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Língua Portuguesa

Fonologia e Ortografia

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Fonologia.............................................................................................................................5
Ditongo ............................................................................................................................................... 5
Tritongo .............................................................................................................................................. 5
Hiato ................................................................................................................................................... 5
Dígrafos consonantais ................................................................................................................................................ 6
Dígrafos vocálicos ....................................................................................................................................................... 6

5 Divisão Silábica ....................................................................................................................8


6 TONICIDADE ........................................................................................................................9
7 ORTOGRAFIA .......................................................................................................................9
8 Emprego de X e Ch ...............................................................................................................9
9 Emprego das Letras S e Z .................................................................................................... 12

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4 Fonologia
FONÉTICA E FONOLOGIA

Encontros vocálicos:

Ditongo

É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma


sílaba. Pode ser:

a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. Por exemplo: sé-rie (i =


semivogal, e = vogal)

b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. Por exemplo: pai (a = vogal,
i = semivogal)

c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca. Exemplos: pai, série

d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Por exemplo: mãe

Tritongo

É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa
ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal. Exemplos:

Paraguai - Tritongo oral


Saguão - Tritongo nasal

Hiato

É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes,
uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Por exemplo:

saída (sa-í-da)
poesia (po-e-si-a)

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ENCONTROS CONSONANTAIS

- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba,


como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se...

- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes:


por-ta, rit-mo, lis-ta, ad-vo-ga-do...

Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso,
inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go...

Dígrafos consonantais

Letras Fonemas Exemplos

lh lhe telhado

nh nhe marinheiro

ch xe chave

rr Re (no interior da palavra) carro

ss se (no interior da palavra) passo

qu que (seguido de e e i) queijo, quiabo

gu gue (seguido de e e i) guerra, guia

sc se crescer

sç se desço

xc se exceção

Dígrafos vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais.

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Fonemas Letras Exemplos

ã am tampa

an canto

em templo

en lenda

im limpo

in lindo

õ om tombo

on tonto

um chumbo

un corcunda

Sobre a divisão silábica, assinale a alternativa incorreta:


A) PERNAMBUCANA: Per-nam-bu-ca-na
B) MÃO: Mã-o
C) ASSASSINO: As-sas-si-No
D) BALAIO: Ba- lai-o

GABARITO: B

........................................................................................................................................................

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Morfemas são unidades mínimas de caráter significativo.

Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como:
mar, sol, lua, etc.

São elementos mórficos:

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1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos

2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores


da significação dos primeiros

3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.

pau-l-ada
cafe-t-eira
cha-l-eira
inset-i-cida
habil-i-dade
pe-z-inho

5 Divisão Silábica

Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

a) Não se separam os ditongos e tritongos.


Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou

b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.


Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa

c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.


Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co

d) Separam-se as vogais dos hiatos.


Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de

e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc.


Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te

f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se


aqueles em que a segunda consoante é l ou r.
Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car

.....................................................................................................................................................

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6 TONICIDADE

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da língua portuguesa que


contêm duas ou mais sílabas são classificados em:

Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.


Exemplos:

a-vó, u-ru-bu, pa-ra-béns,

Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.


Exemplos:

dó-cil, ra-pi-da-men-te, ba-na-na

Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima.


Exemplos:

má-xi-mo, pa-rá-bo-la, es-pé-ci-me

7 ORTOGRAFIA

8 Emprego de X e Ch

Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial "en".

Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

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Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus


derivados (enchente, enchimento, preencher...)

3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas


aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe,
roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo,


debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.

....................................................................................................................................

EMPREGO DE G e J:

Emprega-se o G:

1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem

Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem

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Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio

Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g

Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)4)
Nos seguintes vocábulos:

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege,
megera, monge, rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear

Exemplos:

arranjar: arranjo, arranje, arranjem


despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo)

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica

Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j

Exemplos:

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laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira


jeito- ajeitar
cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer

4) Nos seguintes vocábulos:

berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento

9 Emprego das Letras S e Z

Emprega-se o S:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical

Exemplos:

análise- analisar
catálise- catalisador
casa- casinha, casebre
liso- alisar

2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem

Exemplos:

burguês- burguesa inglês- inglesa

milanês- milanesa
chinês- chinesa

3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa

Exemplos:

catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa

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palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa

4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose

Exemplos:

catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose

5) Após ditongos

Exemplos:

coisa, pouso, lousa, náusea

6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados

Exemplos:

pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos

quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos

repus, repusera, repusesse, repuséssemos

7) Nos seguintes nomes próprios personativos:

Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás8)
Nos seguintes vocábulos:

abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão,despesa, empresa,


freguesia, fusível, maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio,
querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.

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Emprega-se o Z:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical. Exemplos:

deslize- deslizar
razão- razoável
vazio- esvaziar
raiz- enraizar
cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

inválido- rígido-
limpo-limpeza macio- maciez
invalidez rigidez
nobre- pobre- surdo-
frio- frieza
nobreza pobreza surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

Exemplos:

civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização


colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita

Exemplos: cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:

azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão,
cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e

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oZ

Exemplos:

cozer (cozinhar) e coser (costurar)


prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.

Veja os exemplos: exame - exato - exemplo - existir - exótico - inexorável

...........................................................................................................................................

VISÕES DA NOITE
Passai, tristes fantasmas! O que é feito
Das mulheres que amei, gentis e puras,
Umas devoram negras amarguras,
Repousam outras em marmóreo leito!
Outras no encalço de fatal proveito
Buscam à noite as saturnais escuras,
Onde empenhando as murchas formosuras
Ao demônio do ouro rendem preito!
Todas sem mais amor! Sem mais paixões!
Mais uma fibra trêmula e sentida!
Mais um leve calor nos corações!
Pálidas sombras de ilusão perdida,
Minh’alma está deserta de emoções,
Passai, passai, não me poupeis a vida!
(Autor: Fagundes Varella)

Considerando aspectos ortográficos, semânticos e de acentuação, leia as assertivas: I.


O sinal de pontuação empregado em “Minh’alma” é denominado apóstrofo. II. Os
vocábulos “trêmula” e “pálida” são proparoxítonos. III. O vocábulo “deserta” poderia
ser substituído, sem alterar o sentido expresso no texto, por “vazia”. Pode-se afirmar
que:
A) Apenas a assertiva I está incorreta.
B) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
C) A assertivas I, II e III estão corretas.
D) Apenas a assertiva III está incorreta.

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Gabarito: C

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Acentuação e Uso do Hífen

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Acentuação e Uso do Hífen...................................................................................................5
5 TONICIDADE ........................................................................................................................5
6 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ........................................................................................................5
7 REGRAS ESPECIAIS ...............................................................................................................6
8 QUESTÕES: ..........................................................................................................................7
9 USO DO HÍFEN .....................................................................................................................7

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4 Acentuação e Uso do Hífen

5 TONICIDADE

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da língua portuguesa que


contêm duas ou mais sílabas são classificados em:

Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.


Exemplos: a-vó, u-ru-bu, pa-ra-béns,

Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.


Exemplos: dó-cil, ra-pi-da-men-te, ba-na-na

Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepenúltima.


Exemplos: má-xi-mo, pa-rá-bo-la, es-pé-ci-me

6 ACENTUAÇÃO GRÁFICA
REGRAS BÁSICAS:

-- Acentuam-se as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o, seguidas ou


não de s.

Ex: já, fé, pés, pó, só, ás.

-- Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de s , em,


ens.

Ex: cajá, café, jacaré, cipó, também, parabéns, metrô, inglês alguém, armazém,
conténs, vinténs.

-- Não se acentuam: as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes nem os


infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las

Ex: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor, fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.

-- Acentuam-se as palavras paroxítonas exceto aquelas terminadas em a, e, o, seguidas


ou não de s, em, ens, bem como prefixos paroxítonos terminados em i ou r.

Ex: dândi, júri, órfã, César, mártir, revólver, álbum, bênção, bíceps, espelho, famosa,

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medo, ontem, socorro, polens, hifens, pires, tela, super-homem, anti-horário.

-- Acentuam-se as palavras proparoxítonas sem exceção.

Ex: ótimo, incômoda, podíamos, abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito,
nórdico, política, relâmpago, têmpora.

7 REGRAS ESPECIAIS

-- Acentuam-se as paroxítonas terminados em ditongo oral seguido ou não de s.

Ex: jóquei, superfície, água, área, aniversário, ingênuos.

-- Acentuam-se os ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos ou não de s em palavras


monossílabas e oxítonas.

Ex: carretéis, dói, herói, chapéu, anéis.

Atenção: Pela nova ortografia não se acentuam ditongos abertos ei, oi, eu, seguidos
ou não de s em palavras paroxítonas.

Ex: ideia, plateia, assembleia.

-- Não se acentuam, pela nova ortografia, palavras paroxítonas com hiato oo seguidos
ou não de s.

Ex: voos, enjoo, abençoo.

-- Também não se acentuam as palavras paroxítonas com hiato ee.


Ex: creem, leem, veem, deem.

-- Acentuam-se sempre as palavras que contenham i , u: tônicas; formam hiatos;


formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s; não seguidas de nh; não precedidas de
ditongo em paroxítonas; nem repetidas.

Ex: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, juízes, Piauí. Pela
regra exposta acima, não se acentuam: rainha, xiita, ruim, juiz, feiura.

-- O acento diferencial foi excluído. Mantém-se apenas nestas quatro palavras, para
distinguir uma da outra que se grafa de igual maneira:

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 pôde (verbo poder no tempo passado) / pode (verbo poder no tempo


presente);
 pôr ( verbo) / por (preposição);
 vem ( verbo vir na 3ª pessoa do singular) / vêm ( verbo vir na 3ª pessoa do
plural);
 tem ( verbo ter na 3ª pessoa do singular) / têm ( verbo ter na 3ª pessoa do
plural).

8 QUESTÕES:
1) Assinalar a alternativa em que o emprego do hífen está CORRETO:
A) Anti-religioso.
B) Inter-racial.
C) Auto-escola.
D) Contra-cheque.
E) Não-comparecimento

2) Sobre o correto uso, ou não do hífen, marque a alternativa incorreta.


A) Ei-lo / capim-açu / amá-lo-ei.
B) Coeducação / aeroespacial / agroindustrial.
C) Plurianual / pró-africano / vice-reitor.
D) Micro-radiografia / contra-regra / extra-regular.

Gabarito:

9 USO DO HÍFEN
Não será utilizado:

-Palavras compostas que perderam, em certa medida, as noções de composição são


grafadas aglutinadamente:

Ex: girassol, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé,

.........................................................................................................................................

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Ele continua sendo usado na maioria dos substantivos e adjetivos compostos:

Ex: anglo-americano, afro-asiático, arco-íris, tenente-

-coronel, tio-avô, guarda-noturno, norte-americano, afro-

-luso-brasileiro, azul-escuro, primeiro-ministro, conta-

-gotas, guarda-chuva, ano-luz...

Atenção a estes prefixos:

aero

agro

ante

anti

arqui

auto

bio

contra

eletro

entre

extra

geo

hidro

infra

intra

macro

maxi

micro

mini

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multi

neo

pluri

proto

pseudo

radio

retro

semi

sobre

supra

tele

ultra

Quando o segundo elemento começar com H ou vogal idêntica:

anti-horário anti-infeccioso arqui-inimigo

auto-observação contra-ataque eletro-ótica

intra-hepático micro-ondas micro-ônibus

micro-organismo mini-hotel multi-inseticida

pseudo-hermafrodita pseudo-orgasmo

sobre-humano supra-axilar tele-educação

tele-entrega ultra-humano

Quando o segundo elemento começar por R ou S:

agrossocial antessala

antirreformista antissocial arquirrival

autorrespeito autorretrato autossuficiente

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contrarreforma contrassenso extrassensorial

microssegundo minirrádio minissaia

multirracial neorrealismo pseudossigla

radiorrelógio semirreta suprassumo

ultrarrápido cosseno ultrarromântico

suprarracional

Quando o segundo elemento começar por vogal ou letra diferente:

aeroespacial agroexportador

agroindústria anteato

antedata antegozo

antiácido antijogo

autoestrada extraclasse

Intrauterino minifúndio

neoimpressionismo

radioamador radiopatrulha

semianalfabeto semivirgem

ultravioleta

SUB seguido de H, B, R

sub-hepático, sub-região, sub-reitor, sub-base, subestimar, sublinhar, sub-humano,


subumano...

HIPER, INTER, SUPER seguidos de H ou R

hiper-requintado, super-revista, super-homem, hipermercado, superintendência...

CIRCUM, PAN seguidos de M, N, H ou vogal

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circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado, pan-

-africano, pan-americano, circum-navegação...

PÓS, PRÉ, PRÓ seguidos de palavra com tonicidade

pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pró-africano...

pospor, prever, promover...

ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM

sempre com hífen

além-mar, aquém-fronteiras, recém-casado, sem-cerimônia, sem-vergonha, sem-


número...

EX, SOTA, SOTO, VICE, VIZO

sempre com hífen

ex-almirante, ex-marido, sota-piloto, soto-mestre, vice-

-presidente, vizo-rei...

BEM

normalmente com hífen

bem-estar, bem-humorado, bem-criado, bem-vindo, bem-

-mandado, bem-nascido, bem-visto...

Exceções: bendizer, benquerença, benfazejo, Benvindo

MAL

Seguido de H ou vogal

mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado, malcriado, malnascido, malvisto...

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Em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas:

couve-flor erva-doce

ervilha-de-cheiro bem-me-quer

cobra-capelo formiga-branca

andorinha-do-mar cobra-d´água

bem-te-vi andorinha-grande

DICAS ESPECIAIS:

1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo ‘co-’. Ele irá se juntar ao
segundo elemento, mesmo que este se inicie por 'o' ou 'h'. Neste último caso, corta-
se o 'h'. Se a palavra seguinte começar com 'r' ou 's', dobram-se essas letras.

Exemplos:

coadministrar, coautor, coexistência, cooptar, coerdeiro corresponsável, cosseno.

2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo diante de palavras
começadas por 'e'.

Exemplos:

preeleger, preexistência, reescrever, reedição.

3) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao possuir função prefixal.

Exemplos: não violência, não agressão, não comparecimento.

4) Não se utiliza o hífen em palavras que possuem os elementos "bi", "tri", "tetra",
"penta", "hexa", etc.

Exemplos:

bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridimensional, trimestral, triênio,


tetracampeão, tetraplégico, pentacampeão, pentágono, etc.

5) - Hífen e translineação

Havendo coincidência de fim de linha com o hífen, deve-se, por clareza gráfica,
repeti-lo no início da linha seguinte.

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QUESTÃO

Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra:

a) saí - dói

b) relógio - própria

c) só - sóis

d) dá - custará

e) até - pé

GABARITO:

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Funções e Figuras de Linguagem

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Funções e Figuras de Linguagem ..........................................................................................5
4.1 Elementos da comunicação: ........................................................................................................ 5
4.2 ANTONOMÁSIA (Perífrase)........................................................................................................ 13

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4 Funções e Figuras de Linguagem


4.1 Elementos da comunicação:

emissor - emite, codifica a mensagem

receptor - recebe, decodifica a mensagem

mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor

código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem

referente - contexto relacionado a emissor e receptor

canal - meio pelo qual circula a mensagem

A cada um desses elementos presente no esquema da comunicação se relaciona uma


função específica da linguagem:

A) A FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA, centralizada no emissor, numa expressão


pessoal sobre o que é enunciado. Suas marcas típicas no discurso são a presença da
primeira pessoa (pronomes pessoais, verbos e pronomes possessivos), exclamações,
interjeições e modalizações;

EX: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma
banana e um morango. (Este texto informa o que há dentro da cesta, logo, há
função referencial).

B) A FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA, centralizada no receptor, com a finalidade


de obter da pessoa a quem se dirige o texto um comportamento adequado ao que
lhe é dito. Suas marcas linguísticas são a presença da segunda pessoa (pronomes
pessoais, possessivos e verbos), o imperativo e o vocativo;

EXEMPLOS:

Ah, que coisa boa!

Tenho um pouco de medo...

Nós te amamos!

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C)A FUNÇÃO REFERENCIAL, centralizada no contexto ou referente, que permite


falar-se dos objetos do mundo, dos objetos perceptíveis ou imaginários. Suas marcas
são a terceira pessoa e os dados relacionados ao mundo real;

EXEMPLOS:

Você já tomou banho?


Mãe, vem cá!
Não perca esta promoção!

D)A FUNÇÃO POÉTICA, centralizada na mensagem, referindo-se a um mundo novo,


criado pela linguagem: é a função predominante nas obras literárias, ainda que não
seja exclusivo delas;

Exemplos:

“... a lua era um desparrame de prata”.


(Jorge Amado)

CARACU. Para quem tem um fraco por cerveja forte.


Tomou Doril, a dor sumiu.
(Texto publicitário)

Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)

D) A FUNÇÃO FÁTICA, centralizada no canal ou no contato entre o emissor e o


receptor, cuja finalidade é verificar a eficiência do canal de comunicação. Suas marcas
são os sinais de interrupção do contato como Não é? Entendeu? Alô? Também são
exemplos de função fática as falas da exigência social, em que de fato nada se
comunica, além de estabelecer-se uma relação social transitória entre falantes;

Alô? Está me ouvindo?

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E) A FUNÇÃO METALINGUÍSTICA, centralizada no código, que permite esclarecer


significados do código utilizado e, além disso, também caracteriza os textos que falam
de si mesmos, o que nos permite falar de metatexto, metateatro, etc.

Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.

(Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)

Observações:

- Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é


saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.

Questão 01) Leia com atenção o seguinte texto e, a seguir, marque a alternativa que
melhor identifica as funções da linguagem que nele ocorrem.

• Navegar os menus

O menu é uma lista das seleções disponíveis. Este celular possui 9 menus principais.
Cada um contém vários submenus que lhe permitem usar a agenda, trocar o tom de
toque, e assim por diante. Use os menus e submenus de duas maneiras: percorra a
lista ou utilize atalhos.

(Extraído de um Manual do Usuário de celular)

A) referencial / conativa

B) metalinguística / conativa

C) referencial / metalinguística / fática

D) emotiva / conativa /

E) metalinguística / referencial / conativa

Questão 02) Assinale o item que identifica a função da linguagem predominante no


seguinte trecho:

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“Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente diz que é para ver como seria se fosse”.
(Millôr Fernandes)

A) poética

B) referencial

C) metalinguística

D) conativa

E) fática

Questão 03) Como na questão anterior, assinale o item que identifica a função da
linguagem predominante no seguinte texto:

A lâmpada de tungstênio é a mais comum de todas. É constituída de um globo de


vidro transparente ou opaco soldado a um soquete de latão. Dentro dele, uma haste
também de vidro sustenta uma armação de arame com um filamento (fio dobrado em
ziguezague) de tungstênio. Quando a eletricidade passa através do filamento, ele
esquenta; ele fica tão aquecido que passa do vermelho ao branco. Isto é chamado
incandescência e com esta luz assim produzida podemos ler, escrever e trabalhar.

A) referencial

B) fática

C) conativa

D) metalinguística

E) emotiva

GABARITO:

1. Letra E. (Define o menu – Explica seu conteúdo - Orienta o leitor.)

2. Letra A. (Trata-se de um texto artístico, com efeitos de linguagem.)

3. Letra A. (É um texto predominantemente informativo.)

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FIGURAS DE LINGUAGEM

ASSÍNDETO
Ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções
coordenativas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

“Clara passeava no jardim com as crianças. O céu era verde sobre o gramado, a água
era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados...”

POLISSÍNDETO
Ocorre quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do
que exige a norma gramatical.
“Vão chegando as burguesinhas pobres, e as criadas das burguesinhas ricas e as
mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”

ELIPSE
Ocorre quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou
subentender no contexto.
“Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.”
“No mar, tanta tormenta e tanto dano.”

ZEUGMA (espécie de elipse)


Ocorre quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua
repetição.
“Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes para a
cela, para si, para o coração.”

ANÁFORA
Ocorre quando há repetição intencional de palavras, no início de um período, frase ou
verso.
“Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.”

PLEONASMO
Recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade eu via.”

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PLEONASMO VICIOSO
-- Vamos sair fora!
-- Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho?
-- Eu nasci há dez mil anos atrás.
-- Esta empresa tem o monopólio exclusivo dos I-Phones.

HIPÉRBATO
Ocorre quando há uma inversão complexa de elementos sintáticos da sentença.
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante, ”

HIPÁLAGE
Ocorre quando há inversão da posição do adjetivo, passando a qualidade de um
elemento a outro.
“... em cada olho um grito CASTANHO de ódio.”
“... as lojas LOQUAZES dos barbeiros.”
“Ao som do mar e à luz do céu profundo”.
“Fumando um pensativo cigarro”.

SILEPSE

É a concordância ideológica.

De Gênero = Sua Majestade foi cruelmente injusto comigo.

De Número = Aquele time era fantástico, faziam muitos gols.

De Pessoa = A gente não sabemos escolher presidente.

COMPARAÇÃO
Ocorre quando se estabelece uma aproximação entre dois elementos que se
identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos.
“Sentou pra descansar COMO se fosse um pássaro
E flutuou no ar COMO se fosse um príncipe...”

METÁFORA
Ocorre quando um termo substitui outro através de uma relação subjetiva.
“Teus olhos são estrelas.”
“Ela era um jardim.”

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METONÍMIA
Ocorre quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum
grau de CONTIGUIDADE, proximidade de sentidos ou implicação mútua.
“Antes de sair, tomamos um CÁLICE de licor.”
“Ela aprecia ler GUIMARÃES ROSA.”
“A COROA foi disputada pelos revolucionários.”
“Ele era um bom GARFO.”

SINESTESIA
Cruzamento ou mistura dos SENTIDOS DO CORPO.
“Um sorriso amarelo.”
“Minha doce infância.”
“Ó, sonora audição colorida do aroma.”

CATACRESE
Metáfora já absorvida no uso comum da língua, de emprego tão corrente que não é
mais tomada como tal, e que serve para suprir a falta de uma palavra específica que
designe determinada coisa.
“dente de alho”, “céu da boca”, “embarcar no trem”, “boca do estômago”.

ALITERAÇÃO
Quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares.
“Toda a gente homenageia Januária na janela.
“Que a brisa do Brasil beija e balança.”

ASSONÂNCIA
Quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
“As asas da minha alma estão abertas.”

PARONOMÁSIA (ou paranomásia)


Ocorre quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significações
diversas.
“O branco do olho no banco da praça.”
“A velha vela acesa.”
“Eu canto e encanto a todos.”

ONOMATOPEIA
Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.
“Toquei a campainha: “ding dong” e esperei.”
“O sino da igrejinha faz “blem,blem blem”!

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“Kkkkkk. Ele caiu da escada?”

ANTÍTESE
É a aproximação de palavras ou expressões que exprimem ideias contrárias.
“Não existiria som se não houvesse o silêncio,
Não haveria luz se não fosse a escuridão.
A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim.”

PARADOXO
Ocorre com a FUSÃO de ideias opostas, é uma contradição.
“Guerra é paz.”
“Disciplina é liberdade.”
“Siga meu conselho: Nunca siga conselhos!”

OXÍMORO
Consiste em se utilizar um adjetivo para qualificar um substantivo, havendo, entre eles,
uma contradição.
“Viviam uma solidão compartilhada.”
“Claro Enigma” (Drummond)
“Nossos políticos são de uma honestidade corrupta.”

EUFEMISMO
Ocorre quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade
tida como penosa, desagradável ou ofensiva.
“Si alguma cunhatã se aproximava dele pra fazer festinha, Macunaíma punha a mão
nas graças dela, cunhatã se afastava.”

HIPÉRBOLE
Ocorre quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem
emocionante e de impacto.
“Ela chorava rios de lágrimas.”
“Mandei mil mensagens e ele não respondeu.”
“Estou morto de saudades de ti.”

PROSOPOPEIA (Personificação)
Ocorre quando se atribui movimento, ação, fala, sentimentos, enfim, caracteres
próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.
“A Lua pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel.”
“Meus pés estão chorando.”

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QUIASMO
O quiasmo consiste em uma repetição cruzada de ideias.
"E ria, e chorava, e chorava e ria."
“Melhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.”
(Os Lusíadas, XI, 93)
“Evito-o em toda a parte, em toda a parte ele me persegue.”
“Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu vinha.”
“Era fera lá fora, em casa carneiro era.”

ANACOLUTO
É uma quebra na ordem sintática de uma frase, que recomeça.
“Meu amor, ele é o motivo da minha existência.”
“Por você eu sou capaz de, capaz de uma loucura.”

4.2 ANTONOMÁSIA (Perífrase)

Essa figura de linguagem permite a troca de nomes próprios por um nome qualquer,
desde que haja uma razão lógica para essa substituição.

“O Timão ganhou mais um título ontem.”


“O rei do reggae espalhou uma mensagem de amor e paz enquanto esteve neste
mundo.”

Questão 01) Indique a alternativa que não apresenta a figura de linguagem


personificação, também chamada de prosopopeia.

a) as pedras humilham.
b) os confetes festejam.
c) os diários contam segredos.
d) os copos celebram as alegrias.
e) as árvores se mexiam com a ventania.

Questão 02) Qual das orações abaixo apresenta uma perífrase, também chamada de
antonomásia?

a) Saia já para fora!


b) Foi salvo pelo melhor amigo do homem.
c) “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho” (Tom Jobim)

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d) Escreveu, não leu; o pau comeu.


e) Não aguentava mais aquele buá-buá nos meus ouvidos.

Gabarito:

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Classes de Palavras e Morfologia

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Classes de Palavras e Morfologia .........................................................................................5
5 Substantivo ..........................................................................................................................5
6 Gênero dos Substantivos ......................................................................................................6
7 Plural dos Substantivos Compostos ......................................................................................8
8 Flexão dos dois elementos ....................................................................................................8
9 Flexão apenas do primeiro elemento ....................................................................................8
Flexão apenas do segundo elemento .................................................................................................... 9
10 Adjetivo ............................................................................................................................. 10
Classificação do Adjetivo.................................................................................................................... 10
Formação do Adjetivo ........................................................................................................................ 10
11 Número dos Adjetivos ........................................................................................................ 11
11.1 Plural dos adjetivos simples .................................................................................................. 11
12 Advérbios .......................................................................................................................... 12
13 Artigo ................................................................................................................................ 14
Classificação dos Artigos .................................................................................................................... 14
Artigos Definidos ..................................................................................................................................................... 14
Artigos Indefinidos ................................................................................................................................................... 14
Combinação dos Artigos .................................................................................................................... 14
14 Preposição ......................................................................................................................... 15
15 Classificação das Preposições ............................................................................................. 16
16 Numerais ........................................................................................................................... 16
17 Interjeição ......................................................................................................................... 17
18 Locução Interjetiva............................................................................................................. 17
19 Conjunções ........................................................................................................................ 17
20 Conjunções Coordenativas ................................................................................................. 18
21 Conjunções Subordinativas................................................................................................. 19
22 Questões............................................................................................................................ 21
23 Gabarito ............................................................................................................................ 22

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4 Classes de Palavras e Morfologia

5 Substantivo

Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os


seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

- lugares: Alemanha, Porto Alegre...

- sentimentos: raiva, amor...

- estados: alegria, tristeza...

- qualidades: honestidade, sinceridade...

- ações: corrida, pescaria...

Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
genérica.

Por exemplo: cidade, menino, professor, país, rio.

Substantivo Próprio é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
particular.

Por exemplo: Curitiba, Paulinho, Douglas, Brasil, Iguaçu.

Substantivo Concreto é aquele que designa o ser que existe, independentemente de


outros seres.

Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo


imaginário.

Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc.

Seres do mundo imaginário: saci, fada, elfo, gnomo, fantasma, etc.

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Substantivo Abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros para se
manifestar ou existir.

Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos


seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo:

vida (estado),

rapidez (qualidade),

viagem (ação),

saudade (sentimento).

Substantivo Simples é aquele formado por um único elemento.

Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc.

Substantivo Composto é aquele formado por dois ou mais elementos.

Outros exemplos: beija-flor, passatempo, sofá-cama, etc.

Substantivo Primitivo é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria
língua portuguesa.

Ex: cana, casa, menino...

Substantivo Derivado é aquele que se origina de outra palavra.

Ex: canavial, casebre, meninice...

6 Gênero dos Substantivos


Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de seres vivos, geralmente
o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas,
uma para o masculino e outra para o feminino.

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Observe:

Menino – menina

Cavalo – égua

homem - mulher

poeta - poetisa

prefeito – prefeita

professor – professora

Substantivos Uniformes são aqueles que apresentam uma única forma, que serve
tanto para o masculino quanto para o feminino.

Classificam-se em:

Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. Por exemplo:

a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.

Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Por exemplo:

a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.

Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo. Por
exemplo:

o colega e a colega,
o doente e a doente,
o artista e a artista.

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7 Plural dos Substantivos Compostos

Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:

aguardente e aguardentes
girassol e girassóis
pontapé e pontapés
malmequer e malmequeres

Para pluralizar os substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen,
observe as orientações a seguir:

8 Flexão dos dois elementos

Nos substantivos compostos formados por palavras variáveis, especialmente


substantivos e adjetivos:

 segunda-feira - segundas-feiras;
 matéria-prima - matérias-primas;
 couve-flor - couves-flores;
 guarda-noturno - guardas-noturnos;
 primeira-dama - primeiras-damas.

Nos substantivos compostos formados por temas verbais repetidos:

 corre-corre - corres-corres;
 pisca-pisca - piscas-piscas;
 pula-pula - pulas-pulas.

Nota: Nestes substantivos também é possível a flexão apenas do segundo elemento:


corre-corres, pisca-piscas, pula-pulas.

9 Flexão apenas do primeiro elemento

Nos substantivos compostos formados por substantivo + substantivo em que o


segundo termo limita o sentido do primeiro termo:

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 decreto-lei - decretos-lei;
 cidade-satélite - cidades-satélite;
 público-alvo - públicos-alvo;
 elemento-chave - elementos-chave.
 banana-maçã - bananas-maçã.

Nota: Nestes substantivos também é possível a flexão dos dois elementos: decretos-
leis, cidades-satélites, públicos-alvos, elementos-chaves.

Nos substantivos compostos preposicionados:

 cana-de-açúcar - canas-de-açúcar;
 pôr do sol - pores do sol;
 fim de semana - fins de semana;
 pé de moleque - pés de moleque.

Flexão apenas do segundo elemento

Nos substantivos compostos formados por tema verbal ou palavra invariável +


substantivo ou adjetivo:

 bate-papo - bate-papos;
 quebra-cabeça - quebra-cabeças;
 arranha-céu - arranha-céus;
 ex-namorado - ex-namorados;
 vice-presidente - vice-presidentes.

Nos substantivos compostos em que há repetição do primeiro elemento:

 zum-zum - zum-zuns;
 tico-tico - tico-ticos;
 lufa-lufa - lufa-lufas;
 reco-reco - reco-recos.

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Nos substantivos compostos formados com grão, grã e bel:

 grão-duque - grão-duques;
 grã-fino - grã-finos;
 bel-prazer - bel-prazeres.

10 Adjetivo
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"
diretamente ao lado de um substantivo.

Classificação do Adjetivo

Explicativo: exprime qualidade própria do ser.

Por exemplo: animal IRRACIONAL.

Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser.

Por exemplo: animal FERIDO.

Formação do Adjetivo

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:

Adjetivo simples: Formado por um só radical.

Por exemplo: lusitano, marinho, verde.

Adjetivo composto: Formado por mais de um radical.

Por exemplo: afro-lusitano, azul-marinho, verde-oliva.

Adjetivo primitivo: É aquele que dá origem a outros adjetivos.

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Por exemplo: alto, elegante, completo.

Adjetivo derivado: É aquele que deriva de substantivos, verbos ou até mesmo de


outro adjetivo.

Por exemplo: altíssimo, deselegante, incompleto, amado.

11 Número dos Adjetivos


11.1 Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas


para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo:

mau e maus
feliz e felizes
ruim e ruins
boa e boas

Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará
invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for,
originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva.

Exemplo: a palavra cabeça é originalmente um substantivo, porém, se estiver


qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável.

Por exemplo: Um rapaz CABEÇA. / Conheci dois rapazes CABEÇA.

Adoro assistir às aulas MONSTRO desse professor.

