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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências da Saúde

FARMÁCIA HOMEOPÁTICA

TRATAMENTO HOMEOPÁTICO DA FEBRE TIFÓIDE

Período: Diurno
Curso: Ciências Farmacêuticas
4º Ano

Docente
________________________
Efraim Neto

Viana, Janeiro de 2023


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


Criada pelo Decreto n. 44-A/01 do conselho de Ministros, em de 6 de Julho de 2001

Faculdade de Ciências da Saúde

FARMÁCIA HOMEOPÁTICA

TRATAMENTO HOMEOPÁTICO DA FEBRE TIFÓIDE

INTEGRANTES DO GRUPO Nº07

1. Cátia Capenda

2. Francelina Domingos

3. Janílsia Morais

4. Martins Russo

5. Pedro Sebastião
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 1

OBJECTIVO DE ESTUDO .......................................................................................................................... 2

CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................... 3

1.1. Epidemiologia ........................................................................................................................................ 3

1.2. Etiologia ................................................................................................................................................. 3

1.3. Transmissão da Febre Tifóide ................................................................................................................ 4

1.4. Sintomas da febre tifóide ....................................................................................................................... 4

1.5. Diagnóstico de febre tifóide ................................................................................................................... 5

1.6. Tratamento Convencional da Febre Tifóide .......................................................................................... 5

1.7. Tratamento Homeopático da Febre Tifóide ........................................................................................... 8

1.8. Prevenção da febre tifóide...................................................................................................................... 9

CONCLUSÃO ............................................................................................................................................ 10

RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................................. 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 12


INTRODUÇÃO
O tratamento homeopático surgiu no início do século XIX pelo Alemão Samuel
Hahnemann, porém, perdeu popularidade no final do século, tendo sido revertida essa tendência
recentemente, desde 1980 a homeopatia voltou a crescer em vários países.

Sendo que a febre tifóide começou a ganhar contornos mais definidos na primeira metade
do século XIX, graças a estudos clínicos e anatomopatológicos de médicos franceses como
Pierre Charles Louis (1787-1872), Armand Trousseau (1801-1867) e, especialmente, Pierre-
Fidèle Bretonneau (1778-1862). O inglês William Budd (1811-1880) foi o primeiro a
correlacionar a febre tifóide a um “vírus” vivo – expressão que na época significava “veneno”
vivo – transmitido por contágio mediato ou imediato.

A Febre Tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada pela Salmonella enterica
sorotipo Typhi, ela se propaga a nível mundial. A doença está diretamente associada a baixos
níveis socioeconômicos, principalmente em regiões com precárias condições de saneamento
básico, higiene pessoal e ambiental. Se não tratada adequadamente, a Febre Tifoide pode causar
a morte.

Atualmente, o quadro clínico completo é de observação rara, sendo mais frequente um


quadro em que a febre é a manifestação mais expressiva, acompanhada por alguns dos demais
sinais e sintomas citados. Nas crianças, o quadro clínico é menos grave do que nos adultos, e a
diarreia é mais frequente. Como a doença tem uma evolução gradual, embora seja uma doença
aguda, a pessoa afetada é muitas vezes medicada com antimicrobianos, simplesmente por estar
apresentando uma febre de etiologia não conhecida. Dessa forma, o quadro clínico não se
apresenta claro e a doença deixa de ser diagnosticada precocemente.

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OBJECTIVO DE ESTUDO

Objectivo Geral
 Estudar sobre o tratamento homeopático da febre tifoide.
Objectivo Específicos
 Descrever os sintomas da febre tifoide;
 Identificar as causas e os tipos de tratamento da febre tifoide.

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CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Epidemiologia
A Febre Tifoide é mais comum em crianças e adultos jovens do que em pacientes mais
velhos. Entre 2010 e 2011, ocorreram mais de 25 milhões de casos de Febre Tifoide no mundo.
A Febre Tifoide é mais prevalente em áreas pobres que estão superlotadas e com falta de acesso
a saneamento. A maioria dos casos relatados no mundo ocorre no continente africano.

Como os seres humanos são o único reservatório da S. Typhi, a contaminação ocorre em


locais onde o saneamento é precário.

