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humana: trabalhos em educâção, desenvolúmento organiza- pessoa. E isso não é pouco porque diante de uma
cional, projetos comunitários etc., quâ-lquer atividade, enfim, testemunha qualiÊcada, ela se compromete mais e melhor
que envolva o ser humano relacionando-se. com âquilo a que se propôe.
A psicoterapia cenüâda na pessoa é, €ntão, ume Contudo, nossa ajuda pode ir mais longe (se bem
aplicação da abordagem centrada na pessoa ao campo da que isso poderia, a rigor, caber ainda na função de
psicoteÍapia. Mas o que é psicoterâpia? testemunha). Estando com a âtenção voltada sobretudo
Poderíamos responder a essa perguntâ dizendo que, em PaÍa os sentimentos e intenções dâquele que nos procura(e
umâ perspectirã humanâ, â psicoteÍapia é um proce§so que se manifestâm de diferentes modos e em diferentes
intensivo de coniato consigo prdprio. com v;srâs ro graus de profundidade), âutomâticamerte, facilitaremos
desenvolvimento pessoal. Esse processo pode se dar mediante seu Processo d€ encontro consigo píiprio. Pârâ uma pessoa
o enconEo com uma outÍa Pessoa que, nesse momento, fica se pentear, um espelho ajuda; parauma pessoa se conhecer
centradâ na primeira, isto é, tem sua atenção voltada para a melhor, um espelho humano éa melhor ajuda.
primeira, especialmente pffa seu. sentimento" e inten(óe".
processo dcla de se coohecer melhor e desencadear seus liteÍâis dâqullo que â pessoe diz; transporta-Ilos para o
recuÍsos intemos de desenvolümento. sentrdo novo apontâdo por esses signiÂcados no contcxto
Costumo explicar isso a mcus alunos, falando do daquela fala; por isso é muilo mais um aproxrmer-se dô que
tri4é ld ?ricotera?ia, e nisso me insPiro em Schmidt (1987), pessol gueT dizcí, do guc aprcximar-se dâquilo que elâ
^
transfoÍmando, a meu modo, o quc cla diz. O tÍiPé' do mâterialmênte /rz. Umâ segunda caracterÍstica é que isso se
pontode üsta do profrssionrl que ejuda, tâl como o vejo, é o faz de modo diteta, dryz6o5 assim, e náo por deduções og
. Eventual-Ínente, dizer uma Pele!Ía qu€ feçe Pensâr. nâquele momento. Em terceiÍo lugar, ela impüca numa
saída da atitude cotidiana, pois ncstâ, o que fazemos é
1) Acolher - cm português, essa Pâlair-a quase que já
encaixar o quc o outro diz nos esquemâs da pênsâmeoto qu€
indui simpâtia. Sem dúüda, é possivel acolher rle má vontade- já t€moÊ. Nâ v€ldedeire compreensão, âo contrário, é
Mas acolher bem é fazer isso de boe lontade, isto é' com pÍeciso estar aberto ao novo, ao difeÍente, âo que não s€
simpatia, inteÍesse, afeto; interessando_se pela pessoa, pelo encaixâ cm nossos esquemas. Então, cm quarto luga.r, a
bem da pessoa. No contexto da psicoterapia, com a ajr.rda de compreensâo será uma tÍansformaçáo de nqsss 561,
um proÍissionâI, esse acolhimento é o solo sobre o qual poderá juntamente com a úÀnsfoÍmação que está econtecendo no
se desenvohtÍ o pÍocesso da pessoa. O primeiro esforço do outro. Por isso m€smo, Íinalmente, ela implica em uma
psiólogo será, ceÍtamente, o de criar es condiço€s PaÍr que a reciprocidadc entÍe os interlocutores: quando comprcendo
pessoa se sinta à lontade para fiJa.r livremente com cle, c ele profundamcnte alguém, âlém d€ eu mesmo me âbrir pârâ
tamMm se sinta vontâde com aquela pessoa. Por se tratar de
à
possibilidades novas de signiíicado vivido (e para as
uma situaçao especíÍica, ao mesmo t€mPo em que ele disPôe o üansfoÍmeções que isso possx acarrctaÍ em minÀa própÍia
local da melhor forma possível e conveÍsâ com â P€ssoa, elejá
úda), algo novo está prcstes â aconteceÍ no outÍo, pois ele se
proorm compÍeender â eIa, os motirrcs que a trouxeram ali, sente ouvido epode darandâmento aseu Processo inrerior.
