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Sumário
1. Não existe aprendizagem passiva
2. Sem concentração não existe aprendizagem
3. Sem interesse não existe aprendizagem
4. Técnica da confirmação
5. Organização
6. Assimilação
7. Técnicas de fixação
8. Grade horária
9. Grade horária para revisões
A assimilação de ideias apresenta uma importância extraordinária. Com ela é que se dá todo
o processo de aprendizagem. Entretanto, é necessário um método para que ocorra esse
fenômeno. O ato de registrar informações na memória é ativo, e não passivo. Esse é um
segredo para se conseguir passar em qualquer prova ou estudar qualquer assunto. Ademais, é
impressionante como conhecer o funcionamento da memória ajuda e muito os estudos.
Um dos maiores enganos que se pode cometer é pensar que a aprendizagem ocorre de
maneira passiva (“como que por osmose”). Pensamentos como: “basta assistir à aula”,
“passarei em um concurso somente ouvindo aulas”, “vou ler esses livros e, com certeza
passarei” ... são a causa do fracasso.
Já foi dito isso. Mas decidi construir um tópico somente com essa ideia, devido a sua
importância. O interesse move a vontade a escolher boas atitudes que conduzem ao sucesso.
Por exemplo, se você estiver interessado, com certeza o levantar cedo se torna muito mais
fácil. Assim, o interesse facilita a concentração e, por consequência, potencializa o fenômeno
de gravação na memória.
O que fazer quando não se tem interesse em um assunto, mas é necessário aprender? Nesse
caso devemos nos modelar a gostar desse assunto. Há várias maneiras de “descobrir”
interesse em um assunto, como considerando aspectos antes desconsiderados (que tornam o
assunto extremamente interessante), ou vendo um vídeo sobre ele, um livro. É necessário
descobrir os tesouros presentes nele. Às vezes não temos interesse em algo, pois não sabemos
a existência de tesouros.
4. Técnica da confirmação
Então leia o texto uma vez. Em seguida, leia-o de novo visualizando, como em um filme, o que
se passa. Tente transformar as mensagens em imagens. Experimente construir uma forma
mental para cada detalhe. Depois de ter feito isso, aplique a técnica da confirmação: confirme
o que foi lido, tente explicar o que foi lido com o livro fechado.
Prossigamos, enfim.
5. Organização
Conhecer a memória é a sinônimo de ter poder de memorização. Nesta etapa, que poderia
ser denominada de preparação de conteúdo é onde se encontra toda energia de
memorização. É nesta fase que criamos todas as estratégias necessárias para facilitar,
posteriormente, o processo de assimilação pela repetição (que será usado depois da
organização). Na preparação, você constrói a possibilidade de dizer com segurança: -Sei todo o
texto “de cor e salteado”.
A primeira etapa da organização é se fazer a pergunta: “O que eu posso fazer para lembrar?”.
A ideia agora é tomar as provisões que dê suporte às repetições, para que, em pouquíssimas
revisões, você tenha o conteúdo na memória na íntegra. Nesse caso, você deverá dar mais
uma olhada no texto, mas desta vez escolhendo uma palavra-chave em cada parágrafo
compreendido. São as palavras chaves escolhidas que mais tarde servirão de suporte para a
revisão e posterior recordação do texto inteiro. Se a palavra-chave for abstrata, tente
transformá-la em algo concreto (“amor” – “coração”). Se a palavra for muito difícil (no sentido
de grafia e de imaginação), use a criatividade para modificá-la (“hidrogênio” – “hidroavião”).
Depois de escolhido as palavras chaves, memorize-as pela repetição. Para memorizar, leia as
palavras em voz alta, gesticulando, imaginando (etc.), pelo menos três vezes e crie associações
entre elas, enquanto imagina uma cena sugerida. As regras da boa associação exigem cenas
ilógicas e totalmente fora do padrão (pois assim você gravará mais fácil).
Exemplo:
Titãs
Para isso eu posso criar uma historinha que associa uma palavra à seguinte, utilizando à forma:
Palavra - Verbo – Palavra - Verbo... é importante que você imagine as cenas e sinta-as,
gesticulando (etc.), esses atos estimulam as outras memórias (como a auditiva e a cinestésica).
