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IDENTIFICAÇÃO

Nome do Orientador: PROF. DR. MÁRIO BARLETTA


Nome do Aluno: JÚLIA DE ARAGÃO SOARES GRIZ
Título do Projeto: A INFLUÊNCIA DO CICLO LUNAR NA UTILIZAÇÃO DOS CANAIS
DE MARÉ PELAS PRIMEIRAS FASES ONTOGENÉTICAS DE Anchovia clupeoides
(Swainson, 1839) NO ESTUÁRIO DO RIO GOIANA (RESEX ACAÚ-GOIANA (PE/PB)).

RESUMO DO TRABALHO

Estuários são ecossistemas que possuem enorme importância ecológica, servindo


como local de berçário, alimentação e proteção. Diversas espécies utilizam dele para
completar pelo menos uma parte do seu ciclo de vida. O estuário do Rio Goiana, localizado
no nordeste Brasileiro, abrange uma rica fauna e flora. Este estuário é cercado por florestas de
mangue, nas quais podem ser encontrados canais de maré. Em decorrência da grande
quantidade de matéria orgânica e de sua morfologia, nesses canais podem ser encontradas
diversas espécies em suas fases iniciais de desenvolvimento. O presente estudo teve como
objetivos analisar a influencia do ciclo lunar na utilização dos canais de maré pelos primeiros
estágios (pré-, flexão e pós-) larvais da espécie Anchovia clupeoides (Swainson, 1839). Para
isso foi necessário descrever esses estágios, assim como determinaram seus padrões de
crescimento alométrico. Entre os meses de Abril e Maio de 2008, foram realizadas 12
amostras, constando de três coletas nos canais de maré (com características semelhantes em
relação à salinidade e morfologia), para cada fase da lua. No total, foram identificadas 2952
larvas que através da posição da notocorda foram classificadas como 27 pré-flexão (CP≤ 6,7
mm), 25 como flexão (6,8 mm ≤ CP ≤ 7,9 mm) e as demais como pós-flexão (8,0 mm ≤ CP ≤
27,4 mm). Os primeiros dois estágios apresentaram um crescimento acelerado, principalmente
na região bucal e nos órgãos sensoriais, enquanto a pós-flexão apresentou crescimento
isométrico. As larvas apresentaram maior densidade média na lua um quarto minguante (1.15
ind 100 m-3), porém a fase lunar não aparenta influenciar na utilização dos canais pelas larvas,
sugerindo que as mesmas residem nos canais, independente da lua. Os resultados obtidos
nesse estudo foram de grande relevância para a compreensão total da ecologia da espécie,
assim como para o habitat e ecossistema e servirá como base para estudos futuros.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

