Pele!Ía qu€ feçe Pensâr. nâquele momento. Em terceiÍo lugar, ela impüca numa
saída da atitude cotidiana, pois ncstâ, o que fazemos é
1) Acolher - cm português, essa Pâlair-a quase que já
encaixar o quc o outro diz nos esquemâs da pênsâmeoto qu€
indui simpâtia. Sem dúüda, é possivel acolher rle má vontade- já t€moÊ. Nâ v€ldedeire compreensão, âo contrário, é
Mas acolher bem é fazer isso de boe lontade, isto é' com pÍeciso estar aberto ao novo, ao difeÍente, âo que não s€
simpatia, inteÍesse, afeto; interessando_se pela pessoa, pelo encaixâ cm nossos esquemas. Então, cm quarto luga.r, a
bem da pessoa. No contexto da psicoterapia, com a ajr.rda de compreensâo será uma tÍansformaçáo de nqsss 561,
um proÍissionâI, esse acolhimento é o solo sobre o qual poderá juntamente com a úÀnsfoÍmação que está econtecendo no
se desenvohtÍ o pÍocesso da pessoa. O primeiro esforço do outro. Por isso m€smo, Íinalmente, ela implica em uma
psiólogo será, ceÍtamente, o de criar es condiço€s PaÍr que a reciprocidadc entÍe os interlocutores: quando comprcendo
pessoa se sinta à lontade para fiJa.r livremente com cle, c ele profundamcnte alguém, âlém d€ eu mesmo me âbrir pârâ
tamMm se sinta vontâde com aquela pessoa. Por se tratar de
à
possibilidades novas de signiíicado vivido (e para as
uma situaçao especíÍica, ao mesmo t€mPo em que ele disPôe o üansfoÍmeções que isso possx acarrctaÍ em minÀa própÍia
local da melhor forma possível e conveÍsâ com â P€ssoa, elejá
úda), algo novo está prcstes â aconteceÍ no outÍo, pois ele se
proorm compÍeender â eIa, os motirrcs que a trouxeram ali, sente ouvido epode darandâmento aseu Processo inrerior.
àquilo que ela veio dizer.

ROGERS: éric. huD.nBn. pÉicu.-pi. ó5


I

scndo proíissional, é qu.fldo â pcsso. atcndida podc scntiÍ


Em rcsumo, â comprcênsâo é um contato muito
profundo dc rlma para alma. Catt ao tenpeuta comprccndcr
quc o psicólogo quc a âcompaúa se dcixa tocar por surs
qucstõcs dê üde, quc cle, poÍ sua ve4 podc lcvar cssas
profuodrmcntc c dizcÍ sua comPÍeeísão à Fs§or quc o
pÍocuÍà pl§so e pa§§o, cm todo dccoÍrcí do cnconÚo. qcm qucstôcs mds a scrio,lançar sobrc elas um olhar difercnrc,
meis mobilizedor. Isso qucr dizcr quc é no contcxto dc uma
faz muites pcÍguntas não qucÍ comPÍcêndcrFasso a prsso, mas

matâÍ sue pópÍi. curiosidadc (o quc já distenciâ dâ comPrc- rclação pcssoal quc sc frcilita o processo da pcssoa, E sc o

ensâo), ou cnceirGr I pcs5oa cm um cqtrema prÉrio (c, assim,


tcrzlrcute não diz ao clicntc o que sc passa com clc,
tcrapcuta, no quc diz rcspcito àquelc cncontÍo, cntâo náo
ccntrrlizar o poder, o quc trmbém sc rfute dâ intanção dc
havcrá ume rcleçâo pcssorl, mas, no máximo, umr Íclaçâo
hciliter um poccsso autodirigido).
técnic.-instn mêntel (na qud uma pcssoa sc faz prcscntc e r

3)Dizrr uma pelavre quc feçe pcnsar - ncm scmprc outrr sc escondc). Uma rclaçâo técúca podc scr útil, scm
é prechodiuruma palawa quc fâçâ P€nsrÍ. PoressÀ rizlo,
dúvidâ, mas é limitâda cm scu alcancc. Ume psicotcmpiâ é

cstá dilo no tripé: ,?.ralrl,,?t /.. Sc cxiste ecolhimcnlo c


um pÍoccsso intcnsivo dc encontro consigo mcsmo,
compÍccnsio, pÍlticzmcntc aodo mbdho csú fcito. Isso potcncidizzdo no conaqto dc uma rcleçeo pcssoal (mcsmo

bastar pare dcscncrdceÍ o movimcnto tcnÍÉutico dê quc scjr com um pro6ssiond).


