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garoto ele teve que carregar vários fardos e perdas por conta
algo a mais.
Veruska Duarte
16 ANOS ANTES
seria meu futuro, mas torcia muito para que Nicolas estivesse
nele.
Minha mãe e eu nos mudamos para Belo Horizonte, pois
entramos na adolescência.
— E sairmos escondidos?
Arregalei os olhos.
ser desobediente.
— Por favor, Beca, eu quero tanto ir ao parque com
você.
diversões?
que beijo sem língua não tinha graça. Eu não entendia bem
como isso podia funcionar, como podia ser bom ter a língua
de alguém enfiada dentro da sua boca!? Eca!
tanta pressão.
Ela assentiu.
Nicolas.
seguranças da mansão.
com os patrões e…
em meus braços.
limpou a garganta.
brinquedo.
esquisito.
Quase me engasguei.
beijar.
namoro?
relacionamento.
você.
Ela indicou a cama. Engoli em seco e comecei a enrolar
uma mão na outra, nervosamente. Me sentei na sua cama,
isso dela.
— Bem, agora somos mais que amigos. Nicolas me pediu
Senti um nó na garganta.
mãe?
com nosso beijo, parecia tão real o sonho. Era a primeira vez
nos vendo.
— Estava ansioso para fazer isso... — Fechei os olhos e
acontecendo, Beca.
não podia perder Beca dessa forma, não podia perdê-la sem
minha mãe.
anos e você trata como se não fosse nada? Pelo menos tinha
de histeria.
como a nossa.
cada vez mais. Tinha pena de Nicolas por ele ter uma mãe
daquelas.
nem se vejam direito, vou garantir que meu filho fique mais
tempo fora de casa, estudando, aprendendo coisas novas, para
tudo que mais queria, mas não podia. Estava sendo difícil.
convidativo.
de tantos garotos.
— Beca, espera!
fitá-lo.
fúria.
Ok?
Ele assentiu, mesmo chateado com a situação.
do outro?
não queria deixar este dia passar em branco. Será que vou
Nicolas sorriu.
Bequinha.
MESES DEPOIS
aniversário.
acendeu a vela.
presente.
goste.
pedido.
confessar que meu maior medo era a dor, sabia que era muito
doloroso a primeira vez, e foi, mas Nicolas foi carinhoso e
também.
Abri a boca surpresa.
— Mesmo?
Ele assentiu.
tenso.
meus seios.
— E eu amo quando você me beija de uma forma lenta e
— Assim?
DIAS DEPOIS
ginecologista.
— Sim, claro.
— Ah, então tudo bem, mas uma hora ou outra sua mãe
vai precisar saber que você não é mais virgem.
outro.
— Sim, faria.
o outro.
tiver sua liberdade pode perceber que tem muito o que curtir
na vida, antes de se atrelar a uma relação séria. Tenho medo
de ele querer viajar, conhecer novos lugares…
— Novas garotas — Cristina me cortou. — Se ele te
ama, ele não vai te deixá-la nunca.
Estava triste, pois não iria mais vê-lo na escola, que era
o único lugar em podíamos conversar sem medo. Mesmo
encherem de lágrimas.
nova, você precisa ir. Não fique por mim, Nicolas. Vá, pode
ir!
trágica.
soltar mais.
queria.
menina, então vamos ver quem vai ganhar esse jogo por fim.
veio à mente, mas pensei muito bem e percebi que meu filho
acabado de ouvir.
— Nicolas e eu poderemos ficar juntos então?
uma condição.
amargo na boca.
teve. Ele deseja abrir mão de viajar por você, o que é uma
acordo.
— Prometo!
particular.
Horas depois da partida de Nicolas, dona Vitória e seu
para falar.
fitei o chão.
por essa falha sua e da sua filha, conversei com meu marido
O quê?
Fiquei boquiaberta, me sentindo ultrajada.
— Você não pode fazer isso, sua bruxa! Nosso trato era
porque sei que isso é fogo de palha. Era óbvio que meu filho
só queria se divertir com você. Ele é um garoto inocente e
tudo como manda a lei, vou dar uma boa grana para você. Um
bom dinheiro que te fará conseguir dar entrada em uma
apesar de tudo.
