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28.02.

2024
Fisiologia – Caso 04
Bases neurofisiológicas da memória fisiopatologia do
Alzheimer.
Maria, 79 anos, perda de memória progressiva há 02
anos, saiu de casa para passear e não conseguiu voltar,
sendo achada pelos familiares.
Memória – Vamos falar sobre memória, aspectos,
classificação, como a memória é formada no nosso SNC,
principalmente pensando no processo de facilitação
sináptica, de transformação do meu neurônio e fazendo
correlação com a memória de trabalho, memória de curto
prazo e memória de longo prazo, inclusive possibilitando
a relação com o aprendizado.
Quando é que eu faço uma mudança no meu cérebro,
quando é que eu deixo de ter uma informação que vai
durar alguns dias e ela é consolidada a uma memória que
vai durar a vida toda ou por um tempo maior? Então isso
é importante para a gente aprender.
Um ponto interessante a ser destacado é que a memória
tem muito a ver com personalidade por que a gente só
grava aquilo que a gente memorizou, aquilo que a gente
gravou e isso acaba formando um traço da nossa
personalidade, acaba sendo um pouco do que a gente é
de fato e tem muito a ver com a evocação, um dos
momentos mais importantes da memória da gente é o
momento da evocação, na prática, o que seria evocar?
Seria recordar, vamos lá, estamos no momento do
miniteste – Neste momento tivemos que fazer uma
evocação, tivemos que trazer à tona o que nós
aprendemos sobre aquilo ali, aqueles conceitos, aquelas
informações, quanto mais você evoca, quanto mais você
traz à tona aquela informação há uma tendência de você
conseguir consolidar ainda mais aquela informação, que
foi processada, então você evocar, trazer à tona, repetir
aquela informação, possibilita uma consolidação ainda
maior, vejam que a memória tem fases diferentes, a
aquisição, como é que você adquiriu aquela informação?
Como foi o processo de aprendizagem? Nesse momento
aqui, a gente já tem várias situações para que a memória
ela seja uma memória que pode se transformar mais
rapidamente, que é a memória de longo prazo, que é o
aprendizado propriamente, ou que ela vá durar pouco
tempo, que é a memória de curto prazo, o que você
adquiriu de qualquer jeito, você adquiriu sem muita
atenção aquilo ali não tem vinculação emocional
nenhuma. Você sabe que tem uma tríade da memória e
do aprendizado (Atenção, emoção e repetição) para
aprender precisamos dessas 3 coisas, a depender do que
você esteja aprendendo cada parte desse estudo vai ser
mais relevante que outro.
Por exemplo, numa atividade mais técnico por exemplo
algum tipo de técnica cirurgica especifica, a repetição é
extremamente importante a parte emocional não, mas é
importante que você goste de fazer aquilo por que se não
o seu aprendizado vai estar prejudicado. Quantas vezes
você tem dificuldade de aprender por que você não gosta
da matéria, não gostado professor, não gosta do
ambiente e isso tudo dificulta o aprendizado. As vezes em
determinado momento em determinado dia você vai
sentir uma influência maior, a atenção é muito
importante pois faz que a gente tenha um aprendizado
maior. Sentar no fundo as vezes pode prejudicar a sua
atenção, a pessoa não pode se sabotar, ela sabe que o
poder de concentração dela não é o melhor do mundo,
ela sabe que se tiver algo que distraia, ela se distrai
facilmente. A repetição também é importante, pois se
você tem uma graduação anterior e você não exerce
mais, você esquece, você não consegue. Uma pessoa que
não exerce mais uma profissão e tem aversão a algo, a
pessoa não lembra mais mesmo. Por outro lado se você
gosta de algo que você não pratica mais, você lembra,
você pode não ter mais a mesma habilidade, mas você
lembra.
O que a gente se recorda não necessariamente foi o que
aconteceu, a gente cria histórias, vocês que viveram o
mesmo fato, a mesa coisa, o que você guardou daquele
fato é diferente do que ela lembra, assim como o que a
sua mãe vai lembrar é diferente. A gente tem o péssimo
hábito de falar, eu me lembro exatamente onde
aconteceu, mentiraaaa, cada um tem a sua percepção,
cada um cria sua história sobre aquilo.