Plural dos adjetivos compostos

Os compostos de Adjetivo + substantivo devem ficar invariáveis. (da +cor +de)

Gravatas verde-oliva,

sapatos marrom-café,

chapéus amarelo-abóbora,

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calças verde-abacate,

vestidos vermelho-cereja

vasos vermelho-goiaba

12 Advérbios
As palavras que podem modificar a significação dos verbos, dos adjetivos e de outros
advérbios chamam-se, morfologicamente, advérbios:

João veio aqui.


Maria chegou hoje de Lisboa.
A mobília ficou disposta perfeitamente.
A casa foi muito bem feita.
Este queijo está muito bolorento.

Os advérbios apresentam diversas circunstâncias. Veja algumas:

1.º advérbios de tempo:


Ontem fomos tarde à praia, hoje iremos cedo à praia, amanhã voltaremos à praia.
— João, vem já!
— Agora não posso. A minha mãe não me deixa sair antes de jantar.
— Quando vens?
--- Logo.

2.º advérbios de lugar:


Vem para aqui, porque aí está muito sol; ou vamos para ali, que há mais sombra. E se
fôssemos para além?
— O Tomás foi a algures? — Está cá: não foi a nenhures.

3.º advérbios de intensidade:


Este poço é muito fundo. Esta poça é pouco funda, mas o charco ainda é menos. O
mar, em alguns pontos, é assaz profundo.
O carro andou bastante. Gosto bastante de uvas e não gosto nada de maçãs.
Quão alta é aquela serra!

4.º advérbios de modo:


Esse lenço está bem lavado, mas este está mal.

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Vai devagar, olha que assim podes cair.


Cheguei apressadamente, porque é tarde.

Podem construir-se inúmeros advérbios de modo com a terminação –mente. Basta


juntar essa terminação a um adjectivo:
Ex.: feliz — felizmente; duro ou dura — duramente;
teimoso ou teimosa — teimosamente; rico ou rica — ricamente.
Quando se empregam sucessivamente dois ou mais advérbios terminados em –mente,
só no último é que a terminação aparece:
João apresentou-se pobre, triste e humildemente, por causa do que tinha acontecido.

5.º advérbios de afirmação:


Perguntas-me se gostei do livro que me emprestaste. Sim, gostei.
— Acompanhas-me? — Seguramente!
Efetivamente, encontrei o meu primo e dei-lhe o teu recado.
— Cumpriste a tua palavra? — Certamente!

6.º advérbios de negação:


Não quero.

7.º advérbios de dúvida:


Talvez vá hoje a casa do Rodrigo. Se acaso vier o Gilberto, vamos passear os dois.
Este azeite é quiçá melhor que o de ontem.

8º. advérbios de exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,


simplesmente, só, unicamente...
Brando, o vento apenas move a copa das árvores.

9º. advérbios de inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também...


O indivíduo também amadurece durante a adolescência.

10º. advérbios de ordem: depois, primeiramente, ultimamente...


Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.

As expressões com dois ou mais termos que têm o valor de advérbios chamam-se
locuções adverbiais.

Pela manhã
À tarde

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De qualquer forma
Sem dúvida
Com toda certeza
Atrás da porta
Depois do almoço
Uma vez por semana
Às vezes
Todo dia
De maneira alguma
A cavalo
Com as mãos

13 Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo
empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo
tempo, o gênero e o número dos substantivos.

Classificação dos Artigos

Artigos Definidos

Determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as.

Eu comprei o carro.

Artigos Indefinidos

Determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas.

Eu comprei um carro.

Combinação dos Artigos

É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições.


Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:

Preposições Artigos

o, os a, as um, uns uma, umas

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a ao, aos à, às - -
de do, dos da, das dum, duns duma, dumas
em no, nos na, nas num, nuns numa, numas
por (per) pelo, pelos pela, pelas - -

14 Preposição

Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da
oração.

As preposições podem introduzir:

a) Complementos Verbais

Por exemplo:
Eu obedeço "aos meus pais".

b) Complementos Nominais

Por exemplo:
Continuo obediente "aos meus pais".

c) Locuções Adjetivas

Por exemplo:
É uma pessoa "de valor".

d) Locuções Adverbiais

Por exemplo: Tive de agir "com cautela".

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e) Orações Reduzidas

Por exemplo:
"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.

15 Classificação das Preposições

As palavras da língua portuguesa que atuam exclusivamente como preposição são


chamadas preposições essenciais. São elas:

a, ante, após, até,

com, contra,

de, desde,

em, entre,

para, per, perante, por,

sem, sob, sobre, trás

16 Numerais

Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem
mil, etc.

Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro,
segundo, centésimo, etc.

Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo:
meio, terço, dois quintos, etc.

Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes


a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

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17 Interjeição

Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de


espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo
comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas
linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:

Caramba! Preste atenção quando eu estou falando!

No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa
palavra: Caramba!

18 Locução Interjetiva

Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão com sentido de
interjeição. Por exemplo:

Ora bolas!
Quem me dera!
Virgem Maria!
Meu Deus!
Ó de casa!
Ai de mim!
Valha-me Deus!
Graças a Deus!
Alto lá!
Muito bem!

19 Conjunções

Conjunções são palavras que atuam como elementos de ligação entre termos
semelhantes de uma oração ou entre duas orações, estabelecendo relações de
coordenação ou de subordinação.

As conjunções são invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

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Exemplo de conjunção ligando termos de uma oração:


Vi sua mãe e seu pai na feira.

Exemplo de conjunção ligando orações:


Estudei muito e aprendi a matéria.

20 Conjunções Coordenativas
e;
nem;
Aditivas
também;
(expressam adição)
não só...mas também

mas;
porém;
contudo;
Adversativas
todavia;
(expressam oposição)
entretanto;
no entanto;
não obstante

ou;
ou...ou;
Alternativas
ora...ora;
(expressam alternância)
quer...quer;
seja...seja

logo;
pois (após o verbo);
Conclusivas portanto;
(expressam conclusão) assim;
por isso;
por consequência;

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por conseguinte.

que;
porque;
porquanto;
Explicativas pois;
(expressam explicação) posto que;
isto é.

21 Conjunções Subordinativas
que;
Integrantes
se;
(introduzem orações substantivas)
como.

porque;
que;
porquanto;
visto que;
Adverbiais causais
uma vez que
(expressam causa)
já que;
pois que;
posto que;
como.

tanto que;
tão que;
tal que;
Adverbiais consecutivas tamanho que;
(expressam consequência) de forma que;
de modo que;
de sorte que;
de tal forma que.

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a fim de que;
Adverbiais finais
para que;
(expressam finalidade)

quando;
enquanto;
agora que;
Adverbiais temporais
logo que;
(expressam tempo)
desde que;
assim que;
apenas.

se;
caso;
Adverbiais condicionais salvo se;
(expressam condição) desde que;
exceto se;
contanto que.

embora;
conquanto;
Adverbiais concessivas ainda que;
(expressam contraste) mesmo que;
se bem que;
posto que.

como;
assim como;
Adverbiais comparativas
tal;
(expressam comparação)
qual;
tanto como.

conforme;
Adverbiais conformativas como;
(expressam conformidade) consoante;
de acordo com;

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segundo.

à proporção que;
Adverbiais proporcionais à medida que;
(expressam proporcionalidade) ao passo que;
quanto mais… mais.

22 Questões

1)Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de transição


dos períodos abaixo, sem alterar o significado delas.

"Em (primeiro lugar), observemos o avô. (Igualmente), lancemos um olhar para a avó.
(Também) o pai deve ser observado. Todos são altos e morenos. (Consequentemente),
a filha também será morena e alta."

a) primeiramente, ademais, além disso, em suma


b) acima de tudo, também, analogamente, finalmente
c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto
d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte
e) sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com efeito.

2) Os substantivos primitivos são palavras que não derivam de outras. De acordo


com isso, a alternativa abaixo que contempla um substantivo primitivo e um
derivado é:

a) anel - papel

b) pedras - rochas

c) árvores - plantas

d) sapato - sapataria

e) profissão – carreira

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3) A frase abaixo em que a substituição do segmento sublinhado por um advérbio


foi feita de forma adequada é:

a) Sem que se entendesse o motivo, o convidado aborreceu-se na festa /


irresponsavelmente;
b) Ia à academia poucas vezes / habitualmente;
c) Dirigia com toda a atenção / atenciosamente;
d) Mesmo sem estudo realizou a tarefa a contento / Intuitivamente;
e) Enfrentou as dificuldades com coragem / ferozmente.

23 Gabarito
01 D
02 D
03 D

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Verbos e Transitividade verbal

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 VERBOS ...............................................................................................................................5
4.1 Classificação dos Verbos.............................................................................................................. 5
4.2 Modos Verbais .......................................................................................................................... 11
5 Tempos Verbais ................................................................................................................. 14
6 Tempos do Subjuntivo ........................................................................................................ 15
7 VOZES VERBAIS .................................................................................................................. 15
8 SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES .......................................................................................... 16
9 Análise sintática das orações e períodos ............................................................................. 17
10 Transitividade verbal ......................................................................................................... 17
11 COMPLEMENTOS VERBAIS ................................................................................................. 20

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4 VERBOS

Verbo é uma palavra com origem no termo em Latim "verbum", que significa
"palavra". Na Gramática da Língua Portuguesa, designa a classe de palavras que
indicam ação, um processo ou um estado.

Os verbos podem ser flexionados em Pessoa (primeira, segunda e terceira),


Número (singular ou plural), Modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), Tempo
(presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro
do presente, futuro do pretérito) e Voz (ativa, passiva ou reflexiva).

Os verbos são classificados quanto à Conjugação (primeira, terminados em ar;


segunda, em er; terceira, em ir), Semântica (transitivos, intransitivos, impessoais e
verbos de ligação) e ainda quanto à Morfologia (regulares e irregulares, nos quais
incluem os verbos anômalos, defectivos e abundantes).

4.1 Classificação dos Verbos

Classificam-se em:

1) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e


cuja flexão não provoca alterações no radical. Por exemplo:

CANTAR

canto
cantei
cantarei
cantava
cantasse

2) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas


desinências. Por exemplo:

PEDIR

peço

pedi

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pedirei

pedia

pedisse

3) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se


em impessoais, unipessoais e pessoais.

--Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira
pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer ou fazer (em orações temporais). Por
exemplo:

Havia poucas pessoas na festa. (Havia = Existiam)


Houve poucos investimentos em Educação. (Houve = Aconteceram)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo/clima). Por exemplo:

Faz dez anos que não a vejo.

Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.


Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover,


ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
"Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado.
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal
para ser pessoal.

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)


Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

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d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.:
Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim,
Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente.

4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por


exemplo:

Não deu para chegar mais cedo.


Dá para me arrumar uns trocados?

--Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras
pessoas do singular e do plural. Entre os unipessoais estão os verbos que significam
vozes de animais, como:

bramar (tigre)
bramir (crocodilo)
cacarejar (galinha)
coaxar (sapo)
cricrilar (grilo)

Os principais verbos unipessoais são:

cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).

Observe os exemplos:

Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante)


Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

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--Pessoais, que não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou


eufônicos.

Por exemplo: verbo falir

Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às
do verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
contextos.

Por exemplo: verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas,


computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos
gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais
repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que,
com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado em
todos os tempos, modos e pessoas.

4) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor.
Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas
regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio
irregular).

Aceitar Aceitado e aceito

Acender Acendido e aceso

Benzer Benzido e bento

Concluir Concluído e concluso

Eleger Elegido e eleito

Emergir Emergido e emerso

Entregar Entregado e entregue

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Expressar Expressado e expresso

Exprimir Exprimido e expresso

Expulsar Expulsado e expulso

Extinguir Extinguido e extinto

Frigir Frigido e frito

Imergir Imergido e imerso

Imprimir Imprimido e impresso

Inserir Inserido e inserto

Isentar Isentado e isento

Limpar Limpado e limpo

Matar Matado e morto

Morrer Morrido e morto

Omitir Omitido e omisso

Pegar Pegado e pego

Prender Prendido e preso

Romper Rompido e roto

Salvar Salvado e salvo

Soltar Soltado e solto

Submergir Submergido e submerso

Suprimir Suprimido e supresso

Suspender Suspendido e suspenso

Tingir Tingido e tinto.

ATENÇÃO: VERBOS DE PARTICÍPIO IRREGULAR

Abrir => aberto.

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Cobrir => coberto.

Dizer => dito.

Escrever => escrito.

Fazer => feito.

Pôr => posto.

Ver => visto.

Vir => vindo.

5) Anômalos: são aqueles que sofrem mudanças significativas em seu RADICAL na


sua conjugação.

Ir Pôr

vou ponho
ia pus
ides pôs
fui punha
foste
poria

Ser Haver

sou hei
és hás
fui havia
era houve
seja
haja

6) Pronominais

São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se,
nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, reforçando a ideia já implícita no próprio
sentido do verbo.

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Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

4.2 Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um


fato. Em português, existem três modos:

Indicativo - representa uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu moro em São
Paulo.

Subjuntivo - representa uma hipótese, uma possibilidade. Por exemplo: Se eu


morasse em Florianópolis, seria feliz.

Imperativo - indica uma ordem ou um pedido. Por exemplo: Leia bons livros.

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções
de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo, por isso, denominadas formas
nominais. Observe:

-- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)

Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)

-- Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o


particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em
gênero e número.

Terminados os exames, os candidatos saíram.

Ela foi encontrada pelos amigos.

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-- Infinitivo: forma nominal que representa o verbo, nomeia uma ação ou estado,
mas que é neutra quanto às suas categorias gramaticais tradicionais, ou seja, tempo,
modo, número, pessoa.

Pode ser:

PESSOAL

O infinitivo pessoal, em suma, se refere a uma pessoa (sujeito) e, assim, varia em


número e pessoa.

Exemplo:

O jeito é eu fazer o que a mãe pediu.


É muito importante nos espreguiçarmos quando acordamos.

Vejamos em quais situações ele pode acontecer:

1) Quando se refere a um sujeito expresso na oração.

Exemplo:

 Se nós não entrarmos, não saberemos o que há lá dentro.


 Se você não receber o convite, é melhor não ir à festa.

2) Quando se refere a um sujeito não expresso na oração e que é conhecido a partir


da flexão verbal.

Exemplo:

 Talvez seja melhor redigirmos os artigos. (-mos é desinência número pessoal


que indica a 1.ª pessoa do plural)
 Por irem não quer dizer que eu também vá. (-em é desinência número pessoal
que indica a 3.ª pessoa do plural)

3) Quando o sujeito é indeterminado.

Exemplo:

 Ouvi dizerem que é boa pessoa.


 Deixarem as coisas aí espalhadas não vai mesmo ajudar.

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IMPESSOAL

O infinitivo impessoal, por sua vez, não se refere a nenhuma pessoa (sujeito); ele é
genérico ou vago.

Exemplo:

 Amar é viver!
 O jeito é obedecer.

Vejamos em quais situações ele pode acontecer:

1) Quando não se refere a um sujeito.

Exemplo:

 É essencial caminhar.
 O principal é aceitar as diferenças.

2) Quando vem depois da preposição "de", servindo como complemento nominal.

Exemplo:

 Não existe receita mais fácil de fazer.


 É tão difícil de entender.

3) Quando fazem parte de uma locução verbal.

Exemplo:

 Eles devem regressar em breve.


 Pretendo cooperar em tudo o que puder.

4) Quando exprime ordem.

Exemplo:

 Marchar!
 Favor prestar atenção à aula.

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5 Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo
pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato atual ou corriqueiro.

Eu estudo neste colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao presente,


mas que não foi completamente terminado.

Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que
foi totalmente terminado.

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já


terminado. Um passado anterior a outro passado.

Ele já havia estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta)

Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)

Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com
relação ao momento atual.

Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Pretérito - Enuncia um fato futuro subordinado a um acontecimento


anterior.

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

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6 Tempos do Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato hipotético no presente.

Minha mãe quer que eu seja médico.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato hipotético no passado.

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em
relação ao atual.

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

Quando nós formos a Vitória, faremos uma visita a vocês.

7 VOZES VERBAIS
As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em
Português, o verbo se distribui em três vozes:

- Voz ativa: quando o sujeito pratica a ação, é um sujeito agente.


Ex.: A criança alimentou o animal.
Sujeito agente verbo ativo objeto paciente
No exemplo dado, a criança (sujeito) pratica a ação.

- Voz passiva: quando o sujeito sofre a ação verbal, é um sujeito paciente.


Ex.: O animal foi alimentado pela criança.
sujeito paciente verbo passivo agente
No exemplo dado, o animal (sujeito) recebe a ação.

Há dois tipos de voz passiva:

a) Voz passiva sintética: formada por verbo transitivo na terceira pessoa mais o
pronome apassivador se.
Ex.: Vende -se computador.

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b) Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio
de um verbo transitivo.
Ex.: O menino foi penteado pelo pai.
sujeito locução verbal agente

- Voz reflexiva: quando o sujeito pratica e ao mesmo tempo recebe a ação. A voz
reflexiva apresenta a seguinte estrutura: verbo na voz ativa + pronome oblíquo
exercendo a função de objeto.
Ex.: A menina penteou -se (a si mesma).
sujeito verbo pronome oblíquo o.d.

8 SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES


Frase é um enunciado que possui sentido completo, podendo ter apenas uma
palavra ou várias, com ou sem verbo.

Venha!

O ônibus já vai passar.

Fique quieta!

Ridículo!

Oração: Uma frase pode ser uma oração. Para isso, é preciso que ela tenha verbo em
sua composição e também que seja dotada de sentido completo, ou seja,
compreensível. Compare, a seguir uma frase que é oração com uma que não é.

 Oração: Como está chovendo hoje!


 Frase: Socorro!

O período é composto por uma ou mais orações, sempre com sentido completo. O
período também pode ser simples ou composto:

Período simples: Vejo você no sábado.

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Período composto: Vejo você no sábado, ou ficarei com muitas saudades.

9 Análise sintática das orações e períodos


Agora está mais fácil entender a análise sintática das orações e períodos. Ela serve
para analisar a estrutura de um período e das orações que compõem um período.

A estrutura de um período é composta pelos termos da oração, ou seja, pelas palavras


que dotam uma frase verbal de sentido. Os termos podem ser:

 Essenciais (ou fundamentais): são o sujeito e o predicado da oração.


 Integrantes: termos que completam o sentido, como:
1. Complementos verbais (objetos diretos e indiretos).
2. Complementos nominais.
3. Agentes da passiva.

 Acessórios: apresentam função secundária na oração, e são os:


1. Adjuntos adnominais;
2. Adjuntos adverbiais;
3. Apostos.

Os vocativos não fazem parte da análise sintática, pois não pertencem à estrutura da
oração.

10 Transitividade verbal

Transitividade: é a necessidade que os verbos têm de serem completados. Se refere


ao tipo de relação que um verbo transitivo estabelece com um complemento ao
mesmo tempo da predicação verbal.

Gabriela precisa falar com você.

Valmir comprou um presente lindo para sua esposa.

Após passar no vestibular, João Volpi jogou a apostila fora.

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Perceba o aluno que, para que a frase acima possua sentido completo, faz-se
necessário a presença de um complemento para o verbo jogar. Pois, sem este, a frase
não possuiria uma semântica completa.

Os verbos podem ser classificados quanto à sua predicação em:

Intransitivo:

É o verbo que, teoricamente, dispensa o uso de complementos. Normalmente, após


esses verbos, aparecem termos que ajudam no entendimento da frase – termos
circunstanciais – adjuntos adverbiais.

Meu sogro veio de Salvador.

V.I Adjunto adverbial

Pedro chorou muito.

V.I Adjunto adverbial

Vale ressaltar ainda que os verbos nascer e morrer são naturalmente intransitivos.
Todos os demais necessitam de contextualização, o que significa que, para atribuirmos
à predicação a um verbo, precisamos analisá-lo em seu contexto frasal.

A filha do Gleiston nasceu.

V.I

Aquela senhora da casa amarela morreu.

V.I

Marcela ficou no parque.

V.l Adjunto adverbial

Transitivo direto:

É o verbo que exige complemento sem preposição obrigatória.

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Paulo tem medo de escuro.

V.T.D Objeto direto

Presidente receberá governadores.

V.T.D Objeto direto

Falta de verbas causa problemas.

V.T.D Objeto direto

Transitivo indireto:

É o verbo que exige complemento com preposição obrigatória.

Gabriel sempre obedece a seus pais.

V.T.I Objeto indireto

Nunca desobedeça à sua mãe.

V.T.I Objeto indireto

Precisa – se de cozinheiras.

V.T.I Objeto indireto

Transitivo direto e indireto:

É o verbo que exige dois complementos – um sem preposição e outro com preposição.

Minha irmã enviou a carta aos meus avós.

V.T.D.I O. D O.I

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Comuniquei– lhe minha insatisfação.

VTDI O.I O.D

Paguei a divida ao meu primo.

V.T.D.I OD O.I

11 COMPLEMENTOS VERBAIS
Objeto Direto

É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o
auxílio necessário da preposição.

Por Exemplo:

Abri os braços ao vê-lo.

Objeto Direto

O objeto direto pode ser constituído:

a) Por um substantivo ou expressão substantivada.

Exemplos: O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.

Exemplos: Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

c) Por qualquer pronome substantivo.

Por Exemplo: O menino que conheci está lá fora.

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa.

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Isso pode ocorrer:

- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.

- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico:


Ofenderam a mim, não a ele.

- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor


elogiou a todos.

- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

Objeto Indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido
de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe,
lhes, me te, se, nos, vos.

Exemplos:

Não desobedeço a meus pais.

Objeto Indireto

Preciso de ajuda. (Preposição clara "de")

Objeto Indireto

Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida)

Objeto Indireto

Obs.: muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela,
àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se
contraindo com a palavra seguinte.

Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

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Observações Gerais:

a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na


retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de
colocá-lo em destaque.

Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)


A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas)
são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.

Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto.
Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um
substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto
indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo: Roberto me viu na escola.(OD)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se:


"Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto,
"me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo: João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se:


"João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

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1) Em todas as frases, os verbos estão na voz ativa, exceto em:

a) Ele, que sempre vivera órfão de afeições legítimas e duradouras, como então seria
feliz!...

b) O quinhão de ternura que a ela pretendia, estava intacto no coração do filho.

c) Os dois quadros tinham sido ambos bordados por Mariana e Ana Rosa, mãe e filha.

d) E dizia as inúmeras viagens que tinha feito até ali; contava episódios a respeito do
boqueirão.

e) Sobre a banca de Madalena estava o envelope de que ele tinha falado.

2) Na oração “Praticamos esporte na mesma academia.”, o complemento verbal é:

a) objeto indireto
b) objeto direto e indireto
c) objeto direto preposicionado
d) objeto direto
e) o verbo praticar é intransitivo, por isso não tem complemento

3) Indique a alternativa em que o complemento verbal em destaque é objeto


indireto.

a) Doei o livro.
b) Doei alguns livros.
c) Informei a doação à bibliotecária.
d) Aconteceu uma coisa estranha na biblioteca…
e) Este livro me pertence.

Gabarito:

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Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Pronomes e Colocação

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Pronomes ............................................................................................................................5
5 Pessoal ................................................................................................................................5
6 A Segunda Pessoa Indireta ...................................................................................................6
7 Pronomes de Tratamento .....................................................................................................6
8 Pronome Possessivo .............................................................................................................8
9 Pronomes demonstrativos....................................................................................................9
10 Pronomes Indefinidos......................................................................................................... 11
11 Pronomes Relativos ........................................................................................................... 12
12 O Pronome Relativo Quem ................................................................................................. 13
13 Função sintática dos pronome relativo ............................................................................... 14
14 Pronomes Interrogativos .................................................................................................... 15
Os pronomes interrogativos são utilizados para formular perguntas diretas ou indiretas. .................... 15
15 Colocação Pronominal ....................................................................................................... 16
15.1 Próclise ................................................................................................................................ 16
15.2 Uso da próclise ..................................................................................................................... 16
15.3 Mesóclise ............................................................................................................................. 17
15.4 Uso da mesóclise .................................................................................................................. 17
15.5 Ênclise .................................................................................................................................. 17
15.6 Uso da ênclise ...................................................................................................................... 18
16 Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais ........................................ 19

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4 Pronomes

Pronome é a palavra que acompanha ou substitui o substantivo, indicando sua


posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo situando-o no espaço e no
tempo.

Os pronomes podem ser:


- substantivos, quando tomam o lugar do substantivo. Por exemplo:
Maria foi à festa do clube. Ela era a mais animada! (o pronome ela está no lugar de
Maria, substituindo-o; é um pronome substantivo)

- adjetivos, quando acompanham o substantivo. Por exemplo:


Minha bicicleta quebrou. (o pronome minha acompanha o substantivo bicicleta,
caracterizando-o, por isso é chamado pronome adjetivo)

Classificação dos pronomes


Os pronomes podem ser de seis espécies:
1 – Pronome pessoal – reto, oblíquo e de tratamento
2 – Pronome possessivo
3 – Pronome demonstrativo
4 – Pronome relativo
5 – Pronome indefinido
6 – Pronome interrogativo

5 Pessoal

O pronome pessoal é aquele que indica as pessoas do discurso. Dividem-se em retos,


oblíquos e de tratamento.

Os pronomes pessoais retos, geralmente referem-se ao sujeito, e são:

Eu – 1ª pessoa do singular
Tu – 2ª pessoa do singular
Ele – 3ª pessoa da singular
Nós – 1ª pessoa do plural
Vós – 2ª pessoa do plural
Eles – 3ª pessoa do plural

Os pronomes pessoais oblíquos referem-se ao objeto direto ou ao indireto, sendo

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átonos ou tônicos.

São pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

São pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.

Os pronomes pessoais oblíquos tônicos são usados com preposição. Por exemplo:
A mãe ansiosa esperava por mim.
Entre mim e ti há uma distância enorme.
Comprei um presente para ela.

6 A Segunda Pessoa Indireta

A chamada segunda pessoa indireta se manifesta quando utilizamos pronomes que,


apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o
verbo na terceira pessoa.

É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no


quadro seguinte:

7 Pronomes de Tratamento
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques

Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais

Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos

altas autoridades e
Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
oficiais-generais

Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de universidades

Vossa Majestade V. M. reis e rainhas

Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores

Vossa Santidade V. S. Papa

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Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento cerimonioso

Vossa Onipotência V. O. Deus

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O


senhor" e "a senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" e
"vocês", no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no
português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente, em outras,
é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica,
ultraformal ou literária.

Observações:

a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de tratamento que possuem


"Vossa (s)" são empregados em relação à pessoa com quem falamos. Por exemplo:

Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.

Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa. Por exemplo:

Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da


República, agiu com propriedade.

- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos


aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente
tem para poder ocupar o cargo que ocupa.

b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a


concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes
possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na
3ª pessoa. Por exemplo:

Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores
lhe fiquem reconhecidos.

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c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém,


não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não
poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Por exemplo:

Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)


Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)

d) Letra Maiúscula: Os pronomes de tratamento são escritos com letra maiúscula,


com exceção de você, que pode aparecer tanto com maiúscula como minúscula.

8 Pronome Possessivo

Pronomes possessivos são aqueles que indicam a posse de algo, estabelecendo uma
relação entre o possuidor e a coisa possuída.

Veja o exemplo:

“Meu carro estragou.” - Temos uma narração em primeira pessoa, em que o eu


(personagem narrador) é o possuidor, e o carro (terceira pessoa, de quem se fala) é a
coisa possuída.

Os pronomes possessivos são os seguintes:

Número 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa

meu, minha, teu, tua, seu, sua,


singular seus, suas
meus, minhas teus, tuas

nosso, nossa, vosso, vossa, seu, sua,


plural
nossos, nossas vossos, vossas seus, suas

Há momentos em que os pronomes possessivos não exprimem a ideia de posse, mas


indicam respeito, aproximação, intimidade. Por exemplo:

Minha senhora, como tem passado?


Estou orgulhosa com suas conquistas.

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OBS: É comum o pronome possessivo aparecer acompanhado de artigo ou não.


Estando ambas as opções gramaticalmente corretas.

Ex: Minha mãe é linda.


A minha mãe é linda.

Eu gosto de meus livros.


Eu gosto dos meus livros.

Eu me dedico a minha família.


Eu me dedico à minha família.

9 Pronomes demonstrativos

O pronome demonstrativo é aquele que indica a posição de um ser em relação às


pessoas do discurso, situando-o no tempo ou no espaço.

São os seguintes:

1ª pessoa este esta estes estas isto


2ª pessoa esse essa esses essas isso
3ª pessoa aquele aquela aqueles aquelas aquilo

Os demonstrativos combinam-se com as preposições de ou em, dando as formas


deste, desse, disso, naquele, naquela, naquilo.

- Também aparecem como pronomes demonstrativos:

o, a, os, as: quando estiverem antecedendo o que e sempre que puderem ser
substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.

Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)

Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)

mesmo (s), mesma (s):

Por exemplo:

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Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.

próprio (s), própria (s):

Por exemplo:
Os próprios alunos resolveram o problema.

semelhante (s):

Por exemplo:
Não compre semelhante livro.

tal, tais:

Por exemplo:
Tal era a solução para o problema.

Emprego dos pronomes demonstrativos


Usamos os demonstrativos esse, essa, isso em referência a coisa ou seres que
estejam perto da segunda pessoa (o ouvinte). Veja:
Esse caderno que está na sua mesa é meu.

Também empregamos esse, essa, isso para mencionar algo já dito no discurso,
como na frase a seguir:
Todos achavam que ele não havia se arrependido. Achavam isso porque ele não agia
como tal.

Usamos este, esta, isto em referência a coisas ou seres que se encontram perto da
primeira pessoa (o falante). Exemplo:
Sempre que vejo esta carta lembro-me de você.

Também empregamos este, esta, isto no discurso para mencionar coisas que ainda
não foram ditas. Observe:
Só posso dizer isto: odeio você.

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Aquele, aquela, aquilo são usados quando as coisas ou seres estão longe do falante
e do ouvinte. Por exemplo:
Aquela obra não apresenta boa segurança.

10 Pronomes Indefinidos

Pronome indefinido é aquele que se refere à terceira pessoa do discurso de modo


impreciso, indeterminado, genérico. Observe:
Alguém bateu à porta.
Todos cumpriram suas tarefas.

Os pronomes indefinidos também podem ser variáveis e invariáveis.

Variáveis Invariáveis
algum, alguma, alguns, algumas
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas
todo, toda, todos, todas
outro, outra, outros, outras alguém
muito, muita, muitos, muitas algo
pouco, pouca, poucos, poucas ninguém
certo, certa, certos, certas tudo
vários, várias outrem
tanto, tanta, tantos, tantas nada
quanto, quanta, quantos, quantas cada
qualquer, quaisquer
tal, tais
um, uma, uns, umas

Algumas frases com pronomes indefinidos:


Todas as pessoas assistiram ao filme.
Hoje não veio pessoa alguma te procurar.
Escolheu qualquer roupa para ir ao cinema.
Um gosta de filme, outro de livros.
Há vários documentos para você assinar.

Para um grupo de palavras com valor de pronome indefinido, chamamos locuções


pronominais indefinidas. Veja alguns exemplos:

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Quem quer que, cada qual, todo aquele, seja quem for, qualquer um, tal e qual,
etc.

11 Pronomes Relativos

Pronome relativo é um pronome que, no período composto, retoma um


antecedente (palavra ou expressão anterior a ele), representando-o no inicio de uma
nova oração.

Os pronomes relativos são:

que
quem
o qual (os quais, a qual, as quais)
onde (equivalendo a “em que”)
quanto (quantas, quantos, quanta)
cujo (cuja, cujas, cujos)

(Podem ser precedidos ou não por preposições.)

Exemplo

A casa onde moro é antiga.

A pessoa a quem entreguei os documentos é a recepcionista.

Os pronomes relativos, excetuando-se cujo, cujos, cuja e cujas, podem ser


facilmente substituídas pelo relativo o qual e suas variantes.

Exemplo

O rapaz de quem lhe falei não é aquele?

O rapaz do qual lhe falei não é aquele?

Pronomes Relativos – Uso

Os pronomes relativos são aqueles que retomam um termo da oração (antecedente)


que já apareceu antes, projetando-o em outra oração.

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Exemplos

Não conhecemos os deputados.


Os deputados faltaram à reunião.
Não conhecemos os deputados que faltaram à reunião.