Assenti a contragosto.
banho e se acalmar.
que sim.
computador.
próximos e sorrindo.
Fiquei sem reação
vocês.
partido.
— Dessa vez não estou mentindo. Pergunte se ele está
filho por você não era tão grande a ponto de resistir ao tempo
distante. Ele logo se esqueceu de você, te abandonou, trocou
acabar com seu rosto falso, mas respirei fundo e decidi não
me igualar a ela.
uma hora ou outra vai pagar por toda essa maldade que está
fazendo comigo. Porque esse mundo vive girando, todos nós
colhemos o que plantamos, e você, dona Vitória, tem um
estão plantadas, por isso que tenho até pena quando tiver que
colher uma por uma.
pelo meu pescoço. Senti meu alívio próximo, então fiz com
que a moça parasse seus movimentos e me levantei em
de uma noite.
Vou pedir para meu motorista levá-la para sua casa, ou deixá-
la em qualquer lugar que lhe convir.
momento, não vou dizer que foi um erro, pois amei passar
essas horas transando com você. Foi incrível.
Brasil.
eufórica.
bem.
— Ok, com licença, senhor Albuquerque.
elegante.
acaso é você que vai trepar com elas todos os dias e conviver
levantar.
presunçoso.
casamento.
fazer companhia.
raiva
vê-la partir.
com o tempo ela mudasse, mas como era óbvio, não foi o que
ocorreu.
sofri muito por conta da saudade e raiva que fiquei dela, por
me abandonar daquela forma cruel, mas depois que os anos
de saber como que ela estava nos dias atuais. Ela teria
casado? Teria mudado muito? Qual profissão Beca tinha?
que era o último dia que veria o rosto de minha mãe. Ela foi
uma lutadora, uma mulher valente que lutou bravamente
devastadora.
amor.
Me virei para fitar o rosto do meu marido, que me
olhava com ternura. Sua barba estava maior do que de
Era isso que sentia. Ficava mais seca que o deserto nas
raras vezes que me tocava. Entretanto, apenas fechava os
completo.
contra o chão. Tampei a boca com a mão para não gritar. Meu
choque.
Você tem que obedecer. Agora já não tem mais sua mãe para
DIAS DEPOIS
escutá-lo.
enganado.
levemente.
incrível?
descontentamento.
— Sério? — quis saber em um fio de voz.
alugarmos lá.
ficará desempregada.
possível.
E se eu chegasse a reencontrá-los?
demonstrando curiosidade.
pouco, então não tem motivo para ver foto de outro homem!
utensílios de cozinha!
ainda me rondava. Não sei por que, mas tinha uma péssima
— Heitor.
bajulador.
— É sim. Sou recepcionista há anos. — Finalmente pude
encontrar minha voz.
Senti que ele iria falar outra coisa, mas mudou no último
sala.
perguntas.
chorar.
pergunta pessoal.
Babaca!
raiva.
autoestima é inabalável.
sozinho.
por ela custava um rim. — Meu Deus, João, como pagou por
isso? É muito caro!
leões, mas pelo menos, dessa vez, iria à altura e pronta para
contra-atacar.
que era ótimo, pois não tinha nada que eu detestasse mais do
que ter que cumprimentar cada convidado do evento. Fui logo
e sério.
Semicerrei os olhos.
mulheres.
enquanto me olhava.
sentir.
eram um perigo para minha sanidade. Ela não era muito alta,
proporcional.
Que não éramos ricos como eles, muito pelo contrário, não
passávamos de funcionários da família. Sabia que Vitória
sentir observada.
Era!
bilionário.
daquele olhar que tanto senti falta por todos esses anos. Não
deveria gostar da sensação de calor que me preencheu por
noite?
comigo.
— Não, obrigada, moço, eu já estou de saída — falei,
conhecemos?
lembrou. E era óbvio que não lembraria, pois era uma mera
permissão.
ainda mais.
quem eu era.
Isso me dava altas possibilidades. Portanto, tomei uma
decisão.
do que eu quero.
e rouca.
seus dotes.
Ele sorriu, mordiscando o lábio inferior.
profundo.
muitos anos.
novamente.
um instante.
estavam brilhantes.
senhor me olha...
