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Biologia 12ºano

Relatório Experimental:
Cruzamento Drosophila melanogaster

Prof. Ana Pereira

Um trabalho de:

Bruna Rodrigues, Guilherme Pereira, Maria Martins,


Sara Sousa e Vitória Alves
Lisboa, 18 março de 2024
Lista de Figuras

FIG 1.1: Primeira observação microscópica........................................................................5

FIG 1.2: Divisão Celular das Drosophilas...........................................................................5

FIG 1.3: Fêmea de olhos vermelhos virgem........................................................................6

FIG.1.4: Fêmea de olhos vermelhos e macho de olhos brancos utilizados..........................6

FIG 1.5: Meio de cultura da primeira geração.....................................................................6

FIG 1.6: F1 do cruzamento fêmeas W e machos w- ...........................................................7

FIG 1.7: Diferentes balanceadores e a sua expressão..........................................................8

FIG 1.8: Comparação lado a lado de pupa normal e com o balanceador TM6B.................8

FIG 1.9: Processo de seleção das fêmeas virgens................................................................9

FIG 1.10: Separação moscas................................................................................................9

FIG 1.11: Observação microscópica da separação.............................................................10

FIG 1.12: Comparação das asas de mosca com balanceador CURLY a asas normais.......10

FIG 1.13: Macho com balanceador CURLY e MKRS.......................................................11

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Lista de Tabelas

Tabela 1.1: Resultados obtidos na F1....................................................................................12


Tabela 1.2: Resultados obtidos na F2....................................................................................12
Tabela 1.3: Resultados dos double balencers dos cromossomas II e III...............................13
Tabela 2.1: Xadrez Mendeliano inicial..................................................................................14
Tabela 2.2: Xadrez mendeliano da segunda geração.............................................................14

Tabela 3.1: Xadrez mendeliano da geração F1......................................................................16

Tabela 3.2: Xadrez mendeliana da geração F2......................................................................16

Tabela 3.3: Xadrez mendeliano da F1 machos olhos vermelhos x fêmeas olhos brancos....16

Tabela 3.4: Xadrez mendeliano da F2 machos olhos brancos x fêmeas olhos vermelhos....17

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Metodologia

No âmbito da disciplina de Biologia do 12º ano, fomos desafiados a realizar um trabalho-


projeto no decorrer do ano letivo que envolvesse, inicialmente, uma pesquisa teórica acerca do
tema a desenvolver e, posteriormente, a sua respetiva componente prática. Dos três domínios
das aprendizagens essenciais, propostos pela professora Ana Pereira, optámos pela
genética/hereditariedade.

Primeiramente tentou-se recriar os trabalhos de Mendel responsáveis por fornecer informações


valiosas sobre a área em estudo, através do cruzamento de Athyrus odoratus (ervilhas-de-
cheiro) para analisar de que modo as diferentes características desta planta como, por exemplo,
a cor e formato da semente, passam de geração em geração. No entanto, após as dificuldades
de encontrar a planta, devido às condições climatéricas, que impediam a realização da
componente prática no devido tempo previsto de entrega do trabalho final, repensámos o
melhor caminho a seguir. A vinda da Doutora Raquel Oliveira à nossa escola para a sua palestra
“Dança dos Cromossomas” abriu-nos as portas para uma possível parceria dado que na sua
apresentação estavam presentes as Drosophila melanogaster (moscas-da-fruta) muito
utilizadas como modelo experimental na genética, devido às suas diversas características,
principalmente a nível de cromossomas, e entrámos, posteriormente, em contacto.

Estabeleceu-se a relação com a sua equipa e o Instituto Gulbenkian de Ciência, e,


posteriormente, a Dr. Raquel encaminhou-nos para a Dr. Alexandra Tavares que trabalha
diariamente com as moscas e é responsável, não só, por ajudar na gestão do laboratório como,
também, a nível geral, todos aqueles que precisem. Deste modo, deslocámo-nos ao Instituto
para uma primeira sessão, na qual, essencialmente falámos com a Dr. Alexandra acerca do que
pretendíamos realizar com este projeto, o que seria preciso e o que o instituto nos poderia
oferecer. Foi uma sessão particularmente importante, pois pudemos acima de tudo conhecer
melhor esta espécie a nível das características exteriores como a distinção entre os machos e
fêmeas, cor dos olhos, formato das asas e os seus diferentes cromossomas e respetivas divisões
celulares, através de uma primeira observação microscópica.

