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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA SAÚDE
INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE GAB DO SABER

TRABALHO DE FARMACOLOGIA

FEBRE TIFOIDE

LUANDA, Fevereiro de 2024


REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE GAB DO SABER

TRABALHO DE FARMACOLOGIA

Trabalho de Pesquisa apresentado pelo


Instituto Médio de Saúde Gab do Saber,
sala nº 5C, no curso de Enfermagem, a
ser utilizado como avaliação na Cadeira
de Farmacologia.

O Docente: ____________________

LUANDA, Fevereiro de 2024


DISCENTES

NOME COMPLETO PARTICIPAÇÃO NOTA


Elisandra da Costa 100%

Eurico Eduardo 100%

Evarista Cufa 100%

Faustina Baptista 100%

Flândia da Costa 100%

Florinda Taveira 100%

Patrícia Sampaio 100%

Helena António 100%


ÍNDICE

1-INTRODUÇÃO.............................................................................................................5
2-FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1- PRINCIPAIS FÁRMACOS PARA A CURA DA PATOLOGIA..................................6


2.2- FARMACOCINÉTICA...............................................................................................6
2.2.1- FARMACOCINÉTICA DO CLORANFENICOL......................................................6
2.2.2- FARMACOCINÉTICA DA AMPICILINA................................................................6
2.2.3- FARMACOCINÉTICA DA AMOXICILINA.............................................................7
2.2.4- FARMACOCINÉTICA DA QUINOLONA...............................................................7
2.2.5- FARMACOCINÉTICA DO CIPROFLOXACINO....................................................8
2.3- MECANISMOS DE AÇÃO........................................................................................8
2.3.1- MECANISMO DE ACÇÃO DO CIPROFLOXACINO.............................................8
2.3.2- MECANISMO DE ACÇÃO DA AMOXICILINA......................................................9
2.3.3- MECANISMO DE ACÇÃO DO CLORANFENICOL..............................................9
2.3.4- MECANISMO DE ACÇÃO DA AMPICILINA.......................................................10
2.4- VIA DE ADMINISTRAÇÃO E DOSAGEM..............................................................11
2.5- REACÇÃO ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS.............................................13
2.5.1- REAÇÕES ADVERSAS DE AMOXICILINA........................................................13
2.5.2-REAÇÕES ADVERSAS CLORANFENICOL........................................................13
2.5.3- REACÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS DO CLORIDRATO DE
CIPROFLOXACINO......................................................................................................13
2.5.4- REACÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS DO SULFAMETOXAZOL +
TRIMETOPRIMA...........................................................................................................13
2.6- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS............................................................14
2.6.1- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO AMOXICILINA........14
2.6.2- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO CLORANFENICOL 14
2.6.3- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO SULFAMETOXAZOL
+ TRIMETOPRIMA........................................................................................................14
2.6.4- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO CLORIDRATO DE
CIPROFLOXACINO......................................................................................................15
2.7- CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS
.......................................................................................................................................16
3-CONCLUSÃO............................................................................................................17
4-REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................18
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1-INTRODUÇÃO

Febre tifóide é uma doença causada pela bactéria Salmonella enterica


typhi, transmitida ao homem através de água e alimentos contaminados, além
de contacto directo com fluídos de pessoas infectadas e pode levar à morte.

Também chamada de febre entérica, a doença corresponde ao código


A01.0 na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O problema afecta
directamente o intestino, provocando sintomas como diarreia, vómito e inchaço
abdominal.

O tratamento do problema é feito exclusivamente com a ministração de


antibióticos e a reidratação do paciente, que perde muito líquido devido às
crises de vómito e diarreia.

Entre as possíveis complicações do problema, quando não tratado, estão


sangramento e perfuração do intestino, septicemia, disfunções
neuropsicológicas e morte.

Os sintomas de febre tifóide se manifestam em etapas, e vão mudando e


se intensificando com o passar do tempo. Os sintomas iniciais de febre tifóide
são brandos e genéricos. É comum que, durante essa etapa, a doença seja
confundida com um resfriado. Os sinais são: Febre fraca (em torno de 37ºC),
mas constante, que vai subindo gradativamente com o passar dos dias; Dor de
cabeça; Dores musculares; Dor de barriga; Fadiga; Calafrios; Tosse seca.