— E como eu te olho, dama? — Senti minha pele se
acelerando
curioso. — Responda.
não é?
havia acreditado.
carro.
costuma sair. Não que eu vá para sua cama hoje, claro, mas
você me entendeu.
fazer quinze malditos anos que não a via, mas era impossível
não a reconhecer.
piorar. Era a prova viva que ela estava diante de mim, viva,
mentira. Como pude não notar que era ela, só pela forma que
me olhou na festa dava para perceber de longe que ela me
conhecia. Que não éramos dois estranhos um para o outro. —
disso. Se ela pensava que iria voltar para foder com tudo
outra vez, foder com minha mente e meu coração de novo, ela
estava muito enganada. — Vamos subir para minha
cobertura?
aqui comigo, outra vez. Que ela tinha voltado mesmo depois
de tudo que fez, depois de partir sem se despedir.
podia jurar que fora a única com quem senti prazer absoluto
no sexo.
lábios.
vergonha.
— Sim, óbvio.
branca. Será possível que ela não percebia que branco ficava
transparente na água, merda, ou será que isso fazia parte dos
chegou.
trabalho estressante.
traiu?
dele.
sem pensar duas vezes, sem pestanejar. Mas não era qualquer
marido.
pergunta.
depois disso pode fazer como faz com todas as outras, não
lábios para mim. Assim que senti sua boca macia sobre a
minha.
— Rebecca...
tivesse me enganado.
— Beca, espere!
coração disparar
novamente!
perverso.
que nem fazia questão da sua volta. Por que, maldição, você
não ficou onde estava? Por que voltou para infernizar minha
vida?
Chocada dei um passo para trás. Ele estava mostrando
sua verdadeira face. Seu olhar dizia tudo que pensava sobre
mim e a boca não desmentia. Ele me odiava. Nicolas me
desprezava.
soubesse desse lado escuro da minha vida, não queria que ele
descobrisse o relacionamento catastrófico que eu tinha.
— Sim, é verdade.
— Que triste para você, se bem que você foi ágil em dar
partir de agora.
Sofrimento do passado?
pretende?
avermelhados.
Interesseira.
assim que pisei dentro de casa, vi que não seria possível isso,
tocou.
perplexo.
flagrado. Canalha!
evento era para você ser meu par, mas, não, você preferiu
pegar a primeira mulher que apareceu, certamente fazendo-a
achar que era rico, como a maioria dos homens presentes ali.
defender
com toda a força que tinha, mirei ela na sua cara. Acertando
bem em cheio sua bochecha com um tapa que estralou. Minha
mão ardeu muito e, por isso, levei-a ao peito.
emprego sair dessa casa, nem que tivesse que morar debaixo
curiosa.
acreditar.
pelo consultório.
confessei.
aturar.
complicações.
um instante.
— Você parece ser uma mulher bem profissional, gostei
de você! — falou. — A senhorita acha que pode começar
hoje? Desculpe a pressa, mas estou ansiosa para passar esse
cargo.
Então eu o conheceria.
nossa casa?
Desculpe mais uma vez, eu me excedi, mas não vai
fraquejei.
entendo, doutor.
conte, Rebecca, como veio parar aqui. Como foi tão bem
antes.
do consultório.
e irmão.
violência doméstica.
acabado de ouvir
Rebecca?
do peito por vê-la tão frágil e amedrontada. Meu ódio por seu
marido só aumentou.
do passado, ainda assim me sentia mal por saber que ela foi
defensor e protetor.
interminável.
lágrimas.
fugir dela.
Seus olhos estavam tão tristes. Eram olhos de alguém
pessoalmente.
— Por que não? Tem medo de que ele descubra que tem
desejo.
não sou esse tipo pior de canalha. Não vou cobrar nada e nem
fazer exigências, só quero que fique protegida e longe desse
maldito agressor.
Ela assentiu mais aliviada.
chave do apartamento!
dentro de mim.
mas não dava tempo porque eu esmurrava sua boca sem parar.
de sangue na camisa.
na Rebecca.
simplesmente, saí dali, fui até meu carro, entrei e dei partida,
dor.
— Você quer que eu chame a ambulância? Quer ir ao
hospital? — perguntei sem olhar seu rosto.
de dentes.