12 O Pronome Relativo Quem

Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua
repetição. Somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando
funcionar como objeto direto, nesse caso, haverá a anteposição obrigatória da prep.
a, e o pronome passará a exercer a função sintática de objeto direto preposicionado.

Por exemplo na oração

A garota que conheci está em minha sala.

O pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelo pronome quem,
tem-se:

A garota a quem conheci ontem está em minha sala.

O relativo cujo equivale a do qual, de quem, de que. (Ele carrega, intrínseca, uma
relação de posse.)

Concorda em gênero e número com a coisa possuída e não admite a posposição do


artigo (o, a, os, as).

Exemplos

Derrubaram as paredes cujos tijolos estavam sujos.

= delas, das paredes

Aquela é a pessoa cuja casa é bonita

= dela, da pessoa

O relativo onde refere-se a coisa, indica lugar e equivale a em que, no qual.

Exemplos

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Esta é a casa onde moro.

“ Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá.”

Atenção!

Onde é empregado com verbos que regem preposição EM

Exemplo

Sempre morei na cidade onde nasci.

Aonde é empregado com verbos que regem preposição A, sendo resultado da


combinação da preposição a + onde.

Exemplo

Não conheço o lugar aonde você vai.

13 Função sintática dos pronome relativo

Os pronomes relativos que introduzem as or. sub. adjetivas desempenham funções


sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome relativo por seu
antecedente e proceder a análise como se fosse um período simples.

O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros. – sujeito


Os trabalhos que faço me dão prazer. – objeto direto
Os filmes a que nos referimos são italianos. – objeto indireto
O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades. – pred. do sujeito
O filme a que fizeram referência foi premiado. – complemento nominal
O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso. – adj. adnominal
O bandido por quem fomos atacados fugiu. – ag. da passiva
A escola onde estudamos foi demolida. – adj. Adverbial

PORTANTO: A função sintática do Pronome Relativo é a mesma que seria exercida,


naquela oração, pela expressão que o pronome relativo retoma.

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14 Pronomes Interrogativos

Os pronomes interrogativos são utilizados para formular perguntas diretas ou


indiretas.

Observando as palavras em destaque:

- Que casa estão construindo?

- Diga-nos que casa estão construindo.

- Qual das cores preferes?

- Não sei qual das cores preferes.

É possível perceber que essas palavras são empregadas para formular perguntas
diretas ou indiretas. Elas pertencem à classe de palavras dos pronomes
interrogativos, os quais são: quem, que, qual e quanto. Eles apresentam algumas
particularidades que estudaremos neste texto.

 Flexão dos pronomes interrogativos

Cada um dos pronomes interrogativos possui flexões distintas. Veja:

a) Que e quem – são invariáveis.

b) Quanto – flexiona-se em gênero e número:

quanto – quanta

quanta, quanto – quantas, quantos

c) Qual – flexiona-se em número:

qual – quais

 Emprego dos pronomes interrogativos

Assim como na flexão, os pronomes interrogativos têm empregos diferentes entre


si.

a) Que – pode ser:

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- Pronome substantivo, quando significa “que coisa”. Exemplo: Que teria


acontecido?

- Pronome adjetivo, quando significa “que espécie de”. Exemplo: Que negócio foi
aquele?

→ Para dar ênfase a perguntas, podem ser usados o que, que é que, o que é que, que
é o que.

b) Quem – refere-se apenas a pessoas ou a algo personificado:

Quem cantou na noite passada?

c) Qual – possui um valor seletivo e pode ser usado tanto referindo-se a pessoas
quanto a coisas:

Qual foi a decisão final?

→ A ideia seletiva poder ser reforçada pelo uso de qual dos (das ou de).

d) Quanto – é usado como pronome adjetivo ou pronome substantivo, refere-se a


pessoas e coisas e é um quantitativo indefinido:

Quantas viagens foram realizadas?

15 Colocação Pronominal

15.1 Próclise

A próclise consiste na colocação do pronome antes do verbo. É a forma preferencial


do português do Brasil.

15.2 Uso da próclise

A próclise será obrigatória quando antes do verbo houver palavras atrativas, como:

ADORO COLOCAÇÃO PRONOMINAL! (Advérbios, Conjunções e Pronomes)

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 não, nunca, ninguém, nada e outras de sentido negativo. “Nada me prende


aqui!” — próclise devido à palavra atrativa negativa nada;
 que, quem e outros pronomes relativos. “Ela foi a professora que me inspirou.”
 quando, se (condição), embora e outras conjunções. “Quando te vi, soube que
era amor”;
 sempre, já, bem, talvez, ainda e outros advérbios. “Se o barulho cessar, talvez
me concentre na prova”;
 tudo, nada, pouco e outros pronomes indefinidos. “Nada me disseram sobre o
ocorrido.”;
 só (no sentido de somente). “Ele sabe que só se fala nesse assunto”;

15.3 Mesóclise

Quase nunca utilizada na fala corrente, a mesóclise ainda persiste em discursos


religiosos (traduções do texto bíblico) e jurídicos. A literatura também é adepta a esse
tipo de colocação pronominal, que deixa o texto com um jeito elegante.

15.4 Uso da mesóclise

O uso da mesóclise só é possível com verbos no futuro do presente e no futuro do


pretérito (caso não haja uma palavra atrativa antes do verbo). Exemplos:

 “Clama a mim, responder-te-ei, anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que


não sabes. ” (Jeremias 33:3) — mesóclise.
 Arrepender-se-ão de seus pecados.

15.5 Ênclise

Se a tendência da Língua Portuguesa brasileira é a próclise, e a mesóclise saiu do


mapa, restam poucos casos para a ênclise. O mais interessante é que os próprios
gramáticos ressaltam que as normas “não devem ser vistas como preceitos intocáveis,
ficando, em muitos casos, subordinadas às exigências da ênfase, da harmonia e
espontaneidade da expressão” (CEGALLA).

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15.6 Uso da ênclise

A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à


sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-
se geralmente:

a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro),
pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo. Exemplos:

Diga-me apenas a verdade.


Importava-se com o sucesso do projeto.

b) Nas orações reduzidas de infinitivo. Exemplos:

Convém confiar-lhe esta responsabilidade.


Espero contar-lhe isto hoje à noite.

c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de


preposição "em"). Exemplos:

A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.


O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

d) Nas orações imperativas afirmativas. Exemplos:

Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.


Professor, ajude-me neste exercício!

Observações:

1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a


mesóclise é necessário haver justificativas.

2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar


frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por exemplo:

Linguagem informal: Me alcança a caneta.


Linguagem formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos futuro do
presente ou futuro do pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.
Exemplos:

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Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.

16 Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções


Verbais

As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no


particípio.

1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio

a) Sem palavra que exija a próclise:

Geralmente, emprega-se o pronome após a locução. Por exemplo:

Quero ajudar-lhe ao máximo.

b) Com palavra que exija próclise:

O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução. Exemplos:

Nunca me viram cantar. (antes)


Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

2) Verbo Principal no Particípio

Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir
depois dele. Por exemplo:

As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.

a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo
auxiliar. Por exemplo:

Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.

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b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução. Por
exemplo:

Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.

Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:

Haviam me convencido com aquela história.


Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

1) Encontramos pronome indefinido em:

a) "Muitas horas depois, ela ainda permanecia esperando o resultado."


b) "Foram amargos aqueles minutos, desde que resolveu abandoná-las."
c) "A nós, provavelmente, enganariam, pois nossa participação foi ativa."
d) "Havia necessidade de que tais ideias ficassem sepultadas."
e) "Sabíamos o que você deveria dizer-lhe ao chegar da festa."

2) Assinale a alternativa onde o pronome pessoal está empregado corretamente:

a) Este é um problema para mim resolver.


b) Entre eu e tu não há mais nada.
c) A questão deve ser resolvida por eu e você.
d) Para mim, viajar de avião é um suplício.
e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava.

3) Assinale a alternativa que apresenta erro de colocação pronominal:

a) Você não devia calar-se.


b) Não lhe darei qualquer informação.
c) O filho não o atendeu.
d) Se apresentar-lhe os pêsames, faço-o discretamente.
e) Ninguém quer aconselhá-lo.

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Gabarito:

1) A
2) D
3) D

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Sintaxe do Período Simples

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Sintaxe do Período Simples ..................................................................................................5
5 Gabarito ..............................................................................................................................7

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4 Sintaxe do Período Simples


Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma
mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e
compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe
é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades
que existem para combinar palavras e orações.

1) Houve esperança de que o partido crescesse.

2) Perdi a crença em pessoas que prometem o céu, e não cumprem o prometido.

3) Se ela se preocupasse com ele, não sei se aquilo aconteceria.

4) Os pássaros cantavam alegremente naquele amanhecer nostálgico.

5) Em poucos dias, meu amigo, chegaremos a nosso destino.

6) Os países onde estive eram encantadores.

7) As pessoas, a cujas atitudes me refiro, precisavam de orientação.

8) Carlos, fique quieto, pois a aula já começou.

9) Quando o Sol apareceu, todos o aplaudiram com veemência.

10) Ela sairia se ele ficasse e ficaria aliviada se ele saísse.

11) Dizem que se necessitava de novos investimentos.

12) Escutavam-se sons estranhos no quarto, seria melhor não estar ali.

13) As pessoas que ali moravam criam impossível aquele fato.

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14) Frases completas aprimoram alunos cujos estudos prometem frutos.

O esporte é bom pra gente, fortalece o corpo e emburrece A MENTE. – Antes que
o primeiro corredor indignado atire UM TÊNIS em minha direção (...) – Quando
estamos correndo, não há previsão de pagamento.

Os termos grafados com letras maiúsculas nas passagens acima, extraídas do texto
apresentado, identificam-se pelo fato de exercerem a mesma função sintática nas
orações de que fazem parte. Indique essa função:

A) Sujeito.

B) Predicativo do sujeito.

C) Predicativo do objeto.

D) Objeto direto.

E) Complemento nominal

Na frase “A urna eletrônica foi recebida pelo cidadão” o termo em destaque é


classificado como:

A) adjunto adverbial de modo

B) objeto direto

C) agente da passiva

D) aposto

Assinale a opção correta.

Em relação à primeira frase: “A neurociência vê o sonho como um mecanismo


autorregulador do nosso cérebro.”, podemos afirmar que:

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A) sonho exerce a função de objeto indireto.

B) o verbo ver é intransitivo.

C) temos um predicativo do objeto.

D) a frase está na voz passiva.

5 Gabarito
01 D
02 C
03 C

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Período Composto – Coordenação e


Subordinação e Pontuação

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Período Composto – Coordenação e Subordinação ...............................................................6
5 Orações Coordenadas ..........................................................................................................6
- Sindéticas: ......................................................................................................................................... 6
- Assindéticas: ..................................................................................................................................... 7
5.1 Orações coordenadas sindéticas .................................................................................................. 7
- Aditivas: ............................................................................................................................................ 7
- Adversativas: ..................................................................................................................................... 7
- Alternativas: ...................................................................................................................................... 7
- Explicativas: ...................................................................................................................................... 7
- Conclusivas:....................................................................................................................................... 7
6 Orações Subordinadas Substantivas .....................................................................................7
2. Objetivas Diretas - ........................................................................................................................... 8
3. Objetivas Indiretas ........................................................................................................................... 8
• Completivas Nominais -............................................................................................................... 8
• Predicativas - .............................................................................................................................. 8
• Apositivas – ................................................................................................................................ 8
7 Orações Subordinadas Adjetivas ..........................................................................................9
Orações subordinadas adjetivas são ..................................................................................................... 9
8 Pronomes Relativos .............................................................................................................9
8.1 Oração subordinada adjetiva explicativa ..................................................................................... 9
8.2 Oração subordinada adjetiva restritiva ...................................................................................... 10
9 Questões de Sala................................................................................................................ 10
9.1 Orações subordinadas adverbiais causais .................................................................................. 11
9.2 Orações subordinadas adverbiais consecutivas .......................................................................... 11
9.3 Orações subordinadas adverbiais concessivas ............................................................................ 11
9.4 Orações subordinadas adverbiais condicionais .......................................................................... 11
9.5 Orações subordinadas adverbiais finais ..................................................................................... 12
9.6 Orações subordinadas adverbiais temporais .............................................................................. 12
9.7 Orações subordinadas adverbiais comparativas ......................................................................... 12
9.8 Orações subordinadas adverbiais conformativas ....................................................................... 13

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9.9 Orações subordinadas adverbiais proporcionais ........................................................................ 13


10 Pontuação ......................................................................................................................... 14
A vírgula ................................................................................................................................................................... 14

11 Pontuação Semântica ........................................................................................................ 17


O ponto .................................................................................................................................................................... 18

12 O ponto e vírgula ............................................................................................................... 19


13 Os dois-pontos ................................................................................................................... 20
14 O ponto de interrogação .................................................................................................... 21
15 O ponto de exclamação ...................................................................................................... 22
16 Reticências......................................................................................................................... 22
17 As aspas ............................................................................................................................ 23
18 Os parênteses .................................................................................................................... 24
19 O travessão........................................................................................................................ 25
20 Questões............................................................................................................................ 25

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4 Período Composto – Coordenação e Subordinação


PERÍODO COMPOSTO – INTRODUÇÃO
COORDENAÇÃO X SUBORDINAÇÃO

1) O período composto também recebe classificações: pode ser composto por


coordenação, ou por subordinação, ou ainda por coordenação e subordinação.
Vejamos, no exemplo abaixo, como se organizam as orações nesses períodos.

Composto por coordenação, com orações “sócias” (coordenadas), que possuem


autonomia, mas se unem para tornar a informação mais completa e significativa;
Exemplo:

Ele sabia a verdade, mas ela negou tudo.

2) Composto por subordinação, com orações “funcionárias” (subordinadas), que


servem para completar uma oração principal, exercendo ou a função de um substantivo,
ou a de um adjetivo, ou a de um advérbio;
Exemplos:

Ele sabia que ela negaria tudo.

O crime que ela cometeu ainda não apareceu na mídia.

Quando ela chegasse, ele deixaria a sala.... –

3) Composto por coordenação e subordinação, com a mescla dos tipos anteriores


(coordenadas e subordinadas).

Exemplo:
Quando ela chegasse, ele deixaria a sala e chamaria a polícia.

5 Orações Coordenadas
As orações coordenadas são classificadas em: sindéticas e assindéticas.

- Sindéticas: são orações coordenadas introduzidas por conjunção.


Exemplo: Deve ter chovido à noite, pois o chão está molhado.

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- Assindéticas: são as orações coordenadas que não são introduzidas por conjunção.
Exemplo: Tudo passa, tudo corre: é a lei.

5.1 Orações coordenadas sindéticas

As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com a conjunção


coordenativa que as introduz. Podem ser:

- Aditivas: estabelecem ideia de adição, soma.


Exemplo: Não venderemos a casa, nem (venderemos) o carro.

São conjunções aditivas: e, nem, mas também.

- Adversativas: estabelecem oposição, adversidade.


Exemplo: Gostaria de ter viajado, mas não tive férias.

São conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.

- Alternativas: estabelecem alternância.


Exemplo: Siga o mapa, ou peça informações.

São conjunções alternativas: ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, siga...siga.

- Explicativas: estabelecem explicação.


Exemplo: Senti frio, porque estava sem agasalho.

São conjunções explicativas: que, porque, pois, porquanto.

- Conclusivas: estabelecem conclusão.


Exemplo: São todos cegos, portanto não podem ver.

São conjunções conclusivas: portanto, logo, por isso, pois, assim.

6 Orações Subordinadas Substantivas


As sentenças ou orações subordinadas, ao contrário das sentenças coordenadas,
são dependentes entre si, de modo que uma se subordina a outra, para
complementação ou determinação de seu sentido. Observe
Ao ser feito o desmembramento das orações, têm-se:

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• Oração 1: É necessário
• Oração 2: [que] todos os alunos realizem a inscrição.

Constate que a primeira oração (chamada de “principal”) precisa de complementação:


“É necessário o quê?”. Dessa maneira, “que todos os alunos realizem a inscrição”
funciona como termo integrante da principal. Vale destacar que, nesse caso, a referida
integração é feita por meio da conjunção subordinativa “que”.

As orações subordinadas se dividem em: substantivas (quando exercem a função de


substantivo); adjetivas (quando exercem a função de adjunto adnominal) ou adverbiais
(quando desempenham a função de adjunto adverbial).
As orações subordinadas substantivas podem ser:
•Subjetivas - funcionam como termo essencial (sujeito) da oração principal: "É
imprescindível que você participe do evento.“

2. Objetivas Diretas - exercem a função de objeto direto do verbo presente na oração


principal: "O prefeito disse que o prazo para as licitações será prorrogado.“

3. Objetivas Indiretas - cumprem a função de objeto indireto do verbo que as


antecede: "Eles gostariam de que fosse feita a pesquisa."

•Completivas Nominais - complementam o nome (substantivo) contido na oração


principal: "Tenho convicção de que ele retornará o mais brevemente."

•Predicativas - desempenham a função de predicativo do sujeito: "O problema da


monografia é que você não cumpriu com todos os objetivos traçados."

•Apositivas – funcionam como aposto (termo explicativo da oração principal):


"Desejo-lhe uma coisa: que tenhas um abençoado 2016!“

É pertinente salientar que, normalmente, as orações subordinadas substantivas são


introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se”. Porém, podem ser iniciadas,
também, pelos pronomes: quem, quantos, como, onde.

1) Faça a análise sintática e classifique as orações:


•É fundamental que você assista às aulas.
•É bom que você compareça à minha festa.
•Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

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•Acontece que eles ficaram preocupados contigo.


•A professora verificou se todos os alunos estavam presentes.
•O pessoal não sabia quem era o professor de Sociologia.
•Minha coragem insiste em que eu faça o concurso.

•Sentimos orgulho de que você conquiste seus sonhos.


•Nosso desejo era que ela estivesse aqui.
•Fernanda tinha um grande sonho: que seu casamento chegasse.
•Michael dançava, cantava e chorava.
•Talvez eu não vença a batalha, mas morrerei na luta.
•Ela escreve bons poemas, devia, pois, publicá-los.
•Adoro dias chuvosos, pois não são tão quentes.

7 Orações Subordinadas Adjetivas


Orações subordinadas adjetivas são orações que exercem a função de adjunto
adnominal de um termo da oração principal, tendo a mesma função que um adjetivo
na estrutura frásica.
As orações subordinadas adjetivas começam, não raro, com o pronome relativo que.
São classificadas conforme a sua capacidade de ampliar ou reduzir o sentido do nome
a que se refere.

8 Pronomes Relativos
Que / quem / onde / cujo / o qual...

8.1 Oração subordinada adjetiva explicativa

Acrescenta uma informação acessória, ampliando ou esclarecendo um detalhe de um


conceito que já se encontra definido. Aparece sempre separada por vírgulas e pode ser
retirada da frase sem que haja alteração do sentido da mesma.

• O leão, que é um animal selvagem, atacou o domador.

• A professora Fernanda, que é a mais nova professora da escola, não veio trabalhar
hoje.

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8.2 Oração subordinada adjetiva restritiva

Especifica o sentido do nome a que se refere, restringindo seu significado a um ser


único, definido por ele. Não existe marca de pausa, como vírgulas, entre este tipo de
oração e a oração principal. São indispensáveis para a compreensão da frase.

• Ele é um dos poucos diretores que é apreciado por todos os funcionários.

• Toda comida que é fresca é mais saborosa.

9 Questões de Sala
Questão 01) Faça a análise sintática dos períodos abaixo:
a) Lá no quintal está um galo que sempre canta.

b) João, que era carteiro, trabalhava muito todos os dias.

c) Odeio pessoas que não gostam de livros.

d) O meu melhor amigo, que sempre me apoia, é você.

e) Ele é um dos trabalhadores que mais venderam este mês.

f) O artista de cujo talento duvidam é, muitas vezes, talentoso.

g) O homem a cuja filha dediquei meu amor é um sábio.

h) A sabedoria, cujo alcance é reservado a poucos, engrandece e dignifica o indivíduo.

As orações subordinadas adverbiais são aquelas que funcionam como adjunto


adverbial de outras orações. Essas orações vêm introduzidas por uma conjunção
subordinativa. De acordo com esta conjunção (e com a relação que ela estabelece entre
as orações), podemos classificar as subordinadas adverbiais em causais, concessivas,
condicionais, finais, temporais, consecutivas, comparativas, conformativas e
proporcionais.

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9.1 Orações subordinadas adverbiais causais

São aquelas cuja conjunção é subordinativa causal, fazendo com que a oração
subordinada represente uma causa para o que foi dito na oração principal.
Principais conjunções: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois, visto que,
uma vez que, porquanto, já que, desde que...
Exemplos:
Não foi ao baile porque não tinha dinheiro.
Como estava tarde, não pude esperá-lo.
Vamos acender a lareira pois a noite está muito fria.

9.2 Orações subordinadas adverbiais consecutivas

São aquelas cuja conjunção é subordinativa consecutiva, fazendo com que a oração
subordinada represente uma consequência do que foi dito na oração principal.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas consecutivas: (tanto) que, (tão...)
que, (de tal forma) que, (tal) que, etc.
Exemplos:
Falou tanto que ficou sem voz.
Argumentou brilhantemente, de tal forma que não ficou ninguém sem ser convencido.
Sua beleza era tal que o rapaz ficou mudo.

9.3 Orações subordinadas adverbiais concessivas

São aquelas cuja conjunção é subordinativa concessiva, fazendo com que a oração
subordinada represente uma concessão a um fato contraditório presente na oração
principal. Em outras palavras, a subordinada adverbial concessiva apresenta-se como
um obstáculo para o que é proposto na oração principal, mas, no entanto, não impede
sua realização, fazendo, portanto, uma concessão à oração principal, aceitando-a.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas concessivas: embora, apesar de
que, ainda que, se bem que, conquanto, por mais que, posto que, mesmo que, etc.
Exemplos:
Embora estivesse doente, trabalhava muito.
Apesar de serem esforçados, não venceram a competição.
Mesmo que ela viesse, eu não mudaria minha decisão.

9.4 Orações subordinadas adverbiais condicionais

São aquelas cuja conjunção é subordinativa condicional, fazendo com que a oração
subordinada represente uma condição para o que foi dito na oração principal.

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Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas condicionais: se, caso, contanto


que, desde que, etc.
Exemplos:
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” (F. Pessoa)
Se você estivesse lá, nada disso teria acontecido.
Caso você venha, deixarei a chave na portaria.

9.5 Orações subordinadas adverbiais finais

São aquelas cuja conjunção é subordinativa final, fazendo com que a oração principal
represente uma finalidade, um motivo, para o que foi dito na oração principal.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas finais: a fim de que, para que,
porque (= para que), etc.
Exemplos:
Trouxe o sapato e o traje para que ele experimente.
Fiz tudo para que você voltasse.
Vigiai e orai, porque não entreis em tentação.

9.6 Orações subordinadas adverbiais temporais

São aquelas cuja conjunção é subordinativa temporal, fazendo com que a oração
subordinada represente uma circunstância de tempo.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas temporais: quando, enquanto, logo
que, assim que, depois que, até que, apenas, mal, que (=quando), etc.
Exemplos:
Sempre que você vem, ela prepara a casa.
Assim que mudar a estação, sairei de férias.
Quando você voltou, eu estava de braços abertos.

9.7 Orações subordinadas adverbiais comparativas

São aquelas cuja conjunção é subordinativa comparativa, fazendo com que a oração
subordinada expresse uma comparação (de igualdade, inferioridade ou superioridade)
em relação à oração principal. Uma das particularidades das adverbiais comparativas é
a elipse do verbo.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas comparativas: tal, como, quanto,
(mais...) do que, (menos...) do que, (tanto...) quanto, etc.
Exemplos:
Ela era mais bonita do que a irmã.

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Você desenha tão bem quanto eu.


Escreve tão bem quanto lê.

9.8 Orações subordinadas adverbiais conformativas

São aquelas cuja conjunção é subordinativa conformativa, fazendo com que a oração
principal esteja em conformidade, adequação, à oração principal.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas conformativas: como, conforme,
segundo, de acordo com, etc.
Exemplos:
Tomou a medicação conforme o prescrito.
Segundo fui informada, o show foi cancelado.
A redação deve ser redigida de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa.

9.9 Orações subordinadas adverbiais proporcionais

São aquelas cuja conjunção é subordinativa proporcional, fazendo com que a oração
subordinada expresse uma proporcionalidade em relação à ideia formulada na oração
principal.
Conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas proporcionais: à proporção que, à
medida que, quanto mais... tanto menos, etc.
(As estruturas do tipo tanto mais... tanto menos são separadas nas orações: uma parte
na principal, outra parte na subordinada.)
Exemplos:
À proporção que o tempo passa, tudo volta ao normal.
Eu fico mais confiante à medida que se aproxima o concurso.
Quanto menos nos preocupamos, tanto mais nos livramos do estresse.

Questão 01) Classifique as orações abaixo:


OBSERVE A PONTUAÇÃO:
Enquanto dormíamos, ela saiu.
Visto que estivesse com fome, dirigiu-se a um restaurante.
À medida que os anos passam, adquirimos experiência.
Nada diga se a vir.
Se ela estudasse, seria facilmente aprovada.
Para que me notassem, vesti uma roupa de palhaço.
Mesmo que a elogiassem, Marina chorava.
A prova estará fácil segundo disse o professor.
Abrimos o champanhe logo que soubemos o resultado.

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Sua coragem era tal que enfrentou sozinho a onça.


“Como dois e dois são quatro, sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a
liberdade, pequena.” (Ferreira Gullar)

10 Pontuação

A vírgula

A vírgula marca uma pausa de pequena duração.

Emprega-se não só para separar elementos de uma oração, mas também orações de
um só período.

1. No interior da oração serve:

1º) Para separar elementos que exercem a mesma função sintática (sujeito composto,
complementos, adjuntos), quando não vêm unidos pelas conjunções e, ou e nem:

As nuvens, as folhas, os ventos não são deste mundo. (A. Meyer)

Ela tem sua claridade, seus caminhos, suas escadas, seus andaimes. (C. Meireles)

No céu fosco, pelo vão da janela, as estrelas ainda brilhavam. (C. D. de Andrade)

2º) Para separar elementos que exercem funções sintáticas diversas, geralmente
com a finalidade de realçá-los. Em particular, a vírgula é usada:

a) para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor meramente explicativo:

Ele, o pai, é um mágico. (Adonias Fillho)

b) para isolar o vocativo:

Moço, sertanejo não se doma no brejo. (J. A. de Almeida)

c) para isolar o adjunto adverbial antecipado:

Depois de algumas horas de sono, voltei ao colégio. (R. Pompeia)

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d) para isolar os elementos repetidos:

Ficou branquinha, branquinha. Com os desgostos humanos. (O. Bilac)

3º) Emprega-se ainda a vírgula no interior da oração:

a) para separar, na datação de um escrito, o nome do lugar:

Teófilo Otoni, 10 de maio de 1917.

b) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o verbo) ou de um grupo de


palavras:

Veio a velhice; com ela, a aposentadoria. (H. Sales)

2. Entre orações, emprega-se a vírgula:

1º) Para separar as orações coordenadas assindéticas:

Levantava-me, passeava, tamborilava nos vidros das janelas, assobiava. (M. de Assis)

2º) Para separar as orações coordenadas sindéticas, salvo as introduzidas pela


conjunção e:

Cessaram as buzinas, mas prosseguia o alarido nas ruas. (A. M. Machado)

Observações:

1ª) Separam-se por vírgula as orações coordenadas unidas pela conjunção e, quando
têm sujeito diferente. Exemplo:

O silêncio comeu o eco, e a escuridão abraçou o silêncio. (G. Figueiredo)

Costuma-se também separar por vírgula as orações introduzidas por essa conjunção
quando ela vem reiterada:

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! (O. Bilac)

2ª) Das conjunções adversativas, mas emprega-se sempre no começo da oração;

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porém, todavia, contudo, entretanto e no entanto podem vir ora no início da oração,
ora após um dos seus termos. No primeiro caso, põe-se uma vírgula antes da
conjunção; no segundo, vem ela isolada por vírgulas:

Vá aonde quiser, mas fique morando conosco.

Vá aonde quiser, porém fique morando conosco.

Vá aonde quiser, fique, porém, morando conosco.

Em virtude da acentuada pausa que existe entre as orações acima, podem ser elas
separadas, na escrita, por ponto e vírgula. Ao último período é mesmo a pontuação
que melhor lhe convém:

• Vá aonde quiser; fique, porém, morando conosco.

• 3ª) Quando conjunção conclusiva, pois vem sempre posposta a um termo da


oração a que pertence e, portanto, isolada por vírgulas:
• Não pacteia com a ordem; é, pois, uma rebelde. (J. Ribeiro)

As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, etc.) podem


encabeçar a oração ou pospor-se a um dos seus termos. À semelhança das adversativas,
escrevem-se, conforme o caso, com uma vírgula anteposta, ou entre vírgulas.

• 4º) Para isolar as orações intercaladas:


• Se o alienista tem razão, disse eu comigo, não haverá muito que lastimar o
Quincas Borba. (M. de Assis)

• 5º) Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas:


• Chamaram os aprovados, que logo se apresentaram.

• 6º) Para separar as orações subordinadas adverbiais, principalmente quando


antepostas à principal:

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• Quando tio Severino voltou da fazenda, trouxe para Luciana um periquito. (G.
Ramos)

Observações:

1ª) Toda oração ou todo termo de oração de valor meramente explicativo


pronunciam-se entre pausas; por isso, são isolados por vírgula, na escrita.

2ª) Os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns com os outros sem
pausa; não podem, assim, ser separados por vírgula. Esta a razão por que não é
admissível o uso da vírgula entre uma oração subordinada substantiva e a sua
principal.

11 Pontuação Semântica
Quando uma professora escreve um bilhete na caderneta escolar de seu aluno
“Sr. Responsável, seu filho, nervoso, teve um comportamento diferente hoje e
agrediu o colega da classe...”
o que ela quis dizer com o termo grifado no início do segundo período? Por que usou
vírgula? A resposta é semântica, e não gramatical.
Ao usar as vírgulas, procurou deixar claro para os responsáveis pelo aluno que ele,
apesar de normalmente demonstrar comportamento condizente com o meio, naquele
dia, especialmente, isso não ocorreu. Se não tivesse pontuado o texto, nada haveria de
anormal com aquela atitude intempestiva, pois a ausência implicaria uma característica
natural do menino.

Outro exemplo é a vírgula que desfaz uma ambiguidade. Quando se escreve:


“O marido, a esposa agrediu”

a vírgula é o elemento fundamental para se evitar um duplo sentido, uma anfibologia,


por quê?
Porque se desrespeitou a ordem direta dos termos oracionais:

“A esposa agrediu o marido”,


como a ordem era inversa, se não se usasse a pontuação adequada, qualquer um dos
dois poderia ser o agressor ou o agredido.

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O ponto

• 1. O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fônico de


final descendente. Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término de
uma oração declarativa, seja ela absoluta, seja a derradeira de um período composto:

Nada pode contra o poeta. Nada pode contra esse incorrigível que tão bem vive e se
arranja esse meio aos destroços do palácio imaginário que lhe caiu em cima. (A. M.
Machado)

• 2. Quando os períodos (simples ou compostos) se encadeiam pelos


pensamentos que expressam, sucedem-se uns aos outros na mesma linha. Diz-se,
neste caso, que estão separados por um ponto simples.

Observação:

O ponto tem sido utilizado pelos escritores modernos onde os antigos poriam ponto
e vírgula ou mesmo vírgula.

A música toca uma valsa lenta. O desânimo aumenta. Os minutos passam. A orquestra
se cala. O vento está mais forte. (E. Veríssimo)

• 3. Quando se passa de um grupo a outro grupo de ideias, costuma-se marcar


a transposição com um maior repouso da voz, o que, na escrita, se representa pelo
ponto parágrafo. Deixa-se, então, em branco o resto da linha em que termina um
dado grupo ideológico, e inicia-se o seguinte na linha abaixo, com o recuo de
algumas letras:

Lá embaixo era um mar que crescia.

Começara a chuviscar um pouco. E o carro subia mais para o alto, com destino à casa
de Amâncio, que era a melhor da redondeza. (J. L. do Rego)

• 4. Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o nome de ponto final.

