DELL’ISOLLA, Alberto. Mentes Geniais. São Paulo: Universo dos Livros,
2011.
Introdução
Mitos 1. Memória é uma coisa única: cada tipo de informação a ser memorizada precisa de uma técnica diferente.
2. Técnicas mnemônicas sempre serão a solução: nem sempre
são, o método de estudo, por exemplo, pode influenciar também.
3. Prefiro entender a memorizar: é um mito, pois entender e
memorizar não estão separados, se algo é entendido ele tende a permanecer memorizado. “Técnicas mnemônicas devem ser utilizadas para a memorização de dados desconexos e arbitrários.” p. 12/13
4. Técnicas de memórias tornam as coisas mais fáceis: a
habilidade deve ser aprendida e praticada, assim requer esforço.
5. Algumas pessoas estão fadadas a ter péssima memória:
“[...] é óbvio que constatamos a existência de pessoas mais inclinadas à memorização de um tipo de informação do que outro; no entanto, com utilização de técnicas mnemônicas, todos podem melhorar a memória” p. 14
6. Algumas pessoas possuem memória fotográfica: “a memória
fotográfica é um mito” p. 14. Aquilo que eu vejo é memorizado através de um sistema de memorização, se tiver tempo memorizo, se não tiver não se consegue identificar os detalhes de uma figura.
7. Suplementos naturais para a memória não tem
contraindicação: é mito, pois não se sabe ao certo o tipo de substância que está sendo ingerida, deve-se consultar um médico ante de fazer seu uso.
8. Neurônios não se regeneram na idade adulta: descobriu-se
que sim, mesmo que limitado, há regeneração.
9. Uma memória treinada jamais se esquece: esquecer não é o
problema, e sim não lembrar. As técnicas ajudam a lembrar-se do que desejar.
Princípios básicos
Monitoramento da memória: “[..] é um hábito que está por trás de
todas as estratégias mnemônicas”. Tal monitoramento ocorre através da rotina, para reconhecer a necessidade de se aplicar alguma estratégia mnemônica. Por isso deve-se tentar usar as técnicas nas tarefas do dia-a-dia.
o “Isso não faz sentido”: o sentido é importante para a memorização.
Quanto mais sentido fizer, mais fácil será memorizar. Por isso palavras são mais fáceis de memorizar do que sílabas aleatórias, e frases mais do que palavras. Por isso é importante tentar atribuir sentido à informação, mesmo que arbitrária e desconexa. Ex.: STF=Somos um Time de Futebol (11 membros).
Acrônimos: formar palavras com letras ou sílabas iniciais de uma
sequência de palavras, pronunciada sem soletração.
Familiaridade: “Em geral, quanto mais familiar um assunto for para
você, mais fácil será sua memorização e compreensão.” P. 18
Rimas: “[...] palavras que rimam são excelentes gatilhos para
evocação precisa de alguma palavra esquecida.” p. 18
Paródias: “As paródias funcionam bem no processo de aprendizagem,
pois permitem que ocorra uma associação entre o assunto a ser memorizado e a música, cuja melodia já é previamente conhecida”. Padrões: bem usado em sequencias, mas pode ser aplicado em qualquer informação em que se ache um, ou desenvolva algum.
Organização: trata-se basicamente de classificar a informação (por
grupo, ordem alfabética, etc.)
Fenômeno da recência e da primazia: “O fenômeno da recência e da
primazia é afetado pela quantidade de tempo disponível entre a memorização e a evocação. Se a evocação ocorrer logo após a memorização, é mais provável que os últimos itens da lista sejam mais facilmente lembrados que os primeiros. No entanto, se existir uma pausa entre a memorização e a evocação, é mais provável que os primeiros itens sejam mais facilmente lembrados.” p. 22
Princípio da associação: “Qualquer lembrança para ser evocada
precisa de um gatilho.” p. 23 “Associar é criar algum vínculo entre aquilo que você deseja memorizar e o que você já sabe, criando um novo gatilho quem, anteriormente, não existia.” p. 23
Pensar em assuntos correlatos: “Essa técnica consiste em pensar
sobre tudo aquilo que possa estar relacionando à informação perdida, incluindo o contexto em que ela foi memorizada.” p. 23 “A técnica de pensar em assuntos correlatos costuma ser utilizada durante depoimentos de testemunhas criminais.” p. 24
Visualização: “[...] imagens são facilmente memorizáveis que
palavras ou sons porque costumam ser mais facilmente visualizáveis que estes.” p. 24. Criar imagem para palavras ajuda memorizar.
Localização: “Nunca crie imagens soltas, mas situe-as em locais que
você conheça bem.” p. 24
Sinestesia: “[...] refere-se a mistura dos sentidos.” p. 25 Bom para
se recordar de fatos. Afirma o autor que, para conseguir uma supermemória é necessário treinar regularmente os sentidos: visão, audição, olfato, paladar tato e visão espacial.