A condição de portador crônico de salmonella é definida como a excreção do organismo


nas fezes ou urina, por mais de 12 meses após a infecção aguda. As taxas de cronicidade ficam
entre 1 a 6% ocorrendo mais frequentemente em mulheres e em pacientes com colelitíase ou
outras anormalidades do trato biliar. A presença da S. Typhi na urina cronicamente é quase
sempre associada com uma alteração estrutural no aparelho urinário (por exemplo, litíase
urinária, hiperplasia prostática) ou infecção da bexiga concomitante por Schistosoma. Estes
pacientes apresentam risco aumentado de transmissão da infecção para outros pacientes.

1.2. Etiologia
A cepa de Salmonella entérica sorotipo Typhi pode caracterizar-se por seu lisotipo,
utilizando diferentes bacteriófagos e estabelecendo a fórmula lisotípica característica de cada
cepa.

Devido às peculiaridades do agente etiológico, o seu tempo de sobrevida difere entre


diferentes meios:

 Na água doce: varia consideravelmente com a temperatura (temperaturas mais baixas


levam a uma maior sobrevida), com a quantidade de oxigênio disponível (as salmonelas
sobrevivem melhor em meio rico em oxigênio) e com o material orgânico disponível
(águas poluídas, mas não tanto a ponto de consumir todo o oxigênio, são melhores para a
sobrevida do agente). Em condições ótimas, a sobrevida nunca ultrapassa de três a quatro
semanas;
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 No esgoto: em condições experimentais, é de aproximadamente 40 dias;
 Na água do mar: para haver o encontro de salmonela na água do mar, é necessária uma
altíssima contaminação;
 Nos alimentos: leite, creme e outros laticínios constituem excelentes meios, chegando a
perdurar até dois meses na manteiga, por exemplo;
 Em carnes e enlatados: são raros os casos adquiridos por intermédio desses alimentos,
provavelmente porque o seu processo de preparo é sufi ciente para eliminar a salmonela.
Mas, uma vez preparada a carne ou aberta a lata, a sobrevida do agente é maior do que a
vida útil desses alimentos.

1.3. Transmissão da Febre Tifóide


A febre tifoide é transmitida pela via fecal-oral. Na maioria dos casos, a contaminação
acontece pela ingestão de alimentos contaminados por uma pessoa doente ao preparar ou
manipular esse alimento. A água também pode ser uma via de transmissão da doença, uma vez
que ela pode ser contaminada, por exemplo, com esgoto. Os alimentos, como legumes e frutas,

podem também ser contaminados ao serem irrigados com água contaminada. Moscas
raramente participam da transmissão da doença.

Após a ingestão de água ou alimentos contaminados pela bactéria, esta atravessa o


epitélio intestinal e alcança a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo todo, acometendo
diferentes órgãos. A doença manifesta-se cerca de três semanas após a infecção (Santos, V. S.
2020).

1.4. Sintomas da febre tifóide

Entre os sintomas de febre tifoide, podemos destacar:

 Febre alta;

 Mal-estar;

 Dor de cabeça;

 Mudanças nos hábitos do intestino, como diarreia com sangue e intestino preso;

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 Prostração;

 Perda do apetite;

 Aumento do fígado e do baço;

 Dores e inchaço no abdômen;

 Náuseas e vômitos;

 Tosse seca;

 Redução do Rítmo Cardíaco;

Os sintomas da febre tifóide podem durar por várias semanas, chegando a ultrapassar um
mês, sem o devido tratamento.

1.5. Diagnóstico de febre tifóide

A febre tifoide é diagnosticada com base na análise dos sintomas do paciente e por meio
de exames laboratoriais, como a hemocultura, coprocultura, mielocultura e urocultura (Santos,
V. S. 2020).

Uma complicação possível da febre tifoide é a hemorragia intestinal, a qual pode evoluir
para perfuração intestinal e levar o indivíduo à morte. Hemorragia e toxemia severa também
podem provocar a morte do indivíduo com febre tifoide (Santos, V. S. 2020).

1.6. Tratamento Convencional da Febre Tifóide


Sendo uma doença bacteriana, necessita de tratamento imediato com a administração de
antibióticos. Quando diagnosticada de maneira precoce o tratamento é iniciado rapidamente,
porque as chances da doença se manifestar de maneira leve são maiores, e os riscos de
complicações sérias são reduzidos.

O tratamento é quase sempre ambulatorial, reservando-se o internamento para os casos de


maior gravidade.

