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Constituição de

empresas

LITERATUS DIGITAL
LITERATUS DIGITAL

Presidente
ELAINE DE SOUZA SALDANHA

Coordenação Núcleo de Educação à Distância


ALINE SANTOS SOUZA MIRANDA

Projeto Gráfico
LITERATUS DIGITAL

Autoria
ROSANA REIS DE M. SILVA

Ficha catalográfica elaborada por Iasmin Veiga de Lima Muniz

https://www.literatusdigital.com.br
Iconográficos
Acesse:
Sempre que for preciso acessar um ou mais sites para fazer
dowload, assistir vídeos, ler testos e ouvir podcasts.

Assista ou inficação de filme:


Sempre que for preciso acessar um video ou um filme.

Atividades:
Quando uma atividade de autoaprendizagem for aplicada.

Definição:
Quando houver necessidade de aplicar um novo conceito.

Reflita:
Se houver necessidade de chamar atenção sobre algo a ser
refletido ou discutido sobre.

Saiba mais:
Curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo,
se forem necessárias.

Infográfico:
Quando for necessário acessar um link para visualizar o in-
fográfico.
Objetivos ou expectativas de aprendizagem:

• Compreender os fundamentos teóricos a respeito da empresa


e de sua função social;
• Perscrutar qual é o conceito legal de empresário e seus
desdobramentos jurídicos;
• Delinear os institutos acessórios ao exercício da atividade
empresarial;
• Conhecer a disciplina legal do estabelecimento comercial.
Tópicos a serem abordados na disciplina

Unidade I - Constituição de Empresas

• A História e Fontes do Direito Empresarial;


• Empresário Individual;
• EIRELI, Sociedades Empresárias e MEI.

Unidade II - A Empresa / O nome Empresarial / Ponto Comercial

• Conceito econômico de empresa e Espécies de nome empresarial;

• O Estabelecimento empresarial;

• Renovação do contrato empresarial;

• Propriedade industrial: marcas e patentes.

Unidade III - Direito Societário e suas Nuances Jurídicas

• Sociedade Empresária;

• Princípios do Direito Societário;

• Diferença entre Sociedade Empresarial e Societária;

• Modalidades de sociedades empresárias.

Unidade IV - As Sociedades Empresariais e sua Fundamentação Teórica

• As Sociedades Empresárias

• Como funciona e para que serve a Sociedade Empresarial;

• Quais os Tipos de Sociedade Empresarial;

• Qual o melhor tipo de Sociedade Empresarial para o indivíduo.


As principais características e vantagens do MEI incluem:
• Simplicidade de Formalização: O processo de registro e formalização
como MEI é relativamente simples e pode ser realizado online, o que reduz a
burocracia e facilita o acesso à legalização.
• Baixa Carga Tributária: O MEI possui uma carga tributária reduzida,
pagando um valor fixo mensal que engloba impostos federais, estaduais e
municipais. Isso facilita o planejamento financeiro.
• Emissão de Notas Fiscais: O MEI pode emitir notas fiscais, o que é
importante para a realização de negócios com outras empresas e órgãos
governamentais.
• Acesso a Benefícios Previdenciários: O MEI contribui para a Previdência
Social e tem direito a benefícios como aposentadoria por idade, salário-
maternidade e auxílio-doença.
• Regularização e Credibilidade: O registro como MEI fornece uma
imagem mais profissional e confiável perante clientes, parceiros comerciais
e instituições financeiras.
• Facilidades Bancárias: O MEI pode abrir conta bancária empresarial
com facilidade, permitindo melhor gestão financeira dos negócios.
• Simplificação de Obrigações: O MEI possui menos obrigações contábeis
e fiscais em comparação com outras formas de empresas.
No entanto, é importante ressaltar que o MEI possui algumas
limitações e restrições, como o limite de faturamento anual estabelecido
pelas autoridades fiscais. Caso o faturamento ultrapasse esse limite, o
microempreendedor deverá migrar para outras formas de empresa mais
adequadas ao seu porte e necessidades.
Em resumo, o MEI é uma alternativa valiosa para pequenos
empreendedores que desejam formalizar suas atividades de maneira
simples, acessível e legal, beneficiando-se de vantagens como menor carga
tributária, acesso a benefícios previdenciários e possibilidade de emitir notas
fiscais.

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#INDICAÇÃO DE LEITURA#
Livro: Manual de Direito Empresarial
Autor: André Santa Cruz
Ano: 2023
Editora: Juspodivm
ISBN: 9788544242384

Resumo: Como todas as edições anteriores, esta 13ª


edição foi atualizada com a revisão de alguns assuntos atingidos
por alterações legislativas e com a inserção de diversos julgados
importantes dos principais tribunais do País, especialmente o
Superior Tribunal de Justiça. Por fim, eu lembro também que, assim
como nas edições anteriores, neste livro manifesto minha opinião
sobre os mais variados assuntos, muitas vezes tecendo críticas
severas ao posicionamento dominante, quase sempre impregnado
por aquilo que Ludwig von Mises chamou de mentalidade
anticapitalista. É verdade que essa postura sempre esteve presente
na obra, mas ela inegavelmente tem se acentuado em razão do
amadurecimento de minhas convicções quanto à superioridade
do libertarianismo como filosofia política, em detrimento de todas
as demais doutrinas coletivistas, que põem o Estado acima do
indivíduo e nos conduzem, como bem alertou Friedrich Hayek, ao
caminho da servidão.

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#INDICAÇÃO DE FILME#
Filme: A Rede Social
Ano: 2010

Elenco: Jesse Eisenberg como Mark Zuckerberg, Andrew


Garfield como Eduardo Saverin, Justin Timberlake como Sean Parker,
Armie Hammer como Cameron e Tyler Winklevoss, Josh Pence atuou
como dublê de corpo para Hammer, Max Minghella como Divya
Narendra, Joseph Mazzello como Dustin Moskovitz, Patrick Mapel
como Chris Hughes, John Getz como Sy, Denise Grayson como
Gretchen, David Selby como Gage, Rashida Jones como Marylin
Delpy, Wallace Langham como Peter Thiel, Rooney Mara como Erica
Albright, Brenda Song como Christy Lee, Malese Jow como Alice
Cantwell, Shelby Young como K.C, Dakota Johnson como Amelia
Ritter, Trevor Wright como Josh Thompson, Dustin Fitzsimons como
presidente do Phoenix S-K Club e Douglcomo Urbanski como Larry
Summers
Sinopse: Em uma noite de outono em 2003, Mark Zuckerberg
(Jesse Eisenberg), analista de sistemas graduado em Harvard, se
senta em seu computador e começa a trabalhar em uma nova ideia.
Apenas seis anos e 500 milhões de amigos mais tarde, Zuckerberg
se torna o mais jovem bilionário da história com o sucesso da rede
social Facebook. O sucesso, no entanto, o leva a complicações em
sua vida social e profissional.

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ATIVIDADE I

1) Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de


empresa e empresário no Direito Empresarial.
a. Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica;
empresário é o sócio da empresa, pessoa natural ou jurídica com
responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas.
b. Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção
de bens; empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a
empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).
c. Empresa é a atividade econômica organizada para a produção
e/ou a circulação de bens e de serviços; empresário é o titular da empresa,
quem a exerce em caráter profissional.
d. Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou
mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo
habitual tais atos de comércio.
e. Empresa é a repetição pública dos atos de comércio ou
mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo
habitual tais atos de comércio.

2) As formas jurídicas de constituição de empresas são a


maneira como uma pessoa jurídica se representa na sociedade, podendo
ser: Sociedade Limitada (LTDA.), Empresário Individual (EI), Empresa
Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Sociedade Anônima
(S.A.) e Sem Fins Lucrativos. Elas têm definições e características próprias
com relação à constituição da firma, capital social mínimo, tipo e número
de sócios e responsabilidades. Segundo o Sebrae (2019), a escolha da
forma jurídica é muito importante para o perfeito funcionamento de
qualquer empreendimento, pois “[...] define o futuro e por quem será
legislada.”. Com foco no ciclo de introdução de pequenos negócios, as
empresas também são classificadas de acordo com o Enquadramento
Tributário/Faturamento Anual em: Microempreendedor Individual

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(MEI), Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP). SERVIÇO
BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. (SEBRAE, 2023).
Com relação ao MEI, assinale a alternativa INCORRETA:
a. O MEI não pode ter empregados
b. O MEI é optante pelo Simples Nacional e SIMEI
c. O registro do MEI é gratuito e pode ser efetuado pela Internet
no site www.portaldoempreendedor.gov.br
d. O MEI está dispensado de escrituração contábil e é segurado da
Previdência social - Contribuinte Individual (tem direito a alguns benefícios
previdenciários, entre eles, a aposentadoria por idade)
e. O MEI é empresário individual com receita bruta anual até R$
60.000,00, e a partir de 2018, R$ 81.000,00
f. O MEI pode ter 01 empregado

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Unidade II

O CONCEITO ECONÔMICO
DE EMPRESA E IDENTIFICAR
AS ESPÉCIES DO NOME
EMPRESARIAL

Objetivo:
Este material foi desenvolvido com o objetivo de apresentar
ao educando, da Educação a Distância, a identificação do Conceito
Econômico de Empresa e Identificar as Espécies do Nome Empresarial,
suas peculiaridades e sua aplicação na gestão de negócios, e entender
sobre a Constituição de Empresas. O objetivo do estudo da disciplina é,
primeiramente, o conceito econômico de empresa que é fundamental
para compreender a atividade econômica e o ambiente de negócios.
Basicamente, a empresa é uma entidade que combina recursos produtivos,
como capital, trabalho, tecnologia e recursos naturais, para produzir bens
ou serviços com o objetivo de gerar lucro. Ela desempenha um papel
central na economia, gerando valor ao transformar consumo em produtos
finais que atendem às necessidades dos consumidores.