Simbolismo: substituir palavras abstratas ou termos técnicos por
outras, que sejam fáceis de imaginar. Ex.: paz = pomba. Sensualidade: o autor afirma que temos excelente memória para assuntos sensuais. No entanto, acredito que pode ser uma armadilha mental se não usado com frieza e auto controle, pois por tender a estimular hormônios, os pensamentos sensuais podem desviar o foco da memorização e levar à assuntos que não estão vinculados ao que se pretende lembrar.
Humor: imagens divertidas são facilmente retidas pela memória.
Cores: facilitam a retenção.
Contexto: “O contexto de aprendizagem refere-se às contingências e
condições psicológicas em que a aprendizagem e a evocação acontecem. Segundo pesquisas, existe uma forte relação entre o contexto de aprendizagem (aquisição da informação) e o da evocação do mesmo material.” p. 26. “De alguma forma, durante a aprendizagem, o contexto gera gatilhos de acesso à informação apreendida.” O estímulo pelo contexto, acredito ser interessante para o momento da evocação, assim se houver oportunidade de fazer exercícios ou banco de memórias no mesmo ambiente em que se for realizar uma prova ou poder simulá-lo, ajuda na evocação. No entanto, quando as condições do ambiente da prova forem desconhecidas, imunizar-se em relação às mudanças contextuais é uma solução, praticando em vários contextos diferentes.
OS SETE PECADOS DA MEMÓRIA
Pecado da transitoriedade: é uma “tendência que nossa memória tem
de enfraquecer ao longo do tempo”. p. 31. “O momento em que estamos mais propensos ao esquecimento é logo após a aquisição da informação”. p. 31/32 ∙ Curva do esquecimento: “Cada revisão que fazemos do conhecimento recém-adquirido cria novos códigos de memória, fixando a informação cada vez mais. Uma fórmula interessante de revisão seria a seguinte: cada hora de aula faça uma revisão de dez minutos. Observe que esse revisão deve ser feita nas primeiras 24 horas após a aquisição da informação do conhecimento, por ser justamente o período em que ocorre a maior parte do esquecimento” p. 33 (grifo meu) “Uma semana depois (dia 7), para cada hora de aula expositiva, você precisará de apenas cinco minutos para “reativar” o mesmo material e fazer o grau de aprendizado subir para 100% mais uma vez. E ao final de trinta dias, será preciso apenas dois a quatro minutos para obter novamente os 100% da curva de aprendizagem.” p. 33 “[...] caso se queira ser academicamente bem-sucedido, é preciso estabelecer um sistema eficiente de revisões” p. 33
∙ Memória – use-a ou perca-a: “O armazenamento de
informações, e consequentemente a lembrança delas, depende de repetição.” p. 33 (grifo meu)“[...] a lembrança do conteúdo de um livro se tornará mais forte se você fizer um bom resumo dele ou participar de discussões em vez de, simplesmente, abandoná-lo na estante após a leitura” p. 34 (grifo meu)
∙ Escolhendo uma estratégia eficiente: “A técnica dependerá da
base que você possui.” p. 35 “O ideal é escolher o mínimo de matérias, de uma a três, e estudar até ficar bom nelas.” p. 36
∙ Pecado da Distração: “a distração não é uma falha da memória
propriamente dita, pois se refere a eventos que não podem ser evocados pelo simples motivo de nunca terem sido registrados” p. 37 “Observe que o pecado da distração é completamente diferente do pecado da transitoriedade” p. 37 A distração pode ocorrer por: multitarefas simultâneas, atenção desfocada no momento da tarefa (interrupção). Estratégias para vencê-la: ∙ Criar vínculos com hábitos diários: “uma boa estratégia para evitar esses pequenos esquecimentos é estabelecer alguma associação entre o remédio {que se quer tomar - objeto exemplo} e algum hábito diário ou necessidade fisiológica.” p. 38 Desenvolver hábitos ajuda, de maneira subsidiária, a vencer o pecado da distração.
respeito à inserção de códigos de memória no próprio ambiente. Um exemplo desse tipo de estratégia é, na véspera de levar alguns documentos importantes para alguém, deixá-los sobre a mesa. Desse modo, avistá-los, no dia seguinte, poderá evocar a importância de levá-los consigo.” p. 39 “Quando tratamos da lembrança de eventos futuros […] o melhor é utilizar alguma estratégia externa.” p. 39
∙ A técnica do objeto inesquecível:
Elegendo o objeto inesquecível: “Para adotar a técnica do objeto inesquecível é preciso, antes, eleger um objeto inesquecível. […] Esse objeto tem de ser especial, precisa possuir características que não lhe permitem esquecer dele. Em seguida, coloque todos os objetos que não podem ser esquecidos ao lado do seu objeto inesquecível”. p. 39 Consiste em juntar o que não se quer esquecer ao que não poderá ser esquecido, ao que não esquecerá quase nunca.
∙ Cuidado com os pacotes: “A dica é simples: jamais separe
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)