— Você não vai fazer nada. Nunca mais vai chegar perto
de mim e torça para continuar com seu emprego, porque
Heitor é irmão de Nicolas, sabia? — Seus olhos se
mim.
para comprar algo para comer. Fiquei aliviada por ver que
apartamento não faria nada contra João Miguel, mas ele não
hesitou em ir lá e bater nele. Não que eu não tivesse gostado
sabendo que ele estava lá. Nem pedi permissão para entrar,
aproveitei que só havia nós dois no consultório e entrei.
Revirei os olhos.
Suspirei de alívio.
encontros pessoais.
cada noite.
demais.
fogosa e quente.
que sua amizade. Quero você inteira para mim, sua boca, seu
corpo, principalmente sua boceta. Acha que isso é coisa que
pensaria um amigo?
novamente.
quer. Pode matar seu desejo com outras, sei que tem uma fila
delas prontas para saciá-lo. Contudo, eu estou fora de
questão.
até mim como uma fera brava pronta para me dar o bote.
isso?
sabia bem o que ele havia feito para merecer, mas estava
sendo cínico.
assuntos do passado.
Aquele momento que você não queria que chegasse
nunca, mas sempre soube que uma hora ou outra ele teria que
acontecer. Parecia que o destino jogava conosco, que mesmo
me causava aflição.
que te trouxe a cidade? E sua mãe, como ela está? Sinto tanta
falta dela.
cá para construir uma vida nova, mas isso não lhe interessa.
doutor.
Olhei Nicolas que observava nossa conversa com olhar
especulador.
fitei Vitória que não ousou dizer mais nada, o que foi ótimo,
pois pude sair dali sem ter que escutar sua voz de taquara
rachada.
acreditava, ela p a g a r i a e n ã o d e m o r a r i a a a c o n t e c e r.
— Pronto, agora que estamos a sós a senhora já pode
começar a me explicar o que acabou de acontecer aqui. Por
que Rebecca guarda tanta mágoa da senhora como ela deixou
estiver mentindo. Sou uma mulher boa, nunca fiz nada para
nela, o que para mim era prova suficiente da sua cara de pau.
Eu ri com frieza.
de tudo que houve naquela época, até porque faz quinze anos
Bufei estressado.
cintura.
no peito ultrajada.
Sua volta não muda nada para mim. Eu digo e repito, nossa
nem pelas costas. Ela é uma mulher forte que passou por
brancos.
algo...
precisei ajudá-la.
— Eu... Não digo mais nada — disse a contragosto. —
duvido muito que não tenha transado com ela. Meu Deus, que
terror que estou passando! Só posso ter jogado pedra na cruz.
drama.
responder.
desejava subir.
cenho se franzir.
Vitória Albuquerque.
— Senhora Albuquerque, como eu posso respondê-la de
nunca permitirei que ele fique com uma mulher de seu nível.
No mínimo, ele pode te usar para fins sexuais, mas só! —Sua
voz saiu repleta de nojo, revirei os olhos entediada.
garota.
— Garota não. Sou uma mulher de trinta e um anos, caso
tenha se esquecido — retruquei com raiva. — Deixei de ser
quiser posso ligar para seu filho agora e contar que a senhora
não ter que mais aturar sua presença. Que mulher infeliz.
Mesmo depois de tantos anos continuava a mesma
articuladora de sempre.
pele ainda.
Inferno de libertino!
Estava surpreso com a volta de Natacha, porém, alegre
bem.
segurá-las.
tempo indefinido, mas não aceitei. Não era certo fazer isso,
usar de sua bondade dessa forma.
rápido até demais, mas tudo bem, isso era problema dele e eu
estava em uma fase da minha vida que priorizava a minha
paz.
diariamente, tão mal que até faltei uns dois dias do serviço
tendo que deixar Nicolas na mão, porque eu estava
vomitando muito. Tendo indícios de cólica, mas minha
revelação. A verdade era que não estava pronto para ser pai
minha vida, no fundo, torci para que o bebê fosse meu caso
ela estivesse de fato grávida. Não poderia suportar vê-la
vou tentar ser um bom pai, mesmo que não esteja preparado
para a paternidade, não te deixarei sozinha.
murmurou.
— Sim?