A transmissão da Febre Tifoide pode ocorrer de duas maneiras principais:


pela forma directa: contacto com as mãos do doente ou portador; pela forma
indirecta: ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes ou urina.

Uma parte considerável da prevenção a febre tifóide incluem medidas


simples, como lavar e cozinhar bem os alimentos, por exemplo.
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2.1- PRINCIPAIS FÁRMACOS PARA A CURA DA PATOLOGIA

O tratamento medicamentoso de febre tifóide é feito através da prescrição


de antibióticos específicos.

Alguns dos medicamentos que podem ser receitados pelo seu médico
para tratar o problema são:

 Cloranfenicol;
 Ampicilina;
 Sulfametoxazol + Trimetoprima;
 Amoxicilina;
 Quinolona;
 Ciprofloxacina;
 Ofloxacina;
 Cetriaxona.

2.2- FARMACOCINÉTICA

2.2.1- FARMACOCINÉTICA DO CLORANFENICOL

O cloranfenicol é bem absorvido por via oral. A terapia parenteral deve ser
administrada por via IV.

É distribuído em grande parte nos líquidos corporais, incluindo o líquido


cefalorraquidiano, e é excretado na urina. Em razão de seu metabolismo
hepático, o cloranfenicol não se acumula na insuficiência renal.

2.2.2- FARMACOCINÉTICA DA AMPICILINA

Absorção

A Ampicilina é estável na presença de ácido gástrico, sendo bem


absorvida pelo trato gastrintestinal (cerca de 40 a 50%). A ingestão conjunta
com alimentos diminui a absorção oral da Ampicilina. Gastrectomia parcial não
afecta a absorção oral da Ampicilina.

Distribuição

A Ampicilina difunde-se rapidamente na maioria dos tecidos e fluidos do


organismo, alcançando níveis séricos máximos após 2 horas da administração
oral. Níveis séricos obtidos após injecção intramuscular são proporcionais à
dose administrada. Níveis de aproximadamente 40,0 mcg/mL foram alcançados
meia hora após injeção de 1.000 mg IM em indivíduos adultos. Níveis mais
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elevados podem ser obtidos com a administração intravenosa, dependendo da


dose e da velocidade de infusão. A penetração no líquor e no cérebro,
entretanto, somente ocorre na presença de inflamação meníngea. A Ampicilina
penetra nos tecidos, atravessa a barreira placentária e é excretada pelo leite
materno.

Biotransformação

A Ampicilina apresenta baixa ligação proteica, cerca de 15%. Com uma


função hepática8 normal alcança elevada concentração na bile. A Ampicilina é
eliminada do corpo, principalmente através dos rins, com uma meia-vida
plasmática de 2 horas. Aproximadamente uma terceira parte da dose é
eliminada pela urina na forma activa. Cerca de 20 a 30% da dose oral é
eliminada através dos rins nas primeiras 6 horas após administração, incluindo
50% na forma microbiologicamente activa. O clearance renal da Ampicilina é
de 268 mg/min.

Eliminação

A excreção é realizada principalmente por via renal na forma não


metabolizada, mas também através da bile9 e das fezes. A eliminação através
dos rins é realizada via filtração glomerular, secreção tubular e reabsorção
tubular. A disfunção renal diminui a excreção.

2.2.3- FARMACOCINÉTICA DA AMOXICILINA

Tem boa absorção oral, penetração nas secreções brônquicas e elevada


concentração urinária. Aproximadamente 18% da droga no plasma se liga a
proteínas e se distribui bem na maioria dos tecidos, excepto no sistema
nervoso central. A principal via de excreção da amoxicilina é a renal.