àquilo que ela veio dizer.
matâÍ sue pópÍi. curiosidadc (o quc já distenciâ dâ comPrc- rclação pcssoal quc sc frcilita o processo da pcssoa, E sc o
3)Dizrr uma pelavre quc feçe pcnsar - ncm scmprc outrr sc escondc). Uma rclaçâo técúca podc scr útil, scm
é prechodiuruma palawa quc fâçâ P€nsrÍ. PoressÀ rizlo,
dúvidâ, mas é limitâda cm scu alcancc. Ume psicotcmpiâ é
dircção aoscu crcscimanto, Mas, como dissc, às vazrs, uma Tcmos, cntio, gcstos c palavras quc ecolhcm, gcstos
c palawas quc eqrrcssam a compÍecnsão; gcstos e pr.lar,Ías
pahvra instigadoíâ da âutocomPrccnsão em um nívcl mds
profundo podc scr bem-üod.. Essr Palâvrr, PoÍém, ou cstá quc suscihm um qucstionâmcnto ou um pcnsamcnto
fundade no ecollrimcnto c n. comPÍccnsão, ou só .tnp.lh. difcrentc no clicntc, O quc Rogers tcm a vcr com isso?
Àt.uolldiní,\IIATUZa ó7
I
A contribuição mâis importante de Rogers foi ter pessoa quc tem uma atitude desfavorável à dança. A atitude
formulado essas teoÍias não €m teÍmos de tétnica\ está em um plâno mak recuado que o ato. Em um plano
tcÍâpêuticâs, mâs em teÍmos de dkPatEão. Ele rctira a ainda mais recuado, dando suporte às aritudes, cstio os
r€flexão sobÍc o que é melhor, para faciliw o processo valores. Por isso, dissemos no capítulo anteriorquc â ACP
teÍâpêuticode umâpessoâ, do plano dos atos pâdronizâdos propõe valores e não atos determinados. Mas valores
ou dâs técnicâs, e â leva pârâ o plÂno dâs atitudes ou possuidos, náo somente declarados. Valores que Icvam a
disposiçôes pessôâisdô teÍâpeuta. Pâía cle, o importante na rto. cspecíÍicos variando de acordo com âs si(uÀçõe".
relâção terâpêutica nâo é o que o teÍapeutâ fa4 ele procurÀ Transpondo r discussáo para as âtitudes, RogcÍs cstava
as raízes desse fazer e nos conüdâ a pensaÍ nelâs. Isso tem dizendo quc a qualidade humarado terapeuta (no caso, do
Corrcndoorisco de sermalentendido, diíamos que, especíÂcos. Isso livra o terapeuta de atos padronizados, mas
segundo o pensamento de Roçrs, náo importa o que o lhe traz uma responsabilidade muito grande.
terapeuta faça, o que importa são suas Íeâis disposiçôcs. E A trânsposição da discussao do plano dâs ações
certamente podeÍíâmos estender isso aos dois sentidos de específicas (ou condutâs terapêuticÀs recomendâdas) pâra o
terapeuta: o profissional que âcompanhee o cliente que €stá plano das predisposiçóes pessoais do terapeuta, também
cúdando dc si próprio. Rogcrs chamavâ essas disPosiçôcs desloca a ênfase de uma relâção técnica paÍe umâ rclação
de 'atitudes". Essâ palavrâ não tem âqui o significado que humâna. EmboÍâissosó tenhasido teorizadomais tarde na
tcm em português corr€nte. Dm nossa linguagcm comum, evoluçáo do pensamento acerca da ACP (como visto no
"tomar uma atitude" signi fica tomaÍ uma decisão, agt. Não capítulo ânterior), é possível veÍ nes pÍimeiÍas formulações
é nesse sentido que RogeÍs fala de âtitudes, mâs no sentido de Rogers, essa semente. Na verdade, não sâo determinados
técnico que essa pala\Ta tem em psicologia. 'Atitude" atos especíÍicos do psicólogo que sâo terapêuticos, mâs â
refeÍe-se a uma pÍedisposição. PoÍ excmplo, qurndo digo qualidade humana da relaçeo oferecida por ele. E essa
"tcnho uma atitude favoÍável ao esportc", isso significa que qualidade depende das predisposiçôes das pcssoas no
penso freque ntemente em csporte,gostodo esportee tcnho cncontro, E Buber (I972. 1989) quem deixa isso muiro
umâ tendênciâ a praticer elgum esporte. Coisa semelhante claro. O serhumanoé um serde relaçâo, e é n€sse contcxto
âcontcce com uma âtitude dcsfavorável. Por excmplo: que ele sc dcsenvolve. A terapia ÍecÍie esse contexto.
