1) O documento discute ecossistemas comunicacionais e como as tecnologias digitais ampliam as capacidades humanas de interação através de interfaces sensoriais.
2) As tecnologias digitais são vistas como extensões do corpo e da mente que permitem novas formas de percepção resultantes de interações biotécnicas.
3) Isso faz com que o mundo seja experienciado através da ação, não apenas representado, alterando a compreensão da relação entre o indivíduo e o ambiente.
1) O documento discute ecossistemas comunicacionais e como as tecnologias digitais ampliam as capacidades humanas de interação através de interfaces sensoriais.
2) As tecnologias digitais são vistas como extensões do corpo e da mente que permitem novas formas de percepção resultantes de interações biotécnicas.
3) Isso faz com que o mundo seja experienciado através da ação, não apenas representado, alterando a compreensão da relação entre o indivíduo e o ambiente.
1) O documento discute ecossistemas comunicacionais e como as tecnologias digitais ampliam as capacidades humanas de interação através de interfaces sensoriais.
2) As tecnologias digitais são vistas como extensões do corpo e da mente que permitem novas formas de percepção resultantes de interações biotécnicas.
3) Isso faz com que o mundo seja experienciado através da ação, não apenas representado, alterando a compreensão da relação entre o indivíduo e o ambiente.
rentes sistemas que d�o vida �s pr�ticas comunicativas.
Compreende estudos sobre os
processos de organiza��o, transforma��o, produ��o, circula��o e consumo em ambientes comunicacionais conformados pelas intera��es entre sistemas sociais, culturais e tecnol�gicos, considerando a complexidade sist�mica e informacional dos fen�menos comunicativos. Neste sentido, os processos comunicacionais s�o percebidos e investigados n�o a partir do isolamento de suas partes, mas da diversidade de redes de fen�menos interconectados e interdependentes manifestos nas diferentes inst�ncias da cultura e que exigem pesquisas interdisciplinares e transdisciplinares frente � complexidade do objeto. Neste contexto, as pesquisas estruturam-se em torno das redes e processos comunicacionais e das linguagens, representa��es e est�ticas comunicacionais que envolvem o objeto investigado nas mais diversas esferas da vida social.As amplia��es sensoriais a respeito do conceito de ecossistemas comunicacionais foram reafirmadas na tese Um jeito amaz�nida de ser mundo: a Amaz�nia como met�fora do Ecossistema Comunicacional: uma leitura do conceito a partir da regi�o, defendida por Sandro Adalberto Colferai, no Programa de P�s-gradua��o em Sociedade e Cultura na Amaz�nia (PPGSCA). E nela se traz para o campo da Comunica��o o conceito de ena��o, advindo da Escola de Toronto, no Canad�, dirigida por Marshall McLuhan. E o conceito de ena��o amplia de forma substancial o conceito inicialmente proposto por n�s no Interfaces.3. O ser humano e as intera��es biot�cnicasH� ainda que se levar em conta o fato de que o conceito de ena��o corrobora a tese defendida neste artigo de que as tecnologias, por n�s denominadas M�dias Digitais, ampliam a capacidade de intera��o dos seres humanos com as m�quinas, por�m, tamb�m com o ambiente. Aqui, reafirmo uma parte do artigo publicado em Portugal.Naquele artigo, Colferai (2014) ensina:Mas ainda � preciso ir al�m, pois a leitura do Ecossistema Comunicacional que proponho n�o considera apenas o ambiente natural e o ser humano, mas tamb�m as amplifica��es sensoriais tornadas poss�veis pela tecnologia. � neste ponto que trago para minha proposta de leitura algumas das ideias apresentadas por autores vinculados � Escola de Toronto, em especial Marshall McLuhan (MCLUHAN, 1972; 2005) e Derrick de Kerckhove (KERCKHOVE, 1997; 2003), que se