2.2.4- FARMACOCINÉTICA DA QUINOLONA

Possuem boa absorção por via oral, apresentando boa distribuição, em


geral, após uma dose de 400mg, o pico sérico dá-se cerca de 1 a 3h depois. A
absorção não é alterada pela alimentação, porém o tempo de alcance até o
nível sérico pode ser alterado. Em geral, possuem biodisponibilidade superior a
50%, chegando a 95% em alguns casos. Devido a sua ampla distribuição, a
concentração desses fármacos na urina, nos rins, nos pulmões, nas fezes, na
bile, no tecido prostático, nos macrófagos e neutrófilos são maiores que os
níveis séricos. Em contrapartida, no líquido cefalo-raquidiano, nos ossos e no
líquido prostático, os níveis atingidos permanecem menores que o nível sérico.
Ciprofloxacino, ofloxacino e pefloxacino foram detectados no leite materno. A
eliminação da droga faz-se, sobretudo, por excreção renal.
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2.2.5- FARMACOCINÉTICA DO CIPROFLOXACINO

O ciprofloxacino é bem absorvido pela via oral, possuindo uma


biodisponibilidade de 70-80%, sendo que os níveis séricos alcançam o pico em
cerca de 1 a 3 horas (esse intervalo pode ser aumentado por alguns
alimentos).

A distribuição do medicamento ocorre ligada a proteínas plasmáticas em


10% a 40%, alcançando todos os líquidos e tecidos corporais. Concentra-se
principalmente na:

 Urina
 Rins
 Próstata
 Pulmões
 Ossos
 Macrófagos
 Neutrófilos
Sendo a concentração do medicamento nesses tecidos maior que a
sérica. A excreção é realizada por meio dos rins, portanto é necessário o ajuste
da dose em pacientes com disfunção renal.

2.3- MECANISMOS DE AÇÃO

2.3.1- MECANISMO DE ACÇÃO DO CIPROFLOXACINO

As fluoroquinolonas atuam a partir da inibição das topoisomerases


bacterianas do tipo II (topoisomerase II e topoisomerase IV – podem inibir
apenas uma delas ou ambas).

A topoisomerase II ou DNA-girase é uma enzima que permite a


transcrição e replicação do DNA ao produzir a super-helicoidização negativa do
mesmo. Assim, quando inibida, faz com que ocorra o relaxamento do DNA
superespiralado bacteriano e consequente quebra da fita de DNA, tornando
impossível sua replicação. É o principal alvo das quinolonas nas bactérias
gram-negativas.

A inibição da topoisomerase IV promove, por sua vez, uma perda da


estabilização dos cromossomos durante a divisão celular, sendo o alvo
principal no combate à bactérias gram-positivas.
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2.3.2- MECANISMO DE ACÇÃO DA AMOXICILINA

O mecanismo de ação dos ß-lactâmicos é fruto da sua capacidade de


interferir com a síntese do peptideoglicano, também conhecido como
mucopeptídeo que é responsável pela integridade da parede bacteriana, já que
é o principal componente estrutural dela. O fármaco adentra a bactéria através
das porinas presentes na membrana externa da parede celular, uma vez no
interior da bactéria ele liga-se às proteínas ligadoras de penicilina (PLP)
inibindo-as. Essas proteínas são responsáveis pela da síntese do
mucopeptídeo, inibindo assim a divisão celular e o crescimento, além de
produzir lise.

A amoxicilina também possui em sua estrutura química o grupo amino, o


que faz com que esse fármaco também tenha um amplo espectro de atividade
antibacteriana contra microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos.

2.3.3- MECANISMO DE ACÇÃO DO CLORANFENICOL

O Cloranfenicol inibe a síntese de proteínas nas bactérias e, em menor


grau, nas células eucarióticas. O fármaco penetra rapidamente nas células
bacterianas, provavelmente por difusão facilitada.

Atua primariamente através de sua ligação reversível com a subunidade


ribossômica 50S, próximo ao local de ligação dos antibióticos macrolídeos e da
clindamicina, que são inibidos competitivamente pelo cloranfenicol.

Apesar da ligação do tRNA no local de reconhecimento do códon na


subunidade 30S do ribossomo não ser afectada, o fármaco impede
aparentemente a ligação da extremidade do aminoacil-tRNA contendo o
aminoácido ao local aceptor na subunidade 50S do ribossomo. A interacção
entre a peptidiltransferase e seu substrato aminoácido não pode ocorrer, com
consequente inibição da formação da ligação peptídica.