2. O conceito econômico de empresa e Identificar as espécies do


nome empresarial

O conceito econômico de empresa refere-se a uma organização ou


entidade que está envolvida na produção e distribuição de bens e serviços
com o objetivo principal de obter lucro. As empresas desempenham um
papel fundamental nas economias de mercado, onde a alocação de recursos

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Constituição de Empresas

é guiada pela oferta e demanda, e a competição é um fator-chave.


Aqui estão alguns pontos-chave relacionados ao conceito econômico
de empresa:

1. Produção e Distribuição: As empresas são responsáveis ​​por


produzir bens e/ou serviços que atendam às necessidades e desejos dos
consumidores. Isso envolve a transformação de insumos, como matérias-
primas, mão de obra e capital, em produtos acabados ou serviços.
2. Objetivo de Lucro: O objetivo primordial das empresas é gerar
lucro, ou seja, ganhos financeiros que excedam os custos de produção e
operação. O lucro é a recompensa pelo risco e pelo esforço compreendido
pelos proprietários e investidores da empresa.
3. Propriedade e Controle: As empresas podem ter diferentes
formas de propriedade e estruturas de controle. Podem ser de propriedade
privada, pertencentes a indivíduos ou grupos, ou de propriedade pública,
controlada pelo governo. Além disso, as empresas podem ser atendidas por
proprietários, acionistas ou gerentes contratados.
4. Competição e Mercado: Em um mercado competitivo, as
empresas competem umas com as outras para atrair clientes, oferecendo
produtos de qualidade, preços competitivos e inovação. A competição é vista
como um mecanismo que incentiva a eficiência e a melhoria contínua.
5. Tomada de Decisões: As empresas precisam tomar uma
variedade de decisões para alcançar seus objetivos, como quais produtos
produzir, quanto produzir, como precificar, como distribuir e como alocar
recursos internamente.
6. Riscos e Incertezas: O ambiente empresarial está sujeito a
riscos e incertezas, como mudanças nas condições de mercado, flutuações
econômicas, avanços tecnológicos e fatores externos imprevisíveis. Empresas
precisam estar preparadas para lidar com essas situações.
7. Contribuição Econômica: As empresas desempenham um papel
crucial na geração de empregos, crescimento econômico e desenvolvimento.
Elas criaram para a criação de riqueza e movimentação da economia.
8. Responsabilidade Social: Além de buscar o lucro, muitas
empresas também reconhecem a importância da responsabilidade social

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corporativa. Isso envolve considerar os impactos sociais e ambientais de
suas operações e tomar medidas para minimizar e mitigar efeitos negativos.

No entanto, vale ressaltar que o conceito de empresa é amplo e pode


variar de acordo com o contexto econômico, cultural e jurídico de cada país.
Em algumas regiões, como cooperativas, organizações sem fins lucrativos e
outras entidades também são consideradas formas de empresas, embora
possam ter objetivos diferentes de maximização do lucro.

2.1 Espécies do Nome Empresarial


O termo “espécies de nome empresarial” refere-se a diferentes
categorias ou tipos de nomes que uma empresa pode adotar para se identificar
legalmente. Esses nomes são usados ​​para registrar a empresa e representar
o presidente de clientes, fornecedores, autoridades governamentais e o
público em geral. As legislações e regulamentações variam de país para país,
mas aqui estão algumas das especificidades do nome empresarial que são
comuns em muitos lugares:
Firma Individual: Nome do proprietário ou fundador da empresa.
Geralmente usado em empresas de um único dono.
Denominação Social: Nome escolhido livremente pelos sócios
fundadores da empresa. É comum em sociedades empresárias e outras
formas de associações.
Razão Social: Semelhante à denominação social, é o nome completo
da empresa, frequentemente incluindo detalhes sobre a natureza da
atividade comercial. Pode ser usado por sociedades empresárias e algumas
outras formas de associação.
Nome Fantasia: Também conhecido como nome comercial ou marca
registrada, é um nome criativo usado para a identificação da empresa no
mercado. É o nome pelo qual a empresa é conhecida publicamente.
Sigla: Uma abreviação das palavras que compõem a razão social ou
denominação social da empresa.
Filial: É um acréscimo ao nome da matriz da empresa quando ela
possui unidades em localidades diferentes.

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Constituição de Empresas

Sucursal: Similar à filial, é uma unidade secundária da empresa


localizada em outro lugar.
Marca Registrada: Embora não seja exatamente um nome empresarial,
uma marca registrada é um sinal distintivo usado para identificar produtos
ou serviços de uma empresa. Pode consistir em palavras, logotipos, slogans,
etc.
Nome de Domínio: O endereço da web que a empresa utiliza para
seu site online.
Nome Pessoa Física Empresarial (EI): Em alguns lugares, existe uma
categoria específica de registro para pessoas físicas, onde o nome empresarial
é composto pelo nome do titular seguido por alguma indicação da atividade.
É importante observar que as regras de nome empresarial podem
variar dependendo da legislação e regulamentação vigente em cada país.
Além disso, existem requisitos de disponibilidade e restrições relacionadas à
escolha do nome, como evitar nomes semelhantes a empresas já registradas
e evitar termos enganosos. É sempre aconselhável consultar um profissional
jurídico ou agência de registro comercial para obter informações específicas
sobre nomes empresariais em sua região.

2.2 O Estabelecimento Empresarial


O "estabelecimento empresarial" refere-se a um conceito jurídico
relacionado à atividade comercial de uma empresa. É um conjunto de
elementos materiais e imateriais que se organizam para a realização da
atividade econômica. Em outras palavras, é o local onde a empresa desenvolve
suas operações, produção e prestação de serviços.
O estabelecimento empresarial engloba não apenas o espaço
físico onde a empresa opera, mas também os ativos tangíveis e intangíveis
associados à atividade comercial. Isso inclui:
Bens Materiais: São os ativos financeiros que compõem o
estabelecimento, como equipamentos, máquinas, estoque, mobiliário,
instalações, entre outros.
Bens Imateriais: Englobam os ativos intangíveis, como marcas
registradas, patentes, direitos autorais, know-how, contratos, clientes,
fornecedores e a concessão da empresa no mercado.

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Organização: Refere-se à forma como as atividades são coordenadas
e gerenciadas dentro do estabelecimento, incluindo processos de produção,
gestão de recursos humanos, estratégias de marketing, etc.
Clientela: É o conjunto de clientes ou consumidores que adquirem
regularmente produtos ou serviços da empresa.
Localização: O endereço físico onde a empresa opera também é parte
integrante do estabelecimento empresarial.
Nome Comercial ou Marca: O nome sob o qual a empresa é conhecida
no mercado também faz parte do estabelecimento.
O estabelecimento empresarial é um elemento crucial para a
continuidade e o sucesso das atividades comerciais. Em muitas jurisdições,
a proteção do estabelecimento é assegurada por leis que regulam a
concorrência desleal, evitando que terceiros utilizem indevidamente
elementos que compõem o estabelecimento da empresa. Além disso, em
processos de fusões, aquisições ou vendas de empresas, o estabelecimento
empresarial é frequentemente um dos ativos mais importantes considerados.
É importante ressaltar que as definições e regulamentações variam
de país para país, então é sempre aconselhável consultar um profissional
jurídico para entender as leis específicas ao estabelecimento empresarial em
sua jurisdição.

2.2.1 O Contrato de Trespasse


Um contrato que vise a alienação arrendamento ou usufruto
do estabelecimento é permitida, como se pode ver pelo exposto acima.
“Trespasse” é o nome doutrinário atribuído à alienação do estabelecimento
empresarial. Conforme dispõe o artigo 1.144 do CC, é necessário que
o contrato seja averbado na Junta Comercial juntamente ao registro da
empresa, além de ser publicado na imprensa oficial, para que possa gerar
efeitos não só entre as partes, mas também perante terceiros.
Destarte, o trespasse resulta na transferência do complexo de
bens organizados do alienante para o adquirente, continuando este com a
exploração da atividade empresarial, antes exercida por aquele. Por força
da atividade desenvolvida, o adquirente arcará com todos os contratos
celebrados pelo alienante, pelo fato de ter assumido a posição deste.

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Os débitos anteriores à aquisição do estabelecimento empresarial,
se regularmente contabilizados, ficam a cargo do adquirente. O alienante,
como devedor primitivo, fica solidariamente obrigado com o adquirente
pelo prazo de um ano, contando a partir da publicação da transferência do
estabelecimento, quanto aos créditos vencidos, e da data de seu vencimento,
quanto aos vincendos (CC art. 1.146). Ressalta-se que o adquirente só
responde pelas dívidas devidamente registradas e conhecidas, pois há de
preponderar os princípios da vedação ao locupletamento ilícito e da boa-fé.

2.2.2 Título do Estabelecimento


O título do estabelecimento se refere ao nome sob o qual um negócio
ou empresa é conhecido e identificado publicamente. É o nome que os
clientes, fornecedores e o público em geral associam à empresa. Escolher
um título de estabelecimento protegido é crucial, pois ele desempenha um
papel importante na construção da identidade da empresa e na criação de
reconhecimento e confiança por parte dos consumidores.
Ao escolher um título de estabelecimento, é essencial considerar
vários fatores:
Relevância: O título deve estar relacionado à natureza das atividades
da empresa. Ele deve comunicar de forma clara e direta o que a empresa faz
ou oferece.
Memorabilidade: Um título de estabelecimento fácil de lembrar
é mais provável de ser retido na mente dos clientes e ser recomendado a
outros.
Unicidade: Verifique se o título escolhido não está em conflito com
marcas registradas ou outros nomes empresariais existentes é crucial para
evitar possíveis problemas legais no futuro.
Aptidão para Marketing: O título deve ser atraente e ter potencial
para ser usado em campanhas de marketing e promoção.
Cultural e Linguístico: É importante considerar a cultura e a língua do
público-alvo para evitar mal-entendidos ou interpretações indesejadas.
Tendências e Longevidade: Evitar títulos que possam se tornar dados
com o tempo é uma boa estratégia, a menos que isso esteja de acordo com
a imagem pretendida.