@c
encontÍo consigo pópÍio. Contudo, às vezcs, podc scr Sc tcmos cm mcntc o proccsso eutodirigido da
pcssoa, o vcrdadciro tcrepêuta é cla mesma, Aqui,
a palavÍf,
oportuno dizcÍ uma pelavra quc faça pensar. Normalmcntc,
"tcrapcuta" signiíica cuidadoq cuidador do que há dc mais
o terap€utâ principiente, de início, tcm essâ vofltadc, scntc
profundo cm si mcsmo. Chamarnos tarnbém o proÍissional
quc pÍecisa flzcr algüma coisÀ tocÀnt€ ê se esquccc que é
basicamcntc com o acolhiÍncnto c e comprecnsão quc clc
psicólogo dc'tcrepcutr" somcntc poíqu€ clc é um

ejude e dcscncadcrr o moümcnto autônomo dâ pcssoa cm


facilitedor do proccsso de a pcssoa ir em busca dc si mcsma.

dircção aoscu crcscimanto, Mas, como dissc, às vazrs, uma Tcmos, cntio, gcstos c palavras quc ecolhcm, gcstos
c palawas quc eqrrcssam a compÍecnsão; gcstos e pr.lar,Ías
pahvra instigadoíâ da âutocomPrccnsão em um nívcl mds
profundo podc scr bem-üod.. Essr Palâvrr, PoÍém, ou cstá quc suscihm um qucstionâmcnto ou um pcnsamcnto
fundade no ecollrimcnto c n. comPÍccnsão, ou só .tnp.lh. difcrentc no clicntc, O quc Rogers tcm a vcr com isso?

o ândamcnto d. psicotci'rpia. O quc fundamcnt., cntão,.


possibilidrdc c econveoiênciadc umr palavre assim) É por
ela quc a Íêlaçào dcixa dc sct imPcssoel. Porquc mcsmo

Àt.uolldiní,\IIATUZa ó7
I
A contribuição mâis importante de Rogers foi ter pessoa quc tem uma atitude desfavorável à dança. A atitude
formulado essas teoÍias não €m teÍmos de tétnica\ está em um plâno mak recuado que o ato. Em um plano

tcÍâpêuticâs, mâs em teÍmos de dkPatEão. Ele rctira a ainda mais recuado, dando suporte às aritudes, cstio os

r€flexão sobÍc o que é melhor, para faciliw o processo valores. Por isso, dissemos no capítulo anteriorquc â ACP
teÍâpêuticode umâpessoâ, do plano dos atos pâdronizâdos propõe valores e não atos determinados. Mas valores
ou dâs técnicâs, e â leva pârâ o plÂno dâs atitudes ou possuidos, náo somente declarados. Valores que Icvam a

disposiçôes pessôâisdô teÍâpeuta. Pâía cle, o importante na rto. cspecíÍicos variando de acordo com âs si(uÀçõe".

relâção terâpêutica nâo é o que o teÍapeutâ fa4 ele procurÀ Transpondo r discussáo para as âtitudes, RogcÍs cstava

as raízes desse fazer e nos conüdâ a pensaÍ nelâs. Isso tem dizendo quc a qualidade humarado terapeuta (no caso, do

todo um sentido. profissiona-l psicólogo) é mâis importante que seus atos

Corrcndoorisco de sermalentendido, diíamos que, especíÂcos. Isso livra o terapeuta de atos padronizados, mas

segundo o pensamento de Roçrs, náo importa o que o lhe traz uma responsabilidade muito grande.