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12 O ponto e vírgula

1. Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula,
podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os valores pausais e
melódicos que representa no texto. No primeiro caso, equivale a uma espécie de ponto
reduzido; no segundo, assemelha-se a uma vírgula alongada.

Esta imprecisão do ponto e vírgula faz que o seu emprego dependa substancialmente
do contexto. Entretanto, podemos estabelecer que, em princípio, ele é usado:

• 1º) Para separar num período as orações da mesma natureza que tenham
certa extensão:
• Não sabe mostrar-se magoada; é toda perdão e carinho. (M. de Assis)

• 2º) Para separar partes de um período, das quais uma pelo menos esteja
subdividida por vírgula:
• Chamo-me Inácio; ele, Bendito. (M. de Assis)

• 3º) Para separar os diversos itens de enunciados enumerativos (em leis,


decretos, portarias, regulamentos, etc.), como estes que iniciam o Artigo 1º da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional:

o Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais


de solidariedade humana, tem por fim:
▪ a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do
Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade;
▪ b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
▪ c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
▪ d) o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação
na obra do bem comum.

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13 Os dois-pontos

Os dois-pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível suspensão da voz na


melodia de uma frase não concluída. Empregam-se, pois, para anunciar:

• 1º) uma citação (geralmente depois de verbo ou expressão que signifique


dizer, responder, perguntar e sinônimos) (verbos dicendi):

Eu lhe responderia: a vida é ilusão... (A. Peixoto)

• 2º) uma enumeração explicativa:

Viajo entre todas as coisas do mundo: homem, flores, animais, água... (C. Meireles)

• 3º) um esclarecimento, uma síntese ou uma consequência do que foi


enunciado:

Pedro teve uma inspiração: atirar a corda, esperar o resultado.

Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. (C. Meireles)

Observação:

Depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos, ofícios, etc., costuma-se


colocar dois-pontos, vírgula ou ponto:

Prezado senhor:

Prezado senhor.

Prezado senhor,

Sendo o vocativo inicial emitido com entoação suspensiva, deve ser acompanhado,
preferentemente, de dois-pontos ou de vírgula, sinais denotadores daquele tipo de
inflexão.

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14 O ponto de interrogação

• 1. É o sinal que se usa no fim de qualquer interrogação direta, ainda que a


pergunta não exija resposta:

Sabe você de uma novidade? (A. Peixoto)

• 2. Nos casos em que a pergunta envolve dúvida, costuma-se fazer seguir de


reticências o ponto de interrogação:

Então?... que foi isso?... a comadre?... (Artur Azevedo)

• 3. Nas perguntas que denotam surpresa, ou naquelas que não têm endereço
nem resposta, empregam-se por vezes combinados o ponto de interrogação e o
ponto de exclamação:

Que negócio é esse: cabra falando?! (C. D. de Andrade)

Quê?!

Observação:

O ponto de interrogação nunca se usa no fim de uma interrogação indireta, uma vez
que esta termina com entoação descendente, exigindo, por isso, um ponto.

Comparem-se:

Quem chegou? [= interrogação direta]

Diga-me quem chegou. [= interrogação indireta]

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15 O ponto de exclamação

É o sinal que se pospõe a qualquer enunciado de entoação exclamativa. Emprega-se,


pois, normalmente:

• a) depois de interjeições ou de termos equivalentes, como os vocativos


intensivos, as apóstrofes:

Oh! dias de minha infância! (C. de Qbreu)

Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? (C. Alves)

• b) depois de um imperativo:

Coração, para! (A. de Oliveira)

Fique quieto!

16 Reticências

• 1. As reticências marcam uma interrupção da frase e, consequentemente, a


suspensão da sua melodia. Empregam-se em casos muito variados. Assim:
o a) para indicar que o narrador ou o personagem interrompe uma ideia
que começou a exprimir e passa a considerações acessórias:

A tal rapariguinha... Não digam que foi a Pôncia que contou. Menos essa, que não
quero enredos comigo! (J. de Alencar)

o b) para marcar suspensões provocadas por hesitação, surpresa, dúvida,


timidez, ou para assinalar certas inflexões de natureza emocional de quem fala:

Fiador... para o senhor?! Ora!... (G. Amado)

Falaram todos. Quis falar... Não pude... Baixei os olhos... e empalideci...

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o c) para indicar que a ideia que se pretende exprimir não se completa


com o término gramatical da frase, e que deve ser suprida com a imaginação do
leitor:

Agora é que entendo tudo: as atitudes do pai, o recato da filha... Eu caí numa cilada...
(J. Montello)

• 2. Usam-se ainda as reticências antes de uma palavra ou de uma expressão


que se quer realçar:

E teve um fim que nunca se soube... Pobrezinho... Andaria nos doze anos. Filho único.
(S. Lopes Neto)

17 As aspas

• 1. Empregam-se principalmente:
o a) no início e no fim de uma citação para distingui-la do resto do
contexto:

O poeta espera a hora da morte e só aspira a que ela "não seja vil, manchada de medo,
submissão ou cálculo". (M. Bandeira)

o b) para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente não


peculiares à linguagem normal de quem escreve (estrangeirismos, arcaísmos,
neologismos, vulgarismos, etc.):

Era melhor que fosse "clown". (E. Veríssimo)

o c) para indicar uma ironia:

Aquela “gripezinha” já matou mais de cem mil pessoas.

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o d) para indicar que a expressão está em sentido figurado:

Ele era o “cabeça” da turma.

o e) para acentuar o valor significativo de uma palavra ou expressão:

A palavra "nordeste" é hoje uma palavra desfigurada pela expressão "obras do


Nordeste", que quer dizer: "obras contra as secas". E quase não sugere senão as secas.
(G. Freyre)

18 Os parênteses

• 1. Empregam-se os parênteses para intercalar num texto qualquer indicação


acessória. Seja, por exemplo:
o a) uma explicação dada, uma reflexão, um comentário à margem do
que se afirma:

Os outros (éramos uma dúzia) andavam também por essa idade, que é o doce-amargo
subúrbio da adolescência. (P. M. Campos)

Mais uma vez (tinha consciência disso) decidia o seu destino. (A. A. Machado)

o b) uma nota emocional, expressa geralmente em forma exclamativa, ou


interrogativa:

Havia a escola, que era azul e tinha


Um mestre mau, de assustador pigarro...
(Meu Deus! que é isto? que emoção a minha
Quando estas coisas tão singelas narro?) (B. Lopes)

Observação:

Entre as explicações e as circunstâncias acessórias que costumam ser escritas entre


parênteses, incluem-se as referências a datas, as indicações bibliográficas, etc.

"Boa noite, Maria! Eu vou-me embora." (Castro Alves. Espumas flutuantes. Bahia, 1870,

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p.71.)

• 2. Usam-se também os parênteses para isolar orações intercaladas com


verbos declarativos:

Uma vez (contavam) a polícia tinha conseguido deitar a mão nele. (A. Dourado)

Obs: Isso se faz mais frequentemente por meio de vírgulas ou de travessões.

19 O travessão

Emprega-se principalmente em dois casos:

1º) para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor:

-- Muito bom dia, meu compadre.

-- Por que não apeia, compadre Vitorino?

-- Estou com pressa. (J. L. do Rego)

2º) para isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste caso, usa-se geralmente o
travessão duplo:

Duas horas depois -- a tempestade ainda dominava a cidade e o mar -- o "Canavieiras"


ia encostando no cais. (J. Amado)

Obs: Não é raro o emprego de um só travessão para destacar, enfaticamente, a parte


final de um enunciado:

Um povo é tanto mais elevado quanto mais se interessa pelas coisas inúteis -- a
filosofia e a arte. (G. Amado)

20 Questões

Questão 01) Indique a única oração em que a vírgula foi usada corretamente.

a) O cliente novo que, não paga as dívidas, vive reclamando.

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b) O entregador que trouxe o bolo, não tem troco.


c) Os palestrantes estão descansando, naquela sala.
d) Naquela sala, os palestrantes costumam descansar.
e) O diretor e o professor, entraram às pressas.

Questão 02) Assinale a alternativa em que a omissão da vírgula não prejudica a


sintaxe do excerto.

A “Uma dica é admitir que a consciência, que é uma ferramenta da mente, é variável
[...]”.
B “Foi na tentativa de tudo entender, controlar e predizer que ele fez isso[...]”.
C “Paradoxalmente, pode-se dizer o oposto também [...]”.
D “A técnica de se isolar para não sofrer seria boa se funcionasse, mas o isolamento é
fonte de inesgotáveis sofrimentos [...]”.
E “Se a intenção for dar conta da experiência da vida apoiado na capacidade de
atribuir-lhe sentido, melhor enfiar a viola no saco.”.

Questão 03) Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conectivo
é denominada assindética. Observando os períodos seguintes:

I. Não caía um galho, não balançava uma folha.

II. O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.

III. O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. Acabara o exame.

Nota-se que existe apenas coordenação assindética em:

a) I apenas

b) II apenas

c) III apenas

d) I e III

e) Nenhum deles.

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Questão 04) “O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou ontem que a
inflação será o fator essencial para determinar quão agressivamente o banco central
americano aumentará os juros nos próximos anos.” (VALOR ECONÔMICO, 08 de
janeiro de 2016)

A última oração do período acima é classificada sintaticamente como:

a) subordinada adverbial final.

b) subordinada adjetiva restritiva.

c) subordinada adverbial comparativa.

d) subordinada adverbial proporcional.

e) subordinada substantiva objetiva direta.

Gabarito:

1) D
2) C
3) D
4) E

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Regência e Crase

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Regência Verbal ...................................................................................................................5
5 Contração ............................................................................................................................8
6 Combinação .........................................................................................................................8
7 Regência Nominal ................................................................................................................9
8 Mudanças das Preposições com Verbos ................................................................................9
9 Crase ................................................................................................................................. 11
9.1 Quando usar Crase? .................................................................................................................. 11
Expressões que indicam hora .................................................................................................................................. 11
Palavras femininas ................................................................................................................................................... 11
Locuções adverbiais femininas ................................................................................................................................ 12
O acento grave deve ser utilizado em locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e
modo: à noite, à medida que, às vezes, às pressas, à direita, à moda de, à frente de, à parte, às avessas, entre
outras. Exemplos: – À medida que o tempo passa, gosto mais de literatura. – É muito melhor ir ao cinema à
noite. – Ele terminou a redação às pressas, pois o tempo havia acabado. – Aquele barco ficou completamente
à deriva..................................................................................................................................................................... 12
9.2 Quando não usar a crase ........................................................................................................... 12
Substantivos masculinos ......................................................................................................................................... 12
Como falamos anteriormente, a crase não costuma ser aplicada antes de palavras masculinas. Seguem alguns
exemplos. – Vou pagar a prazo esta geladeira. – A criança geralmente escreve a lápis, pois pode apagar
possíveis erros. – Andar a pé faz bem para a saúde. .............................................................................................. 12
Verbos ...................................................................................................................................................................... 13
Numeral ................................................................................................................................................................... 13
Quando o uso é facultativo ................................................................................................................ 13
Pronomes possessivos ............................................................................................................................................. 14
Nomes próprios femininos ...................................................................................................................................... 14
Preposição até ......................................................................................................................................................... 14

10 Questões............................................................................................................................ 15
11 Gabarito ............................................................................................................................ 17

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4 Regência Verbal

ASPIRAR

'almejar', 'pretender'
pede complemento com a preposição 'a‘
(objeto indireto):

'cheirar', 'sorver', 'inalar’


pede complemento sem preposição
(objeto direto):

ASSISTIR
= 'prestar assistência', 'dar ajuda' complemento sem preposição (objeto direto)

= 'ver', 'presenciar como espectador' complemento com a preposição 'a'


(objeto indireto):

caber’, ‘pertencer’
pede complemento com a preposição 'a' (objeto indireto):

morar – intransitivo, regido pela preposição ‘em’:


Ele assiste em São Paulo.

ESQUECER, LEMBRAR
não acompanhados de pronome pessoal oblíquo átono pedem complemento sem
preposição (objeto direto).

acompanhados de pronome pessoal oblíquo átono pedem complemento com


preposição 'de' (objeto indireto):

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IMPLICAR

= 'trazer como conseqüência', 'acarretar' exige complemento sem preposição


(objeto direto):

= 'mostrar-se impaciente', 'demonstrar antipatia' exige complemento com a


preposição 'com' (objeto indireto):

INFORMAR

Normalmente é usado com dois complementos: um sem preposição (objeto direto)


e outro com preposição (objeto indireto).

Admite duas construções: informar alguma coisa a alguém ou informar alguém de


(ou sobre) alguma coisa.

OBEDECER

Na linguagem culta deve ser empregado como transitivo indireto, com o


complemento introduzido pela preposição 'a':

NAMORAR

usado como complemento, é transitivo direto; portanto o complemento não deve vir
introduzido por preposição:

ERRADO:
QUERO NAMORAR COM VOCÊ.

PAGAR / PERDOAR

Se o complemento denota coisa deve vir sem preposição (objeto direto);

mas se o complemento denota pessoa deve vir regido pela preposição 'a' (objeto
indireto).

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QUERER

= 'desejar', 'ter vontade de' pede complemento sem preposição (objeto direto):

= 'estimar', 'ter afeto' é transitivo indireto com complemento regido pela


preposição 'a':

Os pronomes o, a, os, as devem ser empregados como complementos de verbos


transitivos diretos e os pronomes lhe, lhes como complementos de verbos
transitivos indiretos:

Quero uma mesa nova.


—> Quero-a.
Quero a meus pais.
—> Quero-lhes.
Paguei o empréstimo.
—> Paguei-o.
Paguei ao gerente.
—> Paguei-lhe.

Convidei meus pais.


—> Convidei-os.
Obedeço a meu pai.
—> Obedeço-lhe.

O verbo PREFERIR NÃO PODE ser usado em construções como:

Prefiro mais dançar do que cantar.


(A)
Antes prefiro chocolate do que sorvete.
(A)
Ele prefere muito mais estudar que passear.
(A)

NÃO SE PODEM USAR ESTRUTURAS UNINDO VERBOS DE REGÊNCIAS


DIFERENTES.

Cheguei e saí de casa. (Cheguei a casa e saí dela.)

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Assisti e gostei do filme. ( Assisti ao filme e gostei dele.)


Entrei e saí cedo da academia. (Entrei na academia e saí dela.)

5 Contração

Também conhecida como fusão ou aglutinação, é a junção da preposição com


outra palavra que acarreta mudança ou perda fonética.

Exemplos:

Confio no rapaz. à Contração da preposição em com o artigo o (no).

Gostei da torta. à Contração da preposição de com o artigo a (da).

Obedeço à lei. à Contração da preposição a com o artigo a (à).

6 Combinação

É a junção da preposição com outra palavra que não acarreta perda ou mudança
fonética.

Exemplo:

Assisti ao filme. à Combinação da preposição a e artigo o (ao).

A contração é impossível diante de um sujeito (normalmente oracional):

Está na hora de o almoço começar. à O almoço é o sujeito do verbo começar, e o


núcleo do sujeito não pode ser preposicionado, por isso separamos a preposição do
artigo. Dessa forma, a frase “está na hora do almoço começar” é incorreta porque
envolve preposicionar o núcleo do sujeito.

Tenho medo de o gorila fugir. à “o gorila” é o sujeito do verbo fugir, portanto não
pode ser preposicionado.

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7 Regência Nominal

Alguns nomes admitem dupla regência nominal, isto é, duas ou mais preposições
como certas, embora alguns aceitem apenas uma opção. Veja os exemplos:

Fiz alusão ao filme. à A palavra aludir admite apenas a preposição a.

Tenho aversão a baratas/por baratas. à A palavra aversão admite as preposições a e


por. Nesse caso, o uso de uma ou outra é facultativo e não traz prejuízo gramatica
ou alteração do sentido.

Mas é importante destacar que nem sempre um verbo e seu nome derivado têm a
mesma regência. Observe os exemplos:

Gostamos de arte. à Temos gosto pelas artes. à O verbo gostar é transitivo indireto
e exige a preposição de, mas o substantivo abstrato “gosto” não trabalha com esta
preposição, e sim com a preposição por (contração da preposição por + as = pelas).

Necessitamos de amor. à Temos necessidade de amor. à Tanto o verbo necessitar


quanto o substantivo abstrato “necessidade” exige a preposição de.

Veja os principais casos de regência nominal que costumam cair nas provas:

Regências Nominais Comuns


Acessível a Cuidadoso com Junto a/de Prejudicial a
Acostumado
a/com Estranho a Leal a Próprio de/para
Alheio a Favorável a Natural de Próximo a/de
Alusão a Fiel a Necessário a Respeito a/por
Atenção a/para Grato a Necessidade de Sensível a
Benefício a/para Hábil em Nocivo a Simpatia por

8 Mudanças das Preposições com Verbos

Com verbos, a mudança de preposição em alguns casos mantém o sentido da


estrutura, mas em outros não. Veja os exemplos:

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Atendi o telefonema.

VTD OD
O verbo atender pode ser transitivo direto ou transitivo
indireto regido pela preposição a. O uso de um ou outro não
Atendi ao altera o sentido da estrutura, apenas a classificação sintática.
telefonema.

VTDI(a) OI
Atendi a chamada.
Existem três casos gramaticais de crase facultativa: a) nome
VTD OD próprio feminino, b) preposição até, c) pronome próprio
feminino adjetivo. Além disso, a crase pode ser facultativa
em razão da regência de alguns verbos, o verbo atender é
Atendi à chamada. um desses. O uso da preposição a é facultativo e, embora
altere a classificação sintática, não traz prejuízo gramatical.
VTI(a) OI
Precisei o relógio.

VTD OD O uso ou não da preposição nessa estrutura altera seu


sentido. “Precisar o relógio” significa ajustar, dar precisão ao
relógio, e “precisar do relógio” significa necessitar dele para
Precisei do relógio. usá-lo.

VTI(de) OI

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9 Crase
9.1 Quando usar Crase?

Expressões que indicam hora

O uso da crase é obrigatório em expressões que indicam hora.

Exemplos:

– Vou sair às três horas da tarde.

– O filme será exibido às 18 horas.

Mas fique atento! Quando as preposições para, desde e até antecedem as horas,
você não deve usar o acento grave.

Exemplos:

– Ele decidiu ir para casa, pois estava trabalhando desde as 9 horas.

– Estou morrendo de sono porque fiquei jogando até as 23 horas.

– Marcaram a nossa reunião para as 10 horas.

Palavras femininas

Essa regrinha é uma das mais conhecidas. Salvo exceções, a crase deve ser
empregada apenas diante de palavras femininas, e não deve vir antes de palavras
masculinas.

Exemplo: Podemos ir à loja amanhã cedo?

Observe que na frase acima nós juntamos “ir a” + “a loja”. A contração das duas
letras “a” as transforma “à”, ou seja, “a” com crase.

Caso você tenha dúvidas, existe um exercício muito fácil para avaliar se a letra “a”
deve ou não receber o acento indicativo de crase.: é só substituir a palavra feminina

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por uma masculina e ver se o “a” (ou “à”) se transforma em “ao”. Se isso acontecer,
o “a” deve receber o acento grave. Segue abaixo um exemplo para você entender
melhor.

Frase 1: Os estudantes foram à confraternização da escola.

Agora, substitua por um elemento masculino.

Frase 2: Os estudantes foram ao encontro da escola.

Locuções adverbiais femininas

O acento grave deve ser utilizado em locuções adverbiais femininas que expressam
ideia de tempo, lugar e modo: à noite, à medida que, às vezes, às pressas, à direita,
à moda de, à frente de, à parte, às avessas, entre outras.

Exemplos:

– À medida que o tempo passa, gosto mais de literatura.

– É muito melhor ir ao cinema à noite.

– Ele terminou a redação às pressas, pois o tempo havia acabado.

– Aquele barco ficou completamente à deriva.

9.2 Quando não usar a crase

Tão importante quanto entender as regras para usar o acento grave, é conhecer os
casos em que ela não se aplica. Confira abaixo.

Substantivos masculinos

Como falamos anteriormente, a crase não costuma ser aplicada antes de palavras
masculinas. Seguem alguns exemplos.

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– Vou pagar a prazo esta geladeira.

– A criança geralmente escreve a lápis, pois pode apagar possíveis erros.

– Andar a pé faz bem para a saúde.

Verbos

Também não se deve aplicar o acento grave antes de verbos.

Exemplos:

– Minha irmã começou a planejar o casamento há três meses.

– Meu aluno está aprendendo a tocar piano.

– Não sei se você chegou a ver esse filme, tem um ator muito conhecido.

Numeral

Exceto quando for falar de horas, não se deve colocar a crase antes de numeral.

Exemplos:

– A escola fica a dois quilômetros daqui.

– O número de questões chegou a cento e dez.

– O motorista do ônibus conduzia a 120 km/h.

Quando o uso é facultativo

Existem alguns casos em que o uso do acento grave pode ou não ser empregado.

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Pronomes possessivos

Antes de pronomes possessivos, como “minha” e “tua”, o uso da crase é opcional.

Exemplo:

– Eu devo satisfações a minha mãe.

– Eu devo satisfações à minha mãe.

Nomes próprios femininos

Também é facultativo o uso antes de nomes próprios femininos, até porque o


artigo antes do nome não é obrigatório.

Exemplo:

– João fez uma solicitação a Maria.

– João fez uma solicitação à Maria.

Preposição até

Sempre que usar a preposição “até” antecedendo substantivos femininos, é sua


escolha aplicar ou não a crase.

Exemplo:

– Seguiremos firmes, iremos até as últimas consequências.

– Seguiremos firmes, iremos até às últimas consequências.

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10 Questões
Questão 01 - Assinale a alternativa em que o contido entre colchetes substitui
corretamente a expressão destacada, conforme as regras de regência verbal da
norma-padrão da língua.

(A) Perguntou aos amigos o que estava acontecendo. [Perguntou-os]

(B) Eles disseram a Cabral que Chacrinha havia chegado. [disseram-no]

(C) A música não interessava ao poeta João Cabral. [lhe interessava]

(D) Seus programas promoviam concursos de comer barata. [lhes promoviam]

(E) Chacrinha abriu os braços a João Cabral. [abriu-lhes]

Questão 02 - Assinale a alternativa correta no que se refere à regência nominal da


norma-padrão da língua.

(A) Os amigos estavam atentos sobre o que estava ocorrendo.

(B) Chacrinha era o homem de que foi atribuída a causa do murmúrio.

(C) Ele era um apresentador a quem Cabral não se tinha notícia.

(D) A chegada de Chacrinha causou impacto sob as pessoas na cantina.

(E) O homem famoso a que fizeram menção era seu conhecido.

Questão 03. - No trecho “... tendemos a esquecer experiências que trouxeram prazer,
para dar prioridade às que nos fizeram sofrer.” (3o parágrafo) a expressão destacada
encontra substituto correto, quanto à regência da norma-padrão da língua, em:

(A) priorizar das.

(B) priorizar às.

(C) priorizar nas.

(D) priorizar as.

(E) priorizar para as.

Questão 04 - Assinale a alternativa que apresenta frase corretamente redigida

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quanto ao emprego do acento indicativo de crase e às regras de regência da língua


portuguesa.

(A) Pessoas que vivem em locais violentos são mais propensas de ingressarem à
criminalidade.

(B) Devido à diversas questões sociais, uma língua está sujeita em ter muitas
variedades.

(C) A marginalidade infantil decorre à uma falta de políticas públicas eficazes.

(D) A subnutrição tem feito com que algumas crianças cresçam menos do que à
expectativa.

(E) O presidente da ONG fez alusão à sua equipe, da qual muito se orgulha.

Questão 05 - Considere as frases dos três quadrinhos:

• O mundo é uma máquina de moer corações.

• Como alguém tem coragem de operar essa máquina?

• Certamente é gente que não tem coração.

Assinale a alternativa em que os pronomes empregados para substituir as expressões


destacadas estão em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

(A) máquina de moê-los / coragem de operá-la / gente que não o tem.

(B) máquina de moê-los / coragem de operar-lhe / gente que não lhe tem.

(C) máquina de moer-lhes / coragem de operá-la / gente que não o tem.

(D) máquina de moer-lhes / coragem de operar-lhe / gente que não lhe tem.

(E) máquina de moer-nos / coragem de operá-la / gente que não lhe tem.

Questão 06 - Substituindo-se os termos destacados na frase

“Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres
humanos...”

a redação permanecerá em conformidade com a norma-padrão de regência em:

(A) Por isso, o relatório impõe por uma agenda econômica focada com seres

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humanos...

(B) Por isso, o relatório reivindica uma agenda econômica ajustada para seres
humanos...

(C) Por isso, o relatório reclama de uma agenda econômica dirigida de seres
humanos...

(D) Por isso, o relatório postula com uma agenda econômica aplicada por seres
humanos...

(E) Por isso, o relatório requer de uma agenda econômica destinada a seres
humanos...

11 Gabarito
01 C
02 E
03 D
04 E
05 A
06 B

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Concordância Verbal e Nominal

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1 Apresentação
Sejam bem-vindos a mais uma aula de Língua Portuguesa!

É com prazer que iniciamos mais um capítulo do material PDF FOCADO do Focus
Concursos. Apresentaremos conteúdos com normativas atuais, com abordagem bem
didática e assertiva para a sua compreensão.

Ressaltamos que o PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas do
professor, além das complementações, atualizações e revisões elaboradas pela nossa
equipe Pedagógica do Focus Concursos.

A respeito das complementações, frisamos que, este material pode conter


informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas, claro, com tudo que é
necessário para a sua aprovação, com a profundidade necessária – nem mais, nem
menos.

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2 Roteiro do PDF FOCADO

Bom, feita esta análise geral, você já deve ter percebido que estamos no caminho certo.
Preciso que você, futuro aprovado(a), juntamente com este professor que passa a ser o seu
maior torcedor, organize seus estudos da seguinte forma:

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das videoaulas.
Este material pode conter informações além das trabalhadas em videoaulas. Mas,
claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com a profundidade
necessária – nem mais, nem menos.);

Você pode usar as videoaulas para entender a matéria como um todo e usar os PDFs para
complementar e aprofundar ainda mais sobre os temas!

E como eu disse, sem enrolação, vamos direto ao conteúdo para o seu concurso. VAMOS
NESSA!

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3 Sumário
1 Apresentação.......................................................................................................................2
2 Roteiro do PDF FOCADO .......................................................................................................3
4 Concordância Verbal ............................................................................................................5
4.1 Regra Geral ................................................................................................................................. 5
5 Concordância nominal..........................................................................................................8
6 Questões............................................................................................................................ 10
7 Gabarito: ........................................................................................................................... 12

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4 Concordância Verbal
4.1 Regra Geral

O VERBO concorda com o núcleo do SUJEITO em número e pessoa.

Em casos em que o sujeito é representado por um PRONOME DE TRATAMENTO, o


verbo permanece na terceira pessoa do singular ou na terceira do plural:

Vossa Excelência chegou atrasado.

Vossas Senhorias aceitam o convite?

PARTITIVOS + SUBSTANTIVO
(opcional)

A maioria dos estudantes fez a prova.


A maioria dos estudantes fizeram a prova.

Uma porção de pessoas chegou.


Uma porção de pessoas chegaram.

Mais da metade dos funcionários não aderiu.


Mais da metade dos funcionários não aderiram.

UM DOS QUE (opcional)

João é um dos que mais faz exercícios.

João é um dos que mais fazem exercícios.

CERCA DE...
(O verbo concorda com o numeral)

Cerca de vinte pessoas chegaram.

Cerca de uma tonelada desapareceu.

QUE / QUEM

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Fui eu que escrevi o livro.

Fui eu quem escreveu o livro.

Fomos nós que a encontramos.

Fomos nós quem a encontrou.

SUJEITO COMPOSTO ANTES DO VERBO (plural)

Maria e Ricardo viajaram para o exterior.

Os jogadores e suas respectivas esposas irão à festa.

SUJEITO COMPOSTO APÓS O VERBO


(concorda com o núcleo mais próximo)
(ou no plural)

Morreu o marido e a mulher.


Morreram o marido e a mulher.

Chegou Pedro e Samanta.


Chegaram Pedro e Samanta.

Saíram os alunos e o professor.

SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS GRAMATICAIS DIFERENTES:

Eu, tu e ela somos amigos.

Ela e eu somos amigos.

Tu e ela sois amigos. (Tu e ela são amigos.)

Tu e eu somos amigos.

Tu, teus primos, ela e eu somos amigos.

A professora, tu e o diretor sois (são) amigos.

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PALAVRAS QUE RESUMEM


(TUDO, NADA, ISSO, NINGUÉM...)
(singular)

Dinheiro, mulheres, festas, nada o distraía.

Pedro, Maria, Chico, ninguém foi ao velório.

PALAVRAS SINÔNIMAS
EXPRESSÃO “UM E OUTRO”
(opcional)

Felicidade e alegria encanta a alma.


Felicidade e alegria encantam a alma.

Um e outro mudou de opinião.


Um e outro mudaram de opinião.

SUJEITO COMPOSTO LIGADO POR “OU”

EXCLUSÃO
Sorte ou azar virá para o seu time.

INCLUSÃO
Vitória ou empate garantem a classificação.

VERBOS IMPESSOAIS
(concordam no singular)

HAVER (sentido de EXISTIR ou OCORRER)

Houve poucos acidentes no feriado.


Havia dez alunos na sala.

HAVER (indicando tempo passado)

Havia muitas semanas que não nos falávamos.

VERBOS IMPESSOAIS
(concordam no singular)

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FAZER em sentido de tempo ou clima.

Faz cinco meses que não a vejo.

Faz dias frios no Sul.

CONCORDÂNCIA DO VERBO “SER”

Quem é você? Quem são eles?


Quem é teu pai? Quem são seus irmãos?

A vida não são rosas. (sujeito coisa)

Eu não sou ele. (sujeito e predicativo pronomes)

5 Concordância nominal

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou


numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos,
adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-
se da relação entre nomes.

Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da


oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:

1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.


Por exemplo:

As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.

2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar.


Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:

a) Adjetivo anteposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.

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Encontramos caídas as roupas e os prendedores.


Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.

- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve


sempre concordar no plural.

As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.


Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

b) Adjetivo posposto aos substantivos:


-O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo
forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).

A indústria oferece localização e atendimento perfeito.


A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.

Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo
efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de
gêneros diferentes.

-Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou


plural.

Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de


nenhum modificador. Por exemplo:
Água é bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou
qualquer outro determinativo. Por exemplo:
Esta água é boa para saúde.

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4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se


refere. Por exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto,
etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino
singular. Por Exemplo:

Os jovens tinham algo de misterioso.

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda


normalmente com o nome a que se refere. Por exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.

Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função


adverbial, ficando, portanto, invariável. Por exemplo:

Eles só desejam ganhar presentes.

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular,


podem ser usadas as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.
Por exemplo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

6 Questões

Questão 01) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas.
a) fazem, havia, existe
b) fazem, havia, existe
c) fazem, haviam, existem
d) faz, havia, existem
e) faz, havia, existe

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Questão 02) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a


forma verbal está errada:
a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do
homem.
b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT.
c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os
agrotóxicos.
d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas
clorados.
e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.

Questão 03) Indique a alternativa em que não há erro de concordância.


a) Devem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
b) Deve existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
c) Pode existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
d) Pode haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
e) Podem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.

Questão 04) Leia: “[Eu] Disse que competência não era uma coisa tão relativa assim,
que seriam as mesmas, para ele e para mim, as expectativas sobre a competência que
deveria trazer consigo o cirurgião cardiovascular que…”
Se substituíssemos “expectativas” por “expectativa”, quantas outras palavras
precisariam obrigatoriamente de ajuste para fins de concordância?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) cinco

Questão 05) Em todas as frases abaixo, a concordância verbal está INCORRETA,


EXCETO:
a) Qual de nós chegamos primeiro ao topo da montanha?
b) Os Estados Unidos representa uma segurança para todo o Ocidente.
c) Recebei, Vossa Excelência, os protestos de nossa estima.
d) Sem a educação, não podem haver cidadãos conscientes.
e) Sobrou-me uma folha de papel, uma caneta e uma borracha.