— Posso passar a noite aqui com você hoje? Sei que está
outras intenções?
seu decote, imaginando mil coisas que poderia fazer com ela
em cada canto desse apartamento. Se Rebecca me permitisse
eu estaria disposto a lhe dar todo prazer do mundo, todo
deleite que uma mulher merecia receber de um homem.
Ela riu.
pode me dar uma licença? Vou limpar essa bagunça que você,
você.
Sorri ao me lembrar daquele dia. Estava tão nervoso
em meus braços.
cuidar de mim.
sexo casual.
em local de trabalho?
novamente.
famintos.
sua nuca, depois até seus cabelos, onde fiz uma completa
bagunça com os dedos. Prendi os dedos nele e puxei um
mais excitada.
meu queixo.
retrucou.
meu anjo.
— Ah, Nicolas...
minha direção.
me limpar.
estava fazendo? Bem, o que quer que fosse eu não queria que
parasse. Estava tão bom.
carnuda e viciante!
homem que nem faz aquilo com a língua que você faz... que
uma boceta tão suculenta como a sua? Tem certeza de que ele
calão.
— Você se tocava?
Sua voz saiu murmurada, sorri porque era bizarro ele ter
que você é.
das horas.
Enchi-me de emoção.
aceitar ficar longe de você e dele. Claro que não irei exigir
compromisso, você é livre para escolher me dar ou não uma
segunda chance.
sabendo que era ridículo ele pedir permissão para subir para
o seu apartamento, no entanto, eu sabia que ele fazia isso
a porta.
Primeiro que aos trinta anos era difícil acordar com uma
novinhas.
— Bom dia, Beca — cumprimentou Nicolas, parecendo
animado e com a aparência impecável de sempre. Ele passou
olhos.
peito.
prometo, Rebecca.
que eu nunca tive. Quero que ela ou ele seja feliz e não
escorrer pelo meu rosto. Senti seu dedo erguer meu queixo,
quando alguém queria fazer mal a uma pessoa, não tinha nada
que pudesse impedi-la, nem mesmo um anjo protetor
disfarçado de médico.
— perguntei, curiosa.
resmunguei.
pesadamente
brusca.
garganta.
babando que percebi uma coisa. Se esse bebê for seu filho,
alguém o atrapalhou.
de Rebecca.
suspirou.
— Olha só, Rebecca. Que patrão incrível esse seu, te dá
até carona, além de trazê-la até o hospital. Você deve
tudo que fez e tem feito por mim, senhorita — rebateu Beca,
séria e sarcástica.
algo a mais...
ordenei.
nada.
mulher?
culpa de nada, tudo que fiz e faço por ela é por livre e
espontânea vontade.
— Sim, está.
— Ok, doutor!
braços e me abraçou.
ideia horrível.
marido.
muitos anos, soltei sua mão e não enfrentei meus pais, mas
hoje é diferente, sou um homem adulto e você uma mulher,
de medo ou receio.
dor.
Assim que saímos do carro, Nicolas e eu caminhamos
pela entrada, passando pelo jardim, e fomos recebidos pelo
Brianna.
mais segura.
conosco.
O jantar já tinha sido servido. Era escargot, uma comida
refinada e que não era qualquer um que apreciava. Para dizer
intenção de apoiá-la.
solidariedade.
consegui escutar.
aqui que ainda quero perto do meu filho, talvez ainda, serão
Brianna, Heitor e seus filhos. De resto, mais ninguém se
aproximará.
como você.
minha frente.
que me criou. Eu sabia que ela não era um doce, mas ouvir as
estava repreendendo por tantos anos. E isso que falei não foi
nem metade dos podres que contei sobre sua família, Nicolas,
tem muito mais!
cintura.
deram a vida. — Você acha que fiz certo, agindo dessa forma
impulsiva?
tudo que estava prendendo com você. Quer dizer, quase tudo,
porque pelo que disse no maldito jantar, aquilo que falou não
melhor? Quer que eu pegue uma água com açúcar para você?
confiança morrer.
— Não, ele nunca fez nada contra mim — respondeu,
parecendo sincera.
próprio irmão.