Estuários são corpos d’água semiabertos com ligação direta com o oceano que sofrem
influência de águas fluviais e oceânicas (Pritchard, 1967). Tais ecossistemas desempenham
importante papel ecológico provendo local de proteção, alimentação, berçário, recrutamento e
reprodução para diversas espécies (Barletta & Costa, 2009). Essas características permitem
que estuários apresentem uma grande densidade de peixes, os mesmos também desempenham
uma significativa função econômica, servindo de fonte de recursos para a pesca industrial,
artesanal e de subsistência (Barletta & Dantas, 2015a; Barletta & Costa, 2009). O encontro de
águas doces e salgadas que ocorre nos estuários proporciona uma grande variedade de
habitats, os quais são amplamente utilizados por espécies que desfrutam desses ambientes
para completar pelo menos uma fase de seu ciclo de vida (Barletta et al., 2000; Barletta et al.,
2003; Ramos et al., 2011; Lima et al., 2011; 2013).
Em estuários tropicais, a variação sazonal da precipitação e salinidade é responsável
pelos padrões de distribuição das assembleias de peixes que utilizam os diferentes habitats
destes sistemas. Por este motivo, as espécies com necessidades fisiológicas distintas se
distribuem de acordo com as características físico-químicas desses habitats (Krumme et al.,
2015).
Em todo o percurso do estuário, podem ser encontrados canais de marés que adentram
as florestas de mangues comumente encontradas ao redor de estuários tropicais. Forjados
pelas águas, tais canais enchem e são igualmente escoados pela força das marés (Ramos et al.,
2011). Acredita-se que, devido à morfologia e ao suprimento sedimentar do mangue, esses
ambientes servem de refúgio, principalmente a organismos em suas primeiras fases de
desenvolvimento (Lima et al., 2016; Ramos et al., 2011; Krumme et al., 2008).
O ciclo lunar é responsável pelas marés e cada fase da lua possui influencias distintas
no regime de marés. Nas luas cheia e nova, ocorrem as marés de sizígia, no qual a preamar é
mais alta e a baixa-mar é mais baixa, em que se pode encontrar uma maior área inundada
pelos canais de maré. As marés de quadratura são marés intermediárias, tanto na preamar
quanto na baixa-mar, que ocorrem durante as luas um quarto minguante e crescente, assim,
haverá menos deste habitat disponível para os organismos (Lima et al., 2016).
Existe uma grande quantidade de nutrientes oriundos das florestas de mangue, que por
sua vez atraem para esses ambientes produtores primários (Krumme et al., 2015). Portanto, a
disponibilidade de alimento torna este habitat favorável para diversos organismos, incluindo
os organismos filtradores pertencentes a família Engraulidae (Lima et al., 2016).
A família Engraulidae é formada por peixes de pequeno porte (>30 cm) que
apresentam pouco valor econômico; mas que, entretanto, são comumente utilizados como
forma de subsistência por comunidades ribeirinhas (Cervigón et al., 1993). A família
Engraulidae possui sete gêneros e 24 espécies, incluindo espécies de água doce, estuarinas e
oceânicas distribuídas ao longo de todo litoral norte da América do Sul (Cervigón et al.,
1993).
Espécie exemplo de grande relevância dessa família é a Anchovia clupeoides
(Swainson, 1839), espécie planctófoga capaz de suportar uma grande amplitude de salinidade,
sendo assim, caracterizada na guilda funcional de espécie estuarina (Froese & Pauly, 2015).
Tal espécie utiliza o estuário para alimentação, proteção e berçário (Cervigón et al., 1993).
Apesar de não apresentar grande valor econômico, a A. clupeoides possui importante
papel ecológico, servindo de elo entre os produtores primários e os predadores de topo, como
a pescada amarela (Ferreira et al., 2016). A A. clupeoides é abundante em canais de marés,
sendo sua biomassa influenciada pelas fases da lua, que, por sua vez, induzem às flutuações
de maré e afetam todos os níveis tróficos da comunidade que habita tais áreas de transição,
tanto em termos de composição, quanto em termos estruturais (Barletta-bergan et al., 2002a;
Barletta et. al., 2003; Ramos et al., 2011; Lima et al., 2016). Apesar da relevância de tal
espécie, observa-se, entretanto, expressiva carência literária quanto à estudos acerca da
influência da lua nas primeiras fases de vida da A. clupeoides.

2. OBJETIVOS

O presente estudo teve por objetivo analisar a influencia das fases lunares na utilização
dos canais de marés pelos primeiros estágios ontogenéticos da espécie Anchovia clupeoides.
Para isso, foram descritos os primeiros estágios larvais, assim como os padrões de
crescimento. Para avaliar a influencia da fase lunar, foi analisada a densidade das larvas em
cada canal de maré.
2.1. HIPÓTESE

A hipótese testada nesse estudo é de as diferentes fases de lua influenciam o padrão de


utilização dos canais de maré pelos estágios iniciais de desenvolvimento de A. clupeoides
(pré-flexão, flexão e pós-flexão).

