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Nome do(a) aluno (a): Flávia Helena do Espírito Santo

Matrícula: 21/0039191

Data: Fev-Mar. 2021

Referência bibliográfica:

LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Ed 34, 1996. Cap: 2, p.27-33.

Sobre o(a) autor(a):

Pierre Lévy é filósofo e sociólogo, graduado em História e Mestre em História


da Ciência pela Universidade de Sorbonne, em Paris. É PHD em Comunicação,
Sociologia e Ciência da Informação. Criador do termo “ciberespaço” seu foco se dá na
área de cibernética e inteligência artificial. Nomeado como filósofo da informação,
lecionou na Universidade de Quebec, no Canadá no campo da comunicação digital e,
posteriormente, retornou à França como professor de Ciências Educacionais. Escreveu
inúmeras obras como: “A máquina Universo”, “As tecnologias da inteligência”, “A
inteligência coletiva”, “Cibercultura”, “Ciberdemocracia”, entre outras.

Objetivo:

No presente capítulo, o objetivo do autor é relacionar os avanços tecnológicos à


ideia de virtualização, no sentido de contraposição ao real, do corpo humano e seus
desdobramentos para a cultura social vigente.

Argumento central:

Segundo Lévy, a partir da tecnologia emergente, surgiram novos espaços e


tendências, onde o ser humano entrou em contato com a virtualização das ações sociais,
sejam elas em relação ao corpo físico, cognitivo e econômico.

Ideias principais:

Lévy aborda as novas maneiras de modificar um corpo através das cirurgias,


dietas, remédios e inovações tecnológicas. Diferentes técnicas de transformação
provenientes de evoluções como a biotecnologia, equipamentos médicos e novos meios
de comunicação são utilizados na reconstrução do corpo. Ele destaca essa problemática
como “uma nova etapa da aventura de autocriação que sustenta nossa espécie” (P.27)

O autor afirma que os processos de telecomunicação alteram a percepção. Há um


papel de virtualização de órgãos, exemplificando diferentes modelos tecnológicos para
serem usados por diferentes órgãos, como o telefone e a televisão para os ouvidos e a
visão respectivamente. Isso gera sensações compartilhadas entre indivíduos mesmo
partindo de uma distância física.

O segundo ponto levantado é a projeção das ações, corpos e imagens através de


máquinas, transmitindo a própria presença em um sistema de realidade virtual (P.29).
As inovações médicas a partir de sistemas tecnológicos possibilitaram a virtualização do
corpo, destacado pelo autor como “hipercorpo” proveniente de transplantes de órgãos,
implantes, próteses e inúmeros procedimentos que fazem do corpo um objeto
“socializado” onde tudo pode ser compartilhado por diferentes sujeitos contribuindo
para a construção de um “corpo coletivo” visando novos espaços e novas identidades.
(P.31)

Lévy traz ao estudo a noção de que a virtualização do corpo é uma reinvenção,


uma multiplicação do ser humano. Mas destaca os limites entre heterogênese e
alienação, fazendo uma analogia entre o corpo e a chama:

“Frequentemente é minúsculo, isolado, separado, quase imóvel. Mais tarde,


corre para fora de si mesmo, intensificado pelos esportes ou pelas drogas, funciona
como um satélite, lança algum braço virtual bem alto em direção ao céu, ao longo de
redes de interesse ou de comunicação. Prende-se então ao corpo público e arde com o
mesmo calor, brilha com a mesma luz que outros corpos-chamas. Retorna em seguida,
transformado, a uma esfera quase privada, e assim sucessivamente, ora aqui, ora em
toda parte, ora em si, ora misturado. Um dia, separa-se completamente do hipercorpo e
se extingue” (P.33)

Comentários:

Podemos observar que o discurso trazido por Pierre Lévy, escrito há vários anos,
ainda se mantém atual. Hoje percebemos a influência das tecnologias não só na
reprodução de corpos modelos, na busca da perfeição imposta pelos mecanismos de
comunicação, mas também na virtualização das emoções. Esse cenário tecnológico
contemporâneo modifica os processos de cognição e alteram a construção das esferas
econômicas e sociais à medida que a informação é sistematizada e disponibilizada em
rede. Observamos as mudanças no dia a dia, seja na hora de realizar tarefas básicas, seja
na projeção de novos modelos e técnicas, nos levando a um mundo novo e ainda
desconhecido, em decorrência de novas possibilidades.

Referências:

Pontos de Leitura. Pierre Lévy, apresentação e bibliografia comentada. Ateliê de


Humanidades. Disponível em: <https://ateliedehumanidades.com/2020/12/19/pontos-
de-leitura-pierre-levy/>. Acesso em: 1 mar. 2022.

PENSAMENTO, FRONTEIRAS. Pierre Lévy. Fronteiras do Pensamento. Disponível


em: <https://www.fronteiras.com/conferencistas/pierre-levy>. Acesso em: 1 mar.
2022.

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