 Cloranfenicol: ainda é considerada a droga de primeira escolha;


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Dose: adultos – 50mg /kg/dia, dividida em quatro tomadas (6/6 horas) até a dose máxima
de 4g/dia;

Crianças – 50mg/kg/dia, dividida em quatro tomadas (6/6 horas) até a dose máxima de
3g/dia.

As doses serão administradas preferencialmente por via oral e deverão ser reduzidas para
2g/ dia (adultos) e 30 mg/kg/dia (crianças), quando os doentes se tornam afebris, o que deverá
ocorrer até o quinto dia de tratamento, mantido por 15 dias após o último dia de febre,
perfazendo um máximo de 21 dias. Nos doentes com impossibilidade de administração por via
oral, será utilizada a via parenteral.

Há possibilidade de toxicidade medular, a qual pode se manifestar sob a forma de anemia


(dose-dependente) ou mesmo anemia aplástica (reação idiossincrásica) que, felizmente, é rara.

Quanto à resistência ao cloranfenicol, apesar de amplamente discutida na literatura, não


parece ser problema no Brasil até o momento. Os insucessos terapêuticos não devem ser
atribuídos à resistência bacteriana sem comprovação laboratorial e sem antes afastar outras
causas.

Caso o doente mantenha-se febril após o quinto dia de tratamento, avaliar a possibilidade
de troca do antimicrobiano.

 Ampicilina:

Dose: adultos – 1000 a 1500mg/dose, via oral, em quatro tomadas (6/6 horas) até a dose
máxima de 6g/dia;

Crianças – 100mg/kg/dia, via oral, dividida em quatro tomadas (6/6 horas).

A administração oral é preferível à parenteral. A duração do tratamento é de 14 dias.

 Sulfametoxazol + trimetoprima:

Dose: adultos – 800 a 1600mg de sulfametoxazol/dia1 , via oral, dividida em duas


tomadas de 12/12 horas;

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Crianças – 30 a 50mg/kg/dia de sulfametoxazol, por via oral, dividida em duas tomadas
de 12/12 horas.

A duração do tratamento é de 14 dias.

 Amoxicilina:

Dose: adultos – 3g/dia, via oral, dividida em três tomadas (8/8 horas), até a dose máxima
de 4g.

Crianças – 100mg/kg/dia, via oral, dividida em três tomadas (8/8 horas).

A duração do tratamento é de 14 dias. Com o uso desse antimicrobiano, poderá haver


maior frequência de intolerância gastrointestinal.

 Quinolona:

Há pelo menos duas quinolonas com efi cácia comprovada contra a Salmonella enterica
soroti po Typhi: a ciprofloxacina e a ofloxacina. São drogas eficazes e pouco tóxicas, tendo
como principal desvantagem a contra indicação de sua utilização em crianças e gestantes e, como
fator limitante do seu uso, o preço elevado. Em nosso País, são particularmente indicadas para os
casos de resistência bacteriana comprovada aos antimicrobianos tradicionalmente utilizados. São,
provavelmente, as melhores opções para os portadores de HIV ou aids.

 Ciprofloxacina:

Dose: 500mg/dose, via oral, em duas tomadas (12/12 horas), durante dez dias. Caso a via
oral seja impossível, utilizar a via endovenosa na dose de 200mg/dose de 12/12 horas.

 Ofloxacina:

Dose: 400mg/dose, via oral, em duas tomadas (12/12 horas) ou 200 a 400mg/dose, via
oral, em três tomadas (8/8 horas).

A duração do tratamento é de 10 a 14 dias.

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 Cetriaxona:

Dose: 1 a 2g, via intramuscular ou intravenosa, em dose única.

Trata-se de droga com boa atividade contra Salmonella enterica sorotipo Typhi,
constituindo-se outra alternativa ao tratamento.

1.7. Tratamento Homeopático da Febre Tifóide

O tratamento inicia-se com reposição volêmica e de eletrólitos para corrigir as perdas. A


terapia de reidratação pode ser oral ou parenteral. O tipo de terapia de reidratação e a velocidade
de infusão venosa dependem da gravidade do quadro.