terapeuta faça, o que importa são suas Íeâis disposiçôcs. E A trânsposição da discussao do plano dâs ações

certamente podeÍíâmos estender isso aos dois sentidos de específicas (ou condutâs terapêuticÀs recomendâdas) pâra o

terapeuta: o profissional que âcompanhee o cliente que €stá plano das predisposiçóes pessoais do terapeuta, também
cúdando dc si próprio. Rogcrs chamavâ essas disPosiçôcs desloca a ênfase de uma relâção técnica paÍe umâ rclação

de 'atitudes". Essâ palavrâ não tem âqui o significado que humâna. EmboÍâissosó tenhasido teorizadomais tarde na

tcm em português corr€nte. Dm nossa linguagcm comum, evoluçáo do pensamento acerca da ACP (como visto no
"tomar uma atitude" signi fica tomaÍ uma decisão, agt. Não capítulo ânterior), é possível veÍ nes pÍimeiÍas formulações

é nesse sentido que RogeÍs fala de âtitudes, mâs no sentido de Rogers, essa semente. Na verdade, não sâo determinados

técnico que essa pala\Ta tem em psicologia. 'Atitude" atos especíÍicos do psicólogo que sâo terapêuticos, mâs â

refeÍe-se a uma pÍedisposição. PoÍ excmplo, qurndo digo qualidade humana da relaçeo oferecida por ele. E essa

"tcnho uma atitude favoÍável ao esportc", isso significa que qualidade depende das predisposiçôes das pcssoas no
penso freque ntemente em csporte,gostodo esportee tcnho cncontro, E Buber (I972. 1989) quem deixa isso muiro

umâ tendênciâ a praticer elgum esporte. Coisa semelhante claro. O serhumanoé um serde relaçâo, e é n€sse contcxto

âcontcce com uma âtitude dcsfavorável. Por excmplo: que ele sc dcsenvolve. A terapia ÍecÍie esse contexto.

quem não gosta de dançar, não entende de dança e, Estando isso daro, podemos pergunteÍ: dc quâis
cÍerivamente, nlo faz isso nun( r ou quasc nunca, é uma .rtitudes (predisposiçôes) falar,,a Rogcrs? Pois bem, ,.rs três

(t11 ROCI:lls: óricr hu ,,'nnrr. fit,"r,,upi, 69


r
dássicas "etitudcs rogcÍianas" scgucm dc pcno o tripé gcÍminalcm umâ Íclâção humana pcssoal e rbcna,
mcncionado entcriormcntc. é a prcdisposição do teÉpcute dÉ scÍ .utêntico,
O quc cstá por trás: IFnuino, scm máscaras. É sua vontad€ dc scÍ
. dor gÊ3tos c pdewas dc acolhimcíto, como ebcrto. Rogcrs falalz de congnrêncir € autcn-
rtitudc quc dá suponc, sinccridade, vcrdadc, ticidzdc (to h rcal1.

.utcntrcidldc, é . predisposiçáo cnraizrda no


tcr.pcut dc .ccilrÍ r pcssoa do clicnte de forme Um tcrepcuta quc cmita gcstos c pdewes dc acolhi-
como clc sc menifcste. E aceiú-le porquc csú mento, dc comprcrnsio c dc qucstionamcnto com I prctcn-
cn cÍgrndo ncl. o rã1oÍ dc pcssoa. É o quc Rogcrs são de lcvar adiantc o proc€ssor mas sem quc csscs g€stos c

chamarz dc considcração positiva incondicionrl. palarras csrcjrm fundados em pÍedisposiçõcs (etirudes) .


Postcriormcntc, isso zebe sc rylicendo eo pÍópÍio cm dctcrminados vrlorcs pcssodmcotc assumidos, nâo
clicntc clc comcçe a sc accir., td como é 2 P.niÍ do cntendcu rinda o quê é scÍ um tcrepcutz frcütador do
meis fundo dc ti mcsmo c é isso que desancâdciâ píocesso tcÍapêutico eutodirigido da outra pessoa.