quem não gosta de dançar, não entende de dança e, Estando isso daro, podemos pergunteÍ: dc quâis
cÍerivamente, nlo faz isso nun( r ou quasc nunca, é uma .rtitudes (predisposiçôes) falar,,a Rogcrs? Pois bem, ,.rs três
foc.sc clc mcsmo, penrrcrc scnú o mundo como clc o O pl.ntio psicolótico é um1 mod.lidâdc dc
sanac, Ê nrdâr nc§§a mullô com de. O tcraPctru rto atendimcnto difercntc da.pcicotÊrrpia. O quc o .ânc1ÊÍiza é o
a disposiçâo dc mcrgulhar ncssc mundo porque fato de elc ser um enconEo único (excepcionalmêntc com um
ecrdita no uebr de comunhão humena e qucr corrcr ou dois retomos) c que acontccc no mesmo momcnto cú quc
cssc riso. Éo qrr Rogcts dremarr dc crnpatie. Com e pesscr prccun zjudz.
Qanô cle ócge proctrzndo ajuda já
o tcmpo, o póprio dicntc dcscNDlvc umr cmPlti. é atendida. Nào há ug.ndamcnto. A diêÍcoça cstá, pois, no
consigo pópÍio c trmbcm com o terÀP€ut c com enquadre onemo que pÍooir tira! proveito do nromento
ortrzs pcssors dc scu rclacionarncnto- motil-rcion.l de pcssoa- Contuô, no quc diz rcspeiro às
. do dizcr ume pdevre quc feçe pcnsar, àndo-lhc di?o6içôcs do tcrapÉurÀ náo há mud:nçe dguma- Tzlvrz cssc
suportc, dci]ando que cssa pelevre teúa scu solo cnquadrc diíerencirdo cric situâçõ€s pópri.s. Mas â rcrçào do
72 ROCER§:éiicrhuolni{icpsic.t"r"pl, 73
I
c Essas considerâções que Íizemos, valcndo-nos da
facilitação do t€râpeute em rclrção âo briocar liwe à
cxprcssividede assim promovida. Ele cria condiçôcs, ludoterapia, podem, scm dúúda, sc estcnder a outras
formas de terapia, até mcsmo com adultos. Há espaço para
p€rmite c acolhc o bÍincer. Em um scgundo nível, PoÍém,
clc rcspondc no intcrior do bÍinceÍ, isto é, brincandoiunto. sc pcnsâÍ, inspiràrdo-sc nr ÂCP, .rn uma tcrapia pclâ ânc,
Essas rcspostas pod€m ser d. comPÍeensáo, csPclhândo, pele expressâo corporal, com â utilizaçâo de cenas
(dramatização), de movimentos, de música, de brinquedos,
vcrbâlmente e por atos lúdicos, os gestos da criânça, e
âté mesmo com adultos. Mas, é cleío, é necessário que o
pod.m corrcspoodeÍ trmbém ao teÍceiro pé do tripé (o
proffssional tenha um dominio dessas formas cxpressivas.
'dizer uma palawa que faça pcnsar") quando ele participa
mâis ativimcnte da constÍução do brincâÍ nâ linhe do que â PoÍ outro lxdo, mesmo cm uma tarâpiâ exclusivamcntc
cÍirnçe qucr fazer, possibilitando uma ãmPliâçio dâ veÍbel com adultos, há ümites (como, por cremplo, o
cxprcssiüdadc solicitrndo Posicionâmêntos PeÍânte âs respcito aos hoÍáios estabclccidos ctc.) c clcs podem ter
uma importâncir t€Íapéuticâ.
situaçôcs novzs que vâo suÍgindo no desenrol.Í da
brincedcira. Partimos da psicoterapia de adultos quc ocorre no
siüdrdc. Esscs timitÊs devcm scÍ Poucos, mas fiÍmcs ludotcrapie. Vejemos rgora o quc sc ecÍcsc.nta na
(bâsicâÍncnte aqueles quc ptotÊgÊm e intcgridadc ffsica da comprccnsão da psicotcrâpi. com . prática dos gnrpos. Na
pópria cÍiânçâ, do terÀp€ute c do âmbiente, coÍno, Por situição gnrpal os diveÍsos prÍticipentes sc relacionam
cxcmplo, náo peÍmitir fcrimentos nem a dcstruiçâo cnlrc si c isso é importantc tânto para as pessoâs
â (xpressão dc s€ntimento§, quai§qucr quc s€jem ele§. Assim, vezes, um pirticipânte diz coisas múto signiÍicativas para
quando o tcrap€utâ lida com os limites com basc ncsses outro. Rogrrs âcÍediteva no potêncial de cÍescimcnto
plincípios e em hÀÍmonia com os \ralotes básicos c com âs contido ei. Isso 'alaÍga' as funçõcs do têrâpeuta, Elc será
também um facilitador da comunicação interna no grupo.
