Você está na página 1de 4

Nome do(a) aluno (a): Flávia Helena do Espírito Santo

Matrícula: 21/0039191

Data: Abril. 2021

Referência bibliográfica:

ROCHA, Cláudia Lacombe; RONDINELLI, Rosely Curi. Gestão e preservação


de documentos arquivísticos digitais: revisitando alguns dos conceitos que as
precedem. Acervo, v. 29, n. 2, p. 61-73, 2016.

Sobre o(a) autor(a):

Cláudia Lacombe é graduada em História e mestre em Informática. Supervisiona


a equipe de gestão de documentos digitais no Arquivo Nacional. Preside a Câmara
Técnica de Documentos Eletrônicos do Conselho Nacional de Arquivos. Experiência na
área de Arquivos e Sistemas da Computação.

Rosely Curi Rondinelli é arquivista pela Fundação Casa de Rui Barbosa, doutora
em Ciência da Informação. Membro da Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos do
Conarq. Integrou a equipe de tradução e glossário multilíngue do Projeto InterPARES
Trust. Autora dos livros Gerenciamento arquivístico de documentos eletrônicos - FGV
2002 e O documento arquivístico ante à realidade digital: uma revisão conceitual
necessária - FGV 2013.

Objetivo:

O objetivo do artigo é revisitar conceitos básicos da arquivologia e da


diplomática a partir da disseminação da tecnologia digital no campo doméstico e
corporativo, abordando a interdisciplinaridade dos conceitos.

Argumento central:

O argumento central das autoras é necessidade de revisitação das teorias,


metodologias e práticas utilizadas nos campos da Arquivologia para lidar com as novas
práticas em relação à imparcialidade e autenticidade de documentos de arquivo com o
advento da tecnologia digital.

Ideias principais:

As autoras trazem a necessidade de definição de “documento arquivístico” a


partir da tecnologia, com a separação entre documento e suporte e a aleatoriedade da
definição de dado, informação, documento arquivístico, documento digital e documento
arquivístico digital (p.62)

“A maneira hierárquica como os conceitos são interpretados demonstra como


cada um traz dentro de si a semente do outro, num advir harmônico, sem rupturas, que
só confirma a solidez dos princípios teóricos da arquivologia em meio à realidade
digital” (p.63).

Os termos “prova” e “evidência” ganham foco na comunidade arquivística a


partir da documentação digital. Autores como Brothman (2002) e Silva (2009)
entendem o termo “prova” como demonstração da verdade, surgindo a necessidade de
explicar o sentido real do termo à medida que um documento é produzido, para não ferir
a essência da entidade arquivística, entendida como registro natural e imparcial das
ações humanas, evitando o comprometimento do potencial e da produção do documento
(p.65).

O documento seria então um sinal que apontaria para o evento que o originou.
Tratando-se da noção de evidência como algo que pode estar contido no documento
arquivístico (p.66).

Segundo as autoras, o documento arquivístico é a prova do agir humano,


apontando para o evento que regista e estabelece uma relação de inferências (p.66).

Eastwood (2010) considera que os arquivos nascem espontaneamente dos feitos


da sociedade, identificando os documentos arquivísticos como um produto social (p.67).

Alonso, (1989) Documento: “testemunho da atividade do homem, fixado em um


suporte perdurável”.
Meadow, Ruan (1997) Informação: “conjunto de símbolos com significado para
o receptor”.

MacGuerry (1984) Dado: “matéria prima a partir da qual se pode estruturar


informações [...] ou qualquer conjunto de símbolos a partir do qual outros símbolos
podem ser produzidos”.

Conarq – Documento arquivístico: “documento produzido no uso de uma


atividade prática e retido para ação ou referência”.

CTDE (2014) Documento digital: informação registrada, codificada em dígitos


binários, acessível e interpretável por meio de sistema computacional”.

Documento original segundo a Diplomática é o primeiro documento completo e


efetivo (Mc Nail, 2000).

Brothman (2002) diante das novas tecnologias digitais o objeto da arquivologia


era o documento como prova das ações humanas e não simplesmente informação de
todo tipo.

Segundo a CTDE (2014) a autenticidade é a “credibilidade de um documento


enquanto documento, isto é, a qualidade de um documento ser o que diz ser e que está
livre de adulteração ou qualquer outro tipo de corrupção”.

“De acordo com o Projeto InterPARES, a autenticidade dos documentos


arquivísticos digitais encontra-se especialmente em condições de vulnerabilidade
quando estes documentos estão fora do controle de um sistema informatizado, como por
exemplo, quando documentos são transmitidos para pessoas ou outros sistemas, quando
a tecnologia em uso é atualizada ou substituída (migração) ou ainda quando os
documentos mudam de custódia (Duranti et al., 2008) (p.69).

A autenticidade é uma característica ameaçada no contexto digital devido à


facilidade com que podem ser alterados.

“Uma autenticação independente da tecnologia é uma presunção de


autenticidade que é feita com base na análise de forma e do conteúdo dos documentos e
do ambiente em que foram produzidos e mantidos. Outro elemento importante dessa
autenticação é a confirmação da existência de uma cadeia de custódia interrupta dos
documentos, desde o momento de sua produção até a transferência para o Arquivo
responsável pela sua preservação. Uma quebra nessa cadeia de custódia pode significar
a perda de controle sobre os documentos e, consequentemente, torná-los vulneráveis à
adulteração” (p.69).

A assinatura digital não garante a autenticidade a longo prazo no arquivamento


de documentos digitais (p.70).

As autoras concluem reiterando a importância de estar sempre revisitando os


conceitos com o objetivo de melhorá-los.

Comentários:

Lacombe e Rondonelli trazem um debate importante na questão da


conceitualização dos termos referentes à documentos e informação. É crucial para o
campo da ciência estar em constante debate sobre termos técnicos e teóricos, visto que
as mudanças acontecem ainda mais rapidamente com o advento tecnológico. Percebe-se
também a necessidade de garantir a autenticidade de documentos digitais e as fronteiras
desse processo, sendo necessário dar mais ênfase nos estudos para garantir que essa
prática seja realizada e mantida de forma segura.

Referências:

Disponível em: <https://www.escavador.com/sobre/4845361/claudia-carvalho-masset-


lacombe-rocha>. Acesso em: 25 abr. 2022.
Disponível em:<https://www.escavador.com/sobre/5489414/rosely-curi-
rondinelli#:~:text=Rosely&text=Curi&text=Rondinelli>. Acesso em: 25 abr. 2022.

Você também pode gostar