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Disponibilidade de Domínio Online: Se a presença online é importante
para o negócio, é conveniente verificar se o domínio correspondente está
disponível para o título escolhido.
Lembrando que, dependendo do local e das regulamentações,
há regras específicas sobre como escolher e registrar um título de
estabelecimento. Portanto, é uma boa prática consultar um advogado ou
especialista em direito comercial para garantir que todas as formalidades
legais sejam atendidas. Além disso, uma pesquisa de mercado pode ajudar a
entender como o título escolhido é atendido pelo público e se ele é adequado
aos objetivos da empresa.

2.2.3 Ponto Comercial


No direito empresarial, o "ponto comercial" refere-se ao local físico
onde uma empresa exerce suas atividades comerciais. Também é conhecido
como "estabelecimento comercial" e descreve não apenas o espaço físico,
mas também os elementos intangíveis que são recomendados para o valor
do local em termos de clientela, comentários e localização.
O ponto comercial é protegido por diversos aspectos legais, visando
preservar os interesses dos empresários que investem tempo, dinheiro
e esforços na construção de um negócio naquele local. Alguns aspectos
importantes do ponto comercial no direito empresarial incluem:
Direito de Aquisição e Localização: O direito ao ponto comercial é
muitas vezes transferido quando um empresário vende seu negócio ou aluga
um espaço. Isso pode envolver a cessão do direito de ocupação local, bem
como o direito de uso do nome comercial associado a ele.
Proteção Legal: Em muitos países, existe legislação específica
que protege o locatário ou proprietário do ponto comercial de despejos
arbitrários ou rescisões contratuais injustas. Essas leis frequentemente
estabelecem procedimentos para a renovação dos contratos de contratação
e oferecem direitos adicionais ao empresário para garantir a continuidade
das operações.
Fundamento no Goodwill: O ponto comercial muitas vezes está ligado
ao "goodwill", que é o valor intangível associado à consulta e à clientela da
empresa. Isso significa que o ponto comercial não é apenas o espaço físico,

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Constituição de Empresas

mas também o valor da clientela fiel que frequenta o local.


Indenização em Caso de Despejo: Em alguns casos, quando um
empresário é obrigado a sair do ponto comercial, pode ter direito a
indenizações ou compensações pelo valor do goodwill e investimento pelo
investimento realizado no local.
Restrições à Concorrência: Em alguns contratos de contratação, pode
haver cláusulas que impeçam o locatário de abrir um negócio concorrente em
uma área próxima por um determinado período após o término do contrato.
Transferência de Ponto Comercial: Quando um empresário vende seu
negócio, muitas vezes a transferência do ponto comercial também faz parte
da negociação. Isso pode envolver a transferência do contrato de locação e
dos direitos associados ao ponto comercial.
Em resumo, o ponto comercial é um elemento crucial no direito
empresarial, e a proteção legal relacionada à busca equilibrar os interesses
do proprietário ou locatário com a necessidade de manter a continuidade
dos negócios e preservar o valor intangível associado ao local.

2.3 Renovação do Contrato Empresarial


A renovação de um contrato empresarial é um processo pelo qual as
partes envolvidas em um contrato comercial decidem estender os termos e
condições do contrato por um período adicional após o término do contrato
original. Isso geralmente ocorre quando as partes estão satisfeitas com o
relacionamento comercial estabelecido e desejam continuar trabalhando
juntas. A inovação de contratos empresariais é comum em diversas
áreas, como fornecimento de produtos, prestação de serviços, locação de
propriedades e parcerias comerciais.
Aqui estão alguns passos e considerações importantes a serem
mantidos em contato durante o processo de renovação de um contrato
empresarial:
Avaliação Prévia: Antes de iniciar o processo de renovação, é
importante que ambas as partes avaliem os termos e condições do contrato
atual. Isso inclui revisar os compromissos, obrigações, preços, prazos e
qualquer outra cláusula relevante.
Comunicação: As partes devem iniciar um diálogo para expressar

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seu interesse em renovar o contrato. Isso pode envolver troca de e-mails,
reuniões ou conversas telefônicas.
Negociação: A renovação de um contrato é uma oportunidade
para ajustar os termos e condições existentes, caso necessário. Isso pode
envolver a discussão de preços, prazos, quantidades, escopo dos serviços,
entre outros aspectos.
Revisão e Atualização: Uma vez que as partes concordam com os
termos da renovação, um novo contrato ou um adendo ao contrato existente
pode ser redigido para refletir as mudanças acordadas. É importante garantir
que todos os detalhes sejam precisos e claros.
Assinatura: O novo contrato ou adendo deve ser assinado por todas
as partes envolvidas para formalizar a renovação.
Implementação: Após a assinatura, ambas as partes deverão seguir
os termos do contrato renovado, cumprindo suas obrigações conforme
acordado.
Registro: Dependendo da natureza do contrato e das leis locais,
pode ser necessário registrar a renovação do contrato em algum órgão
competente.
Avisos Antecipados: É uma boa prática definir um período de aviso
antecipado para a não renovação do contrato, caso uma das partes não
deseje continuar. Isso oferece tempo suficiente para que as partes procurem
alternativas.
Lembre-se de que as leis e regulamentações específicas podem variar
dependendo da jurisdição e do tipo de contrato. Por isso, é aconselhável
obter aconselhamento jurídico ou consultoria especializada ao lidar com a
renovação de contratos empresariais para garantir que todos os aspectos
legais e comerciais sejam devidamente tratados.

2.4 Propriedade Industrial: Marcas e Patentes


A propriedade industrial refere-se ao conjunto de direitos legais
que protegem as criações intelectuais relacionadas a produtos e processos
comerciais, incentivando a inovação, a concorrência justa e a proteção dos
interesses comerciais. Dois dos principais componentes da propriedade
industrial são as marcas e as patentes, embora incluam também outras

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formas de proteção, como desenhos industriais e restrições geográficas.
Vamos explorar mais sobre cada um desses aspectos:

2.4.1 A Marca
Uma marca é um sinal distintivo utilizado para identificar produtos
ou serviços de uma empresa e diferenciá-los dos produtos ou serviços de
outras empresas. Ela pode ser um nome, um logotipo, um slogan, um design
ou uma combinação desses elementos. O principal objetivo de uma marca
é criar uma identidade única para a empresa e seus produtos, de forma
a estabelecer uma ligação entre a marca e a qualidade ou características
específicas associadas a ela.
O registro de uma marca oferece aos titulares o direito exclusivo de
uso dessa marca para os produtos ou serviços relacionados à sua área de
atuação. Isso impede que outras empresas utilizem uma marca semelhante
que possa causar confusão no mercado. O registro de marca geralmente é
concedido por um período renovável de tempo, desde que o proprietário
continue usando a marca e pagando as taxas de renovação.

2.4.2 Patentes
Uma patente é um direito exclusivo concedido pelo governo a um
inventor ou titular de uma invenção por um período determinado. Ela confere
ao titular o direito de impedir que outras pessoas produzam, vendam,
usem ou importem a invenção sem permissão. As patentes são aplicáveis ​​a
invenções técnicas e produtos/processos que sejam novos, envolvem uma
atividade inventiva e sejam passíveis de aplicação industrial.
Existem diferentes tipos de patentes, como patentes de invenção e
patentes de modelo de utilidade, dependendo do país e do sistema legal. As
patentes têm um período de vigência limitado, geralmente 20 anos a partir da
data de apresentação do pedido, após qualquer invenção entrar no domínio
público e poder ser utilizada por qualquer pessoa.
Diferenças Principais:
1. Natureza da Proteção: Às marcas protegem principalmente
a identidade comercial e a confiança associada a produtos ou serviços,

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enquanto as patentes protegem invenções técnicas e processos.
2. Duração da Proteção: O registro de marca pode ser renovado
indefinidamente, desde que a marca continue sendo usada e as taxas de
renovação sejam pagas. As patentes têm um período de vigência limitado,
geralmente em torno de 20 anos.
3. Requisitos de Elegibilidade: As marcas devem ser distintivas e
não podem ser genéricas ou descritivas demais. As patentes excluem que a
invenção seja nova, envolva atividade inventiva e seja passível de aplicação
industrial.
4. Âmbito de Proteção: Marcas protegem contra o uso de sinais
semelhantes que possam causar confusão no mercado. Patentes protegidas
contra a exploração comercial da invenção protegida sem autorização.
5. Aplicação: As marcas são fornecidas a produtos ou serviços
específicos em uma área comercial. As patentes são aperfeiçoadas a
invenções técnicas.
6. Processo de Registro: O processo de registro de marcas envolve
verificar a distintividade da marca e sua compatibilidade com marcas já
registradas. O processo de concessão de patentes envolve uma análise mais
rigorosa da novidade e inventividade da invenção.
Em resumo, marcas e patentes são formas de proteger diferentes
aspectos da propriedade intelectual e comercial. As marcas protegem a
identidade da empresa e seus produtos, enquanto as patentes protegem
invenções técnicas e processos.

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ATIVIDADE II

1º) É correto afirmar sobre o nome empresarial.


a) A sociedade anônima deverá designar o seu objeto social na sua
denominação.
b) A sociedade limitada que operar sob denominação deverá integrar o
nome dos sócios ao nome empresarial.
c) Por votação da maioria que representa o capital social da empresa, o
nome de sócio que vier a falecer poderá ser conservado na firma social.
d) A alienação do nome empresarial deverá ser precedida de publicação
em diário oficial, estando sujeita a impugnação no prazo de até trinta dias.
e) A firma da sociedade limitada será composta com o nome de um ou
mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.