3. METODOLOGIA DO TRABALHO

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O estuário do Rio Goiana é um importante estuário localizado no nordeste Brasileiro,


especificamente na divisa dos estados de Pernambuco e Paraíba, abrangendo uma área de
aproximadamente 4.700ha. Dentre seus principais tributários estão os rios Capibaribe Mirim e
o rio Tracunhaém, que dão origem ao Rio Goiana. Este estuário é um ecossistema bastante
produtivo, compondo uma rica fauna que inclui diversos peixes, crustáceos e moluscos. Além
disso, o estuário do Rio Goiana é um dos mais produtivos entrepostos pesqueiros de
Pernambuco, tendo como principal atividade a pesca artesanal de peixes e crustáceos (Barletta
& Costa, 2009).
O ecossistema estuarino é dividido em três áreas distintas, de acordo com o gradiente
de salinidade: em estuário superior, intermediário e inferior. O estuário superior é definido
por salinidades que variam de 0-5, sendo fortemente influenciado pelas águas continentais.
No estuário intermediário a salinidade flutua entre 5-20, sofrendo maior influência do rio ou
do mar de acordo com a estação do ano. Por fim, o estuário inferior apresenta salinidade entre
20-36, sendo principalmente influenciado pelo regime de marés (Barletta & Costa (2009).
Dentro desse ecossistema estão localizados dois habitats distintos: o canal principal e
os canais de maré. O canal principal é o caminho traçado pelo rio da nascente até a
desembocadura. Ao longo de todo percurso do canal principal, o estuário é cercado por
florestas de mangue, cuja vegetação predominante são as espécies Rhizophora mangle,
Laguncularia racemosa e Avicennia spp. (Dantas et al., 2012; Barletta & Costa, 2009).
Adentrando esses manguezais, encontram-se canais de maré. Estes habitats estão mais
disponíveis aos organismos da ictiofauna na preamar, enquanto na baixa-mar encontram-se
escoados pelas marés, variando entre 0 a 2,5 metros a depender da fase lunar (Barletta et al.,
2003, 2005; Ramos et. al, 2011; Lima et al., 2016).
Figura 1. Estuário do Rio Goiana. As áreas marcadas por ● representam os canais de maré amostrados, enquanto
que as marcadas por indicam as três porções do estuário.

3.2. COLETA DE DADOS

A coleta foi realizada entre os meses de abril e maio de 2008, nos canais de maré
durante as quatro fases da lua (Lua Nova, Quarto Crescente, Cheia e Quarto Minguante).
Foram realizadas 12 amostras, constando de três coletas nos canais de maré (com
características semelhantes em relação à salinidade e morfologia - réplicas), para cada fase da
lua. Esses meses foram utilizados para enfatizar a influência lunar na utilização dos canais de
maré pela espécie A. clupeoides, as coletas foram realizadas durante este período,
minimizando a influência da maior precipitação nos meses de junho a agosto, e minimizando
a influência as altas temperaturas registradas nos meses de dezembro a fevereiro. Cada coleta
nos canais de maré foi realizada de modo que fosse amostrado, para cada fase lunar, um canal
localizado mais próximo à região marinha costeira, um com localização intermediária e outro
mais afastado da região costeira.

Figura 2. Planejamento amostral esquemático para realização das coletas e teste da hipótese.

Além da variação geográfica da coleta, cada amostra foi realizada durante a variação de
maré, da preamar para baixa-mar, com o uso de uma rede retangular de plâncton com 10 x 2
metros de dimensão (malha de 1000μm), encerrada por um saco cônico central, com 0,6
metros de diâmetro (malha de 500 μm), que acaba em um copo coletor (Ramos et al.,
2011;Lima et al., 2016). A rede foi posicionada na entrada dos canais de maré, fixada de uma
margem a outra, durante a preamar que foi retirada posteriormente na baixa-mar, juntamente
com todos os espécimes contidos no copo coletor da rede e fixados em formol a 4% com água
do mar. As amostras então foram fixadas em formol e estocadas no Laboratório de Ecologia e
Gerenciamento de Ecossistemas Costeiros e Estuarinos (LEGECE) (Ramos et al., 2011;Lima
et al., 2016).
Fonte: LEGECE
Figura 3. Amostragem nos canais de maré, utilizando a rede retangular de plâncton.

A temperatura da água (ºC), salinidade (Salinometer WTW LF 197) e oxigênio


dissolvido (mg/L) (Oximeter WTW Oxi 340) foram coletados na boca desses canais por 4
horas consecutivas. A vazão dos canais foi medida a cada hora utilizando um fluxômetro
General Oceanics (www.generaloceanics.com) acoplado a uma boia e colocado na frente da
rede.