voltam para as materialidades da comunica��o. Em particular s�o importantes as proposi��es de Kerckhove sobre as psicotecnologias, ou novas formas de percep��o a partir de intera��es biot�cnicas. Intera��es biot�cnicas n�o s�o novidade para os seres humanos. Certa vez, ao assistir ao filme Mois�s, com meus filhos, vi a imagem da T�bua de Mois�s, em pedra. Comentei com eles: eis o primeiro tablet. Ao desenhar na pedra os mandamentos, Mois�s apontava a necessidade de armazenamento de informa��es por meio de am plia��es sensoriais resultadas de intera��es biot�cnicas. Ou algu�m pode negar que um �tablet de pedra� n�o era uma sensacional inova��o para a �poca?Mesmo nos prim�rdios, quando um gorila, por exemplo, tomava o osso de outro animal para us�- lo como tacape, abater outro animal e, com isso, garantir a sobreviv�ncia da esp�cie, eis a� uma intera��o biot�cnica, inovadora, capaz de garantir a sobreviv�ncia. Estamos, portanto, ao nosso ver, vivendo a era das amplia��es sens�rias, que se nos apresentam como novidades, que, no entanto, possuem raiz na necessidade dos seres humanos e dos seus antepassados de manter a vida sobre a Terra.O mundo da representa��o, legado que nos foi deixado pelo �Mito da Caverna�, de Plat�o, muito provavelmente, � um mundo da a��o, ou da �amplia-a��o�, visto como a��o ampliada. E uma a��o de intera��o com o ambiente, ainda que este ambiente seja, digamos, virtual, como o � atualmente. As tecnologias que se nos apresentam por meio das M�dias Digitais possuem essa capacidade de nos interconectar com sistemas e subsistemas, o que forma um ecossistema, que se torna redundante, inclusive na denomina��o, em fun��o das novas tecnologias de comunica��o (e intera��o).Assim sendo, para n�s do Interfaces, mais importante que os fios da rede, os n�s da rede precisam ser estudados, pois representam as interconex�es, que, em ess�ncia, s�o interdisciplinares, logo, precisam ser abordadas por meio de um olhar interdisciplinar. Do artigo publicado em Portugal temos:A principal altera��o, quando se passa da abordagem dos fen�menos pelo conceito de representa��o para o de ena��o, se d� na maneira como � compreendida a intera��o com o ambiente, com o meio. �Em vez de representar um mundo independente, [os sistemas] actuam um mundo como um dom�nio de distin��es que � insepar�vel da estrutura corporalizada pelo sistema cognitivo� (VARELA; THOMPSON; ROSCH, 2001, p. 187).O mundo, portanto, n�o � preestabelecido por meio das representa��es, mas, resultado das experi�ncias e das intera��es com o meio. Assim, � poss�vel vencer a ideia de que as informa��es existem (e est�o prontas) para serem consumidas. Mais que tudo, os meios de comunica��o modernos, circulam e se expandem, ou expandem o corpo, por interm�dio das M�dias Digitais, armazenadas nos dispositivos m�veis.Aqui � necess�rio, de novo, se esclarecer que, equivocadamente, a express�o M�dias Digitais � utilizada como se fosse algo a ser armazenado nos dispositivos m�veis. Em verdade, dispositivos m�veis e M�dias Digitais s�o similares e, pode-se dizer, expans�es do corpo, da mente e da alma humana capazes de promover intera��es biot�cnicas ampliadoras das capacidades dos seres humanos. Principalmente da capacidade de consumir informa��es, o que nos transforma em inform�voros, sem no entanto, sermos meramente consumidores de informa��es. Eis um novo trecho do artigo publicado em Portugal:As implica��es desta proposta nas Ci�ncias Humanas s�o evidentes, mas nem por isso incontroversas. A primeira delas � a impossibilidade de simplesmente consumir informa��es � no sentido de que h� inform�voros � pois o que h� � a coatua��o entre o indiv�duo e o ambiente (Eis o achado da tua proposta de Ecossistema Comunicacional. N�o?), num �emaranhado de processos