6uas ênelgi* dc tramfoÍnação.


a=*e
. do. tc*o6 c Flwfls dc comptEcí§o, €oÍID .rindc
quc lhcü suportccprofundidadc,éar,Í€di§Pociçao lsso quc dissemos rllc pan . psicotÉnpir. Vrlcriâ,
cnraizâdl no tarâpcuta de m.Í8ulhrÍ no mundo do§ também, para o plânÉo psicológico, â ludoteÍâpia, os
6cntimcntos c intcn@ do clicnte, qrur como sc tÍabâlhos em grupo e nl comunidad.? Vamos po. partes.

foc.sc clc mcsmo, penrrcrc scnú o mundo como clc o O pl.ntio psicolótico é um1 mod.lidâdc dc
sanac, Ê nrdâr nc§§a mullô com de. O tcraPctru rto atendimcnto difercntc da.pcicotÊrrpia. O quc o .ânc1ÊÍiza é o
a disposiçâo dc mcrgulhar ncssc mundo porque fato de elc ser um enconEo único (excepcionalmêntc com um

ecrdita no uebr de comunhão humena e qucr corrcr ou dois retomos) c que acontccc no mesmo momcnto cú quc
cssc riso. Éo qrr Rogcts dremarr dc crnpatie. Com e pesscr prccun zjudz.
Qanô cle ócge proctrzndo ajuda já
o tcmpo, o póprio dicntc dcscNDlvc umr cmPlti. é atendida. Nào há ug.ndamcnto. A diêÍcoça cstá, pois, no

consigo pópÍio c trmbcm com o terÀP€ut c com enquadre onemo que pÍooir tira! proveito do nromento

ortrzs pcssors dc scu rclacionarncnto- motil-rcion.l de pcssoa- Contuô, no quc diz rcspeiro às

. do dizcr ume pdevre quc feçe pcnsar, àndo-lhc di?o6içôcs do tcrapÉurÀ náo há mud:nçe dguma- Tzlvrz cssc

suportc, dci]ando que cssa pelevre teúa scu solo cnquadrc diíerencirdo cric situâçõ€s pópri.s. Mas â rcrçào do

70 !h,u, nh",n. ÀnhTUZr{ 7r


a
terâpeutâ, lerãndo em contâ â especiÍicidâde dessâ situâçâo, Para que esse processo seja facilitado, é preciso que
seú boa justamente quando ele estiveÍ enraizado naquelas o teÍÀpeuta enúe no mundo da brincadeira e, lá dentro,
mesmas predisposiçôes. O que mudr. poÍtüto. i a
';tuâÉ,, csteja disposto a aceitâr as mânifestaçõ€s da criança,
externe e não âs disposições e os valores do teÍapeutâ. O fato dc quâisquer que sejam, a compreender o que vem do lundo
âmbos (pÍofissionâl que âtende e pessoa que pÍoc1]rà) sabeÍem delâ mesma, e a interagiÍ espontâneâ e abertâmenre com
que se trata de um encontro rjnico, de'uma' conversa, muda ela. E tudo isso com base nos valores de respeito pcla
muito até no uso de aquele tempo. Mas os ralores e atitudes pessoa e apreço pela comunicação profunda e aberta. Ou
que dão suporte ao enconúo não mudam, seja, uma vez que ele consiga entrar no mundo da
Com a Iudoterapia infantil, há um fator novo em brincadeira, asatitudes serão as mesmas. O que mudou foi
jogo. A comunicaçâo enüe criança e terapeutâ náo pode apenas a forma de comunicaçáo.
seguir pelos caminhos que segue uma conversa de adultos, É inte.essante notar que algo parecido aconteceu
simpl€sm€nte poÍ não ser essim o modo de comunicação de com Rogers quando ele se dispôs a âtender psicóticos. Há
uma cÍiançâ. Ela não sabe ter uma conve$a de adultos em seus relrtos esboços de ourras [ormaq de comunicaç]o
poÍque não domina o instrumental linguistico dâ mesmâ que não a merament€ verbal. Ele era muito discreto e
forma. A interação puramente verbal e âbstrata não lai parcimonioso em relâção aessas outras formas, ao contráÍio
longe. O meio de comunicação mals üável, no câso, é o de sua filha, Natalie Rogers, por exemplo, com sua terapia
lúdico, isto é, o brincar. Isso também cria situações expÍessivâ pelas aÍes (Rogers, N., s/d). Contudo, o pai de
exteÍnâmentê muito específrcas. Podem daÍ ao teÍapeutâ a Nâtâlie admitia essâ possibüdade, e não âpenâs para o
impressão de que nada de terâpêutico €stá acontecendo ali. âtendimento de cÍianças, como üsto no capítulo anterior.
Só brincar? Mas é dessa foÍma que âcriança se expressa, e se Costumo falar aos meus alunos de algumas
essâ expÍessão foÍ aceitâ e compreendida, instaurâ-se um especiÍicidades da situação de ludoterâpia infântil. Uma
diálogo lúdico terapêutico, que é propiciador de uma delas é que a transformaçâo do brincarem dirílogo lúdico de
aproximação dos sentimentos, do mundo viüdo. E é nesse sentimentos oão se dá âutomaticamente. A criançabrinca,
mundo üüdo que estão âs fontes de desenvohrmento. mas se o teÍaPeutâ não rcsponder no inteÉor do próprio
Tudo isso pode aconteceÍ independentemente de brincar, permanecendo no mundo simbólico e falando na
foÍmulâçóes intelectualmente claras. O movimento se dá mesma Ünguagem. a conversa n.io chega a \e constiruiÍ em
no plano do üvido. diálogo. Permanece como um monólogo na presença do
zdulto. Um primeiro nrvel de*e dialogo ê, Fíúpria