2º) A sociedade limitada é a sociedade mais utilizada por empresários no


Brasil devido às vantagens e facilidades que esta espécie de sociedade
oferece, principalmente no que diz respeito à responsabilidade que esta
sociedade proporciona aos seus sócios.

Dentre as características dessa sociedade, não se pode afirmar:

a) A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas quotas.

b) Todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital


social.

c) O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada


pelas normas da sociedade anônima.

d) A sociedade limitada pode adotar como nome empresarial apenas


denominação, integrada pela palavra “limitada” ou sua abreviação no final
do nome.

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Unidade III

DIREITO SOCIETÁRIO
E SUAS NUANCES
JURÍDICAS

Objetivo:

Este material foi desenvolvido com o objetivo de apresentar ao


educando, da Educação a Distância, a identificação do que é o Direito Societário
e suas nuances jurídicas. O objetivo do estudo da disciplina é, primeiramente,
o direito societário, além do estudo dos aspectos relacionados aos sócios,
acionistas, sócios e associados, também inclui o estudo da compreensão
de como as regras constitucionais se aplicam às sociedades comerciais e
às organizações sociais, como alterações na estrutura das pessoas jurídicas
(reorganizações), controle, participação, questões de gestão, conflitos
corporativos, remuneração, direitos de saída, etc.

Introdução:
O Direito Societário é um ramo de direito que trata das normas e
regulamentos que governam a formação, funcionamento, organização e dissolução
de sociedades, ou seja, empresas compostas por dois ou mais sócios que se unem
para realizar atividades econômicas em conjunto. Esse campo é fundamental para
o funcionamento adequado do ambiente de negócios, pois estabelece as regras
pelas quais as empresas operam e os relacionamentos entre os diversos atores
envolvidos.

41
3.1 Sociedade Empresária

Uma "Sociedade Empresária" é uma forma jurídica de organização


empresarial que envolve a colaboração de duas ou mais pessoas para a realização
de atividades econômicas com o objetivo de lucro. Esse tipo de sociedade é
um conceito legal que varia de acordo com as leis de cada país, mas em geral,
envolve a criação de uma entidade legal separada dos indivíduos que a compõem,
comodidades e vantagens como limitações de responsabilidade dos sócios,
facilidade de transferência de transferência de sócios participações e acesso a
recursos financeiros.
A escolha da forma de sociedade empresária depende dos objetivos,
estrutura, tamanho e responsabilidade que os sócios desejam assumir. É importante
consultar um profissional jurídico ou contador para decidir qual a forma mais
adequada para sua situação específica, já que as opções de acordo com o país
podem ter implicações significativas nos direitos e responsabilidades dos sócios.

3.2 Modalidades de sociedades empresárias


As modalidades de sociedades empresariais referem-se às diferentes
formas legais nas quais as pessoas podem se unir para levar a cabo atividades
comerciais ou empresariais. Cada modalidade tem características específicas em
termos de responsabilidade, estrutura de gestão, capital e regulamentos legais.
A seguir, são apresentadas algumas modalidades nas mais comunidades de
sociedades empresariais:
• Sociedade de Responsabilidade Limitada (SRL): Neste tipo de
sociedade, a responsabilidade dos sócios é limitada ao capital que foi investido na
empresa. La SRL é uma entidade legalmente separada de seus proprietários e pode
ter um ou mais sócios. A gestão pode ser levada a cabo pelos próprios sócios ou por
administradores designados.
• Sociedade Anônima (SA): Em uma sociedade anônima, a propriedade é
representada por ações, e os acionistas têm responsabilidade limitada dependendo
do número de ações que representam. A gestão da empresa depende de um
conselho de administração escolhido pelos acionistas. As ações são facilmente
transferíveis, o que facilita a entrada e a saída dos investidores.
• Sociedade em Nome Coletivo: Neste tipo de sociedade, os sócios têm

42
responsabilidade ilimitada e respondem com seus ativos pessoais pelas dívidas
e obrigações da empresa. Todos os sócios participam da gestão e da tomada de
decisões.
• Sociedade Comandita Simples: Esta sociedade se divide em dois tipos
de sócios: os comandados, que têm responsabilidade ilimitada e participam da
gestão, e os comandantes, cuja responsabilidade é limitada à sua inversão e não
participa da gestão.
• Sociedade em Comando por Ações: Semelhante à sociedade
em comando simples, mas com ações em vez de quotas de participação. Os
comandantes têm responsabilidade ilimitada e administram a empresa, enquanto
os comandantes têm responsabilidade limitada dependendo do número de ações
que eles representam.
• Cooperativas: As cooperativas são organizações onde os membros
se unem para alcançar objetivos comuns, como a produção ou distribuição de bens
e serviços. Os benefícios são comparados entre os membros de forma equitativa.
• Empresas Unipessoais: Em algumas jurisdições, uma pessoa pode
estabelecer uma empresa unipessoal, onde o proprietário é o único responsável e
gerencia todos os aspectos do negócio. A responsabilidade pode ser ilimitada em
alguns casos.
• Joint Ventures: Uma joint venture é uma associação temporal entre
duas ou mais empresas para realizar um projeto ou atividade específica. Cada
empresa contribui com recursos e compartilha os riscos e benefícios de acordo com
os termos acordados.
• Consórcios: Semelhante a uma joint venture, um consórcio é uma
associação entre várias empresas para trabalhar juntas em um projeto em particular,
geralmente no setor de construção ou projetos de grande porte.
Estas são apenas algumas das modalidades de sociedades empresariais
disponíveis em diferentes jurisdições. É importante consultar as leis e
regulamentações locais para compreender as opções específicas e os requisitos
legais em seu país.

43
3.3 Princípios do Direito Societário
O Direito Societário é o ramo do direito que trata das regras e regulamentos
que governam as relações entre os membros de uma sociedade empresarial ou
corporação, bem como a estrutura, funcionamento e dissolução dessas entidades.
Os princípios do Direito Societário são fundamentais para estabelecer uma base
sólida e justa para as interações entre os diversos participantes das empresas. Aqui
estão alguns dos princípios chave do Direito Societário:
Princípio da Autonomia da Vontade : Este princípio regula a liberdade das
partes envolvidas em estabelecer os termos e condições da sua relação societária,
desde que estejam em conformidade com a lei.
Princípio da Personalidade Jurídica Distinta : Esse princípio estabelece que
uma empresa tem uma personalidade jurídica própria, separada das pessoas físicas
que a compõem. Isso significa que uma empresa pode adquirir direitos, assumir
obrigações e ser parte em processos legais de maneira independente.
Princípio da Limitação da Responsabilidade dos Sócios : Geralmente
aplicado a empresas de responsabilidade limitada, esse princípio estabelece que os
sócios não são pessoalmente responsáveis pelas dívidas e obrigações da empresa
além do valor de suas contribuições.
Princípio da Maioria e Direitos Minoritários : Esse princípio regular a
autoridade da maioria dos acionistas ou sócios para tomar decisões que vinculem
a empresa, mas também protege os direitos das minorias, muitas vezes garantindo
medidas como o direito a informações e direitos de voto.
Princípio da Transparência : As empresas são geralmente obrigadas a
fornecer informações claras e precisas sobre sua situação financeira, operações e
decisões aos acionistas, sócios e ao público em geral.
Princípio da Boa Fé e Lealdade : Os membros da empresa devem agir com
honestidade, lealdade e diligência, agindo sempre no melhor interesse da empresa
e de seus acionistas ou sócios.
Princípio da Igualdade de Tratamento : Os membros da empresa devem
ser tratados de forma igual e justa, evitando tratamentos discriminatórios ou
preferenciais que prejudiquem certos sócios ou acionistas.
Princípio da Irrevogabilidade das Contribuições : As contribuições feitas
pelos sócios ou acionistas para a empresa são normalmente irrevogáveis, ou
seja, elas não podem recuperar essas contribuições a menos que a empresa seja

44
liquidada ou dissolvida.
Princípio da Publicidade e Registro : Muitas jurisdições proíbem que as
empresas sejam registradas e que informações relevantes sobre sua estrutura e
operações sejam tornadas públicas para garantir a transparência e o fornecimento
de contas.
Princípio da Continuidade e Dissolução : Este princípio trata das regras
relacionadas à continuidade das empresas e aos procedimentos para a sua
dissolução em casos de falência, insolvência ou por decisão dos sócios.
É importante notar que os princípios do Direito Societário podem variar
de acordo com a jurisdição e o tipo de entidade empresarial, como sociedades
anônimas, sociedades de responsabilidade limitada, sociedades em comandita,
entre outras. Além disso, a evolução das leis e regulamentações também pode
influenciar a interpretação e aplicação desses princípios ao longo do tempo.

3.4 Diferença entre Sociedade Empresarial e Societária


A Sociedade Empresarial é um termo amplo que se refere a uma forma de
organização em que duas ou mais pessoas se unem para realizar uma atividade
econômica com o objetivo de obter lucro. Existem vários tipos diferentes de
sociedades empresariais, cada uma com suas próprias características e regras
específicas. As duas formas mais comuns de sociedades empresariais são a
Sociedade Limitada (Ltda.) e a Sociedade Anônima (S.A.), e aqui estão as principais
diferenças entre elas:
Responsabilidade dos Sócios/Acionistas
Sociedade Limitada: Os sócios de uma Sociedade Limitada têm
responsabilidade limitada ao valor de suas contribuições para a empresa. Isso
significa que eles não são pessoalmente responsáveis pelas dívidas e obrigações da
empresa além do montante que investiram.
Sociedade Anônima: Nos casos das Sociedades Anônimas, a responsabilidade
dos acionistas é geralmente limitada ao preço de emissão das ações que possuem.
Isso significa que os acionistas não são pessoalmente responsáveis pelas dívidas da
empresa.
Capital Social
Sociedade Limitada: O capital social é dividido em quotas de participação, e
os sócios investem dinheiro ou bens em troca de quotas. As quotas representam a

45
participação na empresa e geralmente determinam os direitos e responsabilidades
dos sócios.
• Sociedade Anônima: O capital social é dividido em ações, que são
títulos negociáveis representando a propriedade da empresa. Os acionistas
investem dinheiro em troca de ações e possuem direitos proporcionais ao número
de ações que possuem.