3.3. IDENTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES

A principal característica diagnostica da espécie Anchovia clupeoides é a sobreposição


das nadadeiras dorsal e anal. A nadadeira anal origina sob a metade da base da nadadeira
dorsal (Figueiredo & Menezes, 1978; Silva et al., 2010). As larvas apresentam o intestino
posterior largo e um elevado número de raios na nadadeira anal (28-35 raios), com uma
pigmentação característica na porção ventral, entretanto o intestino não apresenta
pigmentação (Richards, 2006; Barletta-Bergan et al., 1999; Silva et al., 2010 ). Tais
características são usadas como características diagnósticas, para identificar quais das larvas
coletadas pertencem a essa espécie (Richards, 2006).

3.4. CLASSIFICÃO DOS ESTÁGIOS INICIAIS DE DESENVOLVIMENTO

No presente estudo, foram analisadas apenas larvas, que compreendem indivíduos com
comprimento padrão menores que 27,4 mm. As larvas foram divididas em três estágios: pré-
flexão, flexão e pós-flexão. Larvas de peixe possuem uma estrutura embrionária chamada
notocorda, que ao longo do seu desenvolvimento originará a coluna vertebral, essa estrutura
foi utilizada para diferenciar os três estágios larvais analisados. Nos indivíduos em pré-flexão,
a notocorda, na região caudal é totalmente horizontal e são descritos na literatura como
organismos menores que 6,7 mm (Barletta-Bergan et al., 1999). Entre 6,8 e 7,9 mm de
comprimento padrão, as larvas são caracterizadas no estágio de flexão. Nesta fase a notocorda
encontra-se levemente flexionada no sentido dorsal (Barletta-Bergan et al., 1999). Entre 8,0
mm e 27,4 mm os indivíduos encontram-se em pós-flexão com a notocorda totalmente
flexionada em aproximadamente 45 graus em relação ao principal eixo do corpo, e os
elementos caudais começam a ser visualizados (Barletta-Bergan et al. 1999).

3.5. PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Utilizando uma lupa com câmera acoplada (Canon-Powershot G10) e o programa


AXIOVISION Release 4.7.2 (programa que calibrado para transformar pixels em milímetros),
foi possível tirar todas as medidas morfométricas: comprimento total (CT), comprimento
padrão (CP), diâmetro do olho (D), distância pré-orbital (PO), distância pós-orbital,
comprimento da cabeça (CC), distância pré-peitoral, distância pré-pélvica (PP), distância pré-
dorsal (PD), comprimento da base da dorsal, distância pré-anal (PA) e comprimento da base
da anal. Utilizando essa mesma lupa, foram tiradas as medidas meristicas: miômeros e raios
de todas as nadadeiras (peitoral, pélvica, dorsal, anal e caudal).

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

O crescimento alométrico foi calculado a partir de uma função potência relacionando o


comprimento total com as variáveis dependentes (diâmetro do olho, distância pré-orbital
comprimentos da cabeça, pré-dorsal, pré-pélvica, pré-peitoral e pré-anal) de acordo com o
modelo Y = β0 CTβ1 + ε (Huxley, 1924). Foi realizada uma linearização desse modelo
resultando em curvas de regressão do tipo: log(y) = log(β0) + β1 log(CT) + log(ε); nas quais Y
é a variável dependente, CT a variável independente, β0 é a intercepção e β1 é a inclinação da
reta ou o coeficiente de crescimento. Quando este coeficiente é igual a 1, o crescimento é dito
isométrico (os crescimentos das variáveis são proporcionalmente iguais). O crescimento
alométrico positivo (β1 > 1) caracteriza um crescimento acelerado da variável dependente em
relação ao comprimento total. No crescimento alométrico negativo, a variável dependente
apresenta um crescimento lento em relação ao comprimento total (β1 < 1).
A análise de variância (one-way ANOVA) foi utilizada para testar se as densidades
médias dos indivíduos nos diferentes estágios de desenvolvimento (pré-flexão, flexão e pós-
flexão), apresentam diferenças significativas em relação às diferentes fases da lua (lua quarto
crescente, nova, quarto minguante e cheia). Com o intuito de alcançar a normalidade, os
dados foram submetidos ao processo de transformação pelo método Box-Cox (Box & Cox,
1964). Em seguida, foi aplicado o teste de Cochran para testar a homocedasticidade dos
tratamentos. Sempre que os resultados da análise determinaram diferenças significativas, foi
realizado o teste de Bonferroni para definir as fontes de variância (Quinn & Keough, 2002).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. DETERMINAÇÃO DOS ESTÁGIOS INICIAS DE A. CLUPEOIDES

