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CENTRO DE HUMANIDADES - CH
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURAS - DLL
CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CRATO-CE
NOVEMBRO – 2020
INTRODUÇÃO
Este artigo expõe uma análise sobre alguns conceitos que envolvem o esquecimento
no processo de aprendizagem, com o intuito também de apresentar a atuação da memória
humana em todos esses processos, mas principalmente na aprendizagem de línguas próximas.
O desenvolvimento do trabalho se divide em três seções: Aprendizagem e esquecimento;
Interferência e interlíngua; e Fossilização.
Cada ser humano compreende o mundo de forma única, interpretando tudo o que sente
e o que vê, criando suas percepções num processo que envolve a memória. De acordo com
Izquierdo (2002), a memória abrange a obtenção, construção, preservação e memoração do
conhecimento existente sobre um assunto. Essa obtenção ou aquisição apresenta a mesma
ideia de aprendizagem, já que só memorizamos o que aprendemos.
1. OBJETIVOS
2. METODOLOGIA
3. APRENDIZAGEM E ESQUECIMENTO
Assim como a aprendizagem o esquecimento é algo natural e presente por toda a vida
do ser humano. Nossa memória biológica, quanto ao seu tempo de durabilidade se classifica
em: memória de trabalho, memória de curta duração e memória de longa duração. De acordo
com Izquierdo (2004), a memória de trabalho é aquela utilizada para compreender a realidade,
opera constantemente, mas é instantânea, momentânea. A memória de curta duração é como
um compartimento onde essas memórias poderão vir a ser de longa duração ou não, esse
processo tem durabilidade máxima de seis horas. Por fim, a memória de longa duração pode
ser produzida em horas, dias ou vários anos. São associadas a nossas experiências afetivas e
por isso mais difíceis de esquecer.
Um dos desafios da aprendizagem é não esquecer o que foi aprendido com o passar do
tempo. Muitas pessoas se queixam de como esquecem fácil, de que têm a memória ruim, não
percebem que o esquecimento não é de todo mal, mas também é parte essencial da expansão
da nossa inteligência. Segundo Schacter (1999), o acontecimento do complexo da memória
esquecer pouco a pouco alguns conhecimentos e dados tem a ver com a adaptação, no sentido
de dar importância para fixar o que é indispensável para sobrevivência do ser humano.
Em seguida temos a reorganização que diz respeito a capacidade que a nossa memória
tem de reestruturar o que aprendemos. A nossa memória é ativa, lembrar de algo
perfeitamente é exceção, pois nossa memória está em constante movimento e também sendo
influenciada a ser agrupada de acordo com a experiência cultural, deduções e expectativas de
cada ser humano. É por isso que algumas pessoas que viveram e estiveram na mesma situação
podem conta-la de maneira diferente e com sentimentos diferentes.
Por fim, temos a interferência que será mais aprofundada neste trabalho. A
interferência é responsável pelo esquecimento à medida que novas aprendizagens atuam
negativamente sobre as adquiridas anteriormente. De acordo com Sternberg (2000), quanto
mais preliminarmente um conteúdo foi aprendido maior será o espaço para que haja
interferência.
Essas interferências podem acontecer nos níveis sintáticos, léxicos, semânticos, dentre
outros. E o resultado da interferência do que foi adquirido com a língua materna e do que foi
aprendido da segunda língua é chamado de interlíngua. De acordo com Fernandez (2005) a
interlíngua faz parte do processo de aprendizagem:
5. FOSSILIZAÇÃO
Segundo Ellis (1997), a transferência da língua materna é a ação que ela desempenha
na aquisição da segunda língua. A língua materna é de onde provém a maioria dos erros que o
aluno comete ao estudar um novo idioma. Porque o aprendiz tende a atribuir entre elas
semelhanças e diferenças, e a partir daí acontece as transferências e interferências linguísticas.
Contudo, a idade e conhecimento adquirido da língua materna não é causa única para
fossilização, nem impossibilita o aprendiz de chegar à fluência no idioma. Cada idade tem
seus pontos positivos e negativos no processo de aprendizagem.
Essas duas formas podem produzir a fossilização, já que o aluno não ficará em
nenhum dos casos imune aos erros, no primeiro caso pode vir do professor, da sua
metodologia e do material didático, e no segundo caso vem do próprio aprendiz que pode
interpretar certos conhecimentos linguísticos e fonológicos de forma errada e reproduzi-las.
Fazer essas ligações entre palavras e significados é algo muito rápido e acontece na
maioria das vezes de forma automática, daí a importância e necessidade de estuda-las
constantemente para que a repetição desses erros não chegue à fossilização lexical. O trabalho
do professor deve dar maior atenção a apresentar essas diferenças aos alunos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando o aprendiz não tem a devida orientação quanto aos seus erros, poderá sofrer o
fenômeno da Fossilização. Deste modo, os erros que o aprendiz comete na sua interlíngua são
incorporados de forma definitiva. Por isso a importância desse tema para professores e alunos
de segundas línguas. No processo de aprendizagem é preciso uma atenção constante aos erros
e suas origens, como também uma análise das semelhanças e distinções da língua materna e
segunda língua. No momento em que aluno e professor tem consciência desses conceitos e
fenômenos poderão utilizar métodos mais efetivos afastando grandes interferências e
principalmente a fossilização de erros.
REFERÊNCIAS
ELLIS, Rod. Second Language Acquisition. Oxford: Oxford University Press, 1997.