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FACULDADE ANHANGUERA DE TABOÃO DA SERRA

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

HUGO DE OLIVEIRA PEREIRA

CASO CLÍNICO

TABOÃO DA SERRA
2018
FACULDADE ANHANGUERA DE TABOÃO DA SERRA

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

HUGO DE OLIVEIRA PEREIRA

CASO CLÍNICO

Apresentação de Caso Clínico realizado para


obtenção de horas de estágio no curso de
Enfermagem da Faculdade Anhanguera de
Taboão da Serra, referente à semana de 20
à 25 de Agosto de 2018.

Monitora: Edna Regina Souza Santos

TABOÃO DA SERRA
2018
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SUMÁRIO
01. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 5
02. TRATAMENTO DE FOTOTERAPIA .................................................................................................... 6
03. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM ................................................................................................... 7
04. PLANO DE CUIDADOS ....................................................................................................................... 10
05. OBJETIVOS ........................................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 12

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01. INTRODUÇÃO

A icterícia neonatal é definida como uma coloração amarelada da pele e das


escleróticas, resultante do nível excessivo de bilirrubina, conhecida como
hiperbilirrubinemia. Essa substância é resultante do catabolismo das proteínas
heme. A bilirrubina não conjugada, em sua maioria, circula ligada à albumina, sendo
captada posteriormente pelo hepatócito, onde será conjugada e excretada. O recém-
nascido (RN), por sua vez, não possui enzimas bacterianas no intestino que
reduzem a bilirrubina conjugada, dificultando assim sua excreção, que resulta em um
índice elevado de bilirrubina e o quadro de icterícia se instala. (ARAÚJO, 2007).
De acordo com Ramos (2002), cerca de 50% a 70% dos RN’s apresentam,
quadro de icterícia durante sua primeira semana de vida, o aumento gradual do nível
de bilirrubina aumenta por volta do terceiro ao quinto dia em pacientes à termo e no
segundo ao sétimo dia em paciente pré-termo.
Ainda pelo mesmo autor, a icterícia que ocorre como descrito acima é
considerada fisiológica, ou “própria do nascimento”, porém existem casos que a
icterícia se apresenta dentro do prazo de 24 horas de vida, considerada icterícia
patológica, que pode ocasionar efeitos nocivos aos tecidos e ao sistema nervoso.
O diagnóstico e o tratamento precoce e imediato da hiperbilirrubinemia são
essenciais para prevenir a sua principal complicação, conhecido como kernicterus,
que consiste em uma síndrome neurológica ocasionada pelo alojamento de
bilirrubina nas células cerebrais, que ocasionam lesões neuronais e graves sequelas
motoras. (GOMES, TEIXEIRA e BARICHELLO; 2010).
Diante de um RN com icterícia deve-se observar e analisar minuciosamente o
histórico obstétrico, do parto e os sinais neonatais, para identificar os fatores
contribuintes para ocasionar a hiperbilirrubinemia, como as drogas utilizadas pela
mãe durante a gravidez, o tipo de parto, se houve retardo no clampeamento do
cordão umbilical, a tipagem sanguínea, o fator Rh, a idade gestacional, o peso ao
nascer, a amamentação, a evacuação mecônial, entre outros. (ARAÚJO, 2007).
Para o tratamento da icterícia, comumente utilizam-se duas abordagem, a
primeira é a fototerapia, utilizada comumente em icterícias fisiológicas. A segunda é
exsanguineotransfusão, que é necessária nos casos de icterícias patológicas,
relacionadas diretamente ao tipo sanguíneo e fator Rh. (RAMOS, 2002).