A memória faz de nós aquilo que somos e podemos vir a
ser, pois cada lembrança recordada ou esquecida faz com
que sejamos sujeitos únicos.
Duas pessoas vivenciando a mesma situação, a forma
como esse momento será armazenado será distinta,
levando a pontos de vistas diferentes;
O conjunto de memórias de cada pessoa influencia na sua
personalidade.
Memória de curta duração: É aquela que dura horas ou
dias, então não necessariamente você aprendeu, você
memorizou. Por exemplo assunto que você grava para
prova, que com o passar do tempo você nem lembra o
que é, é a memória de trabalho, é a que a gente tem sem
ter muita consciência do que está acontecendo, é no
automático, quer ver, você saiu de casa hoje de manhã,
tava se arrumando, pegou sua mochila, pegou o seu
almoço, fechou a porta de casa, desceu o elevador, pegou
o carro, veio para faculdade, você estava fazendo tudo
isso, mas na verdade você estava pensando em outra
coisa, você estava pensando se iria pegar engarrafamento
ou não, você vai fazer várias coisas, mas você não vai ter
consciência do que você está fazendo, você está se
arrumando, mas na verdade você não está pensando,
estou me arrumando, você está não está pensando estou
me arrumando, estou vestindo a roupa, você não está
criando consciência, fechou a porta de casa, fechou a
janela, pegou o carro foi para faculdade, você foi fazendo
tudo isso, mas na verdade você estava pensando em
outra coisa, se você vai pegar engarrafamento ou não,
então você vai fazendo várias coisas sem ter consciência
do que você está fazendo, isso é tão verdade que as vezes
você volta e se pergunta se você fez tal coisa. Eu preciso
transformar essas memórias, eu preciso transformar a
memória que é de trabalho da memória que é de curta
duração. Se durante esse momento que eu estava me
arrumando, pegando as minhas coisas para poder sair de
casa para chegar até aqui, acontecesse algum fato que
me fizesse lembrar até agora o que aconteceu de manha
cedo, por exemplo na hora que eu estava saindo de casa,
derramei o vaso de perfume no chão, bateu no meu pé,
derrubei o no meu pé e doeu, tive que para tudo para
limpar tudo no chão, aquilo foi um fato que me fez
lembrar o dia todo da hora que eu estava saindo de casa,
transformou em memória de curta duração, eu vou
lembrar durante duas semanas o que aconteceu, não foi
simplesmente sair de casa, foi sair de casa e derrubar o
perfume que caiu no meu pé, que eu tive que limpar a
casa toda, que eu me atrasei para sair de casa, se
transformou em memória de curta duração, eu prestei
mais atenção naquilo, eu repeti aquela informação várias
vezes, por que é o que deu problema para o meu lado,
atrasou tudo, tive que limpar o chão, tive que trocar de
roupa, enfim...Aquilo pode se transformar em uma
memória de longa duração, eu posso passar o resto da
minha vida lembrando que eu derrubei o frasco do
perfume no meu pé, imagina se quando o perfume cai no
meu pé eu sofra uma lesão, um problema mais sério no
meu dedão que eu tenho que suturar ali aquela região do
pé, eu tenho uma fratura, enfim, algo mais sério
aconteceu, e se eu ficar com uma cicatriz no meu pé o
resto da vida eu vou lembrar em longa duração, então
dependendo da relevância, da importância, do quanto eu
vou repetir , dependendo do nível de atenção que eu
tenho ali, eu transformo essa memória ao longo de todo
esse processo eu posso descartar, eu posso esquecer, eu
posso recuperar depois ai vem alguém e diz você lembra
daquele dia que você derrubou o perfume, você
recupera, mas você também pode esquecer. Vamos supor
que la na frente ele receba uma proposta fantástica para
voltar a fazer um trabalho na engenharia, mas é uma
coisa irrecusável, ele vai quitar o curso de medicina com
essa proposta, ele vai ter que passar por cima de coisas
que ele nem lembrava. Mas de repente algo pode fazer
com que ele lembre, mas a gente sempre tem que pensar