Questão 06) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na


frase:

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a) Não se imputem aos adolescentes de hoje a exclusiva responsabilidade pelo fato,


lastimável, de aspirarem a tão pouco.
b) A presença maciça, em nossas telas, de tantas ficções, não nos devem fazer crer
que sejamos capazes de sonhar mais do que as gerações passadas.
c) Se aos jovens de hoje coubesse sonhar no ritmo das ficções projetadas em nossas
telas, múltiplos e ágeis devaneios se processariam.
d) Ficaram como versões melhoradas da nossa vida acomodada de hoje o vestígio
dos nossos sonhos de ontem.
e) Ao pretender que se mobilize os estudantes para as exigências do mercado de
trabalho, o professor de nossas escolas impede-os de sonhar.

7 Gabarito:
01 D
02 C
03 D
04 D
05 E
06 C

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Tipologia Textual

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1 Apresentação
O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela


nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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2 Conteúdo Programático
1 Apresentação ......................................................................................................................... 2
3 Tipos Textuais x Gêneros Textuais .......................................................................................... 4
4 Gêneros textuais .................................................................................................................... 4
5 Tipo narrativo ........................................................................................................................ 4
6 Tipo descritivo ........................................................................................................................ 7
7 Tipo injuntivo ......................................................................................................................... 7
8 Tipo dialogal .......................................................................................................................... 7
9 Tipo expositivo ....................................................................................................................... 8
10 Tipo argumentativo ............................................................................................................... 8

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3 Tipos Textuais x Gêneros Textuais


Há 2 formas diferentes de classificar os textos, as quais são cobradas nos concursos públicos:

-Tipologia textual: classificação segundo as sequências de informações do texto, considerando


características internas;

-Gêneros textuais: classificação segundo a relação entre a função do texto na sociedade e as


características internas desse texto.

4 Gêneros textuais
Em sociedade, escrevemos textos para entreter, informar, ensinar, convencer... o interlocutor. Trata-
se da intencionalidade discursiva.

Romances são escritos para entreter; receitas, para ensinar; artigos de opinião, para convencer;
notícias, para informar.

Cada um desses gêneros tem características próprias, para atender sua função.

Dependendo do gênero e de sua função, certas sequências de informação serão predominantes, às


quais chamamos tipos ou modos textuais.

Gêneros Tipos textuais

Notícia Narrativo, descritivo

Receita culinária injuntivo

Entrevista Dialogal, narrativo/Dissertativo

Bula de remédio Injuntivo, descritivo

Reportagem Narrativo, dissertativo

5 Tipo narrativo
Exemplo: Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e
implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do prêmio o faria realizar
todos seus desejos e vontades. Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos. E nada
acontecia. Até que no dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu
do nada e numa voz de desespero e raiva gritou:

Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!

Tipo narrativo

• Sequência de ações ao longo do tempo

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• Presença de narrador, personagem, tempo, espaço, enredo e clímax;

• Predominância de verbos de ação;

• Presença de progressão temporal;

• Predominância do presente e do pretérito perfeito.

Observação 1: Categorias de narrador (foco narrativo):

• Narrador personagem – narração em 1ª pessoa

Exemplo: Ontem, acordei cedo, tomei café e fui pedalar. No entanto, devido à chuva, logo voltei para
casa.

• Narrador observador – narração em 3ª pessoa

Exemplo: Maria acordou cedo, tomou café e foi pedalar. No entanto, devido à chuva, logo voltou para
casa.

• Narrador onisciente (questionável!) – narração em 3ª pessoa, com comentários sobre o


passado e o futuro da narrativa, além de análises dos pensamentos das personagens.

Exemplo: Maria acordou cedo, tomou café e foi logo pedalar. Mas não, no final da história, Maria não
terá um dia tranquilo assim. Em vez disso, Maria encontrará uma série de problemas e perigos em seu
caminho.

Observação 2: O texto narrativo é um texto polifônico, em que as diferentes falas são apresentadas
em discursos.

• Discurso direto: a fala da personagem é apresentada de forma direta, sem paráfrases do


narrador.

Exemplo:

Maria disse:

- Ontem choveu muito na região sul.

• Discurso indireto: o narrador reconta a fala da personagem com suas próprias palavras.

Exemplo:

Maria disse que, no dia anterior, chovera muito na região Sul.

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Alterações gramaticais na mudança de discurso: noções de tempo e pessoa

Exemplo:

DISCURSO DIRETO

Pedro afirmou:

- Amanhã, irei para minha casa.

DISCURSO INDIRETO

Pedro afirmou que, no dia seguinte, iria para sua casa.

Tabela de correspondência de tempos verbais

Discurso direto Discurso indireto

Presente Pretérito imperfeito

Eu amo o RJ. Maria disse que amava o RJ.

Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito

Eu fui à praia. Maria disse que fora à praia.

Futuro do presente Futuro do pretérito

Eu irei à praia. Maria disse que iria à praia.

Presente do Pretérito imperfeito


subjuntivo do subjuntivo

Talvez eu durma. Maria disse que talvez dormisse.

• Discurso indireto livre: mistura entre fala de narrador e personagem, geralmente associada
a fluxos de consciência

Exemplo: Maria caminhava na rua distraidamente, quando tropeçou em uma pedra. Ai, meu pé, que
falta de atenção! Maria seguiu irritada consigo mesma, prometendo-se olhar o chão com mais
cuidado.

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6 Tipo descritivo
Exemplo: “A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem o
marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas águas
barrentas desliza lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.

• Sequência de características de um ser;

• Predominância de adjetivos e substantivos;

• Ausência de progressão temporal;

• Presença de verbos que não indicam ação;

• Predominância do presente e do pretérito imperfeito

7 Tipo injuntivo
Exemplo: (...) pegue a tábua e lixe horizontalmente, até que a tinta se solte por completo. Depois,
passe a primeira camada de verniz. Espere secar por duas horas. Repita o processo. Depois, utilize um
prego para fazer pequenos furos na madeira, onde você deve acrescentar as bolinhas de algodão. (...)

• Sequências de comandos ou instruções;

• Predominância do imperativo;

• Uso constante de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como “dever”, “ter que”,
“precisar” etc.;

• Predominância da coordenação.

8 Tipo dialogal
Exemplo: VIOLETA – (Em tom ameaçador) Atende Pedro, aposto que é aquela sujeitinha pra quem
você deu seu telefone.

PEDRO – Você está ficando louca? (Virando-se de costas mudando o semblante raivoso)

Eu nunca daria meu telefone para outra mulher que não fosse você, meu amor.

VIOLETA – (Apaixonadamente) Jura Pedro? (Voltando para a raiva inicial) Quem sabe eu esteja mesmo
louca, (Sarcástica) não é querido?

• Sequência de falas alternadas;


• Ausência de narrador;
• Presença de rubrica;

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• Identificação do personagem antes da fala.

9 Tipo expositivo
Exemplo: Fotossíntese é um processo fisioquímico realizado pelos vegetais clorofilados. Estes seres
sintetizam dióxido de carbono e água, obtendo glicose, celulose e amido através de energia luminosa.
12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O + C6H12O6.

Este é um processo do anabolismo, em que a planta acumula energia a partir da luz para uso no seu
metabolismo, formando adenosina tri-fosfato, o ATP

• Sequência de informações neutras;


• Objetivo central: informar;
• Predominância de verbos no presente;
• Predominância da 3ª pessoa

10 Tipo argumentativo
Exemplos: “No meu ponto de vista, a pena de morte é negativa, e por isso não deve ser legalizada.
Afinal, que direito temos nós de tirar a vida de alguém? Talvez até a culpa última do seu
comportamento seja a própria sociedade, uma vez que cada pessoa é sempre o produto da educação
que teve e foi moldada pelo ambiente sociocultural em que cresceu”.

• Sequência de argumentos para defender um posicionamento;


• Presença de conectivos de causa-consequência;
• Marcas de subjetividade e expressão de opinião.

OLHOS DE RESSACA
Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera para eles, “olhos de cigana oblíqua
e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar
assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os viras; eu nada achei
de extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que
lhes deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com
os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos e
sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram
aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo,
o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição
nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a
vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes
vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as
pupilas, a onda que saía vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me, tragar-
me. (Machado de Assis.

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Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro)

1. No texto, o ponto de vista do narrador classifica-se como:

A)1ª pessoa – narrador personagem

B)1ª pessoa – narrador onisciente

C) 3ª pessoa – narrador onisciente

D) 3ª pessoa – narrador neutro

E) 3ª pessoa – narrador personagem

2. No segundo parágrafo predomina o modo de organização textual:

A) dialogal

B) descritivo

C) dissertativo

D) argumentativo

E) dissertativo-argumentativo

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam na beleza de


seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Língua Portuguesa

Coesão Textual (Parte I)

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1 Apresentação

Nesta aula vamos falar a respeito da coesão textual. É importante que você realize
anotações no material, faça resumos, leia, releia e, ao final, resolva questões para
colocar em prática o que aprendeu.

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela


nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Coesão Textual ....................................................................................................................4
4 Coesão Referencial ...............................................................................................................5
4.1 Elementos Endofóricos................................................................................................................ 6
5 Elementos Anafóricos ...................................................................................................................................... 6
6 Catafórico ......................................................................................................................................................... 7
6.1 Pronomes Demonstrativos .......................................................................................................... 7
7 Função Espacial ................................................................................................................................................ 8
8 Função distributiva ........................................................................................................................................... 8
9 Distinção entre esse e este .............................................................................................................................. 9

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3 Coesão Textual
A coesão é o elemento que faz a ponte entre as análises gramatical e textual, ela é
essencial não só para a interpretação de textos, mas também para a produção textual,
uma vez que os componentes estruturais de um texto precisam estar bem coesos,
costurados ou conectados para que possam exprimir um sentido lógico com um todo.

Existem duas formas de coesão textual que precisamos dominar para garantir uma
boa interpretação e produção textual: a referencial e a sequencial.

COESÃO REFERENCIAL

A coesão referencial ocorre quando usamos um elemento para fazer referência a outro
no intuito de evitar a repetição dentro do texto, pois na escrita, a constante repetição
de palavras remete à pobreza de vocabulário, mesmo que na oralidade seja comum.

O principal elemento da coesão referencial é o PRONOME. A repetição pode ser


evitada por meio de sinônimos e elipses também, mas o pronome é o principal
elemento de referenciação, até pela sua essência de atuar como substituto do nome
(substantivo).

Assim, três tipos de pronomes devem necessariamente ser dominados para que a
coesão textual referencial seja eficaz, são eles:

 Pronome relativo
 Pronome demonstrativo
 Pronome pessoal oblíquo átono

COESÃO SEQUENCIAL

A coesão sequencial está ligada à sequência das ideias empregadas dentro de um


texto (causa, consequência, finalidade, oposição, conclusão etc.). A coesão sequencial
é determinada pelas preposições e, principalmente, pelas conjunções que utilizamos.

Para dominar a coesão sequencial, é necessário conhecer as conjunções

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coordenativas e as subordinativas adverbiais. São cinco coordenativas e nove


subordinativas adverbiais.

Coordenativas Subordinativas Adverbiais


 Aditivas  Causais
 Adversativas  Consecutivas
 Alternativas  Condicionais
 Conclusivas  Concessivas
 Explicativas  Comparativas
 Conformativas
 Finais
 Temporais
 Proporcionais

Em resumo, os principais elementos de coesão referencial são os pronomes relativos,


demonstrativos e os oblíquos átonos, e da coesão sequencial são as conjunções
coordenativas e as subordinativas adverbiais.

Relativos
Coesão Textual

Referencial
Demonstrativos
(Pronomes)
Pessoal Oblíquo
Átono

5 Coordenativas
Sequencial
(Conjunção)
9 S. Adverbiais

4 Coesão Referencial
Para entender como os elementos se comportam dentro do texto, é importante
compreender que enquanto a coerência textual está relacionada ao sentido, a coesão
está relacionada à estrutura do texto.

A coesão é o uso de elementos linguísticos para fazer a ligação entre partes do

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texto, entre as palavras, expressões, orações e parágrafos.

Como vimos anteriormente, a coesão referencial ocorre quando usamos elementos


gramaticais para recuperar outros termos dentro do texto, evitando a repetições e,
consequentemente, tornando a leitura mais fluida.

Esses elementos podem apontar para outros que o antecedem ou que o sucedem
dentro do texto, ou para elementos que estão fora do texto. Esses elementos são
chamados de:

Elementos endofóricos: quando apontam para dentro do texto.


Elementos exofóricos: quando apontam para fora do texto.

4.1 Elementos Endofóricos

Os elementos endofóricos são aqueles que ligam um elemento a outro dentro do


texto, fazendo referência a um termo que já apareceu (referência anafórica) ou a um
termo que ainda vai aparecer (referência catafórica). Vamos aprofundar esses
conceitos.

5 Elementos Anafóricos
Um elemento anafórico, dentro do texto, faz referência a outro anterior a ele.

Exemplo: João era casado com Maria. Ontem ele a viu aos beijos com outro
homem. Hoje ambos vivem separados.

No texto acima, os substantivos João e Maria são os elementos principais. Na


oralidade, nós poderíamos repetir esses nomes diversas vezes dentro de uma mesma
frase, afinal de contas, uma conversa acontece com interrupções, em meio a conversas
cruzadas e com interferências.

No entanto, na escrita nós não temos interrupções externas, o texto é corrido e,


portanto, deve ser o mais objetivo possível. Assim, nós utilizamos os elementos de

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coesão referencial para substituir os elementos principais (os substantivos), evitando


a repetição excessiva. Observe como ocorre a referenciação no exemplo anterior:

João1 era casado com Maria2. Ontem ele1 a2 viu aos beijos com outro homem. Hoje
ambos1,2 vivem separados.

João e Maria são os elementos principais da estrutura. O pronome “ele”, na segunda


oração, faz uma referência anafórica ao termo João; o pronome “a” faz uma
referência anafórica a Maria, que também apareceu antes do pronome. O termo
“ambos”, na segunda oração, faz referência anafórica a João e Maria.

6 Catafórico

Um elemento catafórico, no texto, faz referência a outro que vem depois dele.

Exemplos:
“Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes.”
“Dele eu só quero a pensão dos meus filhos – Romário.”

A coesão catafórica ocorre quando um elemento aponta para outro depois dele,
quando aponta para frente.

Ele jurou aumentar o salário dos professores: o prefeito Eduardo Paes.


Dele eu dó quero a pensão dos meus filhos – Romário.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre coesão textual, vamos falar sobre os
pronomes demonstrativos, que são muito utilizados na coesão referencial, e como as
bancas tentam confundir os candidatos com eles.

6.1 Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos – este, esse, aquele – podem desempenhar três funções


dentro do texto:

 Função espacial;

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 Função temporal;
 Função distributiva

Nesse sentido, eles indicam os referentes sinalizando sua posição no tempo e no


espaço dentro ou fora do texto.

Pessoa Pronomes Retomada


1ª este – esta - isto Catafórica (depois)
2ª esse – essa - isso Anafórica (antes)
3ª aquele – aquela – aquilo Anafórica e catafórica

Dentre essas funções, as mais incidentes em provas de concurso são as funções


espacial e distributiva.

7 Função Espacial

Os pronomes demonstrativos são utilizados para apontar onde determinado


elemento se encontra dentro da situação comunicativa. Nós sabemos muito bem que
todo ato de comunicação gira em torno de dois elementos primordiais: quem fala e
quem ouve. Quem fala é o emissor, e quem ouve é o interlocutor ou receptor.

O pronome este e seus derivados (esta/isto) servem para falar de algo que está
próximo ao emissor; o esse e seus derivados (essa/isso) servem para falar sobre algo
que está próximo do interlocutor; e “aquele/aquela/aquilo” são utilizados para falar
sobre algo que está longe de ambos.

8 Função distributiva

A função distributiva diz respeito ao uso dos pronomes demonstrativos para fazer
referência anafórica a um ou mais elementos no texto. Para esse fim, usamos
somente os pronomes este e aquele.

 Este: faz referência ao substantivo mais próximo;

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 Aquele: faz referência ao substantivo mais distante.

O referente mais distante do pronome é aquele que aparece primeiro no texto, e o


mais próximo é aquele que aparece por último, antes dos pronomes demonstrativos.
Observe o exemplo:

 “Neymar e Messi são jogadores de futebol. Este é argentino, aquele é brasileiro”.

O pronome este faz referência ao nome mais próximo (Messi), e o pronome aquele
faz referência ao nome mais distante (Neymar).

IMPORTANTE: Nesse processo, não é possível utilizar mais que dois pronomes
demonstrativos para fazer referência a termos anteriores na mesma frase, isso é um
fato culto da língua. Se tiver três ou mais elementos aos quais se pretende fazer
referência, é preciso recorrer aos numerais (o primeiro, o segundo, o terceiro).
Exemplo: Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo são jogadores de futebol. O primeiro é
brasileiro, o segundo é argentino, o terceiro é português.

9 Distinção entre esse e este

A diferença entre os pronomes esse e este, para a gramática tradicional, é que o


pronome esse tem uma tendência anafórica, isso significa que ele faz referência ao
termo anterior, em contrapartida, o pronome este tem uma tendência catafórica, ou
seja, é mais utilizado para fazer referência a termo posterior.

Anterior
ESSE / ESTE Posterior

Exemplo:
 ISSO (anafórico) → Um beijo: eu quero isso de você.
 ISTO (catafórico) → Eu quero isto de você: um beijo.

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Caro aluno, finalizamos aqui a nossa aula. Espero que o conteúdo deste material
tenha sido de fácil compreensão. Não se esqueça de colocar em prática o que
aprendeu aqui por meio da resolução de exercícios. Desejo um ótimo estudo!

“Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e
dar o melhor de si mesmo”. – Ayrton Senna

Um grande abraço e até logo!

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Língua Portuguesa

Coesão Textual (Parte II)

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1 Apresentação

Vamos dar continuidade ao tema da coesão textual. Na aula passada, falamos sobre
os elementos de referenciação endofóricos, que se subdividem em anafóricos (fazem
referência a termo anterior) e catafóricos (fazem referência a termo posterior) e sobre
a utilização dos pronomes demonstrativos na referenciação. Nesta aula, falaremos
sobre os elementos exofóricos.

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela

nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Coesão Referencial ...............................................................................................................4
3.1 Elementos Exofóricos .................................................................................................................. 4
4 Hiperônimo e Hipônimo .......................................................................................................6

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3 Coesão Referencial
Anteriormente, vimos que o conhecimento e o domínio da coesão textual são
essenciais não só para a resolução de questões de prova, mas também para a
produção textual, pois remete à estruturação lógica do texto e ao uso de elementos
gramaticais que fazem com que ele expresse um sentido coerente. Vimos que existem
duas formas de coesão que são muito importantes para a prova: a coesão referencial
e a sequencial.

Na coesão referencial existem termos que apontam para aquilo que está dentro do
texto, fazendo referência anafórica ou catafórica – os chamados elementos
endofóricos –, assim como existem termos que fazem referência a elementos que
estão fora do texto, que dependem do contexto para serem compreendidos, os
chamados elementos exofóricos. Vamos falar um pouco mais sobre eles.

3.1 Elementos Exofóricos

Os elementos exofóricos, também chamados de dêiticos, são aqueles que fazem


referência a outro elemento FORA DO TEXTO, ou seja, fazem retomada extratextual.
A referenciação exofórica depende da análise do contexto, evocando a memória do
leitor.

Observe as frases:

1. Ele usava uma camisa preta bem apertada, mostrando todo o seu físico. Eu olhei
e reparei que ele também olhava pra mim.
2. Amanhã eu faço aniversário.
3. Eu te amo!

Perceba que os pronomes ele, eu e te, nas frases acima, fazem referência a elementos
extratextuais, que não podem ser identificados só pela análise do texto. A referência
a elementos extratextuais é chamada de referência exofórica. Nesse sentido, para
compreendê-lo, é essencial entendermos o contexto, ou seja, as circunstâncias, a
conjuntura em que o texto foi produzido e a situação externa a que se refere, seja
direta ou indiretamente.

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Na frase “Amanhã eu faço aniversário.”, por exemplo, além do pronome pessoal “eu”,
a palavra amanhã também é considerada um elemento exofórico, já que não é possível
identificar quando a frase foi escrita nem a qual dia precisamente faz referência. Assim,
para identificar os referentes, teríamos que saber quando e por quem a frase foi
escrita, e essas informações se encontram fora do texto.

OBSERVAÇÃO: Toda data indeterminada é um elemento exofórico (ontem, hoje,


amanhã), a não ser que esteja especificada (amanhã, dia 14 de fevereiro de 2023;
ontem, dia 10/10/2022, por exemplo).

Na frase “Eu te amo.” temos dois elementos exofóricos, pois só conseguimos


identificar quem é a pessoa que ama e a pessoa amada conhecendo os elementos
extratextuais. Agora, se a frase fosse assinada, por exemplo – “Eu te amo. Ass. André
Sousa” –, passaríamos a ter somente um elemento exofórico; o pronome “eu” passa a
ser um elemento endofórico de referência catafórica, já que conseguimos identificar
que quem ama é o André de Sousa.

Questão 1. Assinale a alternativa que indica o tipo de coesão que o pronome


demonstrativo destacado no texto da charge está realizando.

Isto não vai ficar assim.

a) Anafórica
b) Catafórica
c) Dêitica
d) Sequencial

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Comentários: O pronome demonstrativo isto faz referência à imagem, mais


precisamente ao soco que um dos personagens dá no outro. Essa informação só pode
ser identificada pelo contexto, ou seja, pela imagem que a descreve. Isso significa que
este pronome faz referência dêitica (exofórica ou extratextual)

Observação: A charge tem uma espécie de linguagem mista (linguagem verbal +


linguagem não verbal, aquela em que não há palavra e a comunicação é feita por
outros meios, como gestos, imagens etc.). No uso da linguagem mista, as linguagens
utilizadas têm igual importância, independentemente de qual apareça mais, ambas
são essenciais para a interpretação do texto. Perceba que não seria possível identificar
a qual elemento o pronome demonstrativo faz referência se retirássemos a imagem.

Isto não vai ficar assim.

e) Anafórica
f) Catafórica
g) Dêitica
h) Sequencia
l
Gabarito: C

A coesão textual contribui para a coerência dos textos, mas ela não é o único fator.
Vários elementos da língua devem ser levados em consideração no momento de
elaborar um texto com coerência lógica, e vários desses elementos estão relacionados
ao cruzamento da semântica (campo que trata da significação das palavras) e da
lexicologia (campo que trata da formação e sentido das palavras). Na produção
textual, existem dois elementos que costumam ser utilizados de forma equivocada, a
hiperonímia e a hiponímia, e por isso devem ser observados atentamente. Vamos
falar um pouco sobre esse assunto.

4 Hiperônimo e Hipônimo
Hiperonímia e hiponímia são indicações da relação hierárquica de significado que uma
palavra estabelece em relação à outra.

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A hiperonímia indica a relação que uma palavra superior estabelece com uma inferior,
isso porque os hiperônimos são palavras que apresentam sentido mais abrangente,
que abarcam o sentido de outras palavras, chamadas de hipônimos. Por exemplo, a
palavra médico é um hiperônimo, pois é uma palavra de sentido amplo, que abarca
os sentido das outras que nomeiam cada especialista dessa área (pediatra,
cardiologista, angiologista, psiquiatra etc.)

Em oposição, a hiponímia é uma palavra de significação específica, que faz parte de


um campo maior de sentido. O hipônimo tem sentido mais restrito em relação às
palavras de sentido mais genérico. Por exemplo, Corsa, Gol, Chevrolet, Honda são
hipônimos de carro.

Essa relação entre vocábulos de sentido genérico e vocábulos de sentido restrito


pressupõem uma relação de hierarquia (hiperônimos são superiores e hipônimos são
inferiores).

Para que possamos dizer se um termo é genérico ou específico, é preciso observar se


no contexto há um elemento de comparação. No exemplo anterior, o termo “branco”
só é especifico porque temos um elemento de comparação genérico presente no
exemplo (cor).

Contudo, um elemento sozinho, fora de contexto, não pode ser classificado.

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Necessariamente precisamos de um contexto para saber se uma palavra é um


hiperônimo ou um hipônimo.

Dito isso, outro ponto importante é entender que a relação entre hiperônimos e
hipônimos também deve apresentar coerência. Por exemplo, suponha que um texto
seja composto pelos seguintes elementos:

Alimentos
Legumes
Batata
Tomate

Podemos dizer que esse texto apresenta coesão, porque está escrito em forma de
lista, e nosso conhecimento de mundo nos possibilita compreender que é uma relação
de alimentos específicos (legumes). No entanto, esse texto não é coerente, pois
“tomate” não é um legume, e sim uma fruta. Segue um exemplo de um texto coerente.

Agora sim o texto está coerente, pois ele parte do genérico para o específico, trazendo
apenas alimentos que pertencem ao mesmo grupo.

Essa relação também pode ser percebida de forma mais abrangente. Por exemplo, um
tipo de texto que parte do geral para o específico é a produção que fazemos nas
provas de concurso público – o texto dissertativo. Normalmente, no texto

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dissertativo partimos de uma ideia mais generalizada e finalizamos trabalhando


pontos específicos.

Em contrapartida, no texto jornalístico, partimos de pontos bem específicos para


então abordar elementos mais generalizados. Isso porque cada tipo de texto tem um
contrato de comunicação. O jornalista fala do fato primeiro, dos detalhes de uma
ocorrência, como uma morte resultante de uma tentativa de assalto, para então falar
sobre algo maior, o elemento genérico, que seria, por exemplo, a questão da violência
nos grandes centros urbanos.

Queridos alunos, com isso finalizamos a nossa aula. Espero que o conteúdo tenha
ficado claro, é importante que você retome todo o material para massificar e arrematar
as ideias relacionadas à coesão e à coerência textual. Persista sempre, mesmo diante
de dificuldades, o seu esforço certamente renderá ótimos frutos.

“Os grandes navegadores devem sua reputação às grandes tempestades”. - Epicuro

Um abraço e até mais.

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Língua Portuguesa

Coesão Textual (Parte III)

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1 Apresentação

Nesta aula vamos dar sequência ao tema da coesão, falando sobre coesão sequencial.
É importante que você faça anotações no decorrer da leitura e resolva questões de
prova para colocar em prática aquilo que aprendeu.

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela


nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Coesão Sequencial ...............................................................................................................4
3.1 Condição e Comparação .............................................................................................................. 4
3.2 Causa e Consequência ................................................................................................................. 5
3.3 Oposição .................................................................................................................................... 6
4 Questões..............................................................................................................................8

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3 Coesão Sequencial
Como vimos anteriormente, a coesão sequencial está ligada à sequência das ideias
empregadas dentro de um texto (causa, consequência, finalidade, oposição, conclusão
etc.), ou seja, à relação lógica que as preposições e conjunções estabelecem entre as
ideias de um texto.

Para dominar a coesão sequencial, é necessário conhecer as conjunções


coordenativas e as subordinativas adverbiais. São cinco coordenativas e nove
subordinativas adverbiais.

Coordenativas Subordinativas Adverbiais


 Aditivas  Causais
 Adversativas  Consecutivas
 Alternativas  Condicionais
 Conclusivas  Concessivas
 Explicativas  Comparativas
 Conformativas
 Finais
 Temporais
 Proporcionais

Além disso, a coesão sequencial é frequentemente cobrada, nas provas de concurso,


por meio das relações de:

 Condição e comparação;
 Causa e consequência;
 Oposição;

Dessa forma, vamos falar um pouco sobre essas relações.

3.1 Condição e Comparação

Observe dois exemplos de estruturas que exprimem a ideia de condição e de


comparação.

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 Condição: Caso precise de mim, telefone.

 Comparação: Assim como o Brasil, outros países latino-americanos estão


crescendo.

No primeiro exemplo, a conjunção caso denota a ideia de condição, dando a entender


que a pessoa espera que liguem para ela se realmente for preciso, e não que liguem
à toa.

No segundo exemplo, a expressão assim como exprime ideia de comparação,


sugerindo a comparação de outros países latino-americanos ao Brasil. Perceba que
nessa construção quem ganha maior evidência é o Brasil, pois entende-se que ele
cresceu e adquiriu relevância antes dos demais países.

O emissor não quis comparar o Brasil aos países da América Latina, mas sim os países
da América Latina ao Brasil. Embora a ideia de comparação entre eles seja a mesma, a
forma como foi construída torna o processo diferente.

3.2 Causa e Consequência

Muitas bancas trabalham a coesão sequencial com relações de causa e consequência.


Observe os exemplos:

 Bebi tanto que passei mal.


 Como bebi muito, passei mal.

No primeiro exemplo, “Bebi tanto que passei mal.”, temos um que consecutivo. Você
deve lembrar do macete do tesão, então sabe que quando há um que encabeçando
uma oração subordinada, e um termo intensificador na oração principal (tanto, tal, tão
e tamanho), tem-se uma relação de causa e consequência. A causa é a origem do
processo e a consequência é o que decorre a partir dela.

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Tanto ↔ que

Consequência
Tal ↔ que

Causa
Tão ↔ que
Tamanho ↔ que

Na segunda frase, o indicador de causa e consequência é o termo como. Observe que


utilizamos estruturas diferentes, mas mantemos a ideia.

Causa Consequência
Bebi tanto Passei mal
Bebi muito Passei mal

3.3 Oposição

As bancas gostam também de cobrar a relação de oposição (adversidade X


concessão). A adversidade serve para enfatizar o argumento, para deixá-lo forte. Já a
concessão serve para minimizar o argumento, ou seja, deixá-lo mais fraco. Exemplos:

 Choveu, mas fui à praia (Adversidade)



 Fui à praia, mas choveu (Adversidade)

Nos exemplos, utilizamos a conjunção adversativa mas para enfatizar o argumento.


Consequentemente, o outro argumento se torna minimizado diante dela. No exemplo
“Choveu, mas fui à praia.”, a pessoa teve um passeio feliz, porque foi à praia mesmo
com chuva. Ou seja, o argumento da chuva é minimizado diante da conjunção mas.

- +
Choveu, mas fui à praia.

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No segundo exemplo, o primeiro argumento também é mais fraco, e o segundo é


mais forte. Todavia, a ideia que essa frase apresenta é diferente da primeira. Nesse
caso, a pessoa teve um passeio não muito feliz, a forma como foram construídas as
ideias na frase dá a entender que a chuva atrapalhou seu passeio.

- +
Fui à praia, mas choveu.

Perceba quanta informação é possível extrair a partir de uma conjunção. Por


constatarmos essa diferença, sabemos que essas duas frases são diferentes
semanticamente.

Note que as duas frases são iguais em termos de compreensão, pois ambas
apresentam as ideias de chuva e de ida à praia, mas elas são completamente diferentes
em relação à interpretação. A reescritura dessas informações “ir à praia” e “chover”
alterou o sentido, mesmo tendo a conjunção adversativa como principal elemento.

Agora observe os seguintes exemplos:

 Choveu, mas fui à praia (Adversidade)


=
 Ainda que chovesse, fui à praia (Concessão)

A ideia da primeira frase, como já vimos, é de adversidade. A conjunção adversativa


intensifica a oração depois dela e minimiza a que vem antes. Já no segundo exemplo,
temos uma ideia de concessão, a estrutura “ainda que” é concessiva e também
minimiza um lado e, consequentemente, enfatiza o outro. Nesse exemplo, mais uma
vez estamos diante de uma pessoa feliz, porque o passeio foi realizado apesar da
chuva.

- +
Ainda que chovesse, fui à praia.

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Mesmo com conjunções diferentes (mas e ainda que), temos uma ideia de igualdade
no que tange ao valor semântico dessas frases, isso porque minimizamos e
enfatizamos as mesmas informações em ambas as estruturas. Elas mantêm o mesmo
sentido.

Conectivos adversativos Conectivos concessivos


Mas, Porém, Contudo, Todavia, Embora, Ainda que, Apesar de, Mesmo que,
Entretanto, No entanto... Por mais que, Conquanto, Malgrado, Não
obstante...

Muito bem, agora vamos dar uma olhada em algumas questões a fim de colocar em
prática a teoria.

4 Questões
Neste tópico vamos resolver alguns exercícios de coesão referencial e sequencial.
Lembre-se de recorrer aos comentários e ao gabarito somente após resolver as
questões.

Questão 1. Em uma ideia de coesão referencial, se eu pedisse para você substituir


algum elemento na seguinte frase “O gorila fugiu da jaula. O gorila, no entanto, não
feriu ninguém.”, qual seria?