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FIG 1.1: Primeira observação microscópica

FIG 1.2: Divisão Celular

Numa segunda ida ao laboratório, iniciou-se com a Dr. Alexandra a montagem da experiência.
Escolhemos utilizar para a primeira geração fêmeas de olhos vermelhos e machos de olhos
brancos. Deste modo, recorreu-se a um processo de seleção de entre um meio de cultura w-
(olhos brancos) dos machos e de um meio de cultura W (olhos vermelhos) de fêmeas virgens
(moscas que apresentem uma mancha preta na zona do abdómen que indica que o intestino não
foi utilizado, ou seja, que a mosca é muito jovem e, como tal, imatura sexualmente) para que
pudéssemos garantir a veracidade dos resultados, relativamente, a uma possível presença de
ovos de cruzamentos passados. Para este processo recorreu-se à utilização de uma placa de CO2
responsável por adormecê-las eficazmente, possibilitando a sua manipulação. Quando
obtivemos os machos e as fêmeas que necessitávamos (FIG 1.4) colocámo-las num novo meio
de cultura (FIG 1.5).

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FIG.1.3: Fêmea de olhos vermelhos virgem

FIG.1.4: Fêmea de olhos vermelhos e macho de olhos brancos utilizados

FIG.1.5: Meio de cultura da primeira geração

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Demos, então, por concluída uma primeira fase do trabalho projeto, dado que, toda a pesquisa
teórica estava concluída, bem como a montagem da experiência que nos permitia responder à
questão a analisar: “De que modo se transferem as diferentes características de geração em
geração?”.

Após um período de cerca de duas semanas, tempo necessário para o seu desenvolvimento,
regressámos ao laboratório para fazer a contagem da 1ª geração. Verificou-se que todas
apresentavam olhos vermelhos.

FIG 1.6: F1 do cruzamento fêmeas W e machos w-

Devido ao interesse demonstrado por nós face ao ciclo celular, nomeadamente aos
cromossomas, a Doutora Alexandra apresentou-nos os double-balencers, que são muito
utilizados em laboratório. Estes são iguais a cromossomas, apresentando pequenas inversões,
de modo a estabilizar um genótipo com a característica que desejarmos. Isto é possível porque
os alelos com balanceador nunca se emparelham entre si, dado que, nesse estado, são letais,
pelo que se associam a alelos normais e passam a característica de geração em geração. Deste
modo, iniciou-se um novo meio de cultura, no qual se utilizou fêmeas virgens sem
balanceadores e machos com os balanceadores IF (olhos amendoados) e CURLY (asas
encaracoladas) no cromossoma II e MKRS (pelos mais grossos) e TM6B (tufo de pelo no olho)

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no cromossoma III. O balanceador TM6B é o único que se pode observar recorrer ao genótipo
dado que as larvas são mais gordas.

FIG 1.7: Diferentes balanceadores e a sua expressão

FIG 1.8: Comparação lado a lado de pupa normal e com o balanceador TM6B

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FIG 1.9: Processo de seleção das fêmeas virgens.

Novamente, após um período de espera de duas semanas, regressámos para uma última
observação e respetiva verificação dos resultados.

Relativamente ao cruzamento entre machos de olhos brancos e fêmeas de olhos vermelhos,


contou-se a totalidade da F2 e a respetiva cor dos olhos e, posteriormente, separou-se por cor
nas placas de CO2.

FIG 1.10: Separação moscas

FIG 1.11: Observação microscópica da separação

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Em relação ao cruzamento com os machos balanceados, os descendentes poderiam apresentar
apenas uma característica relativa a cada cromossoma, pelo que, a nossa observação foi apenas
para confirmar as que se manifestaram.

FIG 1.12: Comparação das asas de mosca com balanceador CURLY a asas normais

FIG 1.13: Macho com balanceador CURLY e MKRS

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Resultados

Do cruzamento entre linhagens puras de fêmeas de olhos vermelhos e machos de olhos brancos
obteve-se que 100% das moscas tinham olhos vermelhos.

Cor \ Sexo Macho Fêmea

Vermelho 50% 50%

Branco 0% 0%
TABELA 1.1: Resultados obtidos na F1

Do cruzamento da geração F2, das 343 moscas, obteve-se 283 moscas de olhos vermelhos e 60
machos de olhos brancos, pelo que não verificou a existência de fêmeas de olhos brancos.

Cor \ Sexo Macho Fêmea Total

Vermelho 76 moscas 207 moscas 283 moscas

Branco 60 moscas 0 moscas 60 moscas

Total 136 moscas 207 moscas 343 moscas

TABELA 1.2: Resultados obtidos na F2

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Relativamente ao cruzamento das fêmeas com machos balanceados, não efetuamos nenhuma
contagem, porém observámos as seguintes combinações correspondentes aos cromossomas II
e III.