Imagem: Inibição da síntese de proteínas bacterianas pelo cloranfenicol. O


cloranfenicol liga-se a subunidade ribossômica 50S no local da
peptidiltransferase e inibe a reacção de transpeptidação. Ele se liga a
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subunidade 50S do ribossomo, próximo ao local de ação da clindamicina e dos


antibióticos macrolídeos. Estes agentes interferem na ligação do cloranfenicol
e, portanto, podem intervir nas acções de cada um se forem administrados
concomitantemente. Fonte: As bases farmacológicas da terapêutica de
Goodman & Gilman, 2012

O cloranfenicol também pode inibir a síntese de proteína mitocondrial nas


células de mamíferos, talvez pelo fato de que os ribossomos mitocondriais se
assemelharem mais aos ribossomos bacterianos (ambos são 70S) do que aos
ribossomos citoplasmáticos 80S das células de mamíferos.

A peptidiltransferase dos ribossomos mitocondriais, mas não a dos


ribossomos citoplasmáticos, é inibida pelo cloranfenicol. As células
eritropoiéticas dos mamíferos mostram-se particularmente sensíveis ao
fármaco.

2.3.4- MECANISMO DE ACÇÃO DA AMPICILINA

O grupo amino ionizável confere amplo espectro de ação, devido à diminuição


da hidrolise ácida catalisada. Ocorre assim, um decréscimo da reatividade do oxigênio
da carbonila amídica frente à sua participação na abertura do anel beta-lactâmico para
formação do ácido penicilâmico.

Baseado em informações do compêndio - Drug Infornmation, 1999 - Um


tipo de bíblia dos medicamentos.

Por ser antibiótico bactericida, apresenta mecanismo e acção semelhante


ao das outras penicilinas. Entretanto, a ampicilina tem maior afinidade a
proteína fixadora da penicilina 3, que é responsável pela formação de septos
no momento da divisão da célula bacteriana.

Dessa forma, age sobre o microorganismo sensível em um prazo médio


de 6 a 120 minutos.

A resistência dos microorganismos às penicilinas limita sua acção. Os


microorganismos tornam-se resistentes às penicilinas principalmente devido a
acção de um ou mais dos seguintes mecanismos:

Inactivação do antibiótico por beta-lactamases bacterianas, através do


rompimento do anel beta-lactâmico do núcleo das penicilinas - Acção da
bactéria ao romper o anel protector do antibiótico;

Redução na permeabilidade da membrana externa e, conseqüentemente,


uma menor capacidade do antibiótico atingir as proteínas ligantes apropriadas;

Alteração, diferenças estruturais nas proteínas ligantes à penicilina;


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2.4- VIA DE ADMINISTRAÇÃO E DOSAGEM

1- Drogas de primeira escolha

 Cloranfenicol – dose

Adultos: 50 mg /kg/dia, dividida em 4 tomadas (6/6 horas) até a dose máxima


de 4 g/dia.

Crianças: 50 mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas (6/6 horas) até a dose máxima


de 3 g/dia.

A via de administração preferencial é a oral. Quando os doentes


tornam-se afebris, o que em geral ocorre a partir do quinto dia de tratamento,
as doses do cloranfenicol devem ser reduzidas para 2 g/dia (adultos) e
30mg/kg/dia (crianças). O tratamento é mantido por 15 dias após o último dia
de febre, perfazendo um máximo de 21 dias. Nos doentes com impossibilidade
de administração por via oral, utilizar a via parenteral.

Efeitos colaterais – há possibilidade de toxicidade medular que pode se


manifestar sob a forma de anemia (dose-dependente) ou mesmo anemia
aplástica (reação idiossincrásica) – a qual, felizmente, é rara.

2- Drogas de segunda escolha

 Ampicilina – dose

Adultos: 1 mil a 1.500 mg/dose, via oral, em 4 tomadas (6/6 horas) até a
dose máxima de 6 g/dia.

Crianças: 100 mg/kg/dia, via oral, dividida em 4 tomadas (6/6 horas).