Obviamente seria a repetição da expressão gorila, certo?! Podemos então evitar essa
repetição de três formas, pense nas melhores palavras:

a) Pronome anafórico ________________


b) Hiperônimo ________________________
c) Elipse _______________________________

Comentários: alguns exemplos de solução do exercício são:

a) O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.


b) O gorila fugiu da jaula. O animal, no entanto, não feriu ninguém.
c) O gorila fugiu da jaula. No entanto, não feriu ninguém.

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Em relação à elipse, alguns autores fazem distinção entre a elipse e o zeugma. Elipse seria a
omissão de um elemento que ainda não apareceu no texto, e zeugma seria a omissão de um
elemento que já apareceu. Nesse sentido, a elipse da alternativa c seria, na verdade,
considerada por alguns autores um zeugma.

Dessa forma, o único cuidado que você precisa tomar é quando aparecer duas referenciações
por elipse na mesma estrutura. Observe qual é o referente da elipse/zeugma para responder
à questão de modo adequado.

Questão 2. Rescreva a sentença substituindo o termo destacado pela expressão que


mantêm o mesmo valor semântico.

O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.

a) Portanto
b) Conquanto
c) Porquanto
d) Contudo

Comentários: A conjunção no entanto é uma adversativa. Logo, o esperado é que o


candidato busque uma conjunção dentre as alternativas que seja, de igual modo,
adversativa, chegando à alternativa d) contudo (a única adversativa dentre as opções).

a) Portanto → conclusiva
b) Conquanto → concessiva
c) Porquanto → explicativa/ causal
d) Contudo → adversativa

Se o candidato não estudou bem as conjunções, ele pode acabar se deixando levar
por essa pegadinha prosódica, em que a maioria das alternativas tem a mesma
terminação da conjunção adversativa no entanto (portanto, conquanto, porquanto),
e responder pelo som. Agora, você que decorou as conjunções responde esse tipo de
questão em segundos.

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Vamos aprofundar um pouco mais usando o mesmo exemplo para trabalhar outra
construção. “O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.”

Assinale a opção que NÃO pode substituir o termo destacado.

a) Mas
b) Porém
c) Conteúdo
d) Todavia

Todas as conjunções apresentadas nas alternativas são adversativas. Contudo, a


conjunção mas é a única que não pode ser deslocada, por isso não pode substituir a
conjunção no entanto na posição em que se encontra. Assim, o gabarito é a letra a. O
motivo é simples: causa estranhamento em relação à pronúncia.

O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém Deslocada ○
O gorila fugiu da jaula. Mas, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, mas, não feriu ninguém Deslocada ×

Gabarito: Letra A

Questão 3. Em “aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente. Quem nunca usou
essas expressões para traduzir uma emoção?”, o pronome em destaque cumpre o
papel coesivo no texto uma vez que:

a) Faz referência a uma ideia já apresentada.


b) Antecipa uma informação ainda não mencionada.
c) Estabelece uma comparação entre informações distintas.
d) Aponta para algo que está próximo ao enunciador.

Comentários: O termo em destaque retoma todos os elementos que vêm antes dele
(aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente).

Gabarito: Letra A

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Questão 4. Fragmento de texto: “... toda relação de emprego (espécie) é uma relação
de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego”.

Caso se substituísse o conectivo “mas” por “no entanto”, seriam mantidos a correção
gramatical e o sentido do texto.

Comentários: ambas as conjunções são adversativas e ambas estariam na posição


original da conjunção.

Gabarito: Correto

Questão 5. Leia atentamente o fragmento de texto: “Tudo para tentar determinar se,
afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até
ainda o seja.”

No trecho “ou quem sabe até ainda o seja”, o termo “o” classifica-se como pronome
e refere-se ao adjetivo “hospitaleiro”.

Gabarito: Correto

Questão 6. No fragmento “Apesar da minha admiração, fiquei calada”, é possível


notar que a expressão “apesar da” assume valor:

a) Explicativo
b) Concessivo
c) Conclusivo
d) Consecutivo

Gabarito: Letra B

Questão 7. Leia atentamente o fragmento de texto: “Quanto mais for levado a refletir
sobre sua situcionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá”
dela conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual,

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porque é sujeito, não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez
mais”.

O termo “porque” poderia, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido do


texto, ser substituído por por que.

Comentários: Esse tipo de questão é muito recorrente em provas, mas afirmo: é


impossível trocar um porque junto por um por que separado ou um porquê com
acento. Eles são completamente diferentes.

Gabarito: Errado

Questão 8. Leia atentamente o fragmento de texto: “Polícia é um vocábulo de origem


grega (politeia) que passou para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de
uma cidade, administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do tempo,
assumiu um sentido particular, passando a representar a ação do governo, que, no
exercício de sua missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade
pública e a proteção da sociedade contra violações e malefícios.”

O referente dos sujeitos das orações expressas pelas formas verbais “assumir” e “busca
assegurar” é o termo “Polícia”.

Comentários: Quem assumiu um sentido particular é a Polícia, porém, quem busca


assegurar a tranquilidade pública é o governo. Portanto a questão está incorreta.

Gabarito: Errado

Caro aluno, chegamos ao final de mais um material. Espero que esta aula tenha
contribuído muito para seu conhecimento. Não deixe de retomar todo o conteúdo
relacionado à coesão textual e fazer um resumo com suas próprias palavras para
solidificar o conhecimento. Mantenha o espírito forte e determinado e não deixe os
obstáculos e o cansaço tirar o seu foco. Um forte abraço e até a próxima aula.

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Língua Portuguesa

Coesão Textual (Parte IV)

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1 Apresentação

Nesta aula vamos dar sequência ao tema da coesão, falando sobre coesão sequencial.
É importante que você faça anotações no decorrer da leitura e resolva questões de
prova para colocar em prática aquilo que aprendeu.

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela

nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

• Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Coesão Sequencial ...............................................................................................................4
3.1 Condição e Comparação .............................................................................................................. 4
3.2 Causa e Consequência ................................................................................................................. 5
3.3 Oposição .................................................................................................................................... 6
4 Questões..............................................................................................................................8

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3 Coesão Sequencial
Como vimos anteriormente, a coesão sequencial está ligada à sequência das ideias
empregadas dentro de um texto (causa, consequência, finalidade, oposição, conclusão
etc.), ou seja, à relação lógica que as preposições e conjunções estabelecem entre as
ideias de um texto.

Para dominar a coesão sequencial, é necessário conhecer as conjunções


coordenativas e as subordinativas adverbiais. São cinco coordenativas e nove
subordinativas adverbiais.

Coordenativas Subordinativas Adverbiais


✓ Aditivas ✓ Causais
✓ Adversativas ✓ Consecutivas
✓ Alternativas ✓ Condicionais
✓ Conclusivas ✓ Concessivas
✓ Explicativas ✓ Comparativas
✓ Conformativas
✓ Finais
✓ Temporais
✓ Proporcionais

Além disso, a coesão sequencial é frequentemente cobrada, nas provas de concurso,


por meio das relações de:

→ Condição e comparação;
→ Causa e consequência;
→ Oposição;

Dessa forma, vamos falar um pouco sobre essas relações.

3.1 Condição e Comparação

Observe dois exemplos de estruturas que exprimem a ideia de condição e de


comparação.

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▪ Condição: Caso precise de mim, telefone.

▪ Comparação: Assim como o Brasil, outros países latino-americanos estão


crescendo.

No primeiro exemplo, a conjunção caso denota a ideia de condição, dando a entender


que a pessoa espera que liguem para ela se realmente for preciso, e não que liguem
à toa.

No segundo exemplo, a expressão assim como exprime ideia de comparação,


sugerindo a comparação de outros países latino-americanos ao Brasil. Perceba que
nessa construção quem ganha maior evidência é o Brasil, pois entende-se que ele
cresceu e adquiriu relevância antes dos demais países.

O emissor não quis comparar o Brasil aos países da América Latina, mas sim os países
da América Latina ao Brasil. Embora a ideia de comparação entre eles seja a mesma, a
forma como foi construída torna o processo diferente.

3.2 Causa e Consequência

Muitas bancas trabalham a coesão sequencial com relações de causa e consequência.


Observe os exemplos:

▪ Bebi tanto que passei mal.


▪ Como bebi muito, passei mal.

No primeiro exemplo, “Bebi tanto que passei mal.”, temos um que consecutivo. Você
deve lembrar do macete do tesão, então sabe que quando há um que encabeçando
uma oração subordinada, e um termo intensificador na oração principal (tanto, tal, tão
e tamanho), tem-se uma relação de causa e consequência. A causa é a origem do
processo e a consequência é o que decorre a partir dela.

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Tanto ↔ que

Consequência
Tal ↔ que

Causa
Tão ↔ que
Tamanho ↔ que

Na segunda frase, o indicador de causa e consequência é o termo como. Observe que


utilizamos estruturas diferentes, mas mantemos a ideia.

Causa Consequência
Bebi tanto Passei mal
Bebi muito Passei mal

3.3 Oposição

As bancas gostam também de cobrar a relação de oposição (adversidade X


concessão). A adversidade serve para enfatizar o argumento, para deixá-lo forte. Já a
concessão serve para minimizar o argumento, ou seja, deixá-lo mais fraco. Exemplos:

▪ Choveu, mas fui à praia (Adversidade)



▪ Fui à praia, mas choveu (Adversidade)

Nos exemplos, utilizamos a conjunção adversativa mas para enfatizar o argumento.


Consequentemente, o outro argumento se torna minimizado diante dela. No exemplo
“Choveu, mas fui à praia.”, a pessoa teve um passeio feliz, porque foi à praia mesmo
com chuva. Ou seja, o argumento da chuva é minimizado diante da conjunção mas.

- +
Choveu, mas fui à praia.

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No segundo exemplo, o primeiro argumento também é mais fraco, e o segundo é


mais forte. Todavia, a ideia que essa frase apresenta é diferente da primeira. Nesse
caso, a pessoa teve um passeio não muito feliz, a forma como foram construídas as
ideias na frase dá a entender que a chuva atrapalhou seu passeio.

- +
Fui à praia, mas choveu.

Perceba quanta informação é possível extrair a partir de uma conjunção. Por


constatarmos essa diferença, sabemos que essas duas frases são diferentes
semanticamente.

Note que as duas frases são iguais em termos de compreensão, pois ambas
apresentam as ideias de chuva e de ida à praia, mas elas são completamente diferentes
em relação à interpretação. A reescritura dessas informações “ir à praia” e “chover”
alterou o sentido, mesmo tendo a conjunção adversativa como principal elemento.

Agora observe os seguintes exemplos:

▪ Choveu, mas fui à praia (Adversidade)


=
▪ Ainda que chovesse, fui à praia (Concessão)

A ideia da primeira frase, como já vimos, é de adversidade. A conjunção adversativa


intensifica a oração depois dela e minimiza a que vem antes. Já no segundo exemplo,
temos uma ideia de concessão, a estrutura “ainda que” é concessiva e também
minimiza um lado e, consequentemente, enfatiza o outro. Nesse exemplo, mais uma
vez estamos diante de uma pessoa feliz, porque o passeio foi realizado apesar da
chuva.

- +
Ainda que chovesse, fui à praia.

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Mesmo com conjunções diferentes (mas e ainda que), temos uma ideia de igualdade
no que tange ao valor semântico dessas frases, isso porque minimizamos e
enfatizamos as mesmas informações em ambas as estruturas. Elas mantêm o mesmo
sentido.

Conectivos adversativos Conectivos concessivos


Mas, Porém, Contudo, Todavia, Embora, Ainda que, Apesar de, Mesmo que,
Entretanto, No entanto... Por mais que, Conquanto, Malgrado, Não
obstante...

Muito bem, agora vamos dar uma olhada em algumas questões a fim de colocar em
prática a teoria.

4 Questões
Neste tópico vamos resolver alguns exercícios de coesão referencial e sequencial.
Lembre-se de recorrer aos comentários e ao gabarito somente após resolver as
questões.

Questão 1. Em uma ideia de coesão referencial, se eu pedisse para você substituir


algum elemento na seguinte frase “O gorila fugiu da jaula. O gorila, no entanto, não
feriu ninguém.”, qual seria?

Obviamente seria a repetição da expressão gorila, certo?! Podemos então evitar essa
repetição de três formas, pense nas melhores palavras:

a) Pronome anafórico ________________


b) Hiperônimo ________________________
c) Elipse _______________________________

Comentários: alguns exemplos de solução do exercício são:

a) O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.


b) O gorila fugiu da jaula. O animal, no entanto, não feriu ninguém.
c) O gorila fugiu da jaula. No entanto, não feriu ninguém.

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Em relação à elipse, alguns autores fazem distinção entre a elipse e o zeugma. Elipse seria a
omissão de um elemento que ainda não apareceu no texto, e zeugma seria a omissão de um
elemento que já apareceu. Nesse sentido, a elipse da alternativa c seria, na verdade,
considerada por alguns autores um zeugma.

Dessa forma, o único cuidado que você precisa tomar é quando aparecer duas referenciações
por elipse na mesma estrutura. Observe qual é o referente da elipse/zeugma para responder
à questão de modo adequado.

Questão 2. Rescreva a sentença substituindo o termo destacado pela expressão que


mantêm o mesmo valor semântico.

O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.

a) Portanto
b) Conquanto
c) Porquanto
d) Contudo

Comentários: A conjunção no entanto é uma adversativa. Logo, o esperado é que o


candidato busque uma conjunção dentre as alternativas que seja, de igual modo,
adversativa, chegando à alternativa d) contudo (a única adversativa dentre as opções).

a) Portanto → conclusiva
b) Conquanto → concessiva
c) Porquanto → explicativa/ causal
d) Contudo → adversativa

Se o candidato não estudou bem as conjunções, ele pode acabar se deixando levar
por essa pegadinha prosódica, em que a maioria das alternativas tem a mesma
terminação da conjunção adversativa no entanto (portanto, conquanto, porquanto),
e responder pelo som. Agora, você que decorou as conjunções responde esse tipo de
questão em segundos.

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Vamos aprofundar um pouco mais usando o mesmo exemplo para trabalhar outra
construção. “O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém.”

Assinale a opção que NÃO pode substituir o termo destacado.

a) Mas
b) Porém
c) Conteúdo
d) Todavia

Todas as conjunções apresentadas nas alternativas são adversativas. Contudo, a


conjunção mas é a única que não pode ser deslocada, por isso não pode substituir a
conjunção no entanto na posição em que se encontra. Assim, o gabarito é a letra a. O
motivo é simples: causa estranhamento em relação à pronúncia.

O gorila fugiu da jaula. No entanto, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, no entanto, não feriu ninguém Deslocada ○
O gorila fugiu da jaula. Mas, ele não feriu ninguém Posição original ○
O gorila fugiu da jaula. Ele, mas, não feriu ninguém Deslocada ×

Gabarito: Letra A

Questão 3. Em “aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente. Quem nunca usou
essas expressões para traduzir uma emoção?”, o pronome em destaque cumpre o
papel coesivo no texto uma vez que:

a) Faz referência a uma ideia já apresentada.


b) Antecipa uma informação ainda não mencionada.
c) Estabelece uma comparação entre informações distintas.
d) Aponta para algo que está próximo ao enunciador.

Comentários: O termo em destaque retoma todos os elementos que vêm antes dele
(aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente).

Gabarito: Letra A

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Questão 4. Fragmento de texto: “... toda relação de emprego (espécie) é uma relação
de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego”.

Caso se substituísse o conectivo “mas” por “no entanto”, seriam mantidos a correção
gramatical e o sentido do texto.

Comentários: ambas as conjunções são adversativas e ambas estariam na posição


original da conjunção.

Gabarito: Correto

Questão 5. Leia atentamente o fragmento de texto: “Tudo para tentar determinar se,
afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida – ou quem sabe até
ainda o seja.”

No trecho “ou quem sabe até ainda o seja”, o termo “o” classifica-se como pronome
e refere-se ao adjetivo “hospitaleiro”.

Gabarito: Correto

Questão 6. No fragmento “Apesar da minha admiração, fiquei calada”, é possível


notar que a expressão “apesar da” assume valor:

a) Explicativo
b) Concessivo
c) Conclusivo
d) Consecutivo

Gabarito: Letra B

Questão 7. Leia atentamente o fragmento de texto: “Quanto mais for levado a refletir
sobre sua situcionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, mais “emergirá”
dela conscientemente “carregado” de compromisso com sua realidade, da qual,

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porque é sujeito, não deve ser simples espectador, mas na qual deve intervir cada vez
mais”.

O termo “porque” poderia, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido do


texto, ser substituído por por que.

Comentários: Esse tipo de questão é muito recorrente em provas, mas afirmo: é


impossível trocar um porque junto por um por que separado ou um porquê com
acento. Eles são completamente diferentes.

Gabarito: Errado

Questão 8. Leia atentamente o fragmento de texto: “Polícia é um vocábulo de origem


grega (politeia) que passou para o latim (politia) com o mesmo sentido: governo de
uma cidade, administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do tempo,
assumiu um sentido particular, passando a representar a ação do governo, que, no
exercício de sua missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade
pública e a proteção da sociedade contra violações e malefícios.”

O referente dos sujeitos das orações expressas pelas formas verbais “assumir” e “busca
assegurar” é o termo “Polícia”.

Comentários: Quem assumiu um sentido particular é a Polícia, porém, quem busca


assegurar a tranquilidade pública é o governo. Portanto a questão está incorreta.

Gabarito: Errado

Caro aluno, chegamos ao final de mais um material. Espero que esta aula tenha
contribuído muito para seu conhecimento. Não deixe de retomar todo o conteúdo
relacionado à coesão textual e fazer um resumo com suas próprias palavras para
solidificar o conhecimento. Mantenha o espírito forte e determinado e não deixe os
obstáculos e o cansaço tirar o seu foco. Um forte abraço e até a próxima aula.

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Compreensão e interpretação textual

Língua Portuguesa

Compreensão e Interpretação de Texto - I

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Compreensão e interpretação textual

1 Apresentação

Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Neste material
iremos adentrar no mundo da compreensão e interpretação textual. Dois conteúdos
fundamentais para você ir bem em todas as questões da sua prova. Desejo um bom
estudo e muita leitura para você!

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela

nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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Compreensão e interpretação textual

2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Compreensão e interpretação textual ..................................................................................4
4 Compreensão .......................................................................................................................4
5 Interpretação .......................................................................................................................5
6 Questões compreensão e interpretação................................................................................6
7 Texto: O jeitinho brasileiro e o homem cordial ......................................................................7
7.1 Questão 01 ............................................................................................................................... 11
7.2 Questão 02 ............................................................................................................................... 12
7.3 Questão 03 ............................................................................................................................... 13

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Compreensão e interpretação textual

3 Compreensão e interpretação textual


Em todo concurso mais da metade das questões de língua portuguesa são de
interpretação e compreensão textual. No entanto, todas as questões das outras
disciplinas também exigem essas habilidades. Diante disso, é importante ressaltar a
diferença entre compreender um texto e interpretar um texto.

A compreensão está relacionada àquilo que está dentro do texto, trabalha com a
objetividade, porque trata justamente do que está escrito. Por outro lado, a
interpretação vai além do texto, está relacionada ao ato de extrair sentido do texto,
se ater às referências e aos detalhes dos textos.

Sendo assim, o aprendizado de compreensão e


interpretação de texto é constante, necessita de
exercício. Então, nada de preguiça, leia textos e
notícias diariamente, se mantenha informado, isso
ajuda a criar uma familiaridade com novas palavras
e novos conteúdos. Pratique a interpretação de
texto: identificando as ideias principais e as
relacionando com a realidade.

4 Compreensão
CONSISTE EM ANALISAR O QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO, ou seja, fazer uma leitura buscando
somente entender o que está escrito estritamente, identificando as informações dadas
pelo texto. Assim, é necessário realizar uma assimilação das ideias, das palavras, das
informações do texto, como também se atentar a sua coesão textual.

Para tanto, você deve mobilizar todo o seu conhecimento linguístico, para não apenas
decodificar as palavras, mas compreender o sentido estabelecido por elas no texto.
Uma dica importante é prestar atenção nas conjunções, que estabelecem a coesão
(sequencial e referencial), pois elas vão indicar relações de causa, consequência,
finalidade, oposição e conclusão, entre ideias e parágrafos, como também vão retomar
termos e ideias do texto. Assim, elas auxiliam na sua compreensão textual.

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Compreensão e interpretação textual

Por isso uma leitura atenta do texto é fundamental, talvez duas ou quantas vezes forem
necessárias, uma dica é fazer uma leitura em voz alta. Visto que todas as informações,
quando tratamos de compreensão, estarão escritas no texto.

Para resolver questões de compreensão, basta ter calma e


atenção, pois você vai achar a resposta dentro do texto. Porém,
tome cuidado, porque muitas vezes as alternativas são
praticamente um recorte de uma parte do texto ou possuem
somente uma palavra diferente, mas que já muda o sentido
original. ISSO É COMPREENSÃO: É VOCÊ ANALISAR O TEXTO.

5 Interpretação
CONSISTE EM EXTRAIR SENTIDO DO TEXTO, ou seja, inferir sobre o que está escrito. Isso
implica que, durante a leitura, você mobilize o seu conhecimento de mundo, para
conseguir estabelecer relação entre as novas informações trazidas pelo texto com as
informações já possuídas por você, com objetivo de captar qual é o objetivo central
do texto e perceber escolhas de palavras feitas intencionalmente pelo autor para
enfatizar a sua ideia.

Dessa forma, passaremos de uma leitura intrínseca do texto, a compreensão, para uma
leitura extratextual, ou seja, estabelecer relações do conteúdo do texto com a
realidade, para isso temos que mobilizar nosso conhecimento prévio sobre o assunto
abordado no texto, assim, quanto maior o nosso conhecimento de mundo, maior
nossa capacidade interpretativa.

O CONHECIMENTO DE MUNDO refere-se a toda a bagagem de


conhecimento que você adquiriu na sua vida, ou seja, todo o
seu conhecimento prévio. Advindos das suas leituras, dos
filmes que assistiu, das suas vivências, da sua bagagem cultural,
dos conhecimentos adquiridos na escola sobre as diversas
matérias, além de seu conhecimento sobre atualidade e
relações sociais, enfim, tudo isso é conhecimento de mundo.
Aqui, ressalto a importância da leitura, pois certamente para aprender a interpretar e

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Língua Portuguesa |

Questões compreensão e interpretação

compreender corretamente os textos é necessário ler, esse hábito também melhora a


nossa escrita, amplia o nosso vocabulário e nossa bagagem literária.

Assim, na hora de interpretar você deve mobilizar todo seu conhecimento prévio e seu
conhecimento de elementos gramaticais (conjunções, preposição, pontuação, entre
outros), para perceber como eles constroem o sentido do texto, ou seja, a sua
coerência: as ideias/o ponto de vista trazidos no texto. Aqui está a essência da
interpretação: extrair o sentido do texto. O que também pode te ajudar nesse processo
é saber sobre as funções da linguagem, os fatores de textualidade, as principais figuras
de linguagem e a diferença entre linguagem literal e figurada.

6 Questões compreensão e interpretação


Lembre-se que para resolver questões que envolvam compreensão e interpretação o
texto sempre servirá de base. Primeiramente, leia todo o texto, releia quantas vezes
achar necessário, sempre, antes de responder, retorne ao texto, sublinhe as partes
importantes e as palavras solicitadas.

Para resolver questões de compreensão, você deverá, obrigatoriamente, buscar as


respostas dentro do texto. Já para responder as questões de interpretação, você
deverá mobilizar seu conhecimento prévio. Alguns comandos são recorrentes nessas
questões, veja os principais na tabela:

COMANDOS RECORRENTES:
em questões de compreensão em questões de interpretação
 O autor sugere que...  Analise...
 Segundo o texto...  Infere no texto que...
 No texto é dito que...  Interpreta no texto que....
 De acordo com o autor...  Refere-se do texto que...
 De acordo com o texto...  O texto permite-nos deduzir que...
 O texto informa que...  Conclui-se do texto que...
 O texto possibilita o entendimento de...

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Questões compreensão e interpretação

7 Texto: O jeitinho brasileiro e o homem cordial


Vamos para a prática, na aula de hoje, faremos a leitura, compreensão e interpretação
do texto “O jeitinho brasileiro e o homem cordial”.

SÓ PELA LEITURA DO TÍTULO PODEMOS INFERIR SOBRE O ASSUNTO QUE O TEXTO VAI ABORDAR?

Sim, sabemos que ele tratará de dois elementos, pelo emprego da conjunção e com
sentido de soma. Mobilizando nosso conhecimento de mundo, sabemos que a
expressão jeitinho brasileiro refere-se à pessoa que quer se dar bem e para isso toma
atitudes apenas para o benefício próprio, muitas vezes, descumprindo regras e até
leis. Também podemos inferir que a expressão homem cordial se refere a uma
pessoa cortês, gentil e agradável.

O que fizemos aqui foi inferir, a partir do título, sobre o conteúdo do texto, assim já
fizemos um exercício de interpretação. Agora que temos uma visão prévia sobre o
texto, vamos a leitura para ver se isso se concretiza ou não e como o autor desenvolve
esses dois conceitos. VAMOS A LEITURA DO TEXTO:

O jeitinho brasileiro e o homem cordial


1 O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca influência
2 social. Em nada se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não há o
3 ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, às
4 escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definido
5 como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação
6 "apertada".

7 Sérgio Buarque de Holanda, em O Homem Cordial, fala sobre o brasileiro e uma


8 característica presente no seu modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao contrário
9 do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor, cordis, que significa
10 coração. Portanto, o homem cordial não é uma pessoa gentil, mas aquele que age
11 movido pela emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público,
12 detesta formalidades, põe de lado a ética e a civilidade.

13 Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído a um suposto caráter


14 emocional do brasileiro, descrito como “o homem cordial” pelo antropólogo. No

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Questões compreensão e interpretação

15 livro Raízes do Brasil, esse autor afirma que o indivíduo brasileiro teria desenvolvido
16 uma histórica propensão à informalidade. Deve-se isso ao fato de as instituições
17 brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo
18 diálogo entre governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de

19 uma ordem consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das

20 elites políticas e econômicas de então. Daí a grande tendência fratricida observada na


21 época do Brasil Império, que é bem ilustrada pelos episódios conhecidos como Guerra
22 dos Farrapos e Confederação do Equador.

23 Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em favor das amizades.


24 Desmoralizadas, incapazes de se impor, as leis não tinham tanto valor quanto, por
25 exemplo, a palavra de um “bom” amigo. Além disso, o fato de afastar as leis e seus
26 castigos típicos era uma prova de boa-vontade e um gesto de confiança, o que
27 favorecia boas relações de comércio e tráfico de influência. De acordo com
28 testemunhos de comerciantes holandeses, era impossível fazer negócio com um
29 brasileiro antes de fazer amizade com ele. Um adágio da época dizia que “aos
30 inimigos, as leis; aos amigos, tudo”. A informalidade era – e ainda é – uma forma de
31 se preservar o indivíduo.

AGORA APÓS A LEITURA DO TEXTO, O QUE INFERIMOS NO INÍCIO SE CONFIRMOU OU NÃO?

Parcialmente. O texto trata sobre a expressão jeitinho brasileiro logo no primeiro


parágrafo, com o mesmo significado que inferimos, como podemos ver no trecho: “o
jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca influência social (...)
que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e sem chamar a atenção”. Ou
seja, o jeitinho brasileiro é ferramenta de indivíduos que tomam atitudes apenas para o
benefício próprio, muitas vezes, descumprindo regras e até leis.

Perceba que o texto amplia essa significação colocando que esses indivíduos não têm
ânimo de modificar essa realidade, como vemos no trecho: “em nada se relaciona com
um sentimento revolucionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo”. Isso
está evidente na expressão latina status quo, que justamente significa: o estado das

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Questões compreensão e interpretação

coisas.

32 Sérgio Buarque avisa, no entanto, que esta "cordialidade" não deve ser entendida
33 como caráter pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo destruir; no
34 entanto, suas razões animosas serão sempre cordiais, ou seja, emocionais.

Dessa forma, os indivíduos que usam do jeitinho brasileiro, que burlam as regras, não
estão interessados em mudar a sociedade, só têm interesse nos seus próprios
interesses, conforme está no trecho: “que se busca obter um rápido favor para si”.

Contudo, desconfigurou a ideia que tínhamos sobre a expressão homem cordial, já que,
no segundo parágrafo, o autor vai trazer que essa expressão está ligada ao conceito
proposto por Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra “O Homem Cordial”, que trata
sobre seu olhar para o brasileiro e sua característica marcante: a cordialidade.

Observe que interessante o emprego da conjunção porém, na linha 8, que, como uma
conjunção adversativa, indica uma oposição entre a definição comum de homem
cordial, como aquela que vimos lá no início, de homem gentil, para a definição vinda
da origem da palavra: “da palavra latina cor, cordis, que significa coração”, na linha 9.

Logo em seguida, o emprego da conjunção portanto, linha 10, marca a conclusão das
informações dadas anteriormente, que resultam na definição de homem cordial como
“aquele que age movido pela emoção no lugar da razão”, linhas 10 e 11.

No terceiro parágrafo, o texto coloca que Sérgio Buarque de Holanda atribui um


“suposto caráter emocional brasileiro”, em “O Homem Cordial”, e afirma que o brasileiro
desenvolveu uma “histórica propensão à informalidade”, em sua obra “Raízes do Brasil”.
Essa afirmação fundamenta-se no fato de que as instituições públicas foram concebidas
de forma coercitiva e unilateral, ou seja, com imposição do Estado e sem diálogo
entre governantes e população, conforme as linhas 17 e 18. Ainda, destaca a tendência
fratricida (linha 20), que é a de irmão matar irmão, observada na época do Brasil Império,
na Guerra dos Farrapos e na Confederação do Equador.

No penúltimo parágrafo, o autor vai destacar que é comum na postura do brasileiro


privilegiar as amizades, ignorando regras e até leis, mascarados de “prova de boa-
vontade e um gesto de confiança”, linha 26. Para enfatizar isso, o autor traz um adágio,
que é um dito popular: “aos inimigos, as leis; aos amigos, tudo”, linha 29.

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Questões compreensão e interpretação

No último parágrafo, temos o aviso de Sérgio Buarque, de que as ações do brasileiro


sempre terão “razões animosas e serão sempre cordiais, ou seja, emocionais”, linha 33.
Isso quer dizer que o brasileiro não é pacífico, ele é cordial, no sentido emocional,
passional, ele age com o coração, então vai tratar muito bem o amigo, mas vai tratar
muito mal o inimigo, vai até guerrilhar e destruir quem for inimigo.

35

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7.1 Questão 01

De acordo com o texto, é incorreto afirmar que:

a) o jeitinho brasileiro é um comportamento típico de indivíduos de pouca influência


social e avessos a formalidades.

b) a instituição do jeitinho tem origem, segundo os antropólogos, no comprovado


caráter emocional do brasileiro.

c) a imposição de leis e de ordens tidas como artificiais pode explicar a propensão do


brasileiro para driblar normas.

d) na sociedade colonial, era comum observar que o brasileiro tendia a valorizar a


amizade em detrimento da própria lei.

e) o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho age por emoção, ignorando os


limites entre as esferas pública e privada.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

Essa é uma questão de compreensão textual, sabemos disso pelo comando: de acordo
com o texto. Dessa forma, a resposta da questão estará no próprio texto. Nela pergunta
quais das alternativas está incorreta.

Tome cuidado com comandos que trazem as expressões: correto,


incorreto, errado, certo. Pois podem nos confundir na hora da prova:
marcar a questão correta, quando pedir questão incorreta.
POR ISSO LEIA ATENTAMENTE O ENUNCIADO DA QUESTÃO!

Para descobrir qual é a alternativa correta, vamos analisar cada uma delas:

A) CORRETA : o jeitinho brasileiro é típico de indivíduos de pouca influência social,


informação dada na primeira linha do texto, e avessos a formalidades, nas linhas
11 e 12 temos: “detesta formalidades”.
B) INCORRETA : “a instituição do jeitinho tem origem, segundo os antropólogos, no
comprovado caráter emocional do brasileiro”, o texto traz “um suposto caráter
emocional do brasileiro”, nas linhas 13 e 14. Aqui a banca alterou apenas uma
palavra, por isso essa alternativa é o gabarito.

