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FACULDADE DE MEDICINA
Uberlândia
2024
ANA PAULA TEIXEIRA BOMFIM
Uberlândia
2024
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frascos vazios que não puderam ser classificados, por não ficar claro a substância ou mistura
contida ali, o que acaba sendo um fator maior de risco, pois pode ocasionar algum acidente por
desconhecimento do conteúdo presente, ou ainda, ser armazenado e descartado sem as devidas
precauções, ao se considerar como uma substância de menor perigo.
Giovanni et.al, (2021) trazem que foram verificados 28 tipos de perigos referentes a
esses resíduos, sendo os mais recorrentes: tóxico se inalado, líquido e vapores altamente
inflamáveis, tóxico se ingerido, tóxico em contato com a pele, provoca irritação à pele. Isso
demonstra a importância do uso de EPIs para o manuseio laboratorial, principalmente quando
se pensa no fator tóxico sob inalação, o que representa sério risco quando há a ausência da
máscara de proteção. Além disso, é trazido que a classificação para transporte indicou que todos
os resíduos descritos são considerados perigosos.
Acerca do segundo laboratório, foram encontrados 26 tipos de resíduos químicos, sendo
25 possuintes de código de perigo e 1 não tinha classificação por parte do fabricante, o que
também é um fator grave pois, ainda que o risco seja menor, é preciso que fique claro no
produto. E se não foi colocado pelo fabricante (seguindo as legislações), os usuários precisam
fazer a busca para a correta rotulação.
A partir desses resíduos, foram encontrados 35 tipos de perigo, sendo os mais
recorrentes: provoca irritação ocular grave, tóxico se ingerido, provoca irritação à pele, pode
provocar irritação das vias respiratórias, nocivo se ingerido, tóxico se inalado, tóxico em contato
com a pele, provoca queimadura severa à pele e dano aos olhos. A classificação para transporte
mostrou que, dos 26 resíduos, 19 são considerados perigosos.
Nas discussões os pesquisadores reforçam o envolvimento das universidades com as
pesquisas e geração de resíduos em laboratório, que podem ser perigosos para os trabalhadores,
estudantes e usuários. Além da importância do GHS para reduzir esses riscos quanto ao
manuseio e descarte. Mas muito além do GHS e rotulagens estarem presentes, é trazida a
necessidade de os frequentadores, incluindo alunos, entenderem o que significam os códigos e
pictogramas de perigos, símbolos e outros, sendo importantes as frases explicativas. Tudo isso
leva à percepção de que é importante capacitar todos os envolvidos, até mesmo os visitantes,
para que haja completa compreensão dos perigos existentes no manuseio, das medidas de
primeiros socorros, uso de EPIs e demais questões.
Um colocação de destaque foi a falta de especificação em alguns resíduos que
explicitasse se eram misturas ou substâncias puras, configurando uma falha nesse processo e
importante sinal de alerta.
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A pesquisa aborda que os resultados trazem a ideia de que há uma ampla variedade e
complexidade nos resíduos químicos produzidos em ambientes de ensino e pesquisa em saúde,
bem como a presença de múltiplos riscos aos quais os usuários podem estar sujeitos. Esses
resultados destacam a necessidade de garantir o fornecimento de equipamentos de proteção
coletiva (EPC), equipamentos de proteção individual (EPI) e dispositivos para mitigar os
impactos de acidentes e incidente. Entre esses dispositivos, estão inclusos chuveiros de
emergência, lava-olhos, extintores e materiais para absorção e contenção de derramamentos.
Dessa forma, fica clara a necessidade já citada de programas de treinamento e
capacitação para todos que passam pelo ambiente laboratorial e que estudam e trabalham
frequentemente ali, de modo que haja entendimento sobre os riscos dos produtos e resíduos e
os cuidados com as misturas de substâncias.
A conclusão reforça a importância do GHS e da legislação de transporte na identificação
e gestão adequada dos resíduos químicos, bem como a necessidade de aprimoramento contínuo
nessa área para garantir a segurança dos trabalhadores, estudantes e meio ambiente.
No geral, o artigo oferece uma análise abrangente e detalhada sobre o tema, fornecendo
informações valiosas para profissionais e pesquisadores envolvidos no gerenciamento de
resíduos químicos em laboratórios de pesquisa. Em contrapartida, apesar de citada, poderia
haver melhor ênfase na sustentabilidade. As questões relativas à gestão otimizada de custos
para implementação das medidas também poderiam ser mais bem detalhadas, além disso
abordar de que forma as capacitações e treinamentos sugeridos poderiam ser delineados e
aplicados na prática seria positivo para a sua implantação em diferentes unidades laboratoriais.
REFERÊNCIAS
GIOVANNI, C.; MARQUES, F. L. N.; GÜNTHER, W. M. R.. Laboratory chemical waste: hazard
classification by GHS and transport risk. Revista de Saúde Pública, v. 55, p. 102, 2021.