Na análise realizada, do total de 2952 larvas de A. clupeoides foram identificadas


apenas 27 larvas em pré-flexão, cujos comprimentos totais (CT) variaram entre 4.36 mm e 7.2
mm, com média de 6.25±0.650 mm. 25 larvas foram classificadas no estágio de flexão com
CT entre 7 mm e 8.75 mm, e média de 7.880±0.50 mm. Nessas larvas, a nadadeira caudal não
apresenta raios bem formados e uma nadadeira mediana se estende na metade posterior do
corpo, iniciando no dorso e se estendendo até o ventre. Os comprimentos pré-dorsal e pré-
pélvico, foram, então, mensurados a partir do início e término da nadadeira mediana,
respectivamente, nas larvas em estágio de pré- e em flexão. Nas larvas em flexão, a nadadeira
dorsal começa a se formar, a partir de raios que surgem na nadadeira mediana.

Tabela 1. Medidas morfométricas dos estágios larvais de A. clupeoides.


PRÉ-
ESTÁGIO CT PO CC PD PP PA
PEITORAL
PRÉ 6.25 ± 0.7 0.24 ± 0.06 1.45 ± 0.1 4.16 ± 0.42 2.51 ± 0.6
(n = 27) (n = 8) (n = 18) (n = 10) (n = 13)
FLEX 7.88 ± 0.5 0.33 ± 0.09 1.34 ± 0.2 4.93 ± 0.43 3.00 ± 0.5
(n = 25) (n = 13) (n = 20) (n = 17) (n = 11)
PÓS 16.27 ± 3.8 0.88 ± 0.28 5.02 ± 1.41 4.52 ± 1.3 9.71 ± 1.6 7.37 ± 1.5 10.81 ± 1.7
(n = 2900) (n = 84) (n = 81) (n = 84) (n = 93) (n = 83) (n = 93)

As larvas em pós-flexão apresentaram CTs variando entre 8.4 mm e 27.3 mm, com
média de 16.27 ± 3.84 mm. Larvas nesse estágio apresentam todas as nadadeiras (peitoral,
pélvica, dorsal, anal e caudal), porém com níveis de desenvolvimento distintos de acordo com
o tamanho. Larvas com CT inferior a 10.5 mm apresentam as nadadeiras peitoral e pélvica
ainda em desenvolvimento. Os raios da nadadeira peitoral variam entre 9 e 17, (13.77 ± 1.75).
Nas nadadeiras pélvicas, os raios variam entre 4 e 7, média de (6.4 ± 0.67). A nadadeira
dorsal tem número de raios que variam entre 10 e 16 raios (14.06 ± 1.16). A nadadeira anal
apresenta entre 25 e 35 raios (30.95 ± 1.63). A nadadeira caudal apresentou grande amplitude
de raios, variando entre 23 e 36 (31.85 ± 2.17).

Tabela 2. Medidas meristicas do estágio larval pós-flexão.


MIÔMEROS RAIOS
DORSAL PÉLVICA ANAL CAUDAL
40.74 ± 1.26 14.06 ± 1.16 6.4 ± 0.67 30.95 ± 1.63 31.85 ± 2.17
(n = 94) (n = 94) (n = 88) (n = 91) (n = 94)