Transferência de Participação
• Sociedade Limitada: A transferência de quotas para terceiros
geralmente requer o consentimento dos outros sócios, a menos que o contrato
social permita o contrário.
• Sociedade Anônima: As ações podem ser transferidas livremente,
sujeitas a restrições específicas definidas pela empresa ou pela legislação.

Número de Membros:
Sociedade Limitada: Pode ser formada por dois ou mais sócios.
Sociedade Anônima: Geralmente requer um número mínimo de acionistas
(acionista único é permitido em algumas jurisdições).

Administração:
• Sociedade Limitada: Pode ser administrada por sócios ou por
terceiros, dependendo das regras definidas no contrato social.
• Sociedade Anônima: Possui órgãos de administração separados,
como o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva.

Divulgação Pública:
• Sociedade Limitada: Geralmente possui menos requisitos de
divulgação pública em comparação com as Sociedades Anônimas.
• Sociedade Anônima: Está sujeita a regulamentações mais rigorosas
de divulgação pública, devido à natureza das ações negociadas no mercado de
valores mobiliários.
Essas são apenas algumas das principais diferenças entre Sociedades
Limitadas e Sociedades Anônimas. É importante observar que as leis e
regulamentações podem variar de acordo com a jurisdição, e diferentes países

46
podem ter regras específicas para cada tipo de sociedade empresarial. Além
disso, existem outras formas de sociedades empresariais, como as Sociedades
em Comandita e as Sociedades em Nome Coletivo, cada uma com suas próprias
características particulares.

O Direito Societário
O Direito Societário é um ramo do direito que trata das regras e
regulamentos que governam as relações entre os membros de uma sociedade
empresarial ou corporação, bem como a estrutura, funcionamento e dissolução
dessas entidades. Em outras palavras, ele estabelece as normas que regem a
criação, organização, operação e extinção de empresas, bem como os direitos,
responsabilidades e obrigações dos sócios, acionistas e administradores envolvidos
nesses empreendimentos.
O objetivo do Direito Societário é fornecer um conjunto de regras claras e
justas para regular as interações entre os diversos participantes de uma empresa,
garantindo a proteção dos interesses dos sócios ou acionistas, a transparência
nas operações, a responsabilidade limitada em alguns casos e a promoção de um
ambiente empresarial saudável.
O Direito Societário abrange uma série de tópicos e áreas, incluindo:
• Formação de Empresas: Define os procedimentos legais para a criação
e registro de diferentes tipos de empresas, como sociedades limitadas, sociedades
anônimas, entre outras.
• Estrutura Organizacional: Estabelece as regras para a organização da
estrutura interna da empresa, incluindo os órgãos de administração, as assembleias
de sócios ou acionistas e suas competências.
• Responsabilidade dos Sócios ou Acionistas: Determina o grau de
responsabilidade dos sócios ou acionistas em relação às dívidas e obrigações da
empresa.
• Direitos e Deveres dos Sócios ou Acionistas: Define os direitos de
participação, informações e voto dos sócios ou acionistas, assim como seus deveres
de lealdade e diligência.
• Governança Corporativa: Estabelece práticas e regras para a gestão
transparente, responsável e ética da empresa.
• Transferência de Participação: Regulamenta a compra, venda e

47
transferência de quotas ou ações entre sócios, acionistas e terceiros.
• Fusões e Aquisições: Define as regras para a realização de fusões,
aquisições e incorporações de empresas.
• Dissolução e Liquidação: Regula os procedimentos para a dissolução
e liquidação de empresas, bem como a distribuição de ativos entre os membros.
• Regulamentação de Valores Mobiliários: Em relação às Sociedades
Anônimas, aborda a emissão, negociação e divulgação de ações e outros títulos
financeiros.
• Resolução de Conflitos: Define os mecanismos para resolver conflitos
entre os membros da empresa, como arbitragem ou processos judiciais.
O Direito Societário é fundamental para estabelecer um ambiente
empresarial seguro e regulamentado, promovendo o desenvolvimento econômico
e a proteção dos interesses de todas as partes envolvidas nas empresas.

48
ATIVIDADE III

1º) Alfredo Chaves exerce em caráter profissional atividade intelectual de


natureza literária com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão
constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de
Alfredo Chaves em nenhum órgão público. Com base nestas informações e nas
disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.

(A) Alfredo Chaves não é empresário porque exerce atividade intelectual de natureza
literária.
(B) Alfredo Chaves não é empresário porque não possui registro em nenhum órgão
público.
(C) Alfredo Chaves será empresário após sua inscrição na Junta Comercial.
(D) Alfredo Chaves é empresário porque exerce atividade não organizada em caráter
profissional.
(E) Alfredo Chaves é empresário independentemente da falta de inscrição na Junta
Comercial.

2º) No que se refere à teoria da empresa e ao empresário, assinale a opção


correta, considerando o Código Civil e a jurisprudência dos tribunais superiores.
Quanto à inscrição no registro competente e aos efeitos dela decorrentes,
a legislação assegura tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao
empresário rural, ao pequeno empresário e à associação que desenvolva
atividade futebolística em caráter habitual e profissional.
(A) A adoção da teoria da empresa pelo Código Civil consolidou, no ordenamento
jurídico nacional, o importante papel da empresa como sujeito de direitos.
(B) Quem exerce profissão intelectual - de natureza científica, literária ou artística -
visando à obtenção de lucro é necessariamente empresário, nos termos do Código
Civil.
(C) A inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis é ato
obrigatório e principal requisito para a constituição da qualidade de empresário.
(D) A constituição de estabelecimento secundário - sucursal, filial ou agência - sempre

49
deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.

3º) De acordo com os preceitos do direito civilista relacionados aos títulos de


créditos é correto afirmar, EXCETO:

(A) É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.


(B) Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos
que confere, e a assinatura do emitente.
(C) A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são
inerentes.
(D) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, não pode ser garantido por aval.
(E) Nenhuma das alternativas está correta.

50
Unidade IV

AS SOCIEDADES
EMPRESARIAIS E SUA
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA

Objetivo:

Este material foi desenvolvido com o objetivo de apresentar ao edu-


cando, da Educação a Distância, a identificação das Sociedades Empresariais
e sua Fundamentação Teórica e suas nuances jurídicas. O objetivo do estudo
da disciplina é, primeiramente, que uma sociedade empresarial é um grupo
de pessoas com um objetivo comum que realizam atividades econômicas de
forma profissional e organizada para produzir, vender ou fornecer bens e
serviços com fins lucrativos.

Introdução:
Sociedades empresariais são formas de organização em que duas ou
mais pessoas se unem para realizar uma atividade econômica com o objetivo
de obter lucro. Essas pessoas, conhecidas como sócios ou acionistas,
contribuem financeiramente, compartilham responsabilidades e tomam
decisões em conjunto para operar o negócio. As sociedades empresariais são
constituídas legalmente e têm personalidade jurídica própria, o que significa
que são entidades separadas das pessoas físicas que as compõem.
As sociedades empresariais são uma maneira comum de organizar
empreendimentos comerciais e industriais, permitindo a união de recursos,
conhecimentos e habilidades para alcançar objetivos econômicos. Elas

52
oferecem diferentes estruturas e modelos de funcionamento para se
adaptarem às necessidades e características específicas de cada negócio.

4.1 As Sociedades Empresárias


Uma sociedade empresária é uma forma legal de organização na
qual duas ou mais pessoas se unem para realizar uma atividade econômica
com o objetivo de obter lucro. No Brasil, as sociedades empresárias são
regulamentadas pelo Código Civil, mais especificamente a partir do artigo
1.039.
Existem diferentes tipos de sociedades empresárias que podem ser
formadas, cada uma com suas características e requisitos específicos.
Alguns dos tipos mais comuns incluem:
Sociedade Limitada (Ltda) - A Sociedade Limitada (Ltda) é um tipo de
estrutura de negócios que combina características da sociedade de pessoas
e da sociedade de capitais. Ela é regulamentada por leis específicas em cada
país e representa uma forma de organização empresarial entre a empresa
individual (autônomo) e as sociedades de capital aberto (como a Sociedade
Anônima). Aqui estão algumas teorias e conceitos que fundamentam a
Sociedade Limitada:
Personalidade Jurídica Distinta: A Sociedade Limitada é baseada
no conceito de personalidade jurídica distinta, o que significa que uma
empresa é considerada uma entidade legal separada de seus sócios. Essa
teoria sustenta que a empresa tem direitos e deveres próprios, podendo
adquirir propriedades, contrair dívidas, processar e ser processada como
uma entidade autônoma.
Limitação da Responsabilidade: A teoria da limitação da
responsabilidade é um dos pilares das Sociedades Limitadas. Ela estabelece
que os sócios não são responsáveis ​​pessoalmente pelas dívidas e obrigações
da empresa além do valor de suas contribuições para o capital social. Essa
restrição encoraja o investimento e a participação empreendedora ao reduzir
os riscos financeiros para os proprietários.
Capital Social e Cotas: A teoria do capital social e das cotas é
fundamental na constituição da Sociedade Limitada. O capital social é o
montante investido pelos sócios na empresa e é dividido em quotas, que