em um fator que possa estimular essa lembrança sim. Se
você não aprendeu, você não lembra. Na fisiologia como
se dá esse processo? Uma das coisas mais importantes na
fisiologia é facilitação sináptica e sinapse facilitada, você
começa por conta do processo de repetição a facilitar a
sinalização de um neurônio, então o que o primeiro
momento você recebendo um estimulo para lembrar o
que é um fêmur, fêmur é o osso da coxa por exemplo,
você vê pela primeira vez o fêmur na sua vida, é o
primeiro estimulo que você tem é o visual, esse estimulo
faz com que você envie essa informação para outro
neurônio, você envia a informação e cria uma sinapse e
no segundo momento você segura esse fêmur você já vai
chamar mais neurônios ali para justamente falar do
mesmo assunto, então você tem o mesmo estimulo ou
até um estimulo menor ou maior, mas você vai chamar
novas sinapses, a atividade vai ser aumentada, significa
que não só vou ter mais neurônios mas vou liberar mais
neurotransmissores e é isso que faz toda diferença o que
inclusive tem relação com a nossa capacidade cognitiva,
aumenta não só o aprendizado, o raciocínio, é a nossa
capacidade de fazer conexão, a capacidade de fazer
sinapse, eu posso ter uma quantidade muito menor de
neurônio, mas se meus neurônios conversarem mais eu
vou ter uma capacidade muito maior de aprender então
eu começo a ter novos elos, mais neurônios ali para falar
sobre o fêmur, então eu não so vi o fêmur no slide da
professora, então já faço associação com a coxa, eu já
penso que eu vi o fêmur numa cirurgia, eu já vou fazendo
várias outras conexões e por fim eu já tenho o estimulo,
já nem preciso mais ver o fêmur, somente mentalizando,
querendo lembrar o que é fêmur, ou seja com estimulo
regular eu já consigo fazer sinapse, isso aqui traz essa
ideia do que é o fêmur, faz com que eu lembre onde que
está localizado, faz com que eu lembre o que é um
trocanter maior e um trocanter menor, faz com que eu
lembre a cabeça do fêmur, onde ele se articula, faz com
que eu lembre tudo, a articulação do joelho associada,
por que eu já tenho uma sinapse facilitada, veja que para
que isso aconteça eu tenho uma repetição, várias vezes
eu falei sobre o fêmur, eu vi, eu peguei eu associei ao dia
que eu assisti, não é uma coisa simples, ninguém tem
dificuldade de aprender, você tem preguiça, por que a
gente demora para aprender, demora mesmo, isso para
dizer que você aprender coloque mais de um ano
repetindo aquilo, então tem que ter uma sequência, tem
que ter repetição, na vida profissional da gente acontece
isso, quando a professoa começou a fazer cirurgia, ela
adorava fazer nariz, reduzir nariz, fratura de nariz, eu
achava o máximo fazer aquilo, fazia com muita
frequência, ai quando tinha mandíbula ela não gostava
muito por que ela ficava so no nariz, nariz, ela achava o
máximo, ai o cunhado dela disse rapaz vai fazer outra
coisa, você precisa repetir mandíbula, e mandíbula u
achava chato, mas não era que eu achava chato era que
mandíbula eu não tinha tanta facilidade para fazer e eu
não tinha essa percepção, ai ela começou a fazer
mandíbula e já não queria mais fazer nariz, se você repete
determinada coisa, aquilo se torna fácil, por que você
está repetindo, tudo foi difícil para alguém algum dia,
você vai repetindo e se torna fácil, você cria as sinapses,
quantas vezes você faz algo pela primeira vez e fala meu
Deus que desastre, eu já contei para você como foi para
eu começar a dirigir, eu suava, desidratava, para subir
uma ladeira em salvador era a maior dificuldade, eu
rodava rodava rodava e para estacionar, depois de um
tempo você dirige e nem tem noção de que você está
dirigindo, a questão é repetição, o que vai acontecendo é
que suas sinapses vao ficando facilitadas e você vai
liberando neurotransmissor com muita facilidade, a
questão da emoção que eu havia falado antes é muito
interessante por que os eventos emocionais são mais