72 ROCER§:éiicrhuolni{icpsic.t"r"pl, 73
I
c Essas considerâções que Íizemos, valcndo-nos da
facilitação do t€râpeute em rclrção âo briocar liwe à

cxprcssividede assim promovida. Ele cria condiçôcs, ludoterapia, podem, scm dúúda, sc estcnder a outras
formas de terapia, até mcsmo com adultos. Há espaço para
p€rmite c acolhc o bÍincer. Em um scgundo nível, PoÍém,
clc rcspondc no intcrior do bÍinceÍ, isto é, brincandoiunto. sc pcnsâÍ, inspiràrdo-sc nr ÂCP, .rn uma tcrapia pclâ ânc,

Essas rcspostas pod€m ser d. comPÍeensáo, csPclhândo, pele expressâo corporal, com â utilizaçâo de cenas
(dramatização), de movimentos, de música, de brinquedos,
vcrbâlmente e por atos lúdicos, os gestos da criânça, e
âté mesmo com adultos. Mas, é cleío, é necessário que o
pod.m corrcspoodeÍ trmbém ao teÍceiro pé do tripé (o
proffssional tenha um dominio dessas formas cxpressivas.
'dizer uma palawa que faça pcnsar") quando ele participa
mâis ativimcnte da constÍução do brincâÍ nâ linhe do que â PoÍ outro lxdo, mesmo cm uma tarâpiâ exclusivamcntc
cÍirnçe qucr fazer, possibilitando uma ãmPliâçio dâ veÍbel com adultos, há ümites (como, por cremplo, o

cxprcssiüdadc solicitrndo Posicionâmêntos PeÍânte âs respcito aos hoÍáios estabclccidos ctc.) c clcs podem ter
uma importâncir t€Íapéuticâ.
situaçôcs novzs que vâo suÍgindo no desenrol.Í da
brincedcira. Partimos da psicoterapia de adultos quc ocorre no

Ume outra espccifrcidede de ludotcrapia é a intcrior de ume relação prcdominantcmcntc vcrbal.