atitudes da ACP, o que ocorÍe em rclaçeo âos PóPrios limites
podc sê tomaÍ teraÉutico, ou sêjâ, Promotor do encontro da
lsso quer dizer que o tcnpeutâ, nessâ situaçâo, náo
nív.l mais profundo respondc apcnas à pessoas do grupo, indiúdualmcnte, mas
cÍiâflça com ela pópda em um c,
Íesponde tãmMm ao grupo como um todo ou cm partes
ponanto, faciütador do descnvolvimcnto.
dcle.
M.úro Àl.n'n' 75
71
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r
Transpoodo css. situÀção pârÀ o atcndimcnto comunitÍio (o6cina), é bcm difcrcntc dc tnbalhar es rtlaçõcs
indiúduú deveríamos cotcndcr (como faz Wood, 1983, e as iniciatiyas no interior de umâ comunidÂdê já constituídâ,
por cxcmplo), quc mcsmo ncssc caso estamos dientc dc um no local ondc cla se cncontra (trabrlho comunitario). Â
grupo, pois estão âli duas Pessoâs coÂveÍsando e nâo oflcine podc ser um inst mento de tnbalho comunitário,
soment€ umâ (um gnrpo dual). O que se aprcndeu no ccrtamcnta, mas nem sempÍe cla é Pcnsâda dessr forma. No
atcndim.nto teÍapêutico êm grupos GÍupos dc cncontro c entânto, é possíiêl desenvolver um tràbâlho comunitáÍio
psicoterepia dc gmpo) aplica-sc aqui. O terapeuta, e.lém dc promowndo o6cinas.
cs!a! ccntlldo no ücntê quc tcm draflte de si, PÍccisa N.ssâs situações, há algümas noúdades cm Íelaçro à
taIn*m pÍestâr lt€nção no próprio desenÍolaÍ da rclÂçio, psicotcÍapia trâdicional. Uma dclas é o trabalho dc
isto é, no grupo qu. está ocorÍêndo entÍe ele € a P€ssoa quc o
PÍomo,o.r ofrcina e ?rorrr o âmbicnte des condiçôcs fsicâs
^
procúrou, e tem como tâÍcfa facilitar essa comunicaçâo. adequadas ao seu bom funcionemcnto. Álém disso, há o
Contudo, isso tembém dccoÍÍc dos rzlores centrais da Íeb ho d. onddar os peÍricip ntcs, Prcrnour, convidar.
ACP: respeito ao quc c6tá acontecendo PrIâ além dc um sâo atividadcs que pod.m scr feitrs com bâse em ume
/rro.r
êr(ccssivo dcsejo dc contÍolc. Iso dará e cssas atiúdadcs
abordagcm ccntreda na pessoa.
Gostrrie dc tcrminar csse câPítulo reÍl€tindo sobíc rs
um cunho pÍóprio, difercntc, por .acmplo, dc form.s
oÍicinâs e os trrbdhos comunhários. Podemos entendcr Por intêÍcssêiÍâs dc fazcÍ isso. ExempliÍicando: a promoçao dc
"offcina" um grupo dc eebdho clrjo obj€tivo imcdiato não é uma oficine como mêio, mais ou mênos camuflado, dc
naccssâÍiemeote o dêscnvolvimento Psicoló8ico ou e
propaganda polttica, autopÍomoção ou gânho finânceiro.