4.2. PADRÕES DE CRESCIMENTO ALOMÉTRICO

Para entender os padrões de crescimento alométrico foi utilizada a função potência,


pois além de fornecer o coeficiente de correlação entre as variáveis morfométricas, ela
fornece o coeficiente de crescimento (β1), que permite inferir com qual proporção as variáveis
dependentes crescem em relação à independente (CT). Foram analisadas seis variáveis. O
comprimento total é a variável independente, enquanto os comprimentos pré-dorsal, pré-
pélvico, pré-orbital, comprimento da cabeça e diâmetro do olho são as variáveis dependentes.
Para analisar o crescimento das estruturas que portam órgãos sensoriais a variável
independente foi o comprimento da cabeça e as dependentes foram o diâmetro do olho e a
distância pré-orbital.
Durante os estágios de pré-flexão e flexão, as variáveis não apresentaram uma forte
correlação (R2 ≤ 0.478 e R2 ≤ 0.4318, respectivamente). Isso significa que durante esses
estágios os indivíduos utilizam as reservas energéticas principalmente para o crescimento
longitudinal, uma vez que a curva é praticamente uma constante que relaciona às variáveis
dependentes e independentes. Esses estágios são caracterizados por um crescimento acelerado
em um curto período de tempo por se tratar de um período crítico sujeito a fácil predação.
Diferente do Cathorops spixii (Agassiz, 1829) que apresenta uma ecologia diferenciada em
razão da ocorrência do cuidado parental, resultando em um longo período de incubação (±
100-140 dias) na boca do pai emergindo como juvenis (Lima et al., 2011).
Nas larvas em pré-flexão, o diâmetro do olho apresentou um crescimento lento (β1 =
0.7) e a distância pré-orbital apresentou um crescimento acelerado (β1 = 1.9), ambos em
relação ao comprimento da cabeça. O crescimento acelerado do comprimento pré-orbital pode
estar relacionado à necessidade do rápido desenvolvimento da boca, pois tal espécie é uma
filtradora planctívora. Tal fato é corroborado quando a distância pré-orbital é relacionada ao
comprimento total, pois permanece em crescimento acelerado (β1 = 1.6), enquanto o diâmetro
do olho cresce isometricamente (β1 = 1.1). Os comprimentos da cabeça e pré-dorsal, quando
relacionados ao comprimento total, apresentam crescimento lento (β1 = 0.7 e β1 = 0.8,
respectivamente), enquanto o comprimento pré-pélvica cresceu isométricamente (β1 = 1.0).
Esses resultados apontam que durante o estágio de pré-flexão, as larvas apresentam um
crescimento acelerado na região bucal.
Nas larvas em flexão, o diâmetro do olho e a distância pré-orbital apresentaram um
crescimento bastante lento (β1 = 0.2 e β1 = 0.5, respectivamente), em relação ao comprimento
da cabeça. Quando as mesmas variáveis são relacionadas ao comprimento total suas taxas de
crescimento aumentam drasticamente. O diâmetro do olho aumentou de 0.2 para 1,4 e a
distância pré-orbital aumentou de 0.5 para 3.1. Isso sugere que as larvas em flexão utilizam
suas reservas energéticas para o crescimento de estruturas sensoriais do crânio, pois o
comprimento da cabeça passa a crescer na mesma proporção que o comprimento total (β 1 =
1.1), enquanto os comprimentos pré-dorsal e pré-pélvico apresentam crescimento lento
(ambos com β1 = 0.4).
No estágio de pós-flexão, todas as variáveis apresentam uma forte correlação (R2 ≥
0.73). As variáveis diâmetro do olho e comprimento pré-orbital, apresentaram crescimento
isométrico (β1 = 1.0 e β1 = 0.9, respectivamente) em relação ao comprimento da cabeça. Já em
relação ao comprimento total, ambas as variáveis apresentarem um aumento no crescimento
(β1 = 1.4 e β1 = 1.4). Os comprimentos pré-dorsal e pré-pélvico apresentam crescimento
isométrico (β1 ~ 0.9), enquanto o comprimento da cabeça apresentou um crescimento mais
acelerado com β1 igual a 1.3. O padrão de crescimento alométrico no estágio de pós-flexão
sugere que as larvas estão bem desenvolvidas e com tendência a isometria para alcançar o
estágio juvenil.
Figura 4A, 4B e 4C. Padrões de crescimento alométrico dos diferentes estágios larvais de A. clupeoides. 4A.
Descrição do padrão de crescimento da distância pré-dorsal em relação ao comprimento total. 4B. Descrição do
padrão de crescimento do comprimento da cabeça em relação ao comprimento total. 4C. Descrição do padrão de
crescimento da distância pré-pélvica em relação ao comprimento total.
Tabela 3. Padrões de crescimento alométrico das variáveis: distância pré-dorsal, comprimento da cabeça e
distância pré-pélvica em relação ao comprimento total; Modelo sugerido para descrever os padrões de
crescimento; coeficiente de relação (r2); Número de indivíduos por estágio (N).
PD vs CT Modelo r2 N
Pré Y = 0.8548X0.8452 0.4772 10
Flex Y = 2.1532X0.3979 0.0728 17
Pós Y = 1.093X0.7301 0.9395 93
Todas as Fases Y = 1.0452X0.7449 0.9781 130
CC vs CT
Pré Y = 0.3191X0.6923 0.487 18
1.1063
Flex Y = 0.1341X 0.169 20
Pós Y = 0.1005X1.2672 0.9463 84
Todas as Fases Y = 0.1069X1.2448 0.9764 122
PP vs CT
Pré Y = 0.3746X1.0209 0.2233 13
0.4321
Flex Y = 1.2104X 0.0274 11
Pós Y = 0.4711X0.9082 0.7303 83
Todas as Fases Y = 0.4405X0.9301 0.9188 127