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C) CORRETA : sobre a imposição de leis e de ordens tidas como artificiais, está nas
linhas 16 e 17.
D) CORRETA : a informação de que o brasileiro tendia a valorizar a amizade em
detrimento da própria lei, na sociedade colonial, está na linha 29, que traz o
ditado “aos inimigos, as leis; aos amigos, tudo”.
E) CORRETA : a afirmação de que o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho
age por emoção, não vê distinção entre as esferas pública e privada, está no
final do segundo parágrafo.

GABARITO : B

7.2 Questão 02

Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos, analise as afirmativas a


seguir:

I. O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem etimológica de


jeitinho.

II. O quarto parágrafo apresenta um fato que busca explicar a disposição para a
informalidade nas relações comerciais.

III. O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as noções de cordialidade e


passividade, que não são sinônimas.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I está correta.

b) se somente a afirmativa II está correta.

c) se somente a afirmativa III está correta.

d) se somente as afirmativas II e III estão corretas.

e) se todas as afirmativas estão corretas.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

Para resolver questão sobre estruturação do texto, você deve mobilizar seus
conhecimentos sobre organização textual, ou seja, sobre as tipologias textuais
(descrição, narração, exposição, argumentação, injunção) e os gêneros textuais, que

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são estruturas de textos que circulam socialmente (ex.: carta, notícia, resumo,
dissertação argumentativa, canção, receita, entre outros).

A partir dessas informações, sabemos que o texto “O jeitinho brasileiro e o homem


cordial” pertence a tipologia argumentativa, já que o autor expõe ideias, explica,
avalia, reflete e argumenta; essa tipologia está materializada na estrutura do gênero
textual dissertativo argumentativo.

Esses conhecimentos serão válidos na interpretação do seu texto. Assim, ao ler a


primeira preposição saberá que está incorreta, pois como um bom texto
dissertativo, o autor já introduz o assunto do texto no primeiro parágrafo. Como
também saberá, pela leitura do texto, que as preposições II e III estão corretas.

GABARITO : D

7.3 Questão 03

Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma


coercitiva e unilateral.

Tem significação oposta à do termo sublinhado o vocábulo:

a) licenciosa.

b) tirana.

c) normativa.

d) proibitiva.

e) repressora.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

Essa é uma questão de compreensão textual que se refere a um único termo do texto:
coercitiva. Para gabaritar essa questão, você deve mobilizar o seu conhecimento de
vocabulário. Todavia, preste atenção que o comando pediu a significação contrária.

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DICA: para ampliar seu vocabulário, além da leitura, também vale


pesquisar novas palavras, saber seus significados e incluí-las no seu
dia a dia e nas suas produções textuais, dessa forma você vai se
familiarizado com novas palavras.

Primeiramente, você deve encontrar o trecho do texto no qual a palavra foi


empregada: ”as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e
unilateral, não havendo diálogo entre governantes e governados, mas apenas a
imposição de uma lei e de uma ordem consideradas artificiais” (linhas 17 a 19).

Segundo passo é interpretar esse trecho. Pela leitura percebemos que, nesse texto, o
significado da palavra coercitiva está explicado logo após a vírgula: que não há
diálogo entre governantes e governados. Então, coercitiva é aquele que impõe, que
ordena, que manda, e faz isso de maneira unilateral, porque não há diálogo, o
governo mandou e o povo teve que obedecer.

Terceiro passo é você analisar o significado das palavras colocadas na alternativa e


compará-las com o significado da palavra coercitiva. As palavras tirana, normativa,
proibitiva e repressora estão na mesma matriz semântica, pois tem a ver com a
palavra coercitiva. Porém, a questão pede qual vocábulo tem o significado oposto da
palavra coercitiva, que seria licenciosa, que tem a ver com licença.

GABARITO : A

Cara aluna e caro aluno, chegamos ao fim da nossa aula de compreensão e


interpretação textual, o conteúdo de hoje serve como base, mas você deve treinar
essas habilidades. Então leia, treine, com esforço e dedicação chegamos lá. Desejo a
você bons estudos.

Um grande abraço e até a próxima aula!

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Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos.

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Compreensão e interpretação textual

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Compreensão e Interpretação de Texto - II

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Compreensão e interpretação textual

1 Apresentação

Bom dia, boa tarde e boa noite, meu caro e minha cara concurseira! Neste material
vamos treinar a nossa compreensão e interpretação textual. Desejo um bom estudo e
muita leitura para você!

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela

nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

VAMOS COMEÇAR!

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Compreensão e interpretação textual

2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Compreensão e interpretação textual ..................................................................................4
3.1 Texto I: Borboletas ...................................................................................................................... 4
4 Questão 01 ....................................................................................................................................................... 7
5 Questão 02 ....................................................................................................................................................... 8
6 Questão 03 ....................................................................................................................................................... 9

7 Texto II: Elas vão puxar os salários para baixo .................................................................... 10


7.1 Questão 01 ............................................................................................................................... 13
7.2 Questão 02 ............................................................................................................................... 14

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Compreensão e interpretação textual

3 Compreensão e interpretação textual

Recapitulando que a compreensão está relacionada


àquilo que está dentro do texto, trabalha com a
objetividade, porque trata justamente do que está
escrito. Já a interpretação vai além do texto, está
relacionada ao ato de extrair sentido do texto, se ater
às referências e aos detalhes dos textos. Essas são
habilidades que temos que treinar!

3.1 Texto I: Borboletas

Vamos praticar nossas habilidades de compreensão e interpretação textual, para isso


leremos e analisaremos o texto “Borboletas”.

SÓ PELA LEITURA DO TÍTULO PODEMOS INFERIR SOBRE O ASSUNTO QUE O TEXTO VAI ABORDAR?

Claro que, num primeiro momento, fazemos relação com o inseto, que já foi lagarta e
passou por um processo de transformação para se tornar uma borboleta. Isso que
inferimos do título, mas só saberemos se a nossa dedução está correta a partir da
leitura.

VAMOS A LEITURA DO TEXTO:

Borboletas

1 Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se


2 decepcionar é grande.

3 As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como
4 não estamos aqui, para satisfazer as delas.

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Compreensão e interpretação textual

5 Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém,
6 temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque
7 queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

8 As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por
9 serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

10 Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra pessoa, você
11 precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que
12 você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o
13 homem ou a mulher de sua vida.

14 Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem


15 gosta de você.

16 O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham
17 até você.

18 No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem
19 estava procurando por você.

COMENTÁRIO DO TEXTO :

Em suma, o texto aborda a questão da felicidade, no viés de que essa qualidade ou


estado de espírito deve ser inerente a pessoa, ou seja, algo que a constitui, que
pertença a ela. Dessa forma, segundo o texto, a pessoa por si só deve se bastar, não
necessitando de outra pessoa para ser feliz. Não depende do outro para alcançar a
felicidade, pois a própria felicidade já pertence a ela.

Por isso a motivação de estar com alguém deve ser porque você gosta dessa pessoa,
porque quer estar com ela, mas nunca por necessidade de ter alguém para se sentir
feliz. Justamente na perspectiva de “as pessoas não se precisam, elas se completam”
(l.8). Em relação a isso, o texto ainda adverte: as pessoas se completam “não por serem
metades, mas por serem inteiras” (l.8-9).

Porque se tratamos as pessoas como metades, recaímos na ideia de que elas


dependem de outras para serem felizes. Porém, o texto vai na contramão, afirma que

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Compreensão e interpretação textual

as pessoas são inteiras, não necessitam de outras para serem felizes, mas se dispõem
a compartilhar a vida com alguém. Como no trecho: “elas se completam... não por
serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias
e vida” (l.8-9). Perceba que aqui a palavra dividir assume o sentido de compartilhar e
não de segregar.

O texto ressalta que o segredo da felicidade é “não cuidar das borboletas e sim cuidar
do jardim para que elas venham até você” (l.16-17). Perceba que o autor emprega a
linguagem figurada, em que as borboletas se referem às pessoas e não ao inseto, e
o jardim é, na verdade, o nosso próprio interior. Para o autor do texto, não devemos
nos preocupar em agradar as pessoas o tempo todo, mas cuidarmos mais de nós
mesmos, do nosso interior, da nossa autoestima.

O resultado será positivo, pois se você estiver bem consigo mesmo, de alto astral, isso
estará exteriorizado e as pessoas se aproximarão de você. O cenário contrário a esse
seria: quando estiver mal consigo mesmo, com seu íntimo, inconscientemente você se
tornará ranzinza, desagradável, mal-humorado, consequentemente as pessoas se
afastarão de você. Portanto, cuidando de si mesmo, do seu jardim, automaticamente
você atrairá borboletas, ou seja, pessoas para a sua vida.

O autor finaliza o texto afirmando: “no final das contas, você vai achar não quem você
estava procurando, mas quem estava procurando por você” (l.18-19), ou seja, invés de
insistir em pessoas que não se interessam por você, vai acabar atraindo uma pessoa
que está interessada em você.

AGORA, APÓS A LEITURA DO TEXTO, O QUE INFERIMOS NO INÍCIO SE CONFIRMOU OU NÃO?

Claramente que não, pois interpretamos o título de maneira denotativa, ou seja, no


sentido próprio da palavra, de modo literal. Já o autor empregou de maneira
conotativa, isso é, empregou um sentido figurado, em que as borboletas na verdade
são as pessoas.

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Compreensão e interpretação textual

4 Questão 01

Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, fundamentalmente,


pela(o)

(A) busca

(B) carência

(C) compartilhamento

(D) indiferença

(E) insistência

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COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Observe o comando da questão: “segundo o texto”, então ela vai cobrar a nossa
compreensão textual, logo a resposta estará no próprio texto.

Segundo o texto, a relação afetiva não deve se resumir em depender de outra pessoa
para alcançar a própria felicidade, ou seja, não deve se caracterizar na busca, na
carência, na indiferença, na insistência, muito pelo contrário, deve se caracterizar pelo
compartilhamento de coisas boas, pois as pessoas devem estar dispostas a dividir
objetivos comuns, alegrias e vida. Como confirmamos na interpretação do trecho: “as
pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem
inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida” (l. 8-9).

GABARITO : C

5 Questão 02

Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades torna-nos:

(A) condescendentes para com os outros

(B) vulneráveis a possíveis insucessos

(C) seguros quanto à consecução do objetivo

(D) indiferentes a quaisquer consequências

(E) mais resistentes aos obstáculos

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Observe o comando: “segundo as ideias do texto”, primeiramente, temos que


buscar essa informação no texto, em segundo momento, interpretar a ideia
contido nele, ou seja, testar a nossa compreensão e interpretação.

Sobre projetar a nossa felicidade sobre outra pessoa, o texto já inicia afirmando que:
“quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se
decepcionar é grande” (l.1-2).

Ao longo do texto, o autor vai fundamentar essa ideia, afirmando que temos que ser
pessoas inteiras, que não precisam de outras para serem felizes, pois a felicidade é

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inerente a elas, então serão felizes juntas ou sozinhas, ao contrário da expressão


“metade das laranjas”, que se refere a ideia de pessoas que dependem, necessitam e
colocam sua felicidade na outra pessoa, ou seja, só são felizes juntas. Como está no
trecho: “as pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas
por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida” (l.8-9).

Isso significa que, quando uma pessoa projeta sua felicidade, anseios, necessidades
em outra pessoa, na hora que elas se separarem, estão fadadas ao fracasso, se
decepcionam, ficam extremamente tristes. Dessa forma, ao projetarem no outro suas
ansiedades as pessoas se tornam vulneráveis a possíveis insucessos.

GABARITO B

6 Questão 03

Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se pela(o):

(A) dedicação incondicional de uma delas à outra

(B) desnecessidade existente em ambas

(C) capacidade de uma controlar a relação

(D) submissão de uma à outra

(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Observe o comando: “segundo as ideias do texto”, como a questão anterior,


testará a nossa compreensão e interpretação.

Segundo o texto, a felicidade entre duas pessoas é marcada primeiramente na


independência da outra pessoa para ser feliz, por já se bastarem sozinhas, como está
exposto no terceiro parágrafo, assim como no trecho: “com o tempo você vai
percebendo que, para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não
precisar dela” (l.10-11). Dessa forma, a felicidade em um relacionamento marca-se
pela desnecessidade existente em ambas, pois não estão juntas porque necessitam-

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se para alcançarem a felicidade, mas porque se gostam e se sentem bem juntas.

GABARITO : B

7 Texto II: Elas vão puxar os salários para baixo


Vamos praticar nossas habilidades de compreensão e interpretação textual, para isso
leremos e analisaremos o texto “Elas vão puxar os salários para baixo”.

SÓ PELA LEITURA DO TÍTULO PODEMOS INFERIR SOBRE O ASSUNTO QUE O TEXTO VAI ABORDAR?

Analisando o título, temos um pronome feminino no plural: elas, mas não sabemos
ainda a quem esse pronome se refere, só sua ação: “vão puxar os salários para baixo”.
No subtítulo, teremos mais dicas: “empresas vão sair no lucro e as mulheres terão
benefícios, mas os homens jovens precisam se preocupar”, aqui se apresentam três
esferas diferentes: empresas, mulheres e homens. Porém, nesse momento, retomando
o título, o pronome elas pode se referir às empresas ou às mulheres, mas não aos
homens, pois trata-se de um pronome feminino. Agora, ou serão as empresas que vão
puxar os salários para baixo ou serão as mulheres que vão puxar os salários para baixo.
Mas só descobriremos no decorrer de leitura do texto.

VAMOS A LEITURA DO TEXTO:

Elas vão puxar os salários para baixo


Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens jovens
precisam se preocupar

Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no mercado
de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os salários
femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes. Mas
não é um fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial
chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a
evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de
trabalho. Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo.
Nas faculdades, há mais mulheres matriculadas que homens.

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E um professor de uma universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em


média, os homens faltam a 17% das aulas. As mulheres, a 4%. Algo me diz que, aos
poucos, as mulheres ocuparão cargos mais altos e os salários vão se igualar, embora
não do jeito que gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e
continuarão aceitando salários menores, puxarão para baixo os salários masculinos de
admissão. Isso será bom para as empresas, porque o custo da mão de obra cairá. Será
relativamente bom para as mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do
que a situação presente parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam
estar mais preocupados.

(Revista Época, 2009)

COMENTÁRIO DO TEXTO :

Esse texto é claramente um texto dissertativo, pois vai defender um ponto de vista.
Perceba que o autor começou o texto com uma pergunta, você também pode aplicar
essa estratégia para iniciar a sua produção textual, porém, cuidado, obrigatoriamente
você deve responder essa pergunta, de preferência logo em seguida, da mesma forma
que o autor fez. Ao decorrer do texto, o autor traz diversas estratégias argumentativas
que você também pode utilizar em suas redações.

A pergunta inicial é “por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os
homens no mercado de trabalho?”, logo em seguida, traz a resposta: “elas têm”, mas
traz uma consideração, marcada pelo emprego do advérbio apenas, de que há uma
disparidade entre os salários dos homens e das mulheres. Contudo, o emprego do
advérbio de valor temporal: ainda, sugere que essa é uma situação momentânea, que
logo elas podem ganhar o mesmo ou até mais que os homens.

Repare que o emprego do advérbio ainda está sozinho no texto, então não constitui
um período, pois para constituir um período obrigatoriamente tem que ter um verbo,
ali teremos uma estrutura nominal. Perceba que o sentido estabelecido pelo emprego
da palavra ainda é de uma possibilidade, não de uma certeza.

Outra estratégia empregada pelo autor é o uso de numerais, de dados estatísticos,


para ratificar a sua opinião. Primeiro para evidenciar que as mulheres ganham menos

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que os homens: “35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes”
(l.4-5). Depois para esclarecer que essa problemática não ocorre apenas no Brasil,
coloca que: “na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial chega aos 25%.” (l.6-
7).

Assim, o texto traz um argumento de comparação entre a situação da disparidade de


salários entre os gêneros que ocorre no Brasil e na Alemanha e Inglaterra. Isso
evidencia que essa problemática não é exclusiva do Brasil, mas vivida por grandes
potências mundiais, isso indica que é um fenômeno global, ou seja, “não é um
fenômeno brasileiro” (l.6).

Outro recurso utilizado é a alusão histórica, comparando a situação das mulheres no


mercado de trabalho em 1970 com a situação atual. Essa marca temporal é proposital
por traçar o aumento da inserção das mulheres no mercado de trabalho, de 18%, em
1970, a perto de 50%, atualmente, isso para fundamentar seu argumento de que elas
são quase a metade da mão de obra nacional.

Em seguida, vai abordar a situação da educação em nível superior, sabemos disso pelo
emprego do advérbio de lugar “nas faculdades” (l.10), em que há mais alunas do que
alunos, ainda salienta que elas buscam mais formação do que os homens. Sobre isso,
o autor traz um dado, que adjetiva como revelador, fornecido por um professor da
universidade paulistana: “em média, os homens faltam 17% das aulas. As mulheres, a
4%” (l.12), perceba que novamente o autor traz dados estatísticos para fortalecer a
ideia de que o dado é revelador.

O texto traz essa consideração hipotética: que se as mulheres são a maioria nas
faculdades e são mais assíduas do que os homens, assim, teoricamente, elas chegam
mais preparadas, com currículo e histórico escolar melhores que os deles, no mercado
de trabalho. Dito isso, o autor acredita que gradativamente “as mulheres ocuparão
cargos mais altos e os salários vão se igualar” (l.13).

Contudo, o autor também adverte que essa mudança vai ocorrer “não do jeito que
gostaríamos” (l.14), ou seja, elas serão a maioria no mercado de trabalho, mas

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continuaram aceitando os salários menores para serem contratadas, com melhor


preparo elas vão assumir cargos maiores e aumentar o salário, embora esse não se
iguale aos dos homens, mesmo exercendo a mesma função. Com isso,
consequentemente, de acordo com o texto, abaixarão os salários de admissão dos
homens.

Essa situação vai favorecer principalmente as empresas, porque o custo da mão de


obra qualificada cairá. Será relativamente bom para as mulheres, porque serão mais
valorizadas e o salário delas subirá, porém, mesmo assim, não alcançarão a igualdade
salarial com os homens. Agora, para os jovens do sexo masculino esse cenário não é
muito promissor, pois não serão tão bem remunerados como hoje, por isso o autor
termina o texto com a advertência: “os jovens do sexo masculino que deveriam estar
mais preocupados” (l.19).

Só ao final da leitura do texto que podemos ter certeza de que o pronome elas do
título se refere às mulheres. Então serão as mulheres que puxarão os salários para
baixo. Não que essa seja a intenção delas, pois buscam a igualdade salarial com os
homens, mas por uma nova realidade do mercado. Isso ocorrerá por uma questão
estratégica das empresas, que poderão contratar mão de obra muito bem qualificada
com menor custo, ou seja, aumentarão um pouco o salário das mulheres e usarão isso
com base para baixar o salário admissional dos jovens do sexo masculino.

7.1 Questão 01

A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus salários
equiparados aos dos homens é:

a) “oportunidades”
b) “mercado”
c) “menos”
d) “Ainda”
e) “média”

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Trata-se de uma questão de compreensão textual, pois seu comando refere-se

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a uma “palavra no texto”, ou seja, teremos que encontrar no texto a palavra que
o autor usa para sugerir essa mudança.

Essa questão se torna fácil a partir de uma boa compreensão textual, pois a própria
ideia de futuro, colocada no comando, já nos leva a pensar em um advérbio de tempo.
Assim, sem sombra de dúvidas, a palavra ainda, que está no início do texto, sugere
que as mulheres poderão ter seus salários equiparados aos dos homens. Como está
no texto: “Apenas ganham menos que os homens. Ainda.” (l.4).

GABARITO : D

7.2 Questão 02

“A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a evolução da


situação”. No texto, a frase acima se torna incoerente porque:

a) o autor acaba por não analisar a “evolução da situação”.


b) a análise da “evolução da situação” também implica analisar dados
estatísticos.
c) a análise da “evolução da situação” revela uma situação extremamente
desfavorável para as mulheres.
d) em São Paulo, há mais mulheres que homens na universidade.
e) os dados mostram que as mulheres são alunas mais assíduas.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Essa questão vai cobrar tanto a nossa compreensão, ao localizar o trecho no


texto, como nossa interpretação textual para avaliar porque ela se torna
incoerente no texto.

Perceba que o emprego das aspas no comando indica que esse é um recorte do texto.
Então, primeiramente você deve encontrar o trecho no seu texto, para entender o
contexto em que esse está empregado. Assim, você pode começar a interpretar a ideia
que o trecho expressa e qual seria sua incoerência nesse contexto.

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Lembre-se que coerente é aquilo que faz sentido, enquanto


incoerente é aquilo que não faz sentido.

Lendo o trecho individualmente, inferimos que o autor irá usar outros argumentos,
que não sejam estatísticos, para tratar do assunto da disparidade salarial entre homens
e mulheres.

Todavia, seguindo a leitura, na interpretação do contexto, o autor usa justamente


argumentos estatísticos para comprovar seu ponto de vista. Perceba: “em 1970, só
18% das brasileiras estavam no mercado de trabalho” (l.8) e acrescenta ainda dados
atuais “esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo” (l.9).

Por isso, o autor foi incoerente, porque ele avaliou a evolução com dados estatísticos,
porém, no texto está “avaliando não dados estatísticos”, ou seja, a análise da “evolução
da situação” também implica analisar dados estatísticos.

GABARITO : B

Ler não é um ato mecânico, precisa de prática e treino e deve ser


feito sempre com atenção e interesse. E exige de você, leitor, interagir
com o texto, para construir os sentidos produzidos pelo autor.
Então, consequentemente, quanto mais você ler, melhor será sua
compreensão e interpretação textual!

Por isso melhore e exercite seu hábito de leitura! Aqui trouxe alguns vícios que podem
atrapalhar você e dicas para aperfeiçoar a qualidade de suas leituras:

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Vícios de Hábitos de
leitura leitura

estar em um ambiente
ler repetindo as palavras oralmente
agradável para estudar

ler repetindo as palavras


concentração
mentalmente (subvocalização)

regressão nas informações do texto determine a finalidade da sua


(leitura pingue-ponge) leitura (lazer ou estudo)

identifique as ideias principais


letura superfical do texto
do texto

Chegamos ao final dessa aula! Hoje, exercitamos nossa leitura, compreensão e


interpretação de textos, além de fazer algumas questões que envolvem essas
habilidades. Contudo, esse conteúdo não se encera por aqui, só deve ser base para
você ler mais, com concentração e eficiência, exercitando sua compreensão e
interpretação textual. Então desejo a você bons estudos e boas leituras!

Um forte abraço!

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos

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Dicas para compreender e interpretar textos

Língua Portuguesa

Exercícios | Interpretação de Texto - III

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Dicas para compreender e interpretar textos

1 Apresentação

Olá, meu aluno, minha aluna, como vai você? Sentindo-se disposto para mais uma
aula de compreensão e interpretação textual? Espero que sim, mas se sua resposta
não for tão positiva, trate de respirar fundo e pensar em tudo aquilo que te motiva a
alcançar sua meta de aprovação. Feche os olhos, considere cada um desses pontos e
mentalize você, o resultado da prova, sua nomeação, a festança e a sensação de poder
dizer “consegui”! Feito?!

Agora com foco, concentração e garra você verá que o conteúdo se tornará bem mais
leve, não se esqueça de fazer suas anotações neste material e, ao final, resolver
questões para colocar em prática o que aprendeu.

O PDF FOCADO conta com a produção intelectual das aulas dos professores Sidney

Martins e Douglas Wisniewski, além das atualizações e revisões elaboradas pela


nossa equipe Pedagógica do Focus Concursos.

Estrutura do PDF FOCADO:

 Material Teórico Escrito (conteúdo para o aluno complementar além das


videoaulas. Este material pode conter informações além das trabalhadas em
videoaulas. Mas, claro, com tudo que é necessário para a sua aprovação, com
a profundidade necessária – nem mais, nem menos.);

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Dicas para compreender e interpretar textos

VAMOS COMEÇAR!

2 Conteúdo Programático
1 Apresentação.......................................................................................................................2
3 Dicas para compreender e interpretar textos ........................................................................4
4 A morte e a morte do poeta .................................................................................................5
4.1 Questão 01 ................................................................................................................................. 9
4.2 Questão 02 ............................................................................................................................... 10
5 Em defesa da dúvida .......................................................................................................... 11
5.1 Questão 01 ............................................................................................................................... 15
5.2 Questão 02 ............................................................................................................................... 16

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Dicas para compreender e interpretar textos

3 Dicas para compreender e interpretar textos

1º - Crie o hábito e o gosto pela leitura.

2º - Seja curioso, investigue as palavras que circulam


em seu meio.

3º - Aumente seu vocabulário (leia e faça


palavras cruzadas) e sua cultura.

4º - Faça exercícios de sinônimos e antônimos, ou seja,


com palavras com significados semelhantes e palavras com
significado contrário

5º - Torne-se um leitor assíduo de diversos textos.

6º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão


pode ser falsa.

7º - Atenção ao que se pede, às vezes a interpretação está


voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao
parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a
questão está voltada à ideia geral do texto.

8º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do


conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam o
que está escrito.

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A morte e a morte do poeta

4 A morte e a morte do poeta


Para treinar nossa compreensão e interpretação textual, vamos ler e analisar o
seguinte texto:

A morte e a morte do poeta


1 Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista Marcos Resende primeiro tratou
2 de verificar que estava vivo, bem vivo. Em seguida gravou uma mensagem na sua
3 secretária eletrônica: "Hoje é 27 e eu não morri. Não posso atender porque estou na
4 outra linha dando a mesma explicação". Quando li esta nota, me lembrei de como
5 tudo neste mundo caminha cada vez mais depressa. Em 1862, chegou aqui a notícia
6 da morte de Gonçalves Dias.

7 O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta e cinco dias. O brigue
8 chegou a Marselha com um morto a bordo.

9 À falta de lazareto, o navio estava obrigado à caceteação da quarentena. Gonçalves


10 Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o morto. A notícia
11 chegou ao Instituto Histórico durante uma sessão presidida por . Pedro II. Suspensa a
12 sessão, começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior poeta do
13 Brasil. Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador, em pleno Instituto
14 Histórico, só podia ser verdade. Ofícios fúnebres solenes foram celebrados na Corte e
15 na província. Vinte e cinco nênias saíram publicadas de estalo. Joaquim Serra, Juvenal
16 Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras.
17 O grande poeta! O grande amigo! Que trágica perda!

18 As comunicações se arrastavam a passo de cágado. Mal se começava a aliviar o luto


19 fechado, dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma vírgula! Vivinho da
20 silva.

21 A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: "É mentira! Não morri, nem morro,
22 nem hei de morrer nunca mais!". Entre exclamações, citou Horácio: "Não morrerei de
23 todo”. Todavia, morreu, claro. E morreu num naufrágio, vejam a coincidência. Em 1864,
24 trancado na sua cabine do Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão. Seu corpo
25 não foi encontrado. Terá sido devorado pelos tubarões. Mas o poeta, este de fato não
26 morreu.
(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia das Letras, 2011,
p.107-108)

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GLOSSÁRIO:

Brigue: embarcação de dois mastros, com velas circulares ou quadrangulares, sendo o


maior deles inclinado para a parte posterior do navio.
Caceteação: estado causado por algum aborrecimento ou acontecimento importuno.
Lazareto: local para o qual as pessoas contaminadas com hanseníase (lepra) eram enviadas,
a fim de isolá-las do resto da população, com o intuito de conter a contaminação pela
doença. Esse nome é uma alusão a Lázaro, personagem bíblico, que era leproso. A priori
colocavam as pessoas com lepra, mas depois acabou sendo usado para todo tipo de
doença.
Marselha: cidade portuária no sul da França.
Necrológio: uma notícia/homenagem no jornal sobre morte.
Nênias: poemas enaltecendo alguém.
Passos de cágado: expressão para eram vagarosas

UMA DICA PARA AMPLIAR SEU VOCABULÁRIO E CONHECIMENTO DE MUNDO É


ELABORAR UM GLOSSÁRIO COM AS PALAVRAS DO TEXTO QUE SÃO DESCONHECIDAS.

COMENTÁRIO DO TEXTO :

Ao ler o título deduzimos, pelo emprego da conjunção e com sentido de soma, que o
autor tratará de duas mortes distintas em seu texto. Após a leitura, sabemos que
morte se refere a Marcos Resende e morte do poeta faz referência a Gonçalves Dias,
coincidentemente, ambos tiveram suas mortes anunciadas erroneamente.

Para aprimorar nossa interpretação do texto “A morte e a morte do poeta”, vamos


ativar nosso conhecimento de mundo:

 Marcos Resende é pianista, compositor e produtor, nascido em Cachoeira de


Itapemirim-ES, tem uma carreira na música instrumental brasileira, aqui e no
exterior, com vários discos lançados.
 Antônio Gonçalves Dias foi poeta, professor, crítico de história, etnólogo,
nasceu em Caxias- MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, na
costa do Maranhão, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira nº 15
da Academia Brasileira de Letras. É considerado o grande poeta romântico

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brasileiro e célebre poeta indianista, seus poemas mais famosos são: “Canção
do exílio”, “Ainda Uma Vez – Adeus”, “I-Juca Pirama”, entre outros.

MOBILIZAR NOSSO CONHECIMENTO PRÉVIO SOBRE O ASSUNTO OU


REFERÊNCIAS TRAZIDAS NO TEXTO CORROBORA NA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.
ASSIM, QUANTO MAIOR O CONHECIMENTO DE MUNDO, MAIOR SUA
CAPACIDADE INTERPRETATIVA.

De volta ao conteúdo do texto, é clara a associação que o autor faz quando vê a nota
de Marcos Resende com o fato similar vivido por Gonçalves Dias. Dessa forma, ele
contrapõe as duas situações:

 Século XX: o pianista Marcos Resende leu o seu necrológio no Jornal do Brasil,
em 1992, o erro aconteceu porque o confundiram com seu xará.
Imediatamente já desmentiu a notícia gravando uma mensagem na sua
secretária eletrônica.

 Século XIX: chegou a notícia da morte de Gonçalves Dias, que comoveu muitas
pessoas, foram feitas várias homenagens ao poeta. E como a notícia chegou ao
Instituto Histórico e aos ouvidos do imperador, que espalhou a notícia, era
impossível ser mentira. Como a comunicação era demorada, a notícia foi
desmentida de forma tardia, apenas 2 meses depois, por carta escrita pelo
próprio poeta.

Mesmo com a semelhança entre os casos, há um contraste grande na forma como


eles conseguiram contestar a própria morte. A demora com que a notícia da suposta
morte do poeta, no século XIX, pôde ser contestada por ele, em comparação a rapidez
com que o pianista, contemporâneo, pôde contestar a própria morte.

No texto, o autor detalha mais o caso de Gonçalves Dias, que estava doente e
embarcou na embarcação Grand Condé para procurar tratamento na Europa. Esse fato
é importante para ocorrer o equívoco de anunciar a morte do poeta, já que o brigue,
no qual o famoso poeta era passageiro, chegou a França, na cidade de Marselha, com
um morto a bordo (l.7-8).

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Por falta de um local para alocar os doentes, conhecido por lazareto, a embarcação
não pode aportar, sendo obrigada a fazer quarentena no alto mar (l.9). Por isso, as
pessoas fizeram uma dedução precipitada, trazida pelo adjunto adverbial de modo
logo, de que o morto a bordo seria o poeta. Veja o trecho: “Gonçalves Dias tinha ido
se tratar na Europa e logo se concluiu que era ele o morto” (l.9-10).

A notícia da morte do conceituado poeta brasileiro chegou ao Instituto Histórico


durante uma sessão presidida por D. Pedro II, lembrando que ele era patrono do
instituto. Como retrata o trecho:” A notícia chegou ao Instituto Histórico durante uma
sessão presidida por D. Pedro II. Suspensa a sessão, começaram as homenagens ao
que era tido e havido como o maior poeta do Brasil” (l.10-13).