Veja:
Um hidroavião carregava uma linha; a linha estava repleta de soja; as sojas caíram em um
pote; o pote tinha o formato de um rubi; o rubi caiu em um cesto; o cesto foi levado para
França; na França, havia um berço gigante; dentro desse berço, havia um mágico; o mágico
espalhava cal; a cal caia na estrada; no fim da estrada, havia um bar; o bar tinha o formato de
um rádio; para subir no rádio era necessária uma escada; a escada era carregada por ídolos; os
ídolos representavam titãs.
E se você soubesse que, com isso você memorizou os primeiros elementos da tabela
periódica: Hidrogênio, lítio; sódio, potássio, rubídio, césio, frâncio, berílio, magnésio, cálcio,
estrôncio, bário, rádio, escândio, ítrio, titânio.
Perceba que esse método, denominado visualização e encadeamento, possibilita que você
decore rapidamente e sem muito esforço, além de decorar a sequência das palavras (já que a
história tem, necessariamente, uma sequência).
Outro exemplo:
Imagine um dedo, desse dedo nasceu uma flor; havia dentes na flor; os dentes mastigavam
um campo; o campo tinha o formato de uma roda; a roda apresentava penas; as penas voaram
para o rio Nilo; um herói mergulhou no rio Nilo; e gritou, debaixo do Nilo: -“Brasil!”; no Brasil,
nasceu uma amora; a amora caiu em uma pessoa; a pessoa pediu ajuda ao rei Arthur; mas
Arthur estava em Washington; e precisava pagar uma prestação.
Tais palavras poderiam servir para decorar o nome e a sequência dos presidentes da
República Velha: Deodoro da Fonseca; Floriano Peixoto; Prudente de Morais; Campos Sales;
Rodrigo Alves; Afonso Pena; Nilo Peçanha; Hermes da Fonseca; Venceslau Brás; Delfim
Moreira; Epitácio Pessoa; Arthur Bernardes; Washington Luís; Júlio Prestes.
Uma técnica de organização rápida é a denominada “palácio da memória”. Essa técnica foi
inventada pelo poeta Simônides na Grécia Antiga. Ela é para ser utilizada quando se tem que
memorizar um bom número de ideias em pouco tempo, como em um sermão, em uma aula ou
em uma conferência.
Cabelo – cadeira: imagine seu cabelo sendo amarrado na cadeira com força e depois puxado.
Gesticule, sinta.
Nuca – caridade: imagine uma nuca de um homem, e considere ela bem quente, “pegando
fogo”. Pode-se considerar também que o único ser material que possui a capacidade de amar é
o homem, representado pela nuca.
Sobrancelha – arrecife: imagine sua sobrancelha composta por arrecifes, imagine as pedras em
sua sobrancelha e sinta-as.
Nariz – cuntatório: pode ser feito uma relação com o biscoito Ório. Imagine que você sente o
cheiro do biscoito e deve conta-los, então você diz: conta os Órios. Cuntatório significa “que
envolve adiamento, atraso”.
Orelha – café: escute, imagine escutar, o barulho da preparação do café (ou do café sendo
colocado em uma xícara).
Pronto! As palavras foram memorizadas. Deve-se observar alguns detalhes: essa técnica só
funciona se você estiver familiarizado e conhecer o significado das palavras ou das suas ideias.
Concentre nos detalhes de cada palavra (letras etc.). Quantos mais detalhes forem
considerados e mais associações relacionadas a esses detalhes, melhor vai ser o processo de
memorização. Lembre-se: quanto mais associações, melhor, desde que elas não se atrapalhem
entre si (não sejam contraditórias ou associações parecidas para duas palavras distintas).
Agora, imagine que essas palavras foram palavras-chaves retiradas de um livro e que cada uma
delas retoma um parágrafo ou uma ideia. Assim, foram 5 parágrafos (ou ideias) decorados em
ordem!
Essas palavras foram adicionadas ao mecanismo de médio prazo. Agora só falta revisá-las
para adicioná-las ao mecanismo de longo prazo. Verá que essas palavras nunca mais (ou
demorarão muito) para sair de sua memória.
