Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ainda acerca desse tema, podemos fazer uma breve definição sobre o Esquecimento,
que nada mais é do que a incapacidade de recuperarmos os dados. Ou seja, ele é um
aliado da memória, pois, só o esquecimento tem um caráter seletivo e adaptativo,
mesmo porque ele seleciona aquilo que nos é útil e elimina o que está em desuso.
O Estudo da Memória com o passar do tempo
Na história, a memória é estudada há muito tempo. Santo Agostinho, por exemplo,
chegou à igualar a mente à memória, dizendo que o funcionamento
psicológico depende, diretamente, da memória. Logo, a aquisição de hábitos e a
compreensão de significados são uma continuidade da capacitação da memória. Isso
ele disse no século IV.
Hoje, podemos notar que a teoria de Agostinho faz uma ligação, ainda que remota, entre
os conceitos da psicologia da memória de Aristóteles e os modelos contemporâneos da
ciência cognitiva, nos quais a memória está distribuída.
Faremos agora, então, uma breve explanação sobre a história do estudo da memória
com o decorrer do tempo. Vamos começar com o filosofo Aristóteles, passar por
Bertrand Russell e chegar à modernidade, acompanhe e entenda todo o processo!
Aristóteles
Para a maioria dos filósofos, a memória, a imaginação e a percepção eram modalidades
distintas de conhecimento do mundo. Isso acontecia pela análise da relação entre a
vivacidade de imagens, os sentimentos e os julgamentos da realidade. É em Aristóteles
que se encontra a 1ª reflexão psicológica sistemática sobre a experiência da memória,
no escrito Tratado Sobre a Alma.
Conforme a teoria, a memoria é contrastada com a recordação, sendo que a recordação é
uma prerrogativa dos humanos. Portanto, há a distinção entre a capacidade de lembrar:
Hume
No Tratado da Natureza Humana, Hume também se dedicou a estudar
a memória, distinguindo-a das fantasias. Para ela, a principal característica que
separavam ambas não eram as ideias simples e nem mesmo a forma como elas estavam
associadas. Na verdade, a imaginação podia representar todos os objetos que
a memória, porém essa vivacidade seria representada como um sentimento quanto à
ideias.
Para ele, as imagens determinam um evento ou objeto e se ele será dito como passado
ou não. Esse sentimento constitui um 1º ato de julgamento sobre a realidade. Logo,
distinguir lembranças de imaginações só é possível quando as primeiras citadas são
mais fortes e vividas.
William James
No seu célebre Princípios de Psicologia, James considerou a memória através da
distinção da memória primária e secundária.
1. Sendo que a primária diz respeito à percepção dos objetos em um passado
intuitivo, logo, a imagem que caracteriza mais os sentidos trazem a recordação
do objeto.
2. A memória secundária, ou a memória propriamente dita, implica na consciência
do passado e na experiência de recorda, estando ciente da reativação de uma
experiência que já passou.
René Descartes
Na obra Meditações Metafísicas, Descartes fala sobre a sua total descrença na
memória, já que ela tem como principal fonte de subsídios os sentidos. Para ele,
os sentidos não são bons porque foram responsáveis em transferir a ele o que tido como
verdadeiro e seguro e isso o enganou em determinado momento.
Assim, René conclui que esses sentidos o enganaram e, por isso, não são confiáveis.
“Tudo que recebe, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos
sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram
enganosos e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma
vez”.
George Berkeley
Outra concepção é vista por George, que vai, inclusive, na direção oposta de Descartes.
Para Berkeley, os sentidos atuam como coparticipantes na formação da Memória e,
assim, são úteis ao conhecimento humano, conforme dito na obra Tratado sobre os
Princípios do Conhecimento Humano.
“É evidente a quem tome para examinar os objetos do conhecimento humano, que eles
também podem ser ideias atualmente impressa através dos sentidos, ou também
semelhante às percebidas por atender as paixões e as operações do espírito ou
finalmente as ideias formadas por ajuda da memória e imaginação, também
compondo, dividindo ou simplesmente representando aqueles originalmente percebidas
de modo supracitado”.
Para Berkeley, então, tudo o que é objeto de conhecimento humano é percebido e esta
percepção é realizada pelos sentidos (olfato, tato, paladar, audição, visão). Um
pensamento totalmente avesso ao de Descartes.
Bertrand Russell
A Análise da Mente é uma obra clássica de Russell, onde ele ressalta a influência da
memória no processo de conhecer o mundo, considerando que toda forma de
conhecimento pressupõe alguma modalidade de memória.
Para ele, se o conhecimento pode ser atingido de coisas que estão além da nossa própria
experiência profissional, o que para ele só ocorre pelo fato de que podemos relembrar e
agrupar vários fragmentos de nossas experiências pessoais.
Ele cita também o “monismo materialista”, uma teoria que diz que toda realidade é
física e que os fenômenos mentais são rearranjos da matéria física.
Por fim, Russel diz que não existem objetos irreais de conhecimento, tanto a
imaginação, como uma relação de familiaridade, pode ser tão real como sensação. Já á
sensação é familiar com o objeto e o objeto da sensação é simultaneamente presente no
assunto.
Reprodução: Google
Bônus: Conheça Maurice Halbwachs
Talvez fosse muito injusto se não falássemos um pouco sobre o Maurice. Ele foi um
sociólogo que se destacou pelos trabalhos sobre a memória coletiva. Para ele, por mais
que tenhamos percepção dos eventos já vividos, nossas lembranças permanecem
coletivas e podem ser evocadas por outros.
Conforme o autor, jamais estamos sós, mesmo quando os outros não estão presentes
fisicamente, pois carregamos o pensamento.
ANÚNCIO
CategoriasMelhorar MemóriaTagsamnésia, capacitação da
memória, Esquecimento, experiência da memória, Funções Mentais, identidade
pessoal, influência da memória, Meditações Metafísicas, Memória, memória
coletiva, memória das pessoas, memória de Aristóteles, memória primária, modalidade
de memória, monismo materialista, pensamento moderno, processos
cognitivos, Processos Psicológicos Básicos, Psicologia, rememoração pessoal, rota da
memória, Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano
7 Técnicas para Chutar Certo nas Provas de Múltiplas Escolhas dos Concursos
Públicos?
10 Jeitos Simples para Nunca Mais Se esquecer daquele Compromisso Importante
Os 3 processos mentais:
- Processos emotivos: estão relacionados com o sentir; são estados vividos pelo sujeito
caracterizados pela subjetividade. Correspondem às vivências de prazer e desprazer e á
interpretação das relações que temos com as pessoas, objetos e ideias. Estão associados
á questão “Como?”. No âmbito dos processos emotivos estudaremos a emoção, o afeto
e o sentimento.