+ 𝐼𝐹 𝑀𝐾𝑅𝑆
♀ x ; ♂
+ 𝐶𝑌𝑂 𝑇𝑀6𝐵

F1

+ +
(II) ou
𝐼𝐹 𝐶𝑌𝑂

+ +
(III) ou
𝑀𝐾𝑅𝑆 𝑇𝑀6𝐵

TABELA 1.3: Resultados dos double balancers dos cromossomas II e III

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Discussão dos Resultados

Relativamente ao cruzamento entre linhagens puras de fêmeas de olhos vermelhos e machos


de olhos brancos obtivemos que 100% dos seus descentes apresentavam olhos vermelhos, pelo
que, pudemos averiguar a dominância do fenótipo cor vermelha relativamente aos olhos.
Assim, recorrendo a um xadrez mendeliano inicial teríamos os seguintes genótipos:

♂\♀ W+ W+

w- W+w- W+w-

w- W+w- W+w-
TABELA 2.1: Xadrez Mendeliano inicial

Deste xadrez podemos averiguar que 100% das moscas apresentariam um genótipo W+w- e
um fenótipo de 100% olhos vermelhos.

Na geração F2 obtivemos das 343 moscas uma proporção fenotípica de cerca de ¾ com olhos
vermelhos e ¼ olhos brancos, sendo estes últimos apenas machos. Recorrendo, novamente, a
um xadrez mendeliano podemos observar que as proporções estão de acordo com o que seria
previsto, no entanto, não é possível obter uma explicação para todos os olhos brancos serem
machos com o xadrez abaixo:

♂\♀ W+ w-

W+ W+W+ W+w-

w- W+w- w-w-
TABELA 2.2: Xadrez Mendeliano xadrez da segunda geração

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De acordo com este xadrez 25% das moscas apresentam genótipo W+W+, 50% W+w- e 25%
w-w- e um fenótipo de 75% olhos vermelhos e 25% olhos brancos.

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Considerações Finais

Após uma reflexão dos resultados obtidos face a uma descendência de olhos brancos apenas
composta por machos, pudemos inferir que esta característica está associada ao cromossoma
X, isto porque, ao contrário das fêmeas que apresentam dois cromossomas X, os machos apenas
apresentam um. Deste modo a informação contida será a manifestada seja esta dominante ou
recessiva. Ao contrário das fêmeas que como apresentam dois, a característica manifestada será
a dominante, neste caso, os olhos vermelhos. Assim, obtemos o seguinte xadrez mendeliano:

♂\♀ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑊+

𝑋 𝑤− 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤− 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤−

Y 𝑋 𝑊+ 𝑌 𝑋 𝑊+ 𝑌

TABELA 3.1: Xadrez mendeliano da geração F1

♂\♀ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤−

𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤−

Y 𝑋 𝑊+ 𝑌 𝑋 𝑤− 𝑌

TABELA 3.2: Xadrez mendeliano da geração F2

Embora não tenhamos realizado o cruzamento entre machos de olhos vermelhos e fêmeas de
olhos brancos podemos inferir com base nas conclusões da atividade experimental anterior que
o resultado da F1 e F2 seriam respetivamente:

♂\♀ 𝑋 𝑤− 𝑋 𝑤−

𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤− 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤−

Y 𝑋 𝑤− 𝑌 𝑋 𝑤− 𝑌

TABELA 3.3: Xadrez mendeliano da F1 machos olhos vermelhos x fêmeas olhos brancos

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♂\♀ 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤−

𝑋 𝑤− 𝑋 𝑊+ 𝑋 𝑤− 𝑋 𝑤− 𝑋 𝑤−

Y 𝑋 𝑊+ 𝑌 𝑋 𝑤− 𝑌

TABELA 3.4: Xadrez mendeliano da F2 machos olhos brancos x fêmeas olhos vermelhos

Os trabalhos de Morgan foram fundamentais para mostrar experimentalmente a Teoria


Cromossómica da Hereditariedade que aqui recriámos, tendo obtido os resultados desejados e
as respetivas conclusões. Deste modo, observámos na prática, não só as leis de Mendel como
também a teoria de Morgan.

No decorrer da atividade prática, enfrentámos algumas dificuldades a nível da distinção entre


machos e fêmeas e se estas eram virgens. No entanto, no decorrer do trabalho fomos adquirindo
esses conhecimentos e pudemos garantir a veracidade dos resultados com a ajuda da Dr.
Alexandra que nos guiou ao longo de todo o processo e nos orientou da melhor forma acerca
desta espécie.

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