Assim como outros tratamentos terapêuticos, a homeopatia é constantemente pesquisada


para apontar as evidências da sua funcionalidade, que ainda apresenta discussões e estudos para
sua melhor compreensão. É uma técnica que estimula o organismo a reagir contra seus próprios
desequilíbrios e considera a individualidade do paciente para indicar o medicamento adequado.
Um ponto que vale destacar é que o tratamento homeopático estimula o raciocínio holístico para
entender a doença, incrementa a resolutividade clínica das doenças e é usado, em muitos casos,
como método de prevenção de problemas de saúde.

Por ser considerada uma prática integrativa e complementar, a homeopatia tem atuação
em diversas especialidades da saúde e pode ser aplicada de forma coadjuvante, somada aos
tratamentos convencionais.

Estudos têm identificado que a integração da homeopatia e da medicina tradicional é útil


na promoção da saúde e no tratamento de doenças crônicas. Ainda, pode contribuir também com
os cuidados para tratar doenças agudas. A homeopatia não substitui, necessariamente, a alopatia.
A técnica complementa o objetivo de evitar que a pessoa adoeça e estimula o corpo a agir de
forma integrada na busca do seu reequilíbrio.

O profissional homeopata costuma fazer questionamentos que vão além dos sintomas do
paciente para indicar o tratamento homeopático mais adequado. Hábitos, desconfortos, sensações
são levantadas, e, assim, o profissional prescreve a fórmula indicada ao paciente. Durante o

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tratamento, o paciente deve acompanhar todas as reações do seu corpo e relatar ao especialista
para verificar a eficácia do medicamento, que pode sofrer adaptações no decorrer do tratamento.

A folha de momeiro também é utilizado no tratamento homeopático da febre tióide, pois,


alivia sintomas de ingetão, reduz o inchaço, azia, desconforto abdominal e obstipação através da
ação das enzimas papaínas e quimopapaínas presente nas folhas;

É um antibacteriano utilizado no tratamento alternativo natural para o combate de febre


tifóide, pneumonias e infecções urinárias.

1.8. Prevenção da febre tifóide

Como a febre tifoide é transmitida pela via fecal-oral, uma das principais formas de
prevenir-se da doença é adotando hábitos adequados de higiene pessoal. Lavar as mãos com
frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de preparar os alimentos e fazer as
refeições; lavar bem utensílios utilizados no preparo dos alimentos; alimentar-se em locais
limpos; lavar bem os alimentos, em especial aqueles ingeridos in natura; e beber apenas água
tratada e acondicionar adequadamente os alimentos são algumas das formas de prevenção da
doença.

Outro ponto importante diz respeito ao saneamento básico. Investimentos nessa área são
essenciais para a melhoria da qualidade de vida da população. Além de reduzir os casos de
doenças, como a febre tifoide, a melhora nesse tipo de serviço reduz gastos em saúde pública,
devido a uma diminuição, por exemplo, de internações em decorrência de doenças agravadas por
um saneamento básico ineficiente. Um saneamento básico adequado também reduz impactos
negativos no meio ambiente.

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CONCLUSÃO
Tendo em conta que a febre tifoide é uma doença infecciosa causada pela S. Typhi e
quando não tratada pode levar a morte, é necessário termos em conta que o tratamento
homeopático é considerado uma prática integrativa e complementar, a homeopatia tem atuação
em diversas especialidades da saúde e pode ser aplicada de forma coadjuvante, somada aos
tratamentos convencionais.

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RECOMENDAÇÕES

É importante destacar que o paciente deve fazer uso dos antibióticos seguindo
rigorosamente a recomendação do médico, obedecendo horário e dosagem. É fundamental
também que o tratamento não seja interrompido, mesmo que a pessoa se sinta melhor.

 Higienizar as mãos devidamente;

 Higienizar devidamente os alimentos;

 Tratar a água;

 Tomar um copo de sumo de 3 limões com 5 alhos inteiros ou pisados de 3 em 3 horas


durante 5 dias;

 Fazer um litro de chá de folhas do abacateiro já seca em cada litro durante 7 dias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-Wain J et al. Typhoid fever. The lancet 2015; 385: 1136-1145.

2- Parry CM, Hien TT, Dougan G, et al. Typhoid fever. N Engl J Med 2002; 347:1770.

3- Lynch MF, Blanton EM, Bulens S, et al. Typhoid fever in the United States, 1999-2006.
JAMA 2009; 302:859.

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