lembrados, a emoção acompanha eventos novos
direcionando maior atenção, se você tem maior atenção
você tem mais facilidade para aprender eai emoção na
vida é extremamente importante, até intonação da voz
de um professor faz diferença no aprendizado, por
exemplo uma pessoa que fala rápido demais, as vezes ela
tem que se controlar por que ela fala rápido demais e é
horrível alguém que fale rápido demais, outro dia fui ver
uma palestra, o homem falava bem , mas ele falava tão
rápido que eu não conseguia acompanhar a palestra, a
gente parou para analisar o quanto era complicado ele
falar rápido, imagina para um assunto que é difícil,
imagina a primeira vez que um aluno está ouvindo isso, ai
eu falei Pedro estou traumatizada, ai tem ao contrario, as
pessoas que falam muito devagar, quem esta sentado da
plateia vai ficar prestando atenção na sua roupa, a
maneira como você gesticula, a maneira como você fala,a
te o sotaque, se você não gosta daquela maneira que ela
falou, é a figura da pessoa, é a matéria, fisiologia não é
algo fácil, mas quando você consegue passar a
informação, as pessoas começam a gostar, você tem que
passar emoção se não você não vai ter atenção presa das
pessoas a esse processo, agora vamos pensar no oposto,
a parte negativa também precisa ter emoção vinculada,
mas se tiver uma negatividade associada eu vou ter
resistência, então os excessos não são interessantes, é
melhor até que você não tenha emoção vinculada do que
ter uma emoção negativa e outra coisa normalmente
quando você tem emoções negativas associada você não
consegue lembrar com clareza das informações, já se
sabe que casos de violência, estupro, quando ela quer
fazer um retrato falado, quando a pessoa quer descrever,
é complicado fazer isso, por que existe uma série de
alterações fisiológicas daquela pessoa que vão dificultar
que aquela pessoa consiga lembrar de fato o que
aconteceu, então você tem até uma forma de defesa, o
esquecimento, a gente esquece da dor, a gente esquece
do ato, como uma forma de defesa, agora tem varias
substancias químicas, que tentam inibir essas
informações para você se proteger, por isso inclusive que
tem uma coisa interessante no estudo da memória que é
o esquecimento, esquecer é fundamental, é uma das
partes mais importantes da memória, por que se você
não esquece, você não evolui, você precisa esquecer
várias coisas na sua vida para você seguir em frente,
imagina se você lembrasse de tudo com detalhe, você
não ia seguir em frente, então o esquecimento é
extremamente importante para que você consiga ter
outras coisas, para que você encontre espaço na sua vida
para outras historias, então é fundamental o processo de
esquecimento, para que tudo isso aconteça no seu
sistema nervoso.
Essa parte da neuroplasticidade explica como a gente se
reorganiza, como o nosso cérebro consegue se
transformar, se modificar, mas sempre essa modificação
depende de experiência, não adianta a gente não se
modifica sem estimulo, eai vocês devem ter escutado isso
varias vezes na vida, que a plasticidade é maior em
criança, é maior em pessoas mais jovens, sem duvida
alguma, por que o processo de facilitação sináptica
acontece de maneira mais fácil e você tem conexões ali
que não aconteceram antes, então é muito mais simples
que essas conexões passem a acontecer, só que eu
preciso entender que tudo isso só vai acontecer se eu
tiver experiência, se eu tiver estimulo, então se eu não
ofereço estimulo a criança, ela não tem
neuroplasticidade, se eu oferecer estimulo a um idoso,
ele vai ter neuroplasticidade, a gente nunca para de ter
neuroplasticidade, jamais, ela é tanto positiva quanto
negativa, esquecer faz parte do processo, eu preciso
esquecer, é uma forma de alterar, modificar,
neuroplasticidade é uma forma de transformar essa
transformação é sináptica, é morfológica, eu vou mostrar
aqui ppara vocês que a gente tem várias transformações.