— Nicolas...
disse que não era para gozar, meu anjo. Agora vou ter que
castigá-la. — A voz de Nicolas saiu dura e rígida, ele tirou o
dedo de dentro de mim, fazendo-me ficar saudosa por ele.
sua curiosa.
excita bastante.
ele soltou meu cabelo e estapeou minha bunda tão forte que
empinei a bunda mais e gritei de dor. — Eu sei que você quer
bocetinha, Rebecca.
Nicolas impediu-me de continuar me levantando. Olhei-o
grudado ao meu.
armadilha novamente.
estou pensando.
cada vez mais sinto que não conseguirei tirar você dos meus
pensamentos.
precisamos ir.
Franzi o cenho.
de lado que fez meu coração bater mais rápido. Por que seu
sorriso tinha que ser tão bonito e tão malicioso?
do jantar, irmão. Acho que não reagi bem ao saber que serei
tio, o que nunca foi minha intenção, porque, no fundo, adorei
a ideia de ter mais uma criança na família para brincar com
riram.
achava uma ótima ideia fazer meu ex-marido filho da puta ter
que trabalhar até tarde me levando aos lugares. Acho que era
— Não sei...
endereço.
Algum problema?
João Miguel limpou a garganta e disfarçou o incômodo,
dando partida no carro.
— Não, senhora.
maléfico.
Devo me preocupar?
Estremeci toda.
questionei.
com a mão. — Só não gema alto, esse gostinho ele não vai
2 MESES DEPOIS
desse jeito todos os cafés que for pegar vão cair — falei, me
levantando para ajudá-la com a bagunça.
seria bem melhor para mim ter uma companhia, mas sabia
que Nicolas tinha feito isso somente para que eu não ficasse
que meu serviço era tranquilo, mas ele não parecia entender,
ou não queria.
fazia falta.
Jade.
Posso tocar?
alto que eu, tinha a pele branca e olhos azulados. Rosto sem
barba e cabelo liso jogado para trás. Era bonito e galante, no
entanto, comigo nunca se atreveu a tentar nada.
poderia magoá-lo.
acha? Topa?
mas eu não podia ser essa mulher. Contudo, na hora que iria
responder, alguém o fez para mim:
suas asas.
demitido.
— Doutor Albuquerque, perdão pelo infortúnio. Eu não
sabia que Rebecca e o senhor eram comprometidos, porque
compromisso.
segundos.
A maldita recepcionista empinou o queixo e colocou a
precisa ter uma crise de ciúme? Que parte não entendeu que
não temos nada sério, sou solteira e posso sair com quem eu
quiser.
mim.
do meu.
Nico.
em cima de você...
— Ele sabe que sou solteira, é normal... — Sua resposta
quebrou a pouca paciência que havia me sobrado.
ligo.
viagem que tive que fazer para o exterior. A verdade era que
quanto mais eu tinha Rebecca, mais a queria. A mulher
bochechas.
me perdoar?
entreabertos.
— Como?
ela obedeceu.
— Ai, doutor...
— Eu deveria aplicar um castigo em você por ter me
— Ah, Nico...
Nunca vou me esquecer do que tem feito por mim. Acho que
afundada na tristeza.
após dizer essas palavras. Meu Deus, ele estava branco como
— Meu pai...
nas mãos.
emocionada.
desse?
ficha que seu pai pode... Não quero nem pensar nisso. —
Vitória balançou o rosto, seus olhos estavam inchados de
tanto chorar, quando me viu pensei que ela faria alarde, mas
simplesmente ignorou minha presença. — Os médicos não
chorar.
Passei com Felipe por algumas horas, até que ele dormiu
em meu colo. Ele não estava com fome e nem sujo, só queria
para todos que estavam ali, inclusive eu, entenderem que nós
éramos seres frágeis e que devíamos viver a vida como se
negou.
— Como eu disse, senhor Albuquerque, ainda preciso
fazer exames e ele passará por mais uma cirurgia. Só teremos
adequadamente.
choque igual a todos nós. Ela veio até mim, quando viu a
minha aproximação e se jogou sobre meus braços me
bem que você está aqui comigo, acho que não conseguiria
lidar com isso sozinho. Obrigado.
com ela. Até parecia que ela não era acostumada com afeto e
carinho, pelo menos não com muito.
de viver.