perceptuais e cognitivos, alguns espec�ficos da esp�cie e outros espec�ficos da cultura�, o que distancia as no��es de que categorias sobre o mundo s�o preestabelecidas e independentes de �nossas capacidades perceptuais e cognitivas� (VARELA; THOMPSON; ROSCH, 2001, p. 224-225). Desta forma o mundo ao inv�s de ser representado passa a ser experienciado e atuado.Assim sendo, para Derrick de Kerckhove �a pele como dispositivo de comunica��o e n�o de prote��o faz todo o sentido� (KERCKHOVE, 1997, p. 128). O que nos permite concluir que �os artefatos de comunica��o s�o prolongamentos da mente e do corpo�. Sobre os prolongamentos sensoriais, Colferai (2014) ressalta:A posi��o que assumo, e que � fundamental para a leitura que proponho do Ecossistema Comunicacional, � de que esta percep��o aproxima suas proposi��es daquelas apresentadas por Maturana e Varela (1995) para a autopoiese e para o conceito de ena��o explicitado por Varela (VARELA; THOMPSON; ROSCH, 2001). Os artefatos de comunica��o, proporcionados pela crescente sofistica��o tecnol�gica que se firmou a partir do s�culo XX, resultam na prolifera��o de interfaces sensoriais, prolongamentos de mentes e corpos, e nos fazem ter um ponto de vista tamb�m estendido.Com isso �n�o � o mundo que se est� a tornar global, somos n�s� (KERCKHOVE, 1997, p. 123), numa amplitude que torna poss�vel considerar que o tamanho efetivo de nosso corpo � o tamanho do planeta. O que as tecnologias fazem � potencializar sentidos naturais, a vis�o e a audi��o principalmente, com perturba��es percebidas pelo sistema nervoso.Sem modifica��es, o trecho a seguir, publicado no livro organizado por Canavilhas e Satuf (2015), d� uma medida exata das interconex�es fundamentais para os estudos dos Ecossistemas Comunicacionais e de como as M�dias Digitais s�o capazes de ampliar o corpo com o fim de garantir a sobreviv�ncia.Entre os argumentos de Kerckhove (1997) est� o de que a linguagem, que tornou poss�vel as intera��es entre seres humanos distantes fisicamente e no tempo � principalmente ap�s o surgimento do alfabeto �, tamb�m fez com que nos aprision�ssemos dentro de nossos corpos e perd�ssemos as conex�es com o ambiente. Quanto mais nos aprofund�vamos numa cultura voltada para a linguagem transformada em alfabeto e posta em circula��o em suportes cada vez mais sofisticados, mais nos volt�vamos para o nosso interior, para o que nossas mentes falavam dentro de n�s protegidas pela fronteira em que foi convertida a pele. Quanto mais nos comunic�vamos pela linguagem e pelo suporte proporcio nado pelo alfabeto, mais esta opera��o era vista como via preferencial de intera��o, mais nos apart�vamos da ideia de fazer parte do ambiente. Er�mos n�s aqui e o ambiente l�!A cristaliza��o desta forma de conhecer fez com que uma crise se estabelecesse no momento em que as refer�ncias culturais deixaram de estar exclusivamente ancoradas no texto impresso e passaram a dividir as aten��es com uma crescente cultura eletr�nica. E os sintomas da crise crescem conforme se multiplicam e se complexificam os aparatos tecnol�gicos eletr�nicos desde o surgimento do r�dio, do cinema e da televis�o, mas especialmente a partir da crescente � e inescap�vel � presen�a de aparatos que conectam em rede n�meros cada vez maiores de indiv�duos. As caracter�sticas desta crise a fazem assemelhar-se �quela vivida no per�odo oral, pr�-imprensa, mas que pela velocidade com que ocorre o contato com os equipamentos eletr�nicos de acesso � web, por exemplo, e pela amplitude que isso proporciona, pode ser tomada como mais impactante do que aquela para os modos de vida. As tecnologias s�o agora n�o apenas aparatos, mas extens�es que amplificam n�o somente o alcance, mas tamb�m a presen�a do humano. A estas tecnologias Kerckhove chama