Eu vou mostrar para vocês que a gente tem várias
transformações, essa classificação é de Roberto Lent, esse
livro é muito legal que é da mente e do comportamento,
é um livro menorzinho que ele traz essa parte
comportamental e ele subdivide neuroplasticidade em
morfológica, funcional e comportamental, a
comportamental a gente até viu na aula passada, que é
aquele potencial de longa duração, quando você libera
neurotransmissores por um tempo maior, mas a mais
interessante aqui é a morfológica, por que você tem nos
seus neurônios, os dendritos aumentandos, a superfície
de contato aumenta, então a gente tem aqui os espinhos
dendriticos. O que seria isso? Com o passar do tempo,
quanto mais você recebe estímulos, quanto mais você
estuda, quanto mais você aprende, os seus neurônios se
modificam morfologicamente falando, a gente não vai ter
novos neurônios, mas os nossos neurônios aumentam na
aporização dele, então a arvore dendritica aumenta, as
ramificações de uma forma geral elas conseguem ter uma
modificação e você começa a ter essas protuberâncias
que são os espinhos, então imagina que os dendritos
começam a ter várias protuberâncias e para que essas
protuberâncias existem ? Para que você aumente a
superfície de contato, se eu aumento a superfície de
contato, em uma área que vai ser de sinalização, eu vou
ter mais receptores, eu consigo ter mais receptores, olha
essa parte da imagem com 4 receptores e olha essa outra
com 12 receptores, se eu tenho mais receptores, eu vou
proporcionar aqui uma sinalização maior, mais sinapses,
então eu tenho uma área só, um dendrito só, uma
capacidade de fazer sinapse maior, eu posso dizer para
vocês que vocês estão fazendo faculdade, estão no 3
ano,6 semestre, a gente pode afirmar que o 3 ano de
faculdade, todos os neurônios de vocês já tem alteração
morfológica considerável, alguns mais outros menos
neurônios em áreas cerebrais, por que não são todas as
áreas que são desenvolvidas, exemplo, a parte motora
não vai ter dentritos, mas com certeza áreas de córtex,
principalmente as áreas sensoriais já tem mais dendritos,
certo ? eai com certeza, já vai ter essa diferença. O que é
importante são as conexões e não a quantidade, então eu
quero que fique aqui o que eu uso e as conexões que eu
faço, eu posso reduzir em quantidade, ok, sem problemas
nenhum, mas aqueles que estão ali que eles sejam ativos
e funcionem e que eles tenham um desenvolvimento,
tenha uma estrutura mais desenvolvida por que isso vai
fazer a diferença, certo. A gente vai perder neurônios por
inúmeros motivos, por não dormir direito, por usar
substancias que não são adequadas, por beber bebida
alcoolica, cigarro, redicais livres de uma forma geral,
substancias toxicas, esse aumento no comprimento, do
número de ramificações, isso aqui é fato que a gente vai
ter mais e isso faz com que a gente se proteja das
doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, fator de
risco para Alzheimer é não ter desenvolvimento dos
nossos neurônios, é pensar pouco, é não memorizar, é
não estudar, não aprender, não fazer neuroplasticidade,
você está fazendo neuroplasticidade todos os dias, todos
os dias você está aprendendo algo novo, isso é
fundamental.
No caso da funcional, essas alterações aqui são alterações
da nossa própria sinapse, essa é sua capacidade de fazer
novas conexões, de liberar mais neurotransmissor, um
dos melhores exemplos disso é membro fantasma,
membro fantasma é aquela condição em que o indivíduo
sofre uma amputação e continua sentindo como se ele
estivesse ali ainda e isso acontece por que eu não tenho
mais o membro, eu não tenho mais a mão, mas eu tenho
a área do cérebro que se refere aquela mão, eu tenho o
mapa somatotópico da mão lá no córtex e ainda sobre a
neuroplasticidade, com o passar do tempo o meu
organismo vai entender que não existe mais a mão e
aquela área do córtex que se referia a minha mão, passa
a ter outras funções eai eu deixo de ter essa sensação de
membro fantasma, então são novas conexões que vão
acontecendo no córtex.

Uma outra forma de plasticidade, que a gente viu na aula


passada que esse potencial de longa duração, é o
aumento prolongado dessa magnitude dessa resposta, eu
libero mais neurotransmissores por um tempo maior,
então não é simplesmente liberar mais neurotransmissor
como a gente viu na funcional, aqui eu to liberando
também por um tempo maior, aquela história de que
você estuda e dorme, você já ouviu falar que dormir
depois de estudar é interessante, por que esse potencial
de longa duração é ativado nesse momento, você depois
que estuda e dorme tem a condição de fazer com que
esse neurotransmissor seja liberado por tempo
prolongado, inclusive as vezes a gente até lembra o que a
gente estudou quando a gente está dormindo.