A administração oral é preferível à parenteral. A duração do tratamento


é de 14 dias.

 Sulfametoxazol + trimetoprima – dose

Adultos: 800 a 1.600 mg de sulfametoxazol/trimetoprima, via oral,


dividida em 2 tomadas (12/12 horas).

Crianças: 30 a 50 mg/kg/dia de sulfametoxazol/trimetoprima, por via oral,


dividida em 2 tomadas (12/12 horas).

A duração do tratamento é de 14 dias.

 Amoxicilina –dose

Adultos: 3 g/dia, via oral, dividida em 3 tomadas (8/8 horas) até a dose
máxima de 4 g.
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Crianças: 100 mg/kg/dia, via oral, dividida em 3 tomadas (8/8 horas).

A duração do tratamento é de 14 dias. Com o uso deste antimicrobiano,


pode haver maior frequência de intolerância gastrointestinal.

Quinolonas – há pelo menos duas quinolonas com eficácia comprovada


contra a Salmonella typhi: a ciprofloxacina e a ofloxacina. São drogas pouco
tóxicas, mas têm como principal desvantagem a contra-indicação para uso em
crianças e gestantes e, como fator limitante, o preço elevado. Em nosso país,
estão particularmente indicadas para casos comprovados de resistência
bacteriana aos antimicrobianos tradicionalmente utilizados. Provavelmente são
as melhores opções para os portadores de HIV ou aids.

» Ciprofloxacina – dose: 500mg/dose, via oral, em duas tomadas


(12/12 horas) durante 10 dias. Caso não seja possível a via oral, utilizar a
endovenosa na dose de 200mg, de 12/12 horas.

» Ofloxacina – dose: 400mg/dose, via oral, em duas tomadas (12/12


horas) ou 200 a 400mg/dose, via oral, em 3 tomadas (8/8 horas).

A duração do tratamento é de 10 a 14 dias.

 Ceftriaxona – trata-se de uma droga com boa actividade contra


a Salmonella typhi, constituindo-se em outra alternativa ao tratamento.

Os pacientes devem receber adequado tratamento de suporte. Atentar para o


aparecimento de complicações graves como hemorragia e perfuração
intestinal, pois, para a última, a indicação cirúrgica é imediata.

 Tratamento específico para o estado de portador – ampicilina ou


amoxicilina nas mesmas doses e frequência para tratamento do caso
clínico.

Sete dias após o término do tratamento, iniciar a colecta de três


coproculturas, com intervalo de 30 dias entre cada uma. Caso uma delas seja
positiva, essa série pode ser suspensa e o indivíduo deve ser novamente
tratado, de preferência com quinolona (ciprofloxacina, 500 mg, via oral, de
12/12 horas durante 4 semanas) e esclarecido quanto ao risco que representa
para os seus comunicantes íntimos e para a comunidade em geral. O tempo
ideal de tratamento para portadores crônicos ainda não está bem definido.
Pacientes com litíase biliar ou anomalias biliares, que não respondem ao
tratamento com antimicrobianos, devem ser colecistectomizados. Na
salmonelose septicêmica prolongada, as salmonelas têm nos helmintos um
local favorável para sua proliferação. De modo geral, o tratamento
antiesquistossomótico, ao erradicar a helmintíase, faz cessar a septicemia e
promove a cura da salmonelose.
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2.5- REACÇÃO ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS

2.5.1- REAÇÕES ADVERSAS DE AMOXICILINA

As reacções mais comuns são diarreia, náusea e vomito. Também podem


ocorrer erupções ou rash cutâneo, podendo ser urticariforme ou macro papular,
aparecendo, em geral, apos cerca de uma semana apos o uso. Reacções
alérgicas podem ocorrer, principalmente em pessoas sensíveis as penicilinas
e/ou naquelas com histórico de asma, eczema e febre do feno. colite
pseudomembranosa tem sido relatada em poucos casos. Também pode
ocorrer febre, porem mais raramente. Alguns casos de neutropenia já foram
descritos. Como as demais penicilinas, pode ocorrer nefrite intersticial, porem
com baixa frequência. Alguns casos raros de convulsões em pacientes com
nível sérico muito elevado foram relatados. Raramente pode ocorrer dor e
escurecimento da língua. Podem ser verificadas superinfecções por germes
resistentes quando a amoxicilina for utilizada por um longo tempo.