4.3. INFLUÊNCIA DAS DIFERENTES FASES DA LUA NA DISTRIBUIÇÃO DE


LARVAS DE A. CLUPEOIDES NOS CANAIS DE MARÉ

Como 98% das larvas foram classificadas como pós-flexão, a mesma foi determinante
na densidade média total das larvas (dT). A fase da lua que apresentou maior densidade média
foi a quarto minguante (dT = 1.15 ind 100 m-3 e a densidade média da pós-flexão (dPÓS) foi
igual à 1.11 ind 100 m-3) e a menor ocorrência na lua quarto crescente ( dT = 0.18 ind 100 m-
3
e dPÓS =0.18 ind 100 m-3). A grande concentração de larvas durante a lua um quarto
minguante também foi observado por Lima et al. (2015b) onde as larvas de A. clupeoides
apresentaram maior densidade durante esta fase. Podendo estar relacionada à disponibilidade
de alimento nesta fase, na qual existiram maior diversidade e quantidade de prezas (Lima &
Barletta, 2016). As larvas em flexão apresentaram maior densidade média na lua cheia (0.021
ind 100 m-3). Larvas em pré-flexão foram identificadas apenas nas luas cheia e um quarto
minguante (d = 0.0122 ind 100 m-3 e d = 0.0215 ind 100m-3). Na lua nova, não foram
encontradas larvas em pré- ou em flexão.
Figura 5. Descreve a densidade dos diferentes estágios larvais (pré, flexão e pós) e do total de larvas em função
das fases da Lua (um quarto crescente, cheia, um quarto minguante e nova).
A baixa taxa de captura de larvas no estágio inicial do desenvolvimento (pré-flexão e
flexão) nos canais de maré, sugerindo que os diferentes estágios podem estar localizados em
habitats distintos do estuário (Barletta-Bergan et al. 1999). Isso sugere que a desova e o
crescimento dos recém-eclodidos de A. clupeoides podem ocorrer principalmente no canal
principal, enquanto as larvas maiores utilizam as correntes para se deslocarem até os canais de
maré. Assim como o observado em Lima et al., (2015a), no qual a maioria das larvas de A.
clupeoides encontradas no canal principal foi classificada como pré-flexão.
Esses resultados colaboram para demonstrar a importância do ecossistema estuarino
no ciclo de vida de diversas espécies e estão sujeitos á uma alta degradação antrópica, como
foi descrito em Barletta et al., (2016), no qual foram analisados os efeitos da dragagem na
assembleia de peixes. A dragagem alterou a composição da assembleia, resultando em uma
alteração na teia trófica local. A A. clupeoides, assim como outras espécies, utiliza de habitats
distintos ao longo de seu desenvolvimento ontogenético, sendo encontrada no canal principal
nas fases pré- e flexão, depois, com auxílios das marés, residindo nos canais de maré (Ramos
et al, 2011; Lima et al., 2015, 2016).
Resultados da ANOVA mostraram que não houve diferença significativa entre as
densidades médias de A. clupeoides em relação às fases da lua (P>0.05), tanto para as
densidades totais, quanto para as densidades dos estágios de flexão analisados separadamente,
sugerindo que a fase lunar não influencia a distribuição e utilização dos canais de maré pelas
larvas. Nesse sentido larvas de A. clupeoides utilizam os canais de marés independentemente
do ciclo lunar, se aproveitando apenas das flutuações das marés que definem a inundação dos
canais. Num estudo conduzido por Lima et al., (2015b), também foi encontrado que as
densidades de diversas espécies de larvas identificadas nos canais de maré não sofriam
influencias do ciclo lunar. Porém, estudando todo ciclo de vida da A. clupeoides foi registrado
que as luas cheia e nova possuem forte influencia no padrão de utilização dos canais de maré
(Ramos et al., 2011).