O magnésio atua aqui como se fosse uma troca, o cálcio
entra e o magnésio sai, só serve para fazer essa troca e
ajudar na captação do cálcio.

O potencial de longa duração (LTP) o que vai acontecer,


todas as vezes que você tem mais neurotransmissores,
você tem maior influxo de cálcio, isso é ótimo, mas
também pode ser prejudicial, na doença do Alzheimer, a
gente vai ver um pouco mais para frente que promove
morte de neurônio, por quando você tem muita
despolarização e muita liberação de neurotransmissor, as
vezes tem um influxo de cálcio muito grande na célula e
isso promove morte da célula, tem uma doença que todo
mundo já ouviu falar que é a esclerose lateral amiotrófica,
que a morte acontece nos neurônios por conta disso, é
muito glutamato, por que o astrocito não retira esse
glutamato excedente da fenda e esse glutamato promove
uma excitabilidade muito grande para o neurônio motor,
o influxo de cálcio só aumenta e com esse influxo de
cálcio as células vão morrendo, veja que esse cálcio
interage e permite que mais receptores metabotrópicos
(está acoplado a um canal iônico, ou uma enzima que
sintetiza o segundo mensageiro intracelular, através da
proteína G).
Memória de longa duração:
A gente tem aqui o aumento da sensibilidade ao
glutamato, a ativação da expressão genica e essa aqui é a
diferença, eu vou ter a ativação do DNA, é o DNA, é essa
expressão genica que me garante a síntese de proteína, é
por isso que demora para aprender, por que eu só
aprendo se eu tiver mais proteínas, sendo produzidas, se
eu tiver mais receptor, se eu tiver mais neurotransmissor,
se eu tiver mais epinhos dendriticos nos meus neurônios,
então isso não é de um dia para o outro isso demora e
isso depende de síntese de proteínas, então a memória
de longa duração é uma memória que vai durar muito
tempo, mas ela vai de fato ser uma memória que vai levar
um tempo grande para ser formada.
Essa imagem do Kandel eu gosto bastante por que ela
mostra a diferença fisiológica dos estágios da memória de
trabalho, de curto prazo e de longo prazo, veja que na
memória de curo prazo eu tenho aqui mais serotonina
sendo liberada, eu tenho mais neurotransmissor, então
eu tenho minha sinapse sendo fortalecida então eu tenho
um aumento na liberação de uma substancia, um
aumento na liberação de acetilcolina sendo liberada,
glutamato também é interessante nesse processo, mas
nesse caso de memória de longo prazo, eu crio uma
alteração no meu neurônio, eu to aumentando aqui, é
como se eu tivesse o crescimento do meu neurônio, eu
aumento a superfície de contato eai não é só ter uma
sinapse fortalecida, ter mais neurotransmissor, e tenho
proteínas que foram sintetizadas, eu tenho realmente o
crescimento do meu neurônio, então isso faz toda
diferença.
Tipos de memória:
Memória de trabalho: É aquela sensorial motora, aquela
inconsciente, aquela que eu estou saindo de casa,
carregando todas as minhas coisas e saindo.
Curto prazo: Eu tenho informações retidas por um tempo
curto, por horas ou dias.
Longo prazo: Eu tenho capacidade ilimitada de
armazenamento, então a gente pode guardar por muito
tempo. Para fazer a transformação dessa para essa de cá
tem-se alguns fatores, a relevância, a importância da
informação, a repetição e a codificação adequada.
A codificação é o meu sistema nervoso entender que saiu
daquela condição de uma sinapse facilitada e entrou no
meu processo de facilitação genica, ou seja eu comecei a
produzir proteína, eu comecei a mudar a estrutura do
meu neurônio, eu comecei a ter mais neurotransmissores
sendo liberados por mais tempo.