53
representa a participação de cada sócio. As cotas também refletem o grau de
influência e direitos de cada sócio nas decisões da empresa.
Contrato Social: A Sociedade Limitada é definida por meio do
contrato social, um documento que estabelece os termos e condições da
sociedade, incluindo a divisão de lucros e perdas, as responsabilidades dos
sócios, a forma de gestão e outros aspectos operacionais. Essa teoria enfatiza
a autonomia dos sócios na organização e a definição das regras internas.
Separação entre Propriedade e Gestão: A teoria da separação
entre propriedade e gestão permite que uma empresa seja administrada
por indivíduos que não sejam necessariamente proprietários. Isso possibilita
a contratação de profissionais especializados para gerenciar a empresa,
aumentando a eficiência e a expertise na tomada de decisões.
Flexibilidade Organizacional: A Sociedade Limitada é teoricamente
projetada para ser flexível e adaptável às necessidades dos sócios e às
mudanças do mercado. Essa flexibilidade permite ajustes nas operações,
na estrutura de propriedade e em outros aspectos, conforme a evolução do
negócio.
Continuidade Empresarial: A teoria da continuidade destaca que a
Sociedade Limitada não é afetada por mudanças na composição dos sócios.
Ela pode continuar existindo independentemente das entradas e saídas de
proprietários, conforto, estabilidade e durabilidade às operações.
Responsabilidade dos Administradores: Embora os sócios em
geral tenham sua responsabilidade limitada, a teoria da responsabilidade
dos administradores ressalta que aqueles que gerenciam uma empresa
podem ser responsabilizados por má gestão, negligência ou regulamentos
legais, promovendo uma governança mais responsável.
A Sociedade Limitada é uma forma de organização empresarial que
incorpora essas teorias para oferecer uma estrutura legal e operacional
equilibrada, que atende às necessidades de proteção patrimonial dos sócios
e à dinâmica de um ambiente de negócios em constante evolução.

A Sociedade Anônima (SA) - é uma forma de organização empresarial


caracterizada pela sua natureza de sociedade de capital, em que o capital
social é dividido em ações e os acionistas têm responsabilidade limitada

54
de acordo com a quantidade de ações que possuem. É um dos tipos mais
comuns de empresas usadas em todo o mundo para operar negócios de
grande porte.

A principal característica da SA é a separação entre a propriedade e a


gestão da empresa. Isso significa que os acionistas, que são os proprietários da
empresa, não precisam necessariamente estar envolvidos na administração
diária das operações. A gestão é realizada por um conselho de administração
e executivos contratados para conduzir os negócios de acordo com os
interesses dos acionistas.
Algumas características importantes das Sociedades Anônimas
incluem:
Responsabilidade limitada: Os acionistas não são responsáveis​​
pelas dívidas e obrigações da empresa além do valor das ações que possuem.
Capital dividido em ações: O capital social da empresa é dividido
em ações, que representam partes iguais da propriedade da empresa. As
ações podem ser compradas e vendidas no mercado de ações.
Transferibilidade de ações: A propriedade das ações pode ser
facilmente limitada, permitindo que os acionistas entrem ou saiam da
empresa com relativa facilidade.
Governança corporativa: As SA geralmente são uma estrutura
de governança corporativa que inclui um conselho de administração, uma
assembleia geral de acionistas e comitês de supervisão para garantir que os
interesses dos acionistas sejam protegidos.
Financiamento: As SA podem captar grandes quantidades de capital
por meio da emissão de novas ações no mercado de capitais, facilitando o
financiamento de projetos de expansão e investimentos.
Transparência: As SA são frequentemente obrigadas a divulgar
informações financeiras e operacionais ao público e às autoridades
reguladoras, garantindo maior transparência.
Continuidade: A SA tem continuidade independente da morte ou
saída de acionistas individuais, pois a propriedade é transferível.
Personalidade jurídica separada: Uma empresa é considerada uma
entidade jurídica separada dos seus acionistas, o que implica que ela pode

55
contrair dívidas, processar ou ser processada em seu próprio nome.
É importante observar que as leis e regulamentos relacionados
às Sociedades Anônimas podem variar de país para país, com diferentes
requisitos e regras de funcionamento. Portanto, é aconselhável consultar
especialistas em direito empresarial ou contabilidade ao estabelecer ou
operar uma Sociedade Anônima em uma jurisdição específica.
Sociedade em Nome Coletivo - é uma forma de organização
empresarial utilizada em alguns países, como o Brasil, para constituir uma
empresa. Ela se constitui no grupo de sociedades empresariais, e seu
funcionamento é baseado na associação de dois ou mais sócios que se unem
para exercer atividades econômicas de forma coletiva, utilizando um nome
social que representa a empresa.
Principais características da Sociedade em Nome Coletivo:
Responsabilidade Solidária e Ilimitada: Todos os sócios respondem
de forma solidária e livres pelas obrigações da empresa. Isso significa que,
em caso de dívidas ou problemas financeiros, os bens pessoais dos sócios
podem ser usados para
​​ quitar as dívidas da empresa.
Nome Social: A empresa é identificada por um nome social que pode
conter o nome de um ou mais sócios. Esse nome é utilizado para representar
a empresa perante o mercado e os clientes.
Participação Ativa: Todos os sócios têm o direito e a obrigação de
participar da gestão da empresa, a menos que haja um contrato social que
estabeleça diferentes responsabilidades para cada sócio.
Contrato Social: O contrato social é o documento que estabelece as
regras e condições da sociedade, como a participação de cada sócio nos lucros
e nas perdas, as responsabilidades de cada um, a forma de administração,
entre outros aspectos.
Cadastro Legal: Uma sociedade em nome coletivo deve ser registrada
nos órgãos competentes do governo, como a Junta Comercial. O registro é
necessário para legalizar a empresa e permitir que ela exerça atividades
econômicas de forma regular.
Fiscalização e Contabilidade: A empresa precisa manter uma
contabilidade organizada e transparente, que possa ser fiscalizada pelos
órgãos competentes.

56
Vale ressaltar que, como qualquer forma de organização empresarial,
a Sociedade em Nome Coletivo tem suas vantagens e vantagens. A principal
vantagem é a participação ativa dos sócios na gestão, permitindo uma tomada
de decisões mais coletiva. No entanto, a responsabilidade ilimitada pode ser
uma desvantagem, uma vez que os bens pessoais dos sócios podem estar
em risco em caso de problemas financeiros da empresa.
Antes de optar por qualquer forma de organização empresarial, é
aconselhável consultar um contador ou um advogado especializado para
entender as implicações legais e financeiras e tomar a decisão mais adequada
para o tipo de negócio que se pretende estabelecer.
Sociedade em Comandita - a "Sociedade em Comandita" é outra
forma de estrutura empresarial utilizada em alguns países, incluindo o
Brasil. Ela se caracteriza pela combinação de dois tipos de sócios: os sócios
comanditados e os sócios comanditários. Essa forma de organização é
especialmente adequada para situações em que alguns sócios interessados​​
participam ativamente da gestão da empresa enquanto outros investem
capital, mas não se envolvem diretamente na administração.
Principais características da Sociedade em Comandita:
Sócios Comanditados: São os sócios que participam da gestão da
empresa e têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações e obrigações da
sociedade, da mesma forma como na Sociedade em Nome Coletivo.
Sócios Comanditários: São os sócios que investem capital na
empresa, mas não têm participação direta na gestão. A responsabilidade
deles é limitada ao valor do capital que investiram na sociedade.
Nome Social: A sociedade é identificada por um nome social, que
geralmente inclui o nome de um ou mais sócios comandados. Esse nome é
utilizado para representar a empresa perante o mercado e os clientes
Contrato Social: O contrato social é o documento que estabelece as
regras e condições da sociedade, incluindo a distribuição de lucros e perdas
entre os sócios, as responsabilidades de cada tipo de sócio, a forma de
administração, entre outros aspectos.
Responsabilidades Diferenciadas: Enquanto os sócios
comanditados têm responsabilidade ilimitada, os sócios comanditários têm
responsabilidade limitada apenas ao valor de seu investimento na empresa.

57
Registro Legal: Assim como outras formas de organização
empresarial, a Sociedade em Comandita deve ser registrada nos órgãos
competentes do governo, como a Junta Comercial.
Fiscalização e Contabilidade: A empresa precisa manter uma
contabilidade organizada e transparente, sujeita à fiscalização dos órgãos
competentes.
A Sociedade em Comandita é uma opção interessante para situações
em que há uma combinação de sócios que se envolvem na gestão do negócio
e outros que preferem investir financeiramente, mas não têm interesse
na operação diária. Isso permite uma divisão clara de responsabilidades e
contribuições.
Como sempre, é aconselhável buscar orientação jurídica e contábil
ao considerar qualquer forma de organização empresarial, para entender
plenamente as implicações legais e financeiras da decisão.
Sociedade Cooperativa - Uma "Sociedade Cooperativa" é uma forma
específica de organização empresarial baseada em princípios de cooperação,
autogestão e benefício mútuo. Ao contrário de outras formas de sociedades
empresariais, o foco principal das cooperativas não está apenas no lucro,
mas também na satisfação das necessidades e interesses de seus membros.
Principais características de uma Sociedade Cooperativa:
Princípio da Adesão Voluntária e Livre: As cooperativas são formadas
por pessoas que voluntariamente escolhem participar e contribuir com a
organização.
Princípio do Controle Democrático dos Membros: As decisões nas
cooperativas são tomadas de forma democrática, geralmente obedecendo
à regra "um membro, um voto". Cada membro tem o mesmo peso nas
decisões, independentemente do seu nível de investimento financeiro.
Princípio da Participação Econômica dos Membros: Os membros
contribuem financeiramente para a cooperativa e têm direito a uma parte
dos resultados econômicos (lucros ou sobras), proporcionalmente à sua
participação na cooperativa.
Princípio da Autonomia e Independência: As cooperativas são
entidades autônomas, com controle próprio, e buscam colaborar com outras
organizações sem abrir mão de sua independência.