imponâncie do estabelccimcnto dc limitcs nl pcrmis- Passamos pelo plantão psicológico e dcpois pela

siüdrdc. Esscs timitÊs devcm scÍ Poucos, mas fiÍmcs ludotcrapie. Vejemos rgora o quc sc ecÍcsc.nta na
(bâsicâÍncnte aqueles quc ptotÊgÊm e intcgridadc ffsica da comprccnsão da psicotcrâpi. com . prática dos gnrpos. Na

pópria cÍiânçâ, do terÀp€ute c do âmbiente, coÍno, Por situição gnrpal os diveÍsos prÍticipentes sc relacionam

cxcmplo, náo peÍmitir fcrimentos nem a dcstruiçâo cnlrc si c isso é importantc tânto para as pessoâs

intencional dc objetoc). EntÍÉtento, clcs não siSniÍicâm inibiÍ


indiúduâ.lment€ como paÍâ o pÍocesso do grupo. Muitas

â (xpressão dc s€ntimento§, quai§qucr quc s€jem ele§. Assim, vezes, um pirticipânte diz coisas múto signiÍicativas para

quando o tcrap€utâ lida com os limites com basc ncsses outro. Rogrrs âcÍediteva no potêncial de cÍescimcnto
plincípios e em hÀÍmonia com os \ralotes básicos c com âs contido ei. Isso 'alaÍga' as funçõcs do têrâpeuta, Elc será
também um facilitador da comunicação interna no grupo.
atitudes da ACP, o que ocorÍe em rclaçeo âos PóPrios limites
podc sê tomaÍ teraÉutico, ou sêjâ, Promotor do encontro da
lsso quer dizer que o tcnpeutâ, nessâ situaçâo, náo
nív.l mais profundo respondc apcnas à pessoas do grupo, indiúdualmcnte, mas
cÍiâflça com ela pópda em um c,
Íesponde tãmMm ao grupo como um todo ou cm partes
ponanto, faciütador do descnvolvimcnto.
dcle.

M.úro Àl.n'n' 75
71
^À|^TUZZ1
r
Transpoodo css. situÀção pârÀ o atcndimcnto comunitÍio (o6cina), é bcm difcrcntc dc tnbalhar es rtlaçõcs
indiúduú deveríamos cotcndcr (como faz Wood, 1983, e as iniciatiyas no interior de umâ comunidÂdê já constituídâ,
por cxcmplo), quc mcsmo ncssc caso estamos dientc dc um no local ondc cla se cncontra (trabrlho comunitario). Â
grupo, pois estão âli duas Pessoâs coÂveÍsando e nâo oflcine podc ser um inst mento de tnbalho comunitário,
soment€ umâ (um gnrpo dual). O que se aprcndeu no ccrtamcnta, mas nem sempÍe cla é Pcnsâda dessr forma. No
atcndim.nto teÍapêutico êm grupos GÍupos dc cncontro c entânto, é possíiêl desenvolver um tràbâlho comunitáÍio
psicoterepia dc gmpo) aplica-sc aqui. O terapeuta, e.lém dc promowndo o6cinas.
cs!a! ccntlldo no ücntê quc tcm draflte de si, PÍccisa N.ssâs situações, há algümas noúdades cm Íelaçro à
taIn*m pÍestâr lt€nção no próprio desenÍolaÍ da rclÂçio, psicotcÍapia trâdicional. Uma dclas é o trabalho dc
isto é, no grupo qu. está ocorÍêndo entÍe ele € a P€ssoa quc o
PÍomo,o.r ofrcina e ?rorrr o âmbicnte des condiçôcs fsicâs
^
procúrou, e tem como tâÍcfa facilitar essa comunicaçâo. adequadas ao seu bom funcionemcnto. Álém disso, há o
Contudo, isso tembém dccoÍÍc dos rzlores centrais da Íeb ho d. onddar os peÍricip ntcs, Prcrnour, convidar.
ACP: respeito ao quc c6tá acontecendo PrIâ além dc um sâo atividadcs que pod.m scr feitrs com bâse em ume
/rro.r
êr(ccssivo dcsejo dc contÍolc. Iso dará e cssas atiúdadcs
abordagcm ccntreda na pessoa.
Gostrrie dc tcrminar csse câPítulo reÍl€tindo sobíc rs
um cunho pÍóprio, difercntc, por .acmplo, dc form.s
oÍicinâs e os trrbdhos comunhários. Podemos entendcr Por intêÍcssêiÍâs dc fazcÍ isso. ExempliÍicando: a promoçao dc
"offcina" um grupo dc eebdho clrjo obj€tivo imcdiato não é uma oficine como mêio, mais ou mênos camuflado, dc
naccssâÍiemeote o dêscnvolvimento Psicoló8ico ou e
propaganda polttica, autopÍomoção ou gânho finânceiro.
psicotêrÀpiâ, cmborâ possa ter cfeitos tsâPêuticos. Seriâm Promovcruma oÍicina de modo ccntrado na pessoa é fazcr
o<emplos: oÂciaa de oiatiüdrde em âÍte ou cm aÍcsanâto isso baseando-sc oâs nêcessidâdes da comunidadc. É
(ofcina de dança, dc bordado, de o(Pressão atística plistica, possívcl, cüdcntcmcnte, genhar dinhciro, mes nâo é isso
dc ct ioáÍiâ etc), o6cina dc comunidade (cnpcrimcnto quc comanda a atiüdade se ela for guieda pelos rzlorcs de
comuoitíÍio intensivo), o6cim de produçao de rcnda etc. ACP. Ou scja, há um modo pÍóprio dc pÍomover uml
Essas o6cirus se constitucm como oqÉrimeotos rtlíti\âmcn- o6cina, conüdar es pessoes c provcr o ambientc das
te à parte da úda corrcntc de pessoa. Já os trabalho§ condiçôcs faciütÀdoÍas quândo o promotor está oíentâdo
comunitáÍios aconteccm nr vidâ comum corr€nte dâ pessoa, pela ACP. O trabalho pressupóe umâ equipe coesâ em
onde elrs morrm ou pissâm a morar. Reunt pessoas por torno dc det.rminados objctivos, quc tcnha um contato
elgúns dias ou periodicâm.nt€ Pâra um exPcÍimcnto vivo com ume população, quc, uma vcz dc6nida a o6cina,