de psicotecnologias �baseado no modelo da biotecnologia, para definir qualquer tecnologia que emula, estende, ou amplifica o poder das nossas mentes�, especialmente quando diversos suportes �combinam-se para criar ambientes que, juntos, estabelecem um dom�nio de processamento de informa��o� (KERCKHOVE, 1997, p. 34).4. A velha nova tecnologia que nos uneSem utilizar a mesma ordem de argumentos apresentados no artigo anterior, tomo os mesmos exemplos para refor�ar a tese de que tecnologias s�o amplia��es do corpo, n�o s�o nenhuma novidade como concep��o. Mas, refor�am a tese de que s�o m�tuos movimentos de intera��o do homem com o meio e com seu meio. Eis o texto, a seguir, que era parte do in�cio do artigo publicado em Portugal.As primeiras interconex�es entre dispositivos m�veis e corpo humano, para efeito deste artigo, ocorreram no dia 13 de novembro de 2014, quando fui convidado para participar do �Meeting Comunica��o estrat�gica com os p�blicos: o futuro da Comunica��o nos meios de comunica��o de massa�, no Centro de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). Recebi os brindes: Vieram acompanhados de uma caneta esferogr�fica. Entre os dias 19 e 21 de novembro de 2014, participei do Encontro de Pr�-reitores de Pesquisa das universidades brasileiras (ENPROP), em �guas de Lindoia, S�o Paulo. J� nas inscri��es, o material de cada um dos participantes continha uma pasta, na qual t�nhamos o seguinte material:Ao que parece, � regra em todos os eventos que os participantes recebam agendas, cadernos de anota��es e quetais. S�o brindes cujo suporte � anal�gico. Na fun��o, no entanto, exercem o mesmo papel de extens�o do corpo. Mais uma vez, portanto, tem-se a certeza de que as M�dias Digitais n�o s�o novidades e que as tecnologias ditas modernas s�o reaplica��es de antigos, digamos, h�bitos humanos de armazenar, inclusive informa��es, para garantir a sobreviv�ncia.5. Conjecturas que antes n�o eram conclus�esTomei por empr�stimo da literatura o primeiro exemplo para iniciar as conjecturas, que no artigo publicado em Portugal, n�o eram parte da conclus�o. A remodelagem do artigo tem a finalidade de, exatamente, nos permitir concluir a partir de algo que antes n�o era visto como conclus�o. Exemplo t�pico de ena��o no pr�prio texto. E de como o texto tamb�m pode funcionar como um Ecossistema. Eis o texto que, agora, conclui este novo artigo:Lembrei-me de uma das primeiras aulas ministradas no Programa de P�s-gradua��o em Ci�ncias da Comunica��o (PPGCCOM) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em 2008, � �poca, por mim coordenado. Era a disciplina obrigat�ria �Epistemologia�. Pedi a um dos estudantes que definisse �Ciberespa�o�. Ele respondeu que era �tudo o que estava sobre nossas cabe�as�. Para o senso comum, a ideia � mesmo esta: tudo o que est� sobre as nossas cabe�as � o ciberespa �o. Naquela aula tentei explicar, de modo bem simplificado, que, na literatura, est� o maior exemplo de o que seja o ciberespa�o: � o ambiente aparentemente virtual que o leitor cria (ou recria), na mente, ao ler um romance, um poema. Quando algu�m, em tempos idos, mandar uma carta narrando detalhes do ambiente, da pr�pria pessoa e do sentimento que os envolvia, ao abrir a carta e l�-la, a amada ou o amado recriava o seu ciberespa�o, nem sempre coincidente com o dele. Os atuais namoros virtuais, os ambientes, as imagens que se fazem das pessoas, inclusive, os crimes cometidos contra desavisados e desavisadas s�o exemplo de que o ciberespa�o parece ser uma necessidade intr�nseca ao ser humano.Quanto � novidade, o mesmo se pode dizer do link e do hiperlink, tratados aqui e em quase todos os textos sobre o assunto como sin�nimos. Aparecem como express�o ou imagem, normalmente sublinhados e na cor azul, como forma