A memória de trabalho possibilita a continuidade dos
hábitos cotidianos, então eu vou ter uma tarefa do lado
da outra, eu armazeno informações por segundo, não é
importante eu guardar isso, vestir a roupa para sair de
casa, eu não preciso. Por isso inclusive que quando a
gente perde essa memória de trabalho a gente perde a
capacidade de interagir com novas pessoas, se ve muito
em pacientes com esquizofrenia, que não sabem onde
eles devem fazer determinada tarefa, por exemplo eles
tiram a roupa fora de casa, perde essa capacidade de ter
essa noção de onde ele está, é uma bobagem mas ele
perde essa capacidade de fato, dependendo da relevância
se aconteceu algo interessante nesse período, eu
armazeno na minha memória de curto prazo se não eu
esqueço.
Memória de longo prazo- Eu armazeno por anos ou por
toda a vida, para que a formação dela exista eu vou
precisar de modificações funcionais e estruturais no
neurônio e aqui eu tenho que pensar que o desuso ou
aquisição dela vai fazer toda diferença, quanto mais eu
evoco mais eu lembro e se deixo de usar, mais eu
esqueço.
Falhas na formação da memória de longa duração-
Tenho que pensar em fatores que podem trazer uma
alteração nesse processo, alerda é o nível de alerta,
ansiedade e estresse, aqui lembrar de cortisol e
adrenalina, que são essas substancias que estão
envolvidas nesse processo, as vezes eu tenho dificuldade
de formar a minha memória, de consolidar a minha
memória, por conta disso aqui e eu simplesmente não
consigo, por isso estava até citando situações violentas,
por mais que você diga que você lembra de tudo, não
lembra por que essas diferenças dificultam o processo de
consolidação da memória.
Vias vinculadas com a avaliação afetiva e os estados de
humor- Dopamina, serotonina e noradrenalina, pensar no
sistema límbico e entender que ele está associado a
memória e entender basicamente que ele fala de
emoção.
A outra forma de classificar memória é delcarativa e não
declarativa, o que é isso? A declarativa eu chamo de
explicita e a não declarativa chamo de implícita, a
declarativa eu declaro, não delcarativa eu tenho
dificuldade para descrever, eu sei fazer mas eu tenho
dificuldade para descrever como é, eu sei dirigir, mas não
sei descrever como é.
Agora como foi o dia que você casou, você conta uma
história, nesse caso para você narrar uma história você
tem que ter consciência, para dirigir você dirige no modo
automático, é classificada de memória de longo prazo eu
já sei, já aprendi.
Quando eu falo de memória implícita, parte técnica,
motora, sensorial, não declarativa, armazenam
capacidades ou hábitos
Quando eu falo de explicita declarativa, você descreve,
acontecimentos autobiográficos ou episódicos e as
semânticas.
Normalmente é a memória recente que é afetada no
Alzheimer, é memória descritiva. Normalmente essa
memória é no córtex entorrinal e hipocampo que é a
meória afetada pelo Alzheimer, normalmente é a
memória recente que é afetada pelo Alzheimer, a pessoa
não perde memorias de habilidades e hábitos
inicialmente.
Alzheimer
É uma doença neurodegenerativa, não tem cura, a
tendência é que piore, tem associação com o
envelhecimento, é importante lembrar que os achados
histopatológicos que a gente observa no Alzheimer, eles
também são encontrados as vezes nos pacientes que não
tem a doença, mas em menor proporção, então não
necessariamente você vai ter em pacientes que vão ter a
doença, a referência é que a quantidade é muito
pequena, em um paciente que está envelhecendo,
também pode ser chamada de proteinopatia por que é
uma patologia associada a alterações em proteínas, a
gente vai falar da proteína TAU, então existe uma
alteração em proteínas que estão no sistema nervoso, se
dá não só em proteínas que estão relacionados aos
microtubulos, mas também proteínas que estão na
membrana plasmática, daqui a pouco vou mostar pra
vocês.

Basicamente o que acontece no encéfalo do paciente


doente é que ele reduz muito o tamanho, aqui é
comparação com corte coronal e frontal de um encéfalo
que na verdade não tem a doença e um encéfalo que
tem, então observamos a redução do tamanho, existe
uma atrofia cortical importante, muita morte de
neurônio, e vejam que a região ventricular é aumentada
assim como os sulcos principalmente na área do
hipocampo e algumas áreas corticais associadas a
memória do aprendizado, hipocampo é uma das áreas
mais importantes que a gente vai falar aqui por que é a
área da memória.