2.5.2-REAÇÕES ADVERSAS CLORANFENICOL

O uso de Cloranfenicol pode provocar discrasias sanguíneas (anemias,


aplasia da medula óssea, agranulocitose). Manifestações neurotóxicas:
cefaléia, confusão mental, neurite óptica ou periférica. Manifestações
orogastrentéricas: glossite6, estomatite, pirose, náuseas, vómito, diarreia.
Manifestações de hipersensibilidade: urticária, erupção macular, vesicular ou
ocular.

2.5.3- REACÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS DO CLORIDRATO


DE CIPROFLOXACINO

Como todo medicamento, cloridrato de ciprofloxacino pode ocasionar


reacções adversas, embora nem todas as pessoas as apresentem. Se o
paciente apresentar sintomas de hipersensibilidade (grave, reacção alérgica
súbita) como coceira, erupção na pele, dificuldade em respirar ou inchaço nas
mãos, garganta, boca ou pálpebras, interrompa o tratamento com cloridrato de
ciprofloxacino e aconselha-se a procurar imediatamente um médico ou o
hospital mais próximo.

2.5.4- REACÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS DO


SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA

Nas doses recomendadas, sulfametoxazol + trimetoprima é geralmente


bem tolerado. Os efeitos colaterais mais comuns são erupções cutâneas e
distúrbios gastrintestinais.
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2.6- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS

2.6.1- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO


AMOXICILINA

Em relação a amoxicilina, o uso concomitante de probenecida com a


amoxicilina pode resultar em níveis aumentados e prolongados de amoxicilina
no sangue.

Em comum com outros antibióticos de amplo espectro, a amoxicilina pode


reduzir a eficácia de contraceptivos orais. As pacientes devem ser
apropriadamente advertidas. Além disso, a administração concomitante de
alopurinol durante o tratamento com amoxicilina pode aumentar a probabilidade
de reacções alérgicas da pele. O prolongamento do tempo de protrombina foi
raramente relatado em pacientes recebendo amoxicilina, assim a monitoração
apropriada deve ser realizada quando anticoagulantes forem prescritos
simultaneamente. Também se recomenda que, ao realizar testes para
verificação da presença de glicose na urina durante o tratamento com
amoxicilina, sejam usados métodos de glicose oxidase enzimática. Devido às
altas concentrações urinárias de amoxicilina, leituras falso-positivas são
comuns com métodos químicos. É importante ressaltar que a alimentação não
interfere com a acção da amoxicilina, podendo o mesmo ser ingerido com
alimentos.

2.6.2- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO


CLORANFENICOL

O uso de Cloranfenicol deve ser evitado em pacientes com anemia,


sangramentos, doenças hepáticas ou renais. Evitar o uso concomitante com
fármacos depressores da medula óssea, alfentanil, hidantoína, fenobarbital,
antidiabéticos orais, eritromicina, lincomicinas e com radioterapia.

2.6.3- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO


SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA

Devido à possibilidade de interacção medicamentosa, você deve ter cautela


com o uso concomitante de sulfametoxazol + trimetoprima e os medicamentos
ou substâncias descritas a seguir:

- diuréticos (medicamentos que aumentam a quantidade de urina eliminada) e


digoxina (medicamento para o coração);