psicotêrÀpiâ, cmborâ possa ter cfeitos tsâPêuticos. Seriâm Promovcruma oÍicina de modo ccntrado na pessoa é fazcr
o<emplos: oÂciaa de oiatiüdrde em âÍte ou cm aÍcsanâto isso baseando-sc oâs nêcessidâdes da comunidadc. É
(ofcina de dança, dc bordado, de o(Pressão atística plistica, possívcl, cüdcntcmcnte, genhar dinhciro, mes nâo é isso
dc ct ioáÍiâ etc), o6cina dc comunidade (cnpcrimcnto quc comanda a atiüdade se ela for guieda pelos rzlorcs de
comuoitíÍio intensivo), o6cim de produçao de rcnda etc. ACP. Ou scja, há um modo pÍóprio dc pÍomover uml
Essas o6cirus se constitucm como oqÉrimeotos rtlíti\âmcn- o6cina, conüdar es pessoes c provcr o ambientc das
te à parte da úda corrcntc de pessoa. Já os trabalho§ condiçôcs faciütÀdoÍas quândo o promotor está oíentâdo
comunitáÍios aconteccm nr vidâ comum corr€nte dâ pessoa, pela ACP. O trabalho pressupóe umâ equipe coesâ em
onde elrs morrm ou pissâm a morar. Reunt pessoas por torno dc det.rminados objctivos, quc tcnha um contato
elgúns dias ou periodicâm.nt€ Pâra um exPcÍimcnto vivo com ume população, quc, uma vcz dc6nida a o6cina,
explique com clâÍeza â qu€ €stá conüdando âs pessoâs, que instituição, ou esii fâze ndo uma pesquisa, por exemplo. Além
respeite a liberdade e o movimento próprio da comunidade, disso, ele carrega estereótipos, preconceitos e interesses ligados
que o ambiente e âs condições ffsicas náo imponhâm ritmos às suas origens. Esses pressupostos precisam ser pensados para
e modos coercitivos etc. que o trabalho possâ se desenvoh,Er em purezâ (como dtia
Promover, convidar e pÍover sáo coisÀs que Husserl), em uma especie de reduçáo fenomenoligica. No
acontecem também no âmbito de umâ psicoterâpia e o atual mundo pós-modemo, essâ situação passa â seÍ típica.
terâpeuta pÍecisa teÍ pensado isso. Caso contrário, tais fatos Neo há muitâs estruturâs sobre as quais se apoiar quando
acontecem valendo-se dos modelos tradicionais dos quais queremos que o tsabalho sejâ baseâdo nâ autenticidâde dâs
nem semPÍe nos damos conte, e que Podem ser contrários Íelâções. O psicólogo precisa entrar na úda da comunidade
aos valôres humanos. mm aqullo que ele é como pessoa. E consmrir tudo a partt
O que o trabalho comunjtáÍio úâz de novo i que, daí. Mesmo que haja erpectatiws, o trabalho comuritrário não
muitas \,ezes, o proÍissional náo é procuÍado em seu espâço se apoia sobre elas. Nlo há nada mais contrário à ACP do que
pelâ comunidade, mâs ele sâi de seu espaço e é elê quem se aPresentaÍ de modo muito humano e afável e logo começar
situação previâmente deffnida em relação a ele na sua Podemos agora voltr para a siruaçâo de psicoterapia e
especificidade. Nesses casos, o psicólogo e uma pessoa dizer: também aqu;. algo paÍecido âconrece. se nos oÍienrar-
comum, que, sem neflhumâ cârtâ de âpresentÀçáo, busca uma mos pelos vâloÍes dâ ACP. Também na psicoterapia har,eÍli
âpíoximação com umâ comunidade, por sua prdpria conra e uma di".oluçào do poder baserdo em papeist e uma
risco. Cabe a ele criar relaçoes náo baseando-se em uma concentÍaçáo no podeÍ dâ pessoa. Poder das pessoas, úás, que
defiflição pÍéviâ de pâpéis, mas em sua p€ssoa, inicialmente começa a se descobrir no Íespeito mútuo e na abertura.
deÍiniçôes. Por contraste, elâ mosta onde deve estaÍ o apoio: A ACP é basicamente uma postura ética, umâ éticâ
ne pessoa e não nos pâpéis investidos. Ao menos caso se humana. Ela se aplica a vários campos de atividade.
queira deixar orientar pelos valores da ACP. Na maioria das Potencialmente, todos aqueles que envolvem relações dos
vezes, o âgente comunitíÍio mo llai tâo despÍoüdo; frequên- seÍes humânos. O trabalho do psicólogo é um desses
campos, mas não é o único. DentÍo desse câmpo €specÍllco comportamentor oem a situação, nem o modo de
d€stâcâmos â PsicoteraPiâ. comunicaçáo. Somente as predisposições. Isso também
A ACP se aplicâ à psicoteÍapiâ acreditando no sigdfica que, com base nessas predlsposições, que incluem
apreço pela pe"soa, por acreditar em uma comunicaçào p'icologo orie ntado pe)a abordage m cenrradana pe*oa sejr
profunda, compreensivâ, e também em uma relação que apÍopriaÍ-se de autênticos wloÍes humanos, o que pres-
supôe intenso trabalho pessoal de autoconstruçâo ética.
seja aberta, real e não bâseada em papéis predefinidos.
o psicólogo âproveitâ o mo- Rogers eo moümento iniciado por ele apontam para
Com essas atitudes,
mento presente da pessoa que o procura, concentrardo-se
em sua motivâçáo. Normalmente, ele úâbâlhr em uma
interaçào verbâl, mas sabe que existem ouúos meios ou
instrumentos de comunicação possíveis. Também câbe â