6. Assimilação
Técnicas de fixação
Agora, vou indicar dois métodos de revisão, cuja eficácia é comprovada pela neurociência e,
se não forem utilizadas, sente-se as consequências. A revisão é necessária para a
aprendizagem. Sem ela, invariavelmente esqueceremos os conteúdos estudados. Lembre-se
que esquecer algo é sinônimo de perder tempo (perdeu-se o tempo em que havia estudado a
matéria. Ora estudamos para tê-las em nossa mente. Se não a temos, perdemos tempo) e de
perder dinheiro (quando se paga um curso, como o de idioma).
Podemos comparar com o ato de riscar algo. Nas primeiras vezes que riscamos, ou seja,
gravamos um risco no objeto, é difícil percebê-lo e só com muito esforço se encontra. Já nas
outras vezes, se for riscado no mesmo local (aproximadamente) o risco se tornará mais visível.
Quanto mais força aplico para riscar, menos vezes precisarei riscar para torná-lo visível. Assim,
é a memória: nas primeiras vezes que gravamos algo, para extrair a informação, é necessário
esforço. Já nas outras vezes, o “risco” da informação fica mais claro e é preciso menos esforço
para enxergá-lo. A quantidade de vezes de lembranças necessárias para tornar visível a
informação depende da intensidade com que cada lembrança se dá e da maneira com que
lembramos.
Revise o conteúdo 1 vez a cada 5h durante 4 dias. A revisão de 1 hora de estudo detalhado
equivale a 15 min (no máximo, exageradamente 30 min).
Lembrando que a revisão de um conteúdo bem estudado durante 1 hora deve durar
aproximadamente 15 min (no limite, 30 min).
Assim, vê-se a necessidade de fazer uma grade horária de revisões. As grades horárias serão
abordadas nos itens seguintes:
Grade horária
É fundamental ter uma grade horária. Ela é um instrumento de extrema utilidade, facilitando
e até permitindo sucesso em alguma empresa. Um dos motivos de se ter uma grade horária é
a potencialização do tempo de estudo, ou de alguma atividade.
Deve-se primeiro analisar qual é o objetivo da grade horária (se é passar em um concurso ou
prova, se é apenas estudo, se é estudo acadêmico...). Esse passo tem grande importância
devido ao direcionamento que a grade horária deve ter.
Segundo, deve-se escrever em uma folha o tempo disponível durante o dia para as atividades
necessárias.
Terceiro, deve-se escrever em uma folha o tempo médio de cada atividade na íntegra. Por
exemplo, tenho um livro para estudar. Deve-se folheá-lo e estimar o tempo médio para cada
capítulo, para o término do livro. Vamos supor que, em média, dure 17 horas para terminar o
livro (vou chamar esse livro de x).
Quarto, deve-se elaborar um ciclo de conteúdos a serem estudados. Para elaborar esse ciclo,
deve-se considerar o tempo de estudo direto de uma matéria. Por exemplo, quando vou
estudar o livro x tenho condição de passar 1 hora direto estudando (aqui, entende-se 1 hora
sem interrupções e com total concentração). Assim, considera-se a mesma coisa para todas as
matérias e soma-se. O tempo total é denominado tempo de um ciclo.
Vamos supor as seguintes quantidades de tempo de estudo direto para cada matéria:
Livro x = 1 hora.
Livro y = 1 hora
Livro z = 1 hora
Livro w = 1 hora
0 -----------------------1--------------------------2----------------------3----------------------4
Livro x
Livro y
Livro z
Livro w
Quinto, deve-se colocar o ciclo dentro de uma grade horária tradicional.
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
...
Não esqueça de tirar um dia para fazer essa grade, com muita atenção e criando modelos do
cotidiano. Vale a pena o esforço. Verá que a grade horária melhora o bem estar físico e
psicológico, além de dar o sentimento de segurança (saber que vai cumprir os objetivos).
Deve-se ter uma grade horária para revisões. Essa grade horária possibilita a aplicação da
fixação rápida e da fixação agendada (sem ela, não é possível). Ora, deve-se colocar, nessa
grade horária, os momentos de revisões (que não ultrapassam 30 min). Para facilitar, pode-se
colocar um horário livre de revisão na grade horária tradicional, para consulta da grade horária
de revisões. Lembrando: é necessária a revisão para a aprendizagem efetiva de um conteúdo,
sendo que, sem ela, corre-se o risco de esquecer o que foi estudado e isso ocasiona prejuízos.