7(' ROCER§: étjB hun-ia. p.iacaúz 77


I

explique com clâÍeza â qu€ €stá conüdando âs pessoâs, que instituição, ou esii fâze ndo uma pesquisa, por exemplo. Além
respeite a liberdade e o movimento próprio da comunidade, disso, ele carrega estereótipos, preconceitos e interesses ligados

que o ambiente e âs condições ffsicas náo imponhâm ritmos às suas origens. Esses pressupostos precisam ser pensados para
e modos coercitivos etc. que o trabalho possâ se desenvoh,Er em purezâ (como dtia
Promover, convidar e pÍover sáo coisÀs que Husserl), em uma especie de reduçáo fenomenoligica. No
acontecem também no âmbito de umâ psicoterâpia e o atual mundo pós-modemo, essâ situação passa â seÍ típica.
terâpeuta pÍecisa teÍ pensado isso. Caso contrário, tais fatos Neo há muitâs estruturâs sobre as quais se apoiar quando
acontecem valendo-se dos modelos tradicionais dos quais queremos que o tsabalho sejâ baseâdo nâ autenticidâde dâs

nem semPÍe nos damos conte, e que Podem ser contrários Íelâções. O psicólogo precisa entrar na úda da comunidade
aos valôres humanos. mm aqullo que ele é como pessoa. E consmrir tudo a partt
O que o trabalho comunjtáÍio úâz de novo i que, daí. Mesmo que haja erpectatiws, o trabalho comuritrário não

muitas \,ezes, o proÍissional náo é procuÍado em seu espâço se apoia sobre elas. Nlo há nada mais contrário à ACP do que
pelâ comunidade, mâs ele sâi de seu espaço e é elê quem se aPresentaÍ de modo muito humano e afável e logo começar

procura. Nlo ou umâ


erdste um pr€ssuposto de aceitâção â desen\,olveÍ um autoritarismo.