de conduzir para outra p�gina, outro endere�o na World Wide Web (WEB). S�o ferramentas, digamos, que �conduzem� a navega��o. Mas, o que se dizer dos t�tulos, dos sum�rios, das manchetes de jornais, por exemplo? Possuem os mesmos princ�pios, as mesmas funcionalidades dos atuais e modernos links e hiperlinks.E o Spam? Embora se nos apresente como novo, com o pomposo nome em ingl�s, que significa, embora n�o haja tradu��o em portugu�s, mensagens inapropriadas ou irrelevantes envidas para, pela internet, para in�meros recipientes. Tais recipientes, antes quanto agora, recebem o nome de caixa postal. Mas, qual diferen�a h� entre osspams e as antigas cartas indesejadas que receb�amos ou eram deixadas nas nossas caixas postais, geralmente para oferecer produtos ou servi�os? Esperar o carteiro ansiosamente era o que os mais antigos faziam, com a mesma ansiedade que hoje em dia, fazemos ao abrir nossos e-mails in�meras vezes ao dia.Vejo o Twitter como o balc�o de um bar, no qual nos encostamos, deixamos poucas palavras � no Twitter apenas 140 caracteres � e vamos embora. Folhas, lan�adas ao vento, que se espalham como fossem v�rus. Era como se dizia antigamente dos fuxiqueiros, dos fofoqueiros que viviam disso: chegar nas pequenas aglomera��es, geralmente na frente das casas, e espalhar �veneno� para todos os lados. Hoje em dia, no Twitter, ganhou a velocidade da luz.O Facebook parece ser uma evolu��o do blogue que, ao meu ver, � a met�fora moderna de �o meu querido di�rio�, espa�o privado, com chave e tudo, no qual registr�vamos nossas anota��es secretas, nossos segredos. Coisas que nem pais e irm�os deveriam saber, mas, divid�amos com os amigos mais pr�ximos. Em �o meu querido di�rio�, tamb�m eram coladas as fotografias secretas, a serem compartilhadas com os amigos, mas, escondidas dos pais. Eis a diferen�a: hoje, no Facebook, a mesma l�gica � mantida, mas, as fotografias s�o compartilhadas abertamente, inclusive, com desconhecidos.Nem as redes de colabora��o s�o novidade. Klein (2005) apud Peborgh (2013, p. 39) garante que �as primeiras redes de colabora��o foram estabelecidas h� mais de 50 mil anos�. Klein baseia sua teoria nos achados do Antrop�logo Stanley Ambrose que teria encontrado, no Lago Naivasha, no Qu�nia, �cascas de ovos de avestruz esculpidas com c�rculos de aproximadamente seis mil�metros de di�metro.� Achados semelhantes em cavernas da Tanz�nia e da �frica do Sul indicam que esses pequenos objetos desempenharam um papel fundamental na sobreviv�ncia dos seres humanos que os utilizavam: eram s�mbolos que os membros das comunidades primitivas da regi�o trocavam entre si para estabelecer la�os de colabora��o. Eles representavam um compromisso m�tuo entre os v�rios grupos vizinhos, e garantiam a todos os integrantes a ajuda e o apoio de que precisariam caso fossem afetados pela seca ou por algum outro tipo de desastre. Eles tamb�m permitiam �queles que os possu�ssem adentrar os territ�rios uns dos outros em busca de ref�gio (PEBORGH, 2013, p. 39).Desse modo, o homem passou a permutar s�mbolos como uma forma de fortalecer parcerias. Por meio do desenvolvimento de diferentes linguagens � ou seja, de sistemas simb�licos distintos � ele conseguiu canalizar a��es coletivas que lhe permitiram evoluir enquanto esp�cie. Isso se mostrou verdadeiro tanto em rela��o � ca�a � que, organizada de maneira coletiva, proporcionou in�meros benef�cios em compara��o �quela exercida individualmente � quanto � agricultura, � vida em comunidade e ao desenvolvimento da ci�ncia e da tecnologia.