O primeiro aspecto da doença é a deficiência da memória
recente, mas os estudos mostraram que o paciente já
apresenta muitos anos antes a doença só que é
assintomática, tem alterações do sistema digestório que
podem estar associadas, então já se fala que muito antes
de começar a perder a memória você já apresenta outras
alterações, com o passar do tempo, algumas
manifestações vão se intensificando, agressividade,
alucinações, hiperatividade, irritabilidade e depressão,
dificuldade na atenção e na doença verbal e outras
funções cognitivas, mas já no final também são
observadas, vou mostrar os estágios para vocês
lembrando que existem classificações diferentes em
relação aos estágios da doença.
Fatores genéticos está associado a 1/3 dos casos,
diferente da semana passada que a gente falou que
depressão não necessariamente tem a questão genética
vinculada.
Existe um padrão de herança autossômica, dominante,
que a gente precisa colocar isso com 1/3
Fatores ambientais: Alimentação, exposição a substancias
toxicas, sono, atividade física.
As chances de se desenvolver uma doença
neurodegenerativa com o envelhecimento vai aumentar
por você já ter sido exposto a mais substancias, enfim, ai
tem fatores epigeneticos, fatores metabólicos, reações
inflamatórias, cascata hematogenica, estresse oxidativo,
proteínas plasmáticas e cerebrais em proteólise,
substancias que agiam protegendo o SNC e deficiência de
estrogênio, depressão.
A partir dessa proteína APP, que é a proteína precursora
de amiloide há quebra dessa proteína (proteólise), há
quebra dessa proteína, ela se transforma nessa beta-
amiloide, mas eu preciso saber de onde vem essa
proteína, assim como saber de onde vem essa proteína
TAU, eu tenho transformação de proteína, um
aglomerado de proteína no cérebro do meu paciente, que
tem Alzheimer, certo mas essa proteína vem de onde? a
TAU ela vem dos microtubúlos lá no neurônio, esse
microtubulos são estruturas do citoesqueleto que ajudam
no transporte de substancias, na própria estrutura da
célula e no transporte de substancias, na manutenção da
estrutura celular e essa proteína serve para que, ela fica
localizada na membrana plasmática e ela ajuda dentre
outras coisas, ao processo de neuroplasticidade de
neurônio, então é uma via extremamente importante,
quando ela sofre essa alteração ela da origem essa beta
amiloide, assim como você tem a TAU que se transforma
e começa a ficar acumulada no SNC, esses resíduos é que
começam a causar uma série de problemas que começa a
gerar um processo inflamatório que recruta as células
gliais, então eu tenho acumulo de proteína, ai eu chamo
os astrocitos e a micróglia, que no lugar de ajudar, elas
atrapalham, por que a micróglia começa a fazer
fagocitose, mas ela libera substancias pro
inflamatórias,então aumenta a inflamação e os astrocito
também, então eles tao querendo combater o lixo
produzido e o resto de proteínas, mas eles instauram um
processo inflamatório ainda mais grave, o tecido nervoso
funciona cada vez mais deficiente. Neurônio morrendo,
perda de sinapse, perda de memória e outras alterações.
Essa alteração funcional vem dessas estruturas
inflamatórias NO, ROS, fator de necrose tumoral, estresse
oxidativo, disfunção mitocondrial, inflamação e distúrbios
vasculares por exemplo no encéfalo a gente tem uma
barreira hematoencefalica que os astrocitos afzem parte
que esta produzindo moléculas pro inflamatórias.
Placas senis – aglomerados de beta-amiloides
degeneração neurofibrilar – comprometimento depende
a área comprometida.
No hipocampo eu tenho neurônios colinérgicos que
produzem acetilcolina, os principais neurotransmissores
para memoria e para o aprendizado, nesse caso eu tenho
redução da atividade da acetiltransferase (enzima) que
vai promover a síntese da acetilcolina então se eu tenho
menos ela, eu não vou ter tanta acetilcolina, tem redução
da acetilcolinesterase, isso tudo impede que eu tenha
acetilcolina de forma suficiente. Isso impede que eu
reutilize esse neurotransmissor na fenda então sobre
mais neurotransmissor então eu tenho redução da
produção colinérgica em geral e essa hipótese da cascata
patogênica.

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