situação previâmente deffnida em relação a ele na sua Podemos agora voltr para a siruaçâo de psicoterapia e

especificidade. Nesses casos, o psicólogo e uma pessoa dizer: também aqu;. algo paÍecido âconrece. se nos oÍienrar-

comum, que, sem neflhumâ cârtâ de âpresentÀçáo, busca uma mos pelos vâloÍes dâ ACP. Também na psicoterapia har,eÍli

âpíoximação com umâ comunidade, por sua prdpria conra e uma di".oluçào do poder baserdo em papeist e uma
risco. Cabe a ele criar relaçoes náo baseando-se em uma concentÍaçáo no podeÍ dâ pessoa. Poder das pessoas, úás, que

defiflição pÍéviâ de pâpéis, mas em sua p€ssoa, inicialmente começa a se descobrir no Íespeito mútuo e na abertura.

desproüda de rósios. No\,'Às relaçôes precisâm ser cons-


tnridâs. Tudo €stá poÍ fâzer.
Essa situâção é interessÀnte justamente pele falta dê Por onde passamosl

deÍiniçôes. Por contraste, elâ mosta onde deve estaÍ o apoio: A ACP é basicamente uma postura ética, umâ éticâ

ne pessoa e não nos pâpéis investidos. Ao menos caso se humana. Ela se aplica a vários campos de atividade.
queira deixar orientar pelos valores da ACP. Na maioria das Potencialmente, todos aqueles que envolvem relações dos

vezes, o âgente comunitíÍio mo llai tâo despÍoüdo; frequên- seÍes humânos. O trabalho do psicólogo é um desses

temente, ele é contratâdo Pelâ Fefeitura ou por alguma

78 M.uio Mútins AiIIÀTUZZI 79


I I

campos, mas não é o único. DentÍo desse câmpo €specÍllco comportamentor oem a situação, nem o modo de
d€stâcâmos â PsicoteraPiâ. comunicaçáo. Somente as predisposições. Isso também

A ACP se aplicâ à psicoteÍapiâ acreditando no sigdfica que, com base nessas predlsposições, que incluem

potencial das relaçóes humanas, quando compreensivas e


vâloÍes enraizâdos napessoa, tudo terá que seÍinventado: o
enquadre, o modo de comunicâção, â condutâ. RogeÍs não
aberras, para se desenvolveÍem diíeçôes constÍutivas para a
humanidade. Traduz-se, na pratica. por um Íespeito e
c.pecilicou nada disso. Talvez a melhorprepaação para.er

apreço pela pe"soa, por acreditar em uma comunicaçào p'icologo orie ntado pe)a abordage m cenrradana pe*oa sejr

profunda, compreensivâ, e também em uma relação que apÍopriaÍ-se de autênticos wloÍes humanos, o que pres-
supôe intenso trabalho pessoal de autoconstruçâo ética.
seja aberta, real e não bâseada em papéis predefinidos.
o psicólogo âproveitâ o mo- Rogers eo moümento iniciado por ele apontam para
Com essas atitudes,
mento presente da pessoa que o procura, concentrardo-se
em sua motivâçáo. Normalmente, ele úâbâlhr em uma
interaçào verbâl, mas sabe que existem ouúos meios ou
instrumentos de comunicação possíveis. Também câbe â

ele olhar com um certo recuo o que está ocorrendo no


desenrolarda relaçào com r pessoaque o procuÍâ. não para
ânâlisâÍ essa Íelação, mâs para se incluir nela com senso
crítico. E, ainda, é dever de um psicólogo pensaÍ os

sigíificedos que ôssa relação pode ter no momento atual de


nossa üdâ social e cultural, para propor um modo de
trabalhar que não seja exclusivamente bâs€âdo em uma
espécie de inércia cultural. Assim, Ânalmente, é preciso
correr o risco de se apoiar no poder das pes.oas e nào no
poder vindo de papeis e expectârivâr sociais, por mais que
possa haver papéis envolvidos.
O que é, então, Àtender alguém como psicólogo? Se
formos olhar a radicalidade da proposta de Rogers,
deveremos reconhecer que nada está deÍinido. Nem o

80 ROCERS, éti.a hummiía c psi.oe,rp; 87

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