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02. TRATAMENTO DE FOTOTERAPIA

A fototerapia é comumente utilizada para o tratamento da hiperbilirrubinemia


em recém-nascidos, devido ser uma intervenção não invasiva e que ocasiona um
impacto nos níveis de bilirrubina no sangue, para esse tratamento não há restrição
quanto à maturidade do bebê, se há ou não presença de hemólise ou do grau de
pigmentação. (GOMES, TEIXEIRA e BARICHELLO; 2010).
A ação da luz na fototerapia causa uma transformação na bilirrubina que é
uma molécula lipossolúvel, tornando-a hidrossolúvel, facilitando a excreção da
mesma pelo organismo. A bilirrubina, basicamente, possui dois mecanismos de
transformação após absorver o fóton: a isomerização que consiste na mudança de
ligações moleculares da bilirrubina, e a oxidação, que ocorre tardiamente, onde a
molécula de bilirrubina se parte em cinco fragmentos que serão eliminados pela
urina. (RAMOS, 2002).
Segundo Carvalho (2011), a eficácia do tratamento depende de diversos
fatores, como por exemplo:
A concentração inicial de bilirrubina: Quanto maior o nível sérico de
bilirrubina, mais rápido será a queda, sua eficácia diminui à medida que o nível cai.
A superfície corporal exposta à luz: A terapia age a nível da pele, portanto
quanto maior a superfície corporal exposta, maior será a radiação, logo, maior será a
eficácia do tratamento.
A dose de irradiância: A terapia depende diretamente da quantidade de
energia liberada, ou seja, a irradiância, quanto maior a dose que atinge o RN, maior
será a superfície iluminada, mais eficaz será o tratamento.
O tipo de luz utilizado: Com o desenvolvimento da tecnologia em saúde,
atualmente existem diversas lâmpadas para fototerapia com eficácias diferente,
porém as comumente usadas são as lâmpadas fluorescentes brancas e azuis.
Como todo o tratamento a fototerapia possui efeitos colaterais, como as fezes
amolecidas e esverdeadas, o bronzeamento e ressecamento da pele e o exantema
(erupções cutâneas). (RAMOS, 2002).

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03. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Segundo o NANDA (2018-2020), os diagnósticos encontrados são:

Domínio 02 – Nutrição
Classe 1 – Ingestão
Diagnóstico: Amamentação interrompida
Definição: Quebra na continuidade do oferecimento de leite das mamas que
pode comprometer o sucesso da amamentação e/ou o estado nutricional do lactente
ou da criança.
Justificativa: RN permanece internado por tempo prolongado, ficando longe da
mãe durante o tratamento.

Domínio 02 – Nutrição
Classe 4 – Metabolismo
Diagnóstico: Risco de Função Hepática Prejudicada
Definição: Vulnerabilidade à diminuição na função hepática que pode
comprometer a saúde.
Justificativa: RN com quadro clínico de hiperbilirrubinemia.

Domínio 02 – Nutrição
Classe 4 – Metabolismo
Diagnóstico: Hiperbilirrubinemia neonatal
Definição: Acúmulo de bilirrubina não conjugada na circulação (menos de 15
mL/dL) que ocorre após 24 horas de vida.
Justificativa: RN com quadro clínico de hiperbilirrubinemia.

Domínio 03 – Eliminação e Troca


Classe 2 – Funções Gastrointestinais
Diagnóstico: Diarreia
Definição: Eliminação de fezes soltas e não formadas.
Justificativa: Efeito colateral da fototerapia.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 1 – Infecção
Diagnóstico: Risco de Infecção

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Definição: Suscetibilidade à invasão e multiplicação de organismos
patogênicos, que pode comprometer a saúde.
Justificativa: RN encontra-se em ambiente hospitalar.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 2 – Lesão física
Diagnóstico: Risco de Aspiração
Definição: Suscetibilidade à entrada de secreções gastrintestinais, secreções
orofaríngeas, sólidos ou líquidos nas vias traqueobrônquicas que pode comprometer
a saúde.
Justificativa: RN em amamentação podendo sofrer engasgo ou refluxo.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 2 – Lesão física
Diagnóstico: Risco de integridade da pele prejudicada.
Definição: Suscetibilidade a alteração na epiderme e/ou derme que pode
comprometer a saúde.
Justificativa: RN possui maior risco para alteração da epiderme ou da derme
devido à fototerapia.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 2 – Lesão física
Diagnóstico: Risco de lesão.
Definição: Suscetibilidade a lesão física por condições ambientais que
interagem com os recursos adaptativos e defensivos do indivíduo que pode
comprometer a saúde.
Justificativa: RN possui maior risco para alteração da epiderme ou da derme
devido à fototerapia.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 2 – Lesão física
Diagnóstico: Risco de lesão na córnea
Definição: Suscetibilidade a infecção ou lesão inflamatória no tecido da córnea
que pode afetar camadas superficiais ou profundas e que pode comprometer a
saúde.