Minha mãe não estava sabendo lidar com tudo que houve
nunca.
diz que foi rejeitada por mim no passado, que eu lhe fiz
nunca mais vê-lo, meu Deus, como eu pude fazer isso a você,
maldade que fiz. Quero ser uma boa avó. — Ela cobriu o
rosto com as mãos, tentando se esconder. Eu já não tinha
carona hoje. Fiquei surpresa porque fazia dias que ele não
cabeça do imbecil...
desistir.
para me dizer!?
Respirei fundo ao me sentar na poltrona do escritório
quisesse.
porra!
— Eu sabia que você era ruim, eu tive certeza disso
eu sofri por não ter tido um final feliz com o homem que
amava. Fechei meu coração e até me sucumbi a um
relacionamento extremamente tóxico só para suprir a
mesmo pela minha mãe e nem ela por mim. Quando menina,
eu era maltratada pelos meus pais, abusada física e
psicologicamente. Eles tinham uma boa condição financeira e
deveria ser como eles, viver como eles vivam. E que a forma
de amar dos meus pais eram a correta, que uma pessoa de
fundo, vou levá-la para o hospital. Não vou deixar que nada
aconteça a minha filha!
quanto eu.
tempo.
perguntou o médico.
toda vez que olhava para Nicolas tinha certeza de que ele
meu coração ardia. E o pior de tudo isso foi culpa minha, por
que o que ela tinha para contar era tão assombroso e nojento.
Senti ódio da minha própria mãe ao saber tudo que ela fez
preocupada.
você e ao bebê...
ouvir tudo que sua mãe tinha para falar. Eu só não fui forte o
bastante para aguentar todo aquele impacto, mas pelo menos
sabia?
— Rebecca...
sempre.
Assim que cheguei em sua casa fui recebido por ele, que
demais.
não se importam...
— Não, tudo bem. Entendo! — respondeu Brianna.
atônito, surpreso
Você vive de status social, se casou com uma mulher que não
né!
estava a caminho.
No final do oitavo mês de gravidez, quando eu já não
O hospital não seria dos seus pais, mas era tão bom quanto.
Escolhemos quarto particular e todas as mordomias que me
parto.
morar com ele na sua cobertura por ser vigiada e muito bem
me dando apoio.
Meu coração estava batendo depressa, ansioso para ver
Nicolas.
Nicolas e a cor dos olhos ainda não dava para ter certeza,
porque ela ainda não os tinha aberto. A boca era rosada e as
a mim.
— Ela é tão linda, bebê, parece com você — disse
Nicolas. — O formato do rosto me lembra o seu.
bebê e a levar.
fazia bem.
neta. Talvez Alice não vai conviver com eles pela sua
causava arrepios.
risco para Alice. Ela é meu bem mais precioso e não vou
deixar que nada a aconteça. No entanto, precisamos seguir
idade ela que deve formar uma opinião deles, sem ser
difíceis, terá a mim e seu pai para ampará-la. Terá uma boa
minha neta.
— Entendi.
tímida
dona Vitória.
eu posso segurá-la?
— Ela tem cara que vai ser muito esperta — disse minha
mãe. — Talvez uma futura médica?
— Vai saber do que ela vai gostar, pode ser que no fim
nossa família possa ser feliz e unida outra vez. E quero ser
presente na vida da Alice, minha neta linda. Ela foi um dos
queridos.
palavras comoventes.
Eu me arrependo muito!
para ela!
calça de moletom.
Não eu, ah! — Sua voz saiu rouca e ela fechou os olhos. Meu
pau latejou ao notar os mamilos marcados no pijama
finíssimo branco.
Ela se engasgou.
será!
Dito isso, joguei-a para o lado da cama e aprofundei
nosso beijo, não lhe dando escapatória. Essa noite ela não me
escaparia.
vez.
só ouvindo as histórias.
sobre ele. Até parece que não escutaram que ele me chamou
abraçando-o.
dele. — Mãe, diz para ele que já como mais fruta que setenta
por cento das crianças de hoje em dia?
— Nicolas, se concentre...
encostar em mim.
demitiu que não tenho paz. Fico imaginado toda hora você
Eu adorava provocá-lo.
Beca!
excitados.
pelo outro.