58
Princípio do Educação, Formação e Informação: As cooperativas
enfatizam a educação dos membros e a promoção do entendimento dos
princípios e funcionamento cooperativo.
Princípio do Interesse pela Comunidade: As cooperativas
trabalham pelo desenvolvimento sustentável das comunidades nas quais
estão inseridas.
Distribuição de Sobras: Em vez de distribuir lucros, as cooperativas
distribuem as sobras (excedentes) financeiras após a dedução das despesas
e reservas permitidas. A distribuição é proporcional à participação de cada
membro nas atividades da cooperativa.
As cooperativas podem atuar em diversos setores, como agricultura,
consumo, crédito, educação, saúde, entre outros. Eles visam promover a
colaboração entre seus membros, a melhoria das condições de vida e de
trabalho e a busca pelo bem-estar comum, enquanto também operam como
negócios eficientes e economicamente sustentáveis.
Para criar e administrar uma cooperativa, é fundamental entender
as leis e regulamentações locais que regem essa forma de organização,
bem como contar com uma boa gestão e engajamento dos membros. É
aconselhável buscar assessoria jurídica e consultoria especializada para
garantir o correto funcionamento e atendimento aos princípios cooperativos.
Empresário Individual - O “Empresário Individual” é uma forma de
constituição empresarial que se refere a uma pessoa que exerce uma atividade
econômica de forma individual, ou seja, sem a necessidade de formar uma
sociedade com outros sócios. Essa pessoa é o único titular da empresa e
assume tanto as responsabilidades quanto as decisões relacionadas ao
negócio.
Principais características do Empresário Individual:
Responsabilidade Ilimitada: O empresário individual responde de
forma ilimitada pelas dívidas e obrigações da empresa. Isso significa que seus
bens pessoais também podem ser usados ​​para quitar dívidas da empresa,
em caso de problemas financeiros.
Nome Empresarial: O empresário individual pode escolher um nome fantasia
para sua empresa, que é diferente do nome civil. Esse nome é utilizado para
representar a empresa no mercado e apresentar os clientes.

59
Registro Legal: O empresário individual precisa registrar sua
empresa nos órgãos competentes do governo, como a Junta Comercial. O
registro é necessário para legalizar a atividade e permitir que uma empresa
opere regularmente.
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): O empresário
individual obtém um CNPJ para sua empresa, o que é importante para fins
tributários, fiscais e comerciais.
Atividades Empresariais: O empresário individual pode atuar em
diversos setores e tipos de atividades econômicas, desde que estejam dentro
das disposições legais e regulamentares.
Contabilidade: Embora não seja obrigado a ter a mesma complexidade
contábil que as empresas de maior porte, o empresário individual ainda deve
manter um controle organizado das finanças da empresa, o que ajuda no
planejamento financeiro e no cumprimento das obrigações fiscais.
Impostos: O empresário individual é responsável por cumprir as
obrigações fiscais, como o pagamento de impostos, taxas e contribuições
relacionadas à sua atividade empresarial.
O empresário individual é uma opção para aqueles que desejam
iniciar um negócio sem a necessidade de formar uma sociedade ou
compartilhar decisões com outros sócios. No entanto, é importante ter em
mente a responsabilidade ilimitada, que pode representar um risco maior
para os bens pessoais dos empresários em caso de dificuldades financeiras.
Assim como em qualquer outra forma de constituição empresarial,
é aconselhável buscar orientação jurídica e contábil para entender todas
as implicações e obrigações associadas ao status de empresário individual,
além de tomar decisões informadas sobre sua atividade empresarial.

4.2 Como funciona e para que serve a Sociedade Empresaria


Uma sociedade empresarial é uma forma jurídica de organização
utilizada para empreender atividades econômicas. Ela envolve uma associação
de duas ou mais pessoas ou entidades que não se encontram para alcançar
objetivos específicos. As sociedades empresariais são criadas para facilitar a
colaboração, compartilhar recursos, gerar lucros e limitar responsabilidades,
dependendo do tipo de sociedade escolhida.

60
As sociedades empresariais servem para diversos propósitos,
incluindo:
Compartilhamento de Recursos: Uma das principais vantagens das
sociedades empresariais é a capacidade de compartilhar recursos financeiros,
habilidades, conhecimentos e experiências entre os sócios. Isso pode levar a
uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis.
Complementaridade de Habilidades: Ao formar uma sociedade, os
sócios podem trazer habilidades e conhecimentos diversos para o negócio.
Isso pode fortalecer a empresa, permitindo que ela se beneficie das diferentes
competências de cada sócio.
Distribuição de Riscos e Responsabilidades: Dependendo do tipo
de sociedade, os sócios podem compartilhar a responsabilidade pelas
obrigações e dívidas da empresa. Isso pode reduzir o impacto financeiro em
caso de problemas.
Acesso a Capital: Muitas vezes, uma sociedade permite aos sócios
acessar mais facilmente financiamentos e investimentos, já que múltiplas
pessoas ou entidades estão envolvidas no negócio.
Tomada de Decisões Coletivas: Nas sociedades empresariais, os
sócios geralmente têm o direito de participar das decisões importantes
relacionadas ao negócio. Isso promove a colaboração e uma abordagem
mais diversificada para as escolhas empresariais.
Continuidade Empresarial: Em algumas formas de sociedade, como
nas sociedades por cotas de responsabilidade limitada, a continuidade da
empresa pode ser assegurada mesmo com a mudança de sócios, garantindo
a perenidade dos negócios.
Benefícios Fiscais e Tributários: Em alguns casos, determinadas
formas de sociedades podem oferecer benefícios fiscais específicos que
podem resultar em economias tributárias para os sócios.
Existem vários tipos de sociedades empresariais, cada uma com as suas
próprias características e implicações legais, tais como Sociedade Anónima
(SA), Sociedade Limitada (Ltda), Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em
Comandita, entre outras. A escolha do tipo de sociedade depende das metas
do negócio, dos recursos disponíveis, do grau de responsabilidade que os
sócios desejam assumir, e de outras considerações.

61
Antes de estabelecer uma sociedade empresarial, é altamente
recomendável consultar um advogado ou contador especializado para
entender as implicações legais, financeiras e operacionais, bem como para
escolher a estrutura que melhor se adapta às necessidades do negócio.

4.3 Quais os Tipos de Sociedade Empresarial

Existem diversos tipos de sociedades empresariais, cada uma com


suas próprias características legais, responsabilidades e benefícios. Abaixo,
descrevo alguns dos principais tipos de sociedade empresarial:
Sociedade Limitada (Ltda): A Sociedade Limitada é uma forma
muito comum de organização empresarial. Ela oferece a limitação da
responsabilidade dos sócios ao valor de suas cotas, ou seja, o patrimônio
pessoal dos sócios não é diretamente afetado pelas dívidas da empresa. O
capital social é dividido em cotas, e a gestão pode ser realizada por um ou
mais sócios, conforme definido no contrato social.
Sociedade Anônima (SA): A Sociedade Anônima é uma forma de
sociedade cujo capital social é dividido em ações. Os acionistas são os
detentores dessas ações, e sua responsabilidade é limitada ao valor das ações
que possuem. As SAs podem ser de capital aberto (com ações negociadas
em bolsa) ou de capital fechado (ações não negociadas publicamente). A
administração é realizada por um conselho de administração e uma diretoria.
Sociedade em Nome Coletivo: Nesse tipo de sociedade, todos os
sócios têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações da empresa. A gestão
é compartilhada por todos os sócios, que têm direitos iguais nas decisões.
Sociedade em Comandita: A Sociedade em Comandita possui dois
tipos de sócios: os comanditados, que têm responsabilidade ilimitada,
e os comanditários, que têm responsabilidade limitada ao valor de suas
contribuições. Os comandantes são responsáveis ​​pela administração da
empresa.
Sociedade Cooperativa: A Sociedade Cooperativa é formada por
pessoas com interesses comuns, que se unem para atingir objetivos
econômicos e sociais em comum. A responsabilidade dos membros é
limitada ao valor das cotas que possuem, e as decisões são tomadas

62
democraticamente.

Empresário Individual: Embora não seja uma sociedade em si, o


Empresário Individual é uma pessoa que atua de forma independente, sem
a necessidade de formar uma sociedade. Ele responde ilimitadamente pelas
dívidas da empresa.
Microempreendedor Individual (MEI): O MEI é uma forma simplificada
de registro para empreendedores individuais com faturamento anual
limitado. Oferece benefícios como o pagamento de impostos simplificado e
a possibilidade de obter um CNPJ.
Empresário Rural: É uma forma específica de empresário individual
destinada a empreendimentos rurais, como agrícolas, pecuários e afins.
Consórcio de Sociedades: Consiste na união de duas ou mais sociedades
com o objetivo de colaborar em projetos específicos, compartilhando riscos
e recursos.
É importante ressaltar que a escolha do tipo de sociedade empresarial
deve ser feita com base nas características do negócio, nas metas dos sócios e
nas implicações legais e financeiras associadas a cada forma. Cada país pode
ter regulamentações específicas para esses tipos de sociedades, portanto, é
fundamental consultar um profissional jurídico ou contábil antes de tomar
uma decisão.

4.4 Qual o melhor tipo de Sociedade Empresarial para o


indivíduo.