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Justificativa: RN possui maior risco de lesão em córnea devido à fototerapia.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 2 – Lesão física
Diagnóstico: Risco de lesão térmica
Definição: Suscetibilidade a danos à pele e às membranas mucosas devido a
temperaturas extremas que pode comprometer a saúde.
Justificativa: RN possui maior risco de lesão térmica devido à fototerapia.

Domínio 11 – Segurança/Proteção
Classe 6 – Termorregulação
Diagnóstico: Risco de termorregulação ineficaz
Definição: Suscetibilidade à oscilação da temperatura entre hipotermia e
hipertermia que pode comprometer a saúde.
Justificativa: Paciente em abstinência de psicoativos, com alteração do
sistema nervoso autônomo.

Domínio 12 – Conforto
Classe 1 – Conforto Físico
Classe 2 – Conforto Ambiental
Classe 1 – Conforto Social
Diagnóstico: Conforto Prejudicado
Definição: Percepção de falta de conforto, alívio e transcendência nas
dimensões física, psicoespiritual, ambiental, cultural e/ou social.
Justificativa: Paciente encontra-se fora do seu ambiente comum e permanece em
um ambiente hospitalar.

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04. PLANO DE CUIDADOS

O plano de cuidados ao paciente subscrito, são:

 Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) ao realizar procedimentos;


 Higienizar as mãos antes e após contato com a paciente;
 Observar e anotar alterações de sinais vitais de 4hrs em 4hrs;
 Observar temperatura corporal e comunicar alterações de 4hrs em 4hrs;
 Observar oxigenação e saturação de 4hrs em 4hrs;
 Observar e comunicar agitação;
 Observar e comunicar rebaixamento de nível de consciência;
 Observar e comunicar presença de sinais de cianose;
 Observar e comunicar alteração nos sinais de icterícia;
 Avaliar perfusão periférica e comunicar se há alteração de 6hrs em 6hrs;
 Realizar limpeza concorrente no leite e equipamentos, a cada 24h;
 Observar e anotar eliminações vesico intestinais;
 Auxiliar e orientar quanto ao banho de aspersão;
 Medicar conforme prescrição médica;
 Realizar exames conforme pedido médico;
 Manter pulseira de identificação;
 Realizar tratamento de fototerapia conforme prescrição;
 Proteger os olhos do RN, durante a fototerapia;
 Realizar troca de fraldas;
 Banho de aspersão;
 Manter ambiente calmo.

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05. OBJETIVOS

Prestar assistência humanizada e segura para o RN, mantendo um ambiente seguro


e condições para recuperação e estabilidade da icterícia neonatal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, B. F. Pediatria, Diagnósticos e Tratamento. Porto Alegre, RS: Artmed,


2007.

CARVALHO, M. Tratamento da icterícia neonatal. Jornal de Pediatria. v.77, n.1,


p.71-80, 2001. <http://www.jped.com.br/conteudo/01-77-s71/port.pdf> Ultimo acesso
em: 24 de Agosto de 2018 às 15h18min.

GOMES, N. S; TEIXEIRA, J. B. A; BARICHELLO, E. Cuidados ao recém nascido em


fototerapia: o conhecimento da equipe de enfermagem. Revista eletrônica de
Enfermagem. v.12, n.2, p.342.347, 2010. <https://www.fen.ufg.br/revista/v12/n2/
v12n2a18.htm> Ultimo acesso em: 24 de Agosto de 2018 às 15h16min.

HERMAN, T. H; et al. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e


classificações – 2018/2020. Porto Alegre, RS: Artmed, 2018.

RAMOS, J. L. A. Icterícia do recém-nascido: Aspectos atuais. Rev. Fac. Ciênc. Méd.


Sorocaba. v.4, n.1, p.17-30, 2002. <http://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/
article/view/91> Ultimo acesso em: 24 de Agosto de 2018 às 15h27min.

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