Entre as pessoas que ofereceram homenagem ao poeta, estão seus amigos: “Joaquim
Serra, Juvenal Galeno e Bernardo Guimarães debulharam lágrimas de esguicho,
quentes e sinceras” (l.15-16). Para entender o vínculo entre eles, vamos ativar
novamente nosso conhecimento de mundo:

 Joaquim Serra (1838-1888): jornalista, professor, político e teatrólogo


brasileiro, conterrâneo de Gonçalves Dias, também nascido no Maranhão.
 Juvenal Galeno da Costa e Silva (1838-1931): escritor brasileiro da segunda
geração do Romantismo, nascido em Fortaleza- CE.
 Bernardo Guimarães (1825-1884): romancista, contista e poeta brasileiro, sua
obra mais famosa e o romance “A Escrava Isaura”, nascido em Ouro Preto- MG.

Enquanto seus amigos lamentavam sua morte, o poeta estava “vivinho da silva” (l.19).
Porém, a comunicação ainda não era desenvolvida e eficiente, de acordo com o texto:
“as comunicações se arrastavam a passo de cágado” (l.18), ou seja, eram lentas e
demoradas. Por causa disso, a carta escrita pelo poeta para desmentir o fato de sua
suposta morte chegou apenas 2 meses depois.

Nessa carta, que ele escreveu a próprio punho, estava a verdade: “[...] ’É mentira!
Não morri, nem morro, nem hei de morrer nunca mais!’ [...]” (l.21-22). De forma
enfática declarou que “[...] ‘não morrerei de todo’ [...]” (l.22-23), citando Horácio,
poeta e filósofo da Roma Antiga. Mesmo com essa afirmação, como qualquer ser
humano, Gonçalves Dias morreu, isso está marcado no texto pela conjunção

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adversativa todavia, no trecho: “Todavia, morreu, claro” (l.23).

Sobre a morte do poeta brasileiro, o texto traz: “morreu num naufrágio, vejam a
coincidência” (l.23), isso ocorreu na costa do Maranhão, apenas 2 anos depois dele
contestar sua própria morte. Contudo, o corpo de Gonçalves Dia não foi
encontrado, o texto afirma que teria “sido devorado pelos tubarões” (l.25), logo,
podemos pressupor que na costa do Maranhão havia muitos tubarões.

Apesar disso, a carta de Gonçalves Dias trazia uma verdade, seu corpo morreu, porém,
“o poeta, este de fato não morreu” (l.25-26), dado que ele não “morreu mesmo de
todo”, já que sua obra e vida estão consagradas para sempre na literatura brasileira.

4.1 Questão 01

No texto, o autor contrapõe fundamentalmente:

a) as boas condições do porto de Marselha, em território francês, às péssimas


condições do porto brasileiro localizado no Maranhão, perto do qual o navio
Ville de Boulogne acabou por naufragar.
b) a demora com que a notícia da suposta morte de Gonçalves Dias, no século XIX,
pôde ser contestada pelo poeta à rapidez com que o pianista Marcos Resende,
contemporâneo do cronista, pôde contestar a própria morte.
c) a comoção com que foi recebida a notícia da suposta morte do poeta Gonçalves
Dias à indiferença com que se recebeu a notícia da morte do pianista Marcos
Resende, buscando-se esclarecê-la com um simples telefonema.
d) a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves Dias pôde permanecer em
segurança por mais de cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, que
levou pouco tempo para naufragar na costa do Maranhão.
e) a banalização das notícias em seu próprio tempo, mesmo as mais trágicas, à
solenidade com que eram dadas no século XIX, muitas vezes em sessões no
Instituto Histórico, com a eventual presença do próprio Imperador.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Olhe o comando da questão: “no texto”, isso é uma pista de que essa questão
cobrará a sua compreensão textual.

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A questão quer saber qual a contraposição apresentada no texto. Sua resposta ficará
fácil se você tiver entendido o texto, ou seja, teve uma boa compreensão dele. Outro
ponto, se você é um leitor atento já sabe que, geralmente, o texto que trabalha com
uma contradição faz a apresentação dessa no primeiro parágrafo, para que o autor
desenrole essa oposição no decorrer do texto.

Observe então o primeiro parágrafo do texto, o autor faz alusão a duas mortes
anunciadas erroneamente: do pianista Marcos Rezende e a do poeta Gonçalves Dias.
E ainda acrescenta: “me lembrei de como tudo neste mundo caminha cada vez mais
depressa” (l.4-5), isso quer dizer que enquanto o músico desmentiu a notícia
rapidamente, o escritor, que negou a notícia de sua morte por carta, demorou 2 meses.

Dessa forma, a contraposição apresentada pelo autor nesse texto é justamente a


velocidade que as informações são transmitidas na atualidade, em contraposição a
demora que isso acontecia no século XIX.

GABARITO : B

CUIDADO COM AS QUESTÕES DE COMPREENSÃO TEXTUAL,


pois algumas de suas alternativas podem trazer
afirmações que extrapolam as informações
contidas no texto. Assim, mesmo sendo
verdadeiras, não estarão corretas, já que questões
como essas se relacionam exclusivamente às
informações contidas no texto.

4.2 Questão 02

De acordo com o texto, a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias teria se


originado de uma conjunção de acontecimentos que incluem:

a) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a impossibilidade de os


passageiros do navio cumprirem o período de quarentena em terra e a
motivação da viagem do poeta para a Europa.

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b) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a motivação da viagem do poeta


para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de Marselha.
c) a impossibilidade de os passageiros do navio cumprirem o período de
quarentena em terra, a presença do Imperador no Instituto Histórico e as
homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
d) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a motivação da viagem
do poeta para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o porto de
Marselha.
e) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte de um passageiro no navio
e as homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Observe o comando da questão: “de acordo com o texto”, isso indica que essa
é uma questão de compreensão textual.

O enunciado afirma que o texto apresenta uma combinação de fatos que deram
origem à notícia falsa da morte do poeta Gonçalves Dias. Vamos analisar os fatos:
primeiro, o poeta estava doente e foi buscar tratamento na Europa (l.10). Segundo, a
embarcação, em que ele estava a bordo, chegou em Marselha com um morto a bordo
(l.8). Terceiro, por falta de um local adequado para os doentes (um lazareto), o navio
foi impedido de aportar, obrigado a permanecer ao mar por 40 dias (l.9).

Esses fatos somados originam a falsa notícia da morte de Gonçalves Dias, o passageiro
mais famoso a bordo do Grand Condé estava doente e o motivo de sua viagem era
buscar tratamento na Europa. E quando morre alguém na embarcação que não
conseguiu aportar, logo se concluiu que o morto era o poeta.

GABARITO : A

5 Em defesa da dúvida
Para continuar treinando nossa compreensão e interpretação textual, vamos ler e
analisar o próximo texto:

Em defesa da dúvida

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Numa época em que tantos parecem ter tanta certeza sobre tudo, vale a pena pensar
no prestígio que a dúvida já teve. Nos diálogos de Platão, seu amigo Sócrates pulveriza
a certeza absoluta de seus contendores abalando-a por meio de sucessivas perguntas,
que os acabam convencendo da fragilidade de suas convicções. Séculos mais tarde, o
filósofo Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de
conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro
passo.
Lendo os jornais e revistas de hoje, assistindo na TV a entrevistas de personalidades,
o que não falta são especialistas infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência,
na economia, nas artes. Todos têm receitas imediatas e seguras para a solução de
todos os problemas. A hesitação, a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados
como incompetência, passividade, absenteísmo. É como se a velocidade tecnológica,
que dá o ritmo aos nossos novos hábitos, também ditasse a urgência de constituirmos
nossas certezas.

A dúvida corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências


e buscar a verdade funda daquilo que não aparece. Julgar um fato pelo que dele diz
um jornal, avaliar um problema pelo ângulo estrito dos que nele estão envolvidos é
submeter-se à força de valores já estabelecidos, que deixamos de investigar. A dúvida
supõe a necessidade que tem a consciência de se afastar dos julgamentos já
produzidos, permitindo-se, assim, o tempo necessário para o exame mais detido da
matéria a ser analisada.

A dúvida pode ser o primeiro passo para o caminho das afirmações que acabam sendo
as mais seguras, porque são mais refletidas e devidamente questionadas.

(Cássio da Silveira, inédito)

COMENTÁRIO DO TEXTO :

O texto argumenta a favor da dúvida, visto que, de acordo com o autor, ela perdeu
importância. Esse entendimento deixa claro que o título “Em defesa da dúvida” está
empregado no sentido literal, já que o texto apresenta o contraponto da
desvalorização da dúvida na atualidade e seu prestígio na antiguidade.

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Para evidenciar o prestígio da dúvida na antiguidade, primeiro, o autor cita os diálogos


de Platão, em que o filósofo Sócrates abalava “verdades absolutas”, por meio de
sucessivas perguntas, que mostravam a fragilidade dessas convicções, ou seja,
instaurava a dúvida (l.2-4). Ambos importantes filósofos da Grécia Antiga.

Ativando nosso conhecimento prévio: recordamos que os diálogos de Platão são os


textos escritos pelo filósofo grego sobre os ensinamentos do seu mestre Sócrates, que
achava mais eficiente a troca direta das ideias, por meio de perguntas e respostas
entre duas pessoas, do que o texto escrito. Por isso Sócrates não deixou obra escrita,
o que sabemos sobre ele veio dos registros do seu discípulo Platão.

Como segundo argumento, o autor cita o filósofo francês Descartes, que considerava
a dúvida o primeiro passo para alcançar o conhecimento, como colocado no trecho:
“Descartes ponderou que o maior estímulo para se instituir um método de
conhecimento é considerar a presença desafiadora da dúvida, como um primeiro
passo” (l.5-6).

Ativando nosso conhecimento prévio: René Descartes foi um importante filósofo e


matemático do século XVI, considerado o primeiro filósofo da vertente racionalista,
uma de suas principais ideias é que a razão é inata ao ser humano, assim propôs um
método mais preciso para a Filosofia, garantindo a sua confiabilidade. Defendia que
o conhecimento deveria ser claro e distinto, excluindo tudo que gera dúvida.

Em contrapartida, o autor expõe que, na atualidade, em todos meios de comunicação,


não falta especialistas infalíveis em todos os assuntos (l.9), todos com receitas
imediatas e garantidas para a solução de todos os problemas (l.10-11). Isso comprova
a tese inicial do autor de que a dúvida perdeu seu prestígio, haja vista que “a hesitação,
a dúvida, o tempo para reflexão são interpretados como incompetência, passividade,
absenteísmo” (l.11-12), ou seja, de acordo com o texto, as dúvidas e incertezas inferem
na nossa competência, proatividade e produtividade, três pontos fundamentais para
o mercado de trabalho do séc. XXI.

O imediatismo marca a contemporaneidade, juntamente com os avanços

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tecnológicos, que afeta diretamente nossos hábitos e ações, como se “ditasse a


urgência de constituirmos nossas certezas” (l.13-14), dado que a dúvida pode deixar
o indivíduo vulnerável, como explicado no parágrafo anterior. Por isso há a busca,
cada vez maior, de mostrar mais sabedoria acerca de tudo.

Sobre essa questão, podemos ultrapassar o conteúdo do texto, para fazer uma relação
com a teoria do sociólogo Zygmunt Bauman, que defende a teoria de que a sociedade
atual pode ser definida como uma modernidade líquida, em que os desenvolvimentos
tecnológicos afetam diretamente o ritmo da nossa vida, cada vez mais acelerado,
consequentemente, os nossos relacionamentos são líquidos e efêmeros. Essa
associação corrobora nossa interpretação do texto, visto que a “urgência de
constituirmos nossas certezas” (l.13-14) tem relação imediata com o conceito da
sociedade líquida, já que impulsiona o indivíduo a dar qualquer resposta com
convicção, sem ter analisado com calma para ver realmente se aquilo é válido ou não.

Todavia, o autor contrapõe essa visão atual da dúvida, afirmando que ela
“corresponde ao nosso direito de suspender a verdade ilusória das aparências” (l.15).
Sendo a dúvida o principal e mais forte meio para chegar a uma verdade, pois busca
comprovações. Desse modo, a dúvida é o caminho para o conhecimento mais
profundo, pois questiona e contesta as verdades absolutas, assim possibilita “buscar
a verdade funda daquilo que não aparece” (l.16).

Assim sendo, no último parágrafo, o autor vai expor que o indivíduo que possui uma
verdade absoluta avalia a questão por um ângulo restrito e se submete aos valores já
estabelecidos, sem investigar ou questionar, logo ele possui uma verdade superficial,
um achismo ou senso comum.

O autor em defesa da dúvida expõe que, mesmo hoje, a dúvida é o primeiro passo
para o caminho das afirmações, já que “acabam sendo as mais seguras, porque são
mais refletidas e devidamente questionadas” (l.22-23). Então quanto mais duvidamos,
questionamos e refletimos sobre nossa realidade e valores, chegamos mais próximos
da verdade.

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5.1 Questão 01

A valorização da dúvida se deve ao fato de que ela

a) constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades


dadas como irrefutáveis.
b) vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor
algumas verdades definitivas.
c) permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas
como absolutas.
d) contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos
seguros de conhecimento.
e) implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade
dispensa qualquer comprovação.

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 Observe: a dúvida é o principal elemento utilizado dentro do texto,


consequentemente essa questão será de compreensão.

Ao ler o texto, percebemos que a dúvida está desvalorizada na atualidade, mas


também evidencia motivos pelos quais deve ser valorizada. Por isso, vamos analisar
cada uma das alternativas:

a) constitui o meio pelo qual se empreende uma contestação ilusória de verdades


dadas como irrefutáveis.

ERRADA : é a verdade que é ilusória. A contestação vem exatamente para


derrubar essa verdade ilusória, a dúvida é o principal meio para chegar a uma
verdade.
b) vale-se astutamente de sua fragilidade como método para poder impor
algumas verdades definitivas.

ERRADA : a dúvida não é um método frágil, pelo contrário, é o método mais


solidificado e mais forte, de acordo com o texto.

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c) permite abrir um caminho para o conhecimento ao questionar verdades dadas


como absolutas.

CERTA: a dúvida é o caminho para o conhecimento mais profundo, pois


questiona as verdades absolutas. Como se comprova nos trechos: “o maior
estímulo para se instituir um método de conhecimento é considerar a presença
desafiadora da dúvida” (l.5-6) e “a dúvida pode ser o primeiro passo para o
caminho das afirmações que acabam sendo as mais seguras, porque mais
refletidas e devidamente questionadas”(l.21-23).

d) contribui para a valorização de verdades pré-estabelecidas por métodos


seguros de conhecimento.

ERRADA : a dúvida não contribui para a valorização de verdades pré-


estabelecidas, pelo contrário, ela as contesta.

e) implica a tentativa de se chegar a um tipo de conhecimento cuja validade


dispensa qualquer comprovação.

ERRADA : a dúvida não dispensa qualquer comprovação, muito pelo contrário, a


dúvida busca as comprovações.

GABARITO : C

5.2 Questão 02

Diferentemente da maneira pela qual Sócrates e Descartes qualificaram a dúvida,


o texto nos lembra que há

a) quem pulverize a certeza inabalável com que alguns afirmam seus pontos de
vista, juízos e convicções.
b) aqueles que já de saída se apresentam como especialistas infalíveis em temas
da política, da ciência, das artes.
c) aquele que se dispõe a se pronunciar sobre algum assunto depois de ter aberto
várias hipóteses de abordagem.

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d) quem sempre suspenda a verdade das aparências, não se furtando a questioná-


las antes de aceitá-las.
e) quem se afasta de julgamentos definitivos para se deter sobre o que há de
problemático numa matéria

COMENTÁRIO DA QUESTÃO :

 O comando coloca “o texto nos lembra que há”, se a resposta será tirada de
dentro do texto, essa é uma questão de compreensão.

Para responder essa questão, primeiro, temos que recordar como Descarte e Sócrates
enxergavam a dúvida: como método de contestação das verdades ilusórias. Em
contraponto, o texto nos lembra que, atualmente, “o que não falta são especialistas
infalíveis em todos os assuntos, na política, na ciência, na economia, nas artes” (l.9-
10).

GABARITO : B

Meu caro aluno, concluo essa aula e me despeço por aqui. Espero que o conteúdo
tenha ajudado você no processo de compreensão e interpretação dos textos.
Agradeço a sua presença, mesmo que distante fisicamente, presente comigo quando
escrevo minhas aulas pensando na sua aprovação. Por fim, lembre-se: leia muito e
pratique sua compreensão e interpretação textual. Desejo um ótimo estudo!

Bons estudos!

Lembre-se de que o futuro pertence aqueles que acreditam


na beleza de seus sonhos. (Eleanor Roosevelt).

Nós acreditamos e apostamos na realização dos seus objetivos

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Português | Douglas W.

Redação Oficial

Redação Oficial

Também são documentos oficiais:

Aviso: expedido por Ministros de Estado para autoridades de mesma hierarquia


(enquanto o ofício é expedido para e pelas mesmas autoridades)

• Expedição de motivos: documento dirigido ao Presidente e vice-Presidente da


República

• Correio eletrônico

• Fax

• Mensagem

• Telegrama: usado na impossibilidade do envio de fax ou correio eletrônico. Por


ter valor elevado, sua linguagem deve ser clara e concisa. Normalmente, segue
as normas já estabelecidas pelos Correios

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Português | Douglas W.

Redação Oficial

Decreto nº 9.758/2019

........................................................................................................

Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes


públicos federais é “senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do
cargo ou da função ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o


plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de
tratamento, ainda que abreviadas:

1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;

2. Vossa Senhoria;

3. Vossa Magnificência;

4. doutor;

5. ilustre ou ilustríssimo;

6. digno ou digníssimo; e

7. respeitável.

2. § 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de


que trata o caput, mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou
carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.

3. § 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor


nos autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.

Endereçamento de comunicações

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não

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conterá pronome de tratamento ou o nome do agente público.

Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto,


e o nome do destinatário nas hipóteses de:

1. a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser


insuficiente para a identificação do destinatário; ou

2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

Vigência

Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio de 2019.

Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

As exceções desta regra se aplicam às comunicações entre agentes públicos federais


e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais.

Também se aplicam exceções às comunicações entre agentes públicos da


administração pública federal e agentes públicos do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de
outros entes federativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra
parte, com base em norma aplicável ao órgão, à entidade ou aos ocupantes dos
cargos.

Apesar dessa alteração não estar presente no novo Manual da Redação, ela é válida
desde a sua publicação, que se deu em 01 de maio de 2019.

O Manual de Redação da Presidência da República: pontos de destaque

Como forma de revisar o Manual de Redação Oficial, fizemos um resumo contendo os


principais aspectos do Manual. Veja a seguir.

1 – Redação oficial:

A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais
e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e precisão, objetividade,

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concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade e padronização e uso da


norma padrão da língua portuguesa.

Isso quer dizer que é necessário utilizar palavras e expressões simples, frases curtas e
de fácil entendimento, salvo quando as informações forem técnicas. É importante
também ir direto ao assunto em seus textos, evitar palavras de duplo sentido e ter
objetividade.

2 – Comunicações oficiais, estrutura do padrão oficio:

• Pronomes de tratamento – De acordo com o decreto de nº 9.758, os pronomes


de tratamento anteriormente usados são substituídos por "senhor (a)".

• O padrão ofício – o cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do


documento, deve vir com local e data do documento. As páginas devem ser
numeradas a partir da segunda e além disso devem vir com o endereçamento
e assunto.

• Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação: papel


A4 (29,7 cm x 21 cm), fonte Calibri ou Carlito, os textos devem ser impressos na
cor preta em papel branco.

3 - Tipos de documentos:

Mensagem: é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes


Públicos e deve conter o brasão e identificação do expediente.

Exposição de Motivos: é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice


Presidente para propor alguma medida, submeter projeto de ato normativo à sua
consideração ou informá-lo de determinado assunto.

Correio Eletrônico:

É o método de comunicação mais utilizado tanto nos setores privados quanto nos
órgãos públicos, pela sua praticidade e rapidez. Esse tipo de comunicação também é
orientado pelo manual da redação:

• O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo


global da mensagem;

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Redação Oficial

• O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação;

• Para que o correio eletrônico tenha valor documental é necessário existir


certificação digital que ateste a identidade do remetente;

• É importante que a fonte do texto obedeça a usada nos textos oficiais: Calibri
ou Carlito, tamanho 12, cor preta;

• Para certificar-se que o remetente recebeu o e-mail, utilizar recurso de


confirmação de leitura ou solicitar a resposta de que o e-mail foi recebido.

4 - Abreviações e sinais utilizados

Na redação oficial, algumas abreviações e sinais são comumente aceitos:

Símbolos: (*) indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical; (§)
parágrafo;

Abreviações: a regra para se abreviar uma palavra é escrever a primeira sílaba e a


primeira letra da segunda sílaba, seguida de ponto: adj. adv. - adjunto adverbial; arc.
- Arcaico; art.; arts. - artigo; artigos; CN - Congresso Nacional; EM - Exposição de
Motivos; f.v. - forma verbal; fem. – feminino. Dentre outros.

5 – Ortografia

Seguir a norma culta da língua é a base para escrever qualquer texto, mas nos textos
oficiais isso deve ser levado ainda mais em conta.

Além de haver atenção à escrita é necessário dominar a norma culta padrão. Além de
fazer o texto com atenção, é preciso revisá-lo, pois uma simples troca de letras pode
mudar o sentido de uma palavra ou frase.

Assim sendo, é necessário muita atenção à ortografia. É importante consultar


dicionários.

6 – Formatação:

• As aspas podem ser usadas antes e depois de uma citação textual direta,
quando possui até três linhas e para diferenciar títulos, termos técnicos,
expressões fixas, definições, exemplificações e assemelhados;

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Redação Oficial

• O itálico pode ser usado nos títulos de publicações gerais ou títulos de


congressos, conferências, slogans, lemas sem o uso de aspas e ainda nas
palavras e as expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras.

• O negrito pode ser utilizado para realçar palavras e trechos.

• O parênteses é usado como uma forma de intercalar expressões em um texto,


explicações, indicações, comentários, observações, pode indicar uma data, uma
referência bibliográfica ou uma sigla.

FRAGMENTOS DO MANUAL 3ª. EDIÇÃO (2018)

PARTE I – COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários:

a) alguém que comunique;

b) algo a ser comunicado;

c) alguém que receba essa comunicação.

Redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e
atos normativos.

A redação oficial deve caracterizar-se por:

• clareza e precisão;

• objetividade;

• concisão;

• coesão e coerência;

• impessoalidade;

• formalidade e padronização;

• uso da norma padrão da língua portuguesa.

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Para a obtenção de clareza, sugere-se:

a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da
área;

b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a
adoção da ordem inversa da oração;

c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;

d) não utilizar regionalismos e neologismos;

e) pontuar adequadamente o texto;

f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela;

g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em


razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem
exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações do subitem 10.2
deste Manual.

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Fechos para comunicações:

a) Para autoridades de hierarquia superior à do remetente, inclusive o Presidente da


República:

Respeitosamente,

b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos:

Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,


que atendem a rito e tradição próprios.

Em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-
se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados:

pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presidente”, mas não

“Vice-presidente”.

---- A partir da 3ª edição = OFÍCIO

(aviso, ofício, memorando)

O ofício é um documento, uma correspondência entre pessoas que possuem o


mesmo cargo ou hierarquicamente diferente. O principal objetivo do ofício é
solicitar ou reivindicar algo a alguém.

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis


variações:

a)[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo


expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão
remetente.

b)[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia,


conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos
órgãos remetentes constarão na epígrafe.

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c)[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,


conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor.

Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte


forma:

a) composição: local e data do documento;

b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de


vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da
cidade;

c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração


cardinal para os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número
que indica o dia do mês;

d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;

e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e

f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

RECOMENDAÇÕES:

• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso


não esteja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de
recebimento;

• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a


recomendação de tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri
ou Carlito, tamanho 12, cor preta;

• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são
apropriados para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho
da mensagem eletrônica;

• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado


com que se revisam outros documentos oficiais;

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• O texto profissional dispensa manifestações semocionais. Por isso, ícones e


emoticons não devem ser utilizados;

• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações
como “vc”, “pq”, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como
“naum”, “eh”, “aki”;

• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos
da mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.

• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República


Federativa do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.

• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a
capacidade do servidor do destinatário

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Também são documentos oficiais:

Aviso: expedido por Ministros de Estado para autoridades de mesma hierarquia


(enquanto o ofício é expedido para e pelas mesmas autoridades)

• Expedição de motivos: documento dirigido ao Presidente e vice-Presidente da


República

• Correio eletrônico

• Fax

• Mensagem

• Telegrama: usado na impossibilidade do envio de fax ou correio eletrônico. Por


ter valor elevado, sua linguagem deve ser clara e concisa. Normalmente, segue
as normas já estabelecidas pelos Correios

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Decreto nº 9.758/2019

........................................................................................................

Pronome de tratamento adequado

Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes


públicos federais é “senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do
cargo ou da função ou da ocasião.

Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o


plural.

Formas de tratamento vedadas

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de
tratamento, ainda que abreviadas:

1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;

2. Vossa Senhoria;

3. Vossa Magnificência;

4. doutor;

5. ilustre ou ilustríssimo;

6. digno ou digníssimo; e

7. respeitável.

2. § 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de


que trata o caput, mediante invocação de normas especiais referentes ao cargo ou
carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.

3. § 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor


nos autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.

Endereçamento de comunicações

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não

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Redação Oficial

conterá pronome de tratamento ou o nome do agente público.

Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto,


e o nome do destinatário nas hipóteses de:

1. a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser


insuficiente para a identificação do destinatário; ou

2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

Vigência

Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio de 2019.

Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

As exceções desta regra se aplicam às comunicações entre agentes públicos federais


e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais.

Também se aplicam exceções às comunicações entre agentes públicos da


administração pública federal e agentes públicos do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de
outros entes federativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra
parte, com base em norma aplicável ao órgão, à entidade ou aos ocupantes dos
cargos.

Apesar dessa alteração não estar presente no novo Manual da Redação, ela é válida
desde a sua publicação, que se deu em 01 de maio de 2019.

O Manual de Redação da Presidência da República: pontos de destaque

Como forma de revisar o Manual de Redação Oficial, fizemos um resumo contendo os


principais aspectos do Manual. Veja a seguir.

1 – Redação oficial:

A redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais
e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e precisão, objetividade,

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concisão, coesão e coerência, impessoalidade, formalidade e padronização e uso da


norma padrão da língua portuguesa.

Isso quer dizer que é necessário utilizar palavras e expressões simples, frases curtas e
de fácil entendimento, salvo quando as informações forem técnicas. É importante
também ir direto ao assunto em seus textos, evitar palavras de duplo sentido e ter
objetividade.

2 – Comunicações oficiais, estrutura do padrão oficio:

• Pronomes de tratamento – De acordo com o decreto de nº 9.758, os pronomes


de tratamento anteriormente usados são substituídos por "senhor (a)".

• O padrão ofício – o cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do


documento, deve vir com local e data do documento. As páginas devem ser
numeradas a partir da segunda e além disso devem vir com o endereçamento
e assunto.

• Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação: papel


A4 (29,7 cm x 21 cm), fonte Calibri ou Carlito, os textos devem ser impressos na
cor preta em papel branco.

3 - Tipos de documentos:

Mensagem: é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes


Públicos e deve conter o brasão e identificação do expediente.

Exposição de Motivos: é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice


Presidente para propor alguma medida, submeter projeto de ato normativo à sua
consideração ou informá-lo de determinado assunto.

Correio Eletrônico:

É o método de comunicação mais utilizado tanto nos setores privados quanto nos
órgãos públicos, pela sua praticidade e rapidez. Esse tipo de comunicação também é
orientado pelo manual da redação:

• O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo


global da mensagem;

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Redação Oficial

• O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação;

• Para que o correio eletrônico tenha valor documental é necessário existir


certificação digital que ateste a identidade do remetente;

• É importante que a fonte do texto obedeça a usada nos textos oficiais: Calibri
ou Carlito, tamanho 12, cor preta;

• Para certificar-se que o remetente recebeu o e-mail, utilizar recurso de


confirmação de leitura ou solicitar a resposta de que o e-mail foi recebido.

4 - Abreviações e sinais utilizados

Na redação oficial, algumas abreviações e sinais são comumente aceitos:

Símbolos: (*) indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical; (§)
parágrafo;

Abreviações: a regra para se abreviar uma palavra é escrever a primeira sílaba e a


primeira letra da segunda sílaba, seguida de ponto: adj. adv. - adjunto adverbial; arc.
- Arcaico; art.; arts. - artigo; artigos; CN - Congresso Nacional; EM - Exposição de
Motivos; f.v. - forma verbal; fem. – feminino. Dentre outros.

5 – Ortografia

Seguir a norma culta da língua é a base para escrever qualquer texto, mas nos textos
oficiais isso deve ser levado ainda mais em conta.

Além de haver atenção à escrita é necessário dominar a norma culta padrão. Além de
fazer o texto com atenção, é preciso revisá-lo, pois uma simples troca de letras pode
mudar o sentido de uma palavra ou frase.

Assim sendo, é necessário muita atenção à ortografia. É importante consultar


dicionários.

6 – Formatação:

• As aspas podem ser usadas antes e depois de uma citação textual direta,
quando possui até três linhas e para diferenciar títulos, termos técnicos,
expressões fixas, definições, exemplificações e assemelhados;

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Redação Oficial

• O itálico pode ser usado nos títulos de publicações gerais ou títulos de


congressos, conferências, slogans, lemas sem o uso de aspas e ainda nas
palavras e as expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras.

• O negrito pode ser utilizado para realçar palavras e trechos.

• O parênteses é usado como uma forma de intercalar expressões em um texto,


explicações, indicações, comentários, observações, pode indicar uma data, uma
referência bibliográfica ou uma sigla.

FRAGMENTOS DO MANUAL 3ª. EDIÇÃO (2018)

PARTE I – COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja
comunicação, são necessários:

a) alguém que comunique;

b) algo a ser comunicado;

c) alguém que receba essa comunicação.

Redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige comunicações oficiais e
atos normativos.

A redação oficial deve caracterizar-se por:

• clareza e precisão;

• objetividade;

• concisão;

• coesão e coerência;

• impessoalidade;

• formalidade e padronização;

• uso da norma padrão da língua portuguesa.

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Redação Oficial

Para a obtenção de clareza, sugere-se:

a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto
versar sobre assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da
área;

b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar
intercalações excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a
adoção da ordem inversa da oração;

c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;

d) não utilizar regionalismos e neologismos;

e) pontuar adequadamente o texto;

f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela;

g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em


razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem
exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, conforme orientações do subitem 10.2
deste Manual.

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Fechos para comunicações:

a) Para autoridades de hierarquia superior à do remetente, inclusive o Presidente da


República:

Respeitosamente,

b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos:

Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,


que atendem a rito e tradição próprios.

Em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-
se manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados:

pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presidente”, mas não

“Vice-presidente”.

---- A partir da 3ª edição = OFÍCIO

(aviso, ofício, memorando)

O ofício é um documento, uma correspondência entre pessoas que possuem o


mesmo cargo ou hierarquicamente diferente. O principal objetivo do ofício é
solicitar ou reivindicar algo a alguém.

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis


variações:

a)[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo


expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão
remetente.

b)[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia,


conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos
órgãos remetentes constarão na epígrafe.

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c)[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia,


conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor.

Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte


forma:

a) composição: local e data do documento;

b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de


vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da
cidade;

c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração


cardinal para os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número
que indica o dia do mês;

d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;

e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e

f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018.

RECOMENDAÇÕES:

• Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso


não esteja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de
recebimento;

• Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos computadores, mantêm-se a


recomendação de tipo de fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri
ou Carlito, tamanho 12, cor preta;

• Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem ser utilizados, pois não são
apropriados para mensagens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho
da mensagem eletrônica;

• A mensagem do correio eletrônico deve ser revisada com o mesmo cuidado


com que se revisam outros documentos oficiais;

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Redação Oficial

• O texto profissional dispensa manifestações semocionais. Por isso, ícones e


emoticons não devem ser utilizados;

• Os textos das mensagens eletrônicas não podem ser redigidos com abreviações
como “vc”, “pq”, usuais das conversas na internet, ou neologismos, como
“naum”, “eh”, “aki”;

• Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos
da mensagem pois denota agressividade de parte do emissor da comunicação.

• Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República


Federativa do Brasil e de logotipos do ente público junto ao texto da assinatura.

• Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a
capacidade do servidor do destinatário

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