� como afirma PBORG (2013, p. 40): �[...] Portanto, gra�as � capacidade de colabora��o impregnada em seu DNA, a humanidade foi capaz de evoluir, e os seres humanos, de sobreviver�. Neste ponto, faz-se necess�rio registrar que, embora Charles Darwin tenha ganho fama como o criador da �Teoria da Evolu��o�, que estabeleceu a evolu��o, como teoria, de fato, foi o bi�logo franc�s Jean-Baptiste de Lamarck.Lipton (2007, p. 24) afirma:Lamarck n�o apenas apresentou sua teoria 50 anos antes de Darwin, como ofereceu uma explica��o menos dr�stica para os mecanismos da evolu��o. Sua teoria diz que a evolu��o est� baseada em uma intera��o cooperativa entre os organismos e seu meio ambiente, que lhes permite sobreviver e evoluir em um mundo din�mico. Afirmava que os organismos passam por adapta��es necess�rias � sua sobreviv�ncia em um ambiente que se modifica constantemente. [...]Ao que nos parece, a hip�tese defendida por Lamarck se nos apresenta mais adaptada ao que defendem os bi�logos modernos que a hip�tese da evolu��o proposta por Darwin de que os mais fortes sobrevivem e os mais fracos fenecem ao longo do tempo. O surgimento da Internet e das M�dias Digitais como forma de intera��o humana potencializa��o a capacidade de coopera��o em redes.Pborg (2013, p. 40-41) reflete:[...] Atualmente, a capacidade de colabora��o entre homens � inerente � pr�pria condi��o humana � encontra-se mais forte do que nunca. Ali�s, atrav�s da utiliza��o dessas ferramentas e redes sociais, os seres humanos est�o aprendendo um novo idioma que, pela primeira vez na hist�ria, cria condi��es e fornece ferramentas necess�rias para uma participa��o massiva da sociedade. [...]Todavia, � preciso refletir sobre algumas quest�es: Quais s�o os atributos dessa linguagem? De que compet�ncias e habilidades precisamos para podermos utiliz�-las? Por que a linguagem da web pressup�es um gigantesco salto de consci�ncia na hist�ria da humanidade, capaz de facilitar o acesso do homem a meios de vida e de desenvolvimento sustent�vel?Aqui demonstramos que as coisas que se nos apresentem como novidades, inclusive a Teoria da Evolu��o, em verdade, s�o resultados de pesquisas e insights mais antigos. Ao mesmo tempo, parece evidente que as M�dias Digitais potencializaram a capacidade humana de colabora��o que, ao que tudo indica, promove a evolu��o da humanidade, dos seres humanos. Somos, aparentemente, resultado do que evolu�mos.6. Refer�ncias bibliogr�ficasALVES, Rubem, Varia��es sobre o prazer. 2. ed. S�o Paulo: Planeta, 2014.COLFERAI, Sandro Adalberto. Um jeito amaz�nida de ser mundo � a Amaz�nia como met�fora do ecossistema comunicacional: uma leitura do conceito a partir da regi�o. Tese (doutorado) � Universidade Federal do Amazonas, Instituto de Ci�ncias Humanas e Socias, P�s-Gradua��o em Sociedade e Cultura na Amaz�nia, 2014.DANTAS, Jane Santos; MONTEIRO, Gilson. Ecossistemas comunicacionais: uma vis�o pr�tica. In: MONTEIRO, Gilson; ABUDD, Maria Em�lia de O. Pereira; FEITOZA, Mirna (Orgs). Estudos e Perspectivas dos Ecossistemas na Comunica��o. Manaus: Ufam, 2012.KERCKHOVE, Derrick de. A pele da cultura � Uma investiga��o sobre a nova realidade eletr�nica. Trad. Lu�s Soares e Catarina Carvalho. Lisboa-Portugal: Rel�gio D��gua Editores, 1997. MONTEIRO, Gilson; COLFERAI, Sandro. Por uma pesquisa amaz�nida em comunica��o: provoca��es para novos olhares. In: Comunica��o Midiatizada na e da Amaz�nia./ Organizadores: Maria Ataide Malcher, Net�lia Silva dos Anjos Seixas, Regina L�cia Alves de Lima, Otac�lio Amaral Filho; Autores: Gino Giacomini Filho... [et al.]. � Bel�m: FADESP, 2011._______________. ABUDD, Maria Em�lia de O. Pereira, FEITOZA, Mirna (Orgs). Estudos e perspectivas dos ecossistemas na comunica��o. Manaus: Ufam, 2012.PEBORGH, Van Ernesto. Redes: o despertar da consci�ncia planet�ria. S�o Paulo: DVS Editora, 2013.VARELA, Francisco; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor. A mente corp�rea: ci�ncia cognitiva e experi�ncia humana. Lisboa-Portugal: Piaget, 2001.