A escolha do melhor tipo de sociedade empresarial para um indivíduo


depende de vários fatores, incluindo os objetivos do negócio, o nível de
responsabilidade que o indivíduo está disposto a assumir, as características do
setor de atuação, as metas de crescimento, os recursos financeiros disponíveis
, entre outros aspectos. Não existe um tipo de sociedade empresarial "melhor"
em geral, pois cada opção tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha
deve ser feita com base nas necessidades específicas do empreendimento e
do empreendedor.
Aqui estão algumas considerações que podem ajudar a determinar o

63
tipo de sociedade empresarial mais adequada para um indivíduo:
Responsabilidade: Se o indivíduo desejar limitar sua responsabilidade
pessoal pelas dívidas e obrigações da empresa, os tipos de sociedade com
responsabilidade limitada, como a Sociedade Limitada (Ltda) ou a Sociedade
Anônima (SA), podem ser mais indicados.
Participação nos Lucros e Decisões: Se o indivíduo valoriza a
participação ativa nas decisões e na gestão da empresa, uma sociedade em
que ele possa ter influência direta, como uma Sociedade em Nome Coletivo,
pode ser abordada.
Complexidade da Gestão: Alguns tipos de sociedade, como a
Sociedade Anônima, podem ser mais complexos de administração devido a
requisitos legais e contábeis mais rígidos. Se o indivíduo busca uma estrutura
mais simples, a Sociedade Limitada ou o Empresário Individual podem ser
mais adequados.
Capital Necessário: A quantidade de capital necessária para iniciar e
operar o negócio pode influenciar a escolha. As Sociedades Anônimas podem
ser mais importantes quando é necessário captar grandes investimentos de
acionistas externos.
Objetivos de Crescimento: Se o objetivo é buscar expansão e captação
de recursos de investidores, uma Sociedade Anônima pode ser mais atrativa
devido à possibilidade de emissão de ações.
Natureza do Negócio: Alguns setores podem ter características que
favorecem determinados tipos de sociedade. Por exemplo, atividades rurais
podem ser beneficiadas por um Empresário Rural.
Aspectos Tributários: A carga tributária pode variar entre os tipos de
sociedade. É importante considerar os aspectos fiscais e procurar otimizar a
estrutura tributária do negócio.
Flexibilidade: Se o indivíduo valoriza flexibilidade na administração,
uma Sociedade Limitada ou Empresário Individual pode ser mais adequada.
Lembre-se de que cada situação é única, o aconselhamento de um
advogado especializado em direito empresarial e de um contador é crucial
para fazer uma escolha mais informada e específica para as especificidades
do negócio e do empreendedor.

64
ATIVIDADE IV

1º) De acordo com o que dispõe o Código Civil, analise as sentenças abaixo.

I. O nome empresarial para o exercício de empresa pode ser adotado,


nos termos da lei, na forma de firma ou denominação social.

II. A denominação das sociedades simples, para os efeitos da proteção


da lei, se equipara ao nome empresarial.

III. A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade


solidária e ilimitada de todos os sócios da sociedade limitada.

IV. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.

Assinale a alternativa correta:

(A) Apenas as assertivas I e II estão incorretas.


(B) Todas as assertivas estão corretas.
(C) Apenas a assertiva III está incorreta.
(D) Apenas a assertivas II e III estão incorretas.

2º) A respeito do estabelecimento empresarial, assinale a alternativa


correta de acordo com o previsto no Código Civil.

(A) O alienante do estabelecimento pode fazer concorrência ao adquirente,


nos cinco anos subsequentes à transferência, salvo estipulação expressa em
contrário.
(B) O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade
empresarial, que somente poderá ser físico.
(C) Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios

65
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua
natureza.
(D) O adquirente do estabelecimento não responde pelo pagamento dos
débitos anteriores à transferência, continuando o devedor primitivo o único
obrigado.

3º) Assinale a alternativa que corresponde ao conceito de título de


crédito disposto no artigo 887 do Código Civil.

(A) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito


autônomo nele contido, que somente produz efeito se preenchidos os
requisitos legais.
(B) O título de crédito, documento dispensável ao exercício do direito literal
e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.
(C) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito nele
contido, produz efeito independentemente de preenchidos os requisitos
legais.
(D) O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal
e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.
(E) O título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal
e autônomo nele contido, que produz seus efeitos independentemente de
preenchidos os requisitos legais

4º) O direito brasileiro disciplina diferentes tipos de sociedades


empresariais caracterizados por formas diversas de responsabilidade.
Assim, na sociedade

(A) em conta de participação, somente o sócio participante obriga-se perante


terceiros.
(B) em nome coletivo, a responsabilidade dos sócios é solidária perante
terceiros e pode ser limitada entre si.

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(C) em comandita, somente o sócio comanditário obriga-se perante terceiros.
(D) limitada, a responsabilidade dos sócios pela integralização do capital é
restrita ao valor de suas quotas.

5º) Assinale a opção que corresponde ao tipo societário cuja atividade


constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo,
em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade,
participando os demais dos resultados correspondentes.

(A) Sociedade em Comandita Simples.


(B) Sociedade em Conta de Participação.
(C) Sociedade Simples.
(D) Sociedade em Comum.
(E) Sociedade não simples

6º) A extensão da proteção conferida pela patente é determinada:

(A) pelas reivindicações, interpretadas com auxílio do relatório descritivo e


desenhos;
(B) pelo relatório descritivo, interpretado com auxílio das reivindicações;
(C) pelas reivindicações, interpretadas com auxílio do resumo e dos desenhos;
(D) pelo resumo, interpretado com auxílio das reivindicações;
(E) pelo relatório descritivo, interpretado com auxílio do resumo e dos
desenhos.

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Considerações Finais

A constituição de empresas é uma etapa crucial para quem deseja


iniciar um negócio próprio. Essa decisão envolve uma série de considerações
legais, financeiras e operacionais que podem influenciar o sucesso e a
sustentabilidade do empreendimento. Aqui estão algumas considerações
finais sobre a constituição de empresas:
Planejamento: Antes de constituir uma empresa, é fundamental
realizar um planejamento detalhado do negócio. Isso inclui definir o modelo
de negócio, o alvo público, a oferta de produtos ou serviços, a estratégia de
marketing, os recursos necessários e a projeção financeira.
Escolha do Tipo de Empresa: A escolha do tipo de sociedade
empresarial deve ser feita com base em uma análise cuidadosa das
características do negócio e das metas do empreendedor. Cada tipo de
sociedade tem suas vantagens e vantagens, e a escolha certa pode impactar
diretamente o funcionamento e o sucesso da empresa.
Assessoria Profissional: Consultar advogados especializados em
direito empresarial e contadores é essencial. Esses profissionais podem
fornecer orientações jurídicas, ajudar na elaboração de contratos sociais,
questões fiscais e garantir que o processo de constituição seja estabelecido
de acordo com as leis e regulamentações vigentes.
Registro e Documentação: O processo de constituição envolve o
registro legal da empresa nos órgãos competentes. Isso inclui a concessão
de um CNPJ, a elaboração do contrato social (ou estatuto, no caso de
sociedades anônimas), a definição da razão social ou nome fantasia e outros
procedimentos necessários.
Responsabilidades e Implicações Financeiras: Compreender as
implicações financeiras e legais de cada tipo de empresa é crucial. Isso inclui
a compreensão das obrigações tributárias, responsabilidades pessoais em
caso de dívida, custos de administração e possíveis benefícios fiscais.
Gestão e Operações: Além da estrutura legal, é importante ter um
plano de gestão sólido e uma visão clara de como as operações diárias do
negócio serão realizadas. Isso inclui a definição de papéis e responsabilidades
dos sócios ou administradores, políticas internas e planos de contingência.

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Networking e Apoio: Buscar redes de apoio, como associações
empresariais ou incubadoras, pode ser vantajoso para novos empreendedores.
Compartilhar experiências, receber orientações e trocar conhecimentos com
outros empresários pode ser valioso.
Adaptação e Flexibilidade: O ambiente empresarial é dinâmico e está
sujeito a mudanças. Esteja apto a adaptar seu plano conforme necessário e
reavaliar estratégias à medida que o negócio evolui.
É interessante a observação de Mara Vidigal Marchachy sobre o tema:

As empresas vivem na comunidade e não necessariamente


da comunidade, esta afirmação é um elemento constatável
que leva as empresas a um posicionamento sobre os
problemas sociais que atingem o meio. De modo progressivo,
as empresas compreendem seu papel social, como função
reguladora de equilíbrio. Uma vez que em grande parte os
processos produtivos se modernizam rapidamente, exigindo
novos patamares de preparação dos que ingressam no
mercado de trabalho e, por conseguinte, estimulam um
novo padrão de profissionais, que se tornam mais críticos,
mais conscientes do se papel social com maior criatividade.

Em resumo, a constituição de empresas é um processo que exige


conhecimento, planejamento e cuidado. A escolha do tipo de sociedade, a
conformidade legal, a gestão eficaz e o comprometimento com o sucesso são
elementos-chave para construir uma base sólida para o seu empreendimento.
Busque orientação profissional, faça sua pesquisa e prepare-se para enfrentar
os desafios e recompensas que o mundo empresarial oferece.

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REFERÊNCIAS

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 16 ed. São Paulo: Saraiva.
2012. Vol. I e II.

COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 24 ed. São Paulo: Saraiva.
2012. Vol. I e II.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Volume 1: Direito de


Empresa. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.

GUSMÃO, Mônica. Lições de Direito Empresarial. 10ª ed. São Paulo: Lumen
Juris, 2011.

GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil.


Volume 1: 8ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2006.

MARCHACHY, Mara Vidigal. Responsabilidade Social da Empresa e a


Constituição, In Doutrinais Essenciais, Direito Empresarial. SP: RT, 2011.

MARTINS, Fran; ABRAÃO, Carlos Henrique. Curso de Direito Comercial. 35ª


ed. São Paulo: Forense, 2012.

MENDONÇA, José Xavier Carvalho de. Tratado de Direito Comercial Brasileiro.


São Paulo: Russel. 2005. vol. 1, 2 e 3.

Quais são os tipos de empresas. Disponível em: http://www.sebrae.com.


br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/quais-saoos-tipos-deempresas,a
f3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCR. Acesso em 23 Maio/2023.
CONTABILIDADE OSAYK.

REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva. 2012. Vol.
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70
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 2 ed. São
Paulo: Método, 2012.

TOMAZETTE, M. Teoria geral e direito societário. V.1-11.ed.- São


Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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