5. CONCLUSÕES

Com este estudo foi possível descrever os estágios iniciais da espécie Anchovia
clupeoides. Durante os estágios de pré-flexão e flexão, as larvas possuíam comprimento total
6.25 ± 0.7 mm e 7.88 ± 0.5 mm respectivamente. Esses estágios são caracterizados por um
crescimento acelerado, dando prioridade aos órgãos sensoriais e os aparatos bucais. Durante o
estágio de pós-flexão, as larvas possuíram comprimentos totais que variavam de 8.4 mm e
27.3 mm, com média de 16.27 ± 3.84 mm. Este estágio apresentou, na maioria de suas
variáveis, crescimentos isométricos, o que mostra que os indivíduos mantêm suas proporções
corpóreas até a fase juvenil.
Também foi possível verificar que a fase lunar não influência na utilização dos canais
de maré pelas larvas; as mesmas podem desfrutam das vantagens proporcionadas pelas
florestas de mangue e da morfologia dos canais ao longo de todo clico lunar, principalmente o
estágio de pós-flexão que representou 98% das larvas analisadas.
Esse estudo forneceu resultados sobre os primeiros estágios de desenvolvimento
ontogenético da espécie Anchovia clupeoides que reside no Estuário do Rio Goiana que
podem auxiliar estudos futuros na descrição da espécie, assim como dos padrões de
crescimento. Também sendo relevante para estudos que pretendem analisar a distribuição nos
canais de maré em relação à lua, pois essa espécie é um elo trófico entre os produtores
primários e os predadores de topo.
Em decorrência da baixa captura de indivíduos em pré- e flexão e grande quantidade
de pós-flexão, sugerindo que a desova e eclosão das larvas ocorreram em um diferente habitat
do estuário. Nesse sentido, para melhor compreender como funciona a ecologia e a
distribuição dessa espécie ao longo do estuário, seria necessário realizar estudos que visam
analisar a espécie em todos os habitats do estuário, assim como em todas as fases de
desenvolvimento ontogenético.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. DIFICULDADES ENCONTRADAS

Uma boa parcela dos espécimes, principalmente as de menor porte, apresentaram perdas
de nadadeiras ou estavam danificadas ou existiam registros de esmagamento, dificultando a
identificação das características morfométricas e merísticas, tendo apenas os comprimentos
padrão e total medidos nestes casos. Isso demonstrou a importância do cuidado na
amostragem, triagem e armazenagem das amostras.
Alguns indivíduos não foram fotografados por incapacidade de enquadramento na lupa
(Carl Zeiss, Stemi DV4) com câmera acoplada (Canon, G10), assim sendo, suas
características não puderam ser mensuradas através do software Axiovision Rel. 4.7, portanto,
fez-se necessário o uso de paquímetro, sendo o mesmo menos preciso do que o software.

8. ATIVIDADES PARALELAS DESENVOLVIDAS PELO ALUNO

Manutenção e colaboração do sítio virtual do LEGECE


(https://www.legeceufpe.blogspot.com/); contribuição no desenvolvimento dos projetos
realizados no LEGECE.

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Data e assinatura do orientador

_________________________________________
Data e assinatura do aluno

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