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O que é memória

para a Análise do Comportamento?

Ana Beatriz Mello, Carolina Almeida Prado e Maria Clara Valente


Memória
● Para a AC, memória é um comportamento, deve ser
compreendido a partir das variáveis que controlam e
afetam sua probabilidade de emissão.
● Memória → lembrar e esquecer : “estudar o
comportamento que reflete a apresentação prévia de
um estímulo (lembrar) ou a perda de um tipo de
controle de estímulos (esquecer)”
● Se relaciona com as contingências da vida de cada
sujeito.
Modelos de memória
Memória de trabalho Memória de curto prazo:
dura poucos segundos.
Definida pela função, memória
operacional. Utilizada para realizar
tarefas e nos possibilita acessar
habilidades aprendidas.
Ex: escrever uma redação. Memória de longa duração:
são as informações que levam um longo
tempo para serem consolidadas, e que
Memória explícita: declarativa. permanecerão por mais tempo no
repertório do organismo.
Memória implícita: processual.
Teorias sobre o
esquecimento
Existem algumas vantagens no
esquecimento, por exemplo, uma
vantagem adaptativa, relacionada com a
economia cognitiva, ocasionando
retenção apenas das informações mais
pertinentes para adaptação ao meio
(Izquierdo, 2006)
A curva de esquecimento de Ebbinghaus
● A maior parte do esquecimento do conteúdo aprendido começa
apenas alguns instantes após a aprendizagem e aumenta de modo
bastante acentuado com a passagem do tempo
Teoria da deterioração
● A passagem do tempo por si só é preditora de esquecimento das
informações aprendidas.

Teorias da interferência
● Pode ser de dois tipos: proativa ou retroativa. Na interferência
proativa, a aprendizagem inicial pode interferir na memória de alguma
outra coisa aprendida posteriormente. Na interferência retroativa, a
aprendizagem posterior pode interferir em algo aprendido antes.
Falha na recuperação
● O material não foi esquecido, mas ele é simplesmente de difícil
acesso.
● Estado de reminiscência: lembrança de informações que
anteriormente não podiam ser recordadas.

Teorias da interferência
● Os processos de esquecimento se dão em função dos esquemas
mentais que as pessoas têm sobre determinados eventos. Esses
esquemas constituiriam conceitos mentais genéricos.
Teorias neurológicas
● Analisam a memória como processo neuronal e fisiológico, e também
as relações diretas com as contingências que produzem padrões
comportamentais conhecidos como fobias e medos.
Variáveis que controlam os comportamentos
de “lembrar” e “esquecer”
controle dos estímulos

● Probabilidade x Acessibilidade
● Controle de estímulos O estudo do controle de estímulos
configurou-se como uma área de
pesquisa de extrema relevância
científica e social, por suas implicações
na compreensão crescente de processos
comportamentais complexos, tais como
o aprendizado da linguagem, da noção
de significado e dos comportamentos
simbólicos em geral" (Hubner, 2006)
Controle de estímulos
Tipo S e Tipo R

“Em geral, os organismos emitem respostas


seletivamente, de acordo com o estado de seus ambientes
presentes ou passados. Uma criança aprende a chorar
somente quando um dos pais está em casa para reforçar o
choro. Um cachorro não pedirá alimento na ausência de
um ser humano. Dificilmente pediremos água quando
ninguém estiver na sala para ouvir (e então nos reforçar).”
(Millensoe 1975/1967, p. 185).
Memória e aprendizagem
● O entendimento dos princípios da
aprendizagem de relações entre
estímulos e respostas auxilia na
compreensão dos fenômenos da
memória.
● Catania (1984) propõe a substituição
do substantivo memória pelo verbo
“lembrar”.
● Lembrar: a aprendizagem inicial; a
passagem do tempo; oportunidade
para recordar.
● Lembramos, diante de um estímulo
que mantém alguma relação com
estímulos anteriormente relacionado
a respostas da mesma classe.

Fonte: imagem retirada de: https://www.youtube.com/watch?v=eJYaNLrdDV8


Distorções da memória e outras variáveis
Falhas de memória:
Transitoriedade

Esquecimento Bloqueio

Desatenção

Má distribuição

Distorção Viés

Sugestionabilidade
Como melhorar a
memória?
“Assim, a habilidade de memorizar pode ser
passível de treinamento como qualquer
outra habilidade.” (p. 69)

“Skinner e Vaughan (1983/1985) afirmaram que: “É


melhor considerar a memória simplesmente
como o processo de criar, da melhor forma
possível, uma situação em que possamos nos
lembrar com mais facilidade” (p. 46)”. (p. 69)
Memória na Análise do Comportamento:
volta às ideias de Skinner
“Skinner aponta que ‘memorizar simplesmente significa fazer o que devemos
fazer para assegurar que possamos nos comportar novamente como estamos nos
com portando agora’ (Skinner, 1989/1991, p. 30)” (p. 70)

“‘Procurar alguma coisa é comportar-se de maneiras que


foram reforçadas quando se achou alguma coisa. (...) O que
faz uma pessoa para achar um item em uma caixa de objetos
(...) ou nas prateleiras de um armazém? Como se faz para
achar uma palavra em uma página (...)? O investigador
experimentado move-se de um lado para outro, separa as
coisas e movimenta os olhos de forma a aumentar as
probabilidades de vir a encontrar o que procura e diminuir as
de não a encontrar, e age assim por causa das contingências
passadas (Skinner, 1953/2003, p. 143).’” (p. 71)
Referência
Hübner, Maria Marta Costa & Moreira, Márcio Borges (2012). Temas
Clássicos de Psicologia sob a Ótica da Análise do Comportamento.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Obrigada!

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