- medicamentos para doenças do sistema nervoso: depressores do sistema


nervoso central, como, por exemplo, antidepressivos e fenitoína;
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- medicamentos que contenham em sua fórmula: amantadina (medicamento


antiviral e antiparkinsoniano), lamivudina (antirretroviral utilizado em pacientes
portadores de HIV), ou memantina (utilizado em doença de Alzheimer),
antidiabéticos orais, ciclosporina (usada em transplantes, por exemplo),
indometacina (usada em doenças reumatológicas, por exemplo) metotrexato
(usado em doenças reumatológicas, por exemplo), pirimetamina (usada em
infecções, como toxoplasmose, por exemplo) e varfarina (anticoagulante). Há
evidências de que a trimetoprima interage com a dofetilida, portanto, este
medicamento não deve ser administrado em combinação com esse fármaco. A
exposição sistêmica a medicamentos metabolizados pelas enzimas do fígado
(citocromo P450 2C8) pode aumentar quando administrado com trimetoprima
(TMP) e sulfametoxazol (SMZ). Exemplos incluem paclitaxel (oncológico),
amiodarona (usado em arritmias cardíacas), dapsona (usado em doenças de
pele), repaglinida, rosiglitazona e pioglitazona (usados em diabetes).

2.6.4- AS INTERACÇÕES MEDICAMENTOSAS DO FÁRMACO


CLORIDRATO DE CIPROFLOXACINO

A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino oral e


medicamentos contendo cátions polivalentes, suplementos minerais, sucralfato
ou antiácidos e medicamentos tamponados (por ex., antirretrovirais) contendo
magnésio, alumínio, ferro ou cálcio, reduz a absorção do ciprofloxacino.
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2.7- CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE ADMINISTRAÇÃO


DOS FÁRMACOS

É conhecimento de todos o fundamental papel dos enfermeiros na


efectividade do gerenciamento de antibióticos. Uma vez que formam a maior
equipe de uma instituição e tem contacto directo com o paciente e familiares,
os seus actos impactam nos resultados clínicos obtidos.

5 Práticas para garantir um bom uso dos antibióticos pelos enfermeiros:

1. Questionar a necessidade de uroculturas.

2. Garantir técnicas culturais apropriadas.

3. Registrar um histórico preciso de alergias à medicação penicilina


(antibiótico para tratar infecções de bactérias).

4. Encorajar a transição imediata dos antibióticos intravenosos para o oral.

5. Validar um tempo de expiração para os antibióticos.

Dessa forma, o uso racional de antibiótico é uma extensão do papel dos


enfermeiros na defesa de seus pacientes. Entre as técnicas citadas acima, os
itens 1, 2 e 4 são os mais efectivos para se obter resultados satisfatórios.

Com o aumento da participação do enfermeiro, os pacientes se sentem


mais bem assegurados e mais confiantes para também participarem das
decisões médicas. Mas para que tal engajamento ocorra, é necessário educar
os profissionais.

Entender as necessidades de conhecimento dos enfermeiros para aplicar


estas medidas e considerar o contexto em que cada gerenciamento de
antibiótico ocorre é fundamental para o bom funcionamento do sistema de
saúde e o bem-estar do paciente.
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3-CONCLUSÃO

Este trabalho foi realizado com empenho e acreditamos que cumpriu as


expectativas. Ao concretizá-lo, aprendemos que que é incomum em regiões
totalmente industrializadas, actualmente, a febre tifóide é endémica em
algumas localidades do mundo, uma vez que está directamente relacionada à
condições precárias de saneamento básico. Apesar disso, o risco de contrair a
doença não necessariamente aumenta em épocas de inundação.

A prevenção pode ser feita através da aplicação da vacina contra a febre


tifóide e de medidas simples de higiene.
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4-REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

Eileen J. Carter; William G.Greendyke; E. Yoko Furuya; etc. Exploring


the nurses’ role in antibiotic stewardship: A multisite qualitative study of
nurses and infection preventionists. 2018.
https://consultaremedios.com.br/cloridrato-de-ciprofloxacino-
comprimido-ems/bula/reacoes-adversas Acesso em 13 de Fevereiro de
2024.
https://consultaremedios.com.br/sulfametoxazol-trimetoprima-cimed/
bula/reacoes-adversas Acesso em 13 de Fevereiro de 2024.
https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-as-interacoes-medicamentosas-dos-
farmacos-amoxicilina-diclofenaco-de-potassio-e-paracetamol/ Acesso
em 13 de Fevereiro de 2024.
https://consultaremedios.com.br/cloranfenicol/bula/reacoes-adversas
